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História Little Fairy (Camren) - Dálmatas


Escrita por: demilovodka

Capítulo 5 - Dálmatas



[CAMILA POV]

Final de semana era supostamente um dia onde a família se juntava e se divertia, mas para Lauren era apenas o dia que ela podia dormir até tarde, jogar video-game e mexer em seu celular. Eu costumava passear com minha mãe no sábado e fazer biscoitos com meu pai no domingo. Era divertido! Mas o ser-humano não parecia querer ter essa diversão, não queria passar sequer um tempo com família. Sempre eles estavam com aquele "retângulo mágico" na frente da cara. Como eles aguentavam ficar em casa o dia todo? Nem sair para ver o Sol Lauren queria!

Agora mesmo ela estava na frente da tela de seu "compudator", como ela me disse que era chamado.

— Double Kill! - Lauren exclamou de repente, me fazendo saltar de susto e cair da ponta da macia cama direto ao chão.

A ser-humana me fitou, seus olhos transmitiam espanto, e correu até mim.

— Tudo bem? - perguntou, me pegando em suas mãos e beijando o topo da minha cabeça. Eu não sei quem falou que ela podia ficar me beijando o tempo todo!

— Sim. - eu respondi brevemente, voando para longe de suas mãos e de seus lábios rosados.

A menina deu de ombros e voltou sua atenção para a máquina. Ah, fala sério, ela vai passar o dia todo ali? Bufei, e fui até ela, me sentando em seu ombro, assistindo o tal jogo que Lauren jogava.

— Você joga bem. - elogiei quando ela largou o joystick em cima da mesa.

— Eu sei! - Lauren lançou-me um de seus sorrisos abertos, mordi os lábios tentando não sorrir junto e virei o rosto.

— Você deveria me agradecer. - revirei os olhos de brincadeira.

— Obrigado, Karlinha. - ela riu, se levantando da cadeira, ainda comigo em seu ombro, e pegou agora o seu celular.

A ser-humano se jogou na cama, me fazendo cair desajeitadamente no colchão. Ela nem sequer se importou! Pegou seus fones de ouvido e colocou a música no volume máximo. Ela estava me ignorando? A raiva tomou conta do meu corpo e eu voei até aquele maldito celular e puxei o fio do fone, o lançando longe.

— Ei! - Lauren protestou, olhando para mim.

Eu tinha uma expressão raivosa, braços cruzados e um enorme bico no rosto.

— Eu quero sair! - apontei para a janela aberta.

— Então vai. - ela riu, me empurrando da frente do seu smartphone.

Droga! Lauren sabe que eu não teria coragem de sair sozinha, bufei. Nesta semana eu fui com Lauren todos os dias para a escola, sem fugas, uma vez que ela prometeu me mostrar toda a escola. E realmente mostrou, era incrivelmente grande!

O meu lugar favorito foi a sala de música. Lauren fez uma pequena apresentação para sua turma e eu assisti tudo. Ela tem uma voz maravilhosa, e rouca. Não que eu ligue para isso. Lauren ainda é uma chata!

A ser-humano se levantou rapidamente da cama e me puxou inesperadamente por minha mão, indo até a janela.

— Onde quer ir, Karlinha? - indagou, rolei os olhos. Quando ela iria para de me chamar de Karla?

Pensando por um momento, onde eu poderia ir? Apenas estou cansada de ver Lauren fazendo nada o dia todo.

— O que tem de mais legal? - fitei as órbitas verdes, agora em um tom mais escuro, de Lauren. Quase me esqueci de como se respirava por um instante.

— Bem, deixa eu ver... - fez uma careta pensativa olhando pela janela, como se procurasse um lugar para irmos. - Tem a sorveteria. Está bem calor, certo?

Assenti meio confusa: — Sover... sor...?

— Sorveteria. - Lauren riu, sorri inevitavelmente ao ouvir aquele som tão gostoso. - Nunca tomou um sorvete, pequena?

Fiz um gesto que não com a cabeça. Nunca nem ouvi a palavra "sorvete" antes.

— Ai meu Deus! - a ser-humano exclamou dramaticamente. - O seu caso é muito grave, Karlinha! Temos que ir pro hospital, quer dizer, pra sorveteria, o mais rápido possível.

Ri baixinho, sendo puxada por Lauren para fora de sua casa. Ao por o pé na rua, já fui jogada dentro do bolso do moletom de Lauren. Ela deve estar morrendo de calor dentro dessas roupas, mas é o único jeito de eu sair sem ser vista.

Durante o caminho, que não foi tão longo, Lauren eventualmente colocava a mão em seu bolso, para ver se eu estava bem, mas às vezes ela aproveitava para acariciar meus cabelos com o polegar. Eu sorria com tal ato, mas isso não significa que eu gostei. De jeito nenhum.

Entramos no que parecia ser a sorveteria. O ar estava mais gelado e eu pude ouvir pessoas falando. Lauren falou com uma pessoa e disse que queria um sorvete de flocos. Me esgueirei do bolso do moletom para ver melhor o local e vi uma mulher colocando uma massa branca com pontos marrons numa tigela. Aquilo era o sorvete? Parece um dálmata! Merda, eu vou comer cachorros?

Lauren pegou a tigela das mãos da mulher que a atendeu e caminhou até uma mesa do fundo, sentando-se de costas às pessoas da sorveteria. Saí de seu bolso e voei até a mesa, observando a tigela com cachorrinhos. Coitados!

— Eu me recuso a comer isso. - eu disse, Lauren me olhou com a testa franzida.

— Por que não?

— Eles eram tão inocentes, Lauren. - digo me referindo aos pobres cachorrinhos que viraram essa massa estranha e gelada.

— Eles quem, Camila? - ela aproximou a cabeça da tigela para ver se tinha algo estranho lá dentro.

— Os cachorros! - a expressão confusa de Lauren apenas se intensificou com as minhas palavras. Como ela não estava entendo? Será que ela come cachorros inocentes e nunca havia percebido?

— Eu realmente não estou entendendo, Karlinha.

— Estou falando dos cachorrinhos que viraram essa massa! - apontei para a tigela, com uma expressão óbvia.

— Camila... - ela começou ainda confusa e colocou um dedo na minha testa.

— O que está fazendo? - perguntei.

— Vendo se você está delirando. - tirou o dedo da minha testa e depois colocou a mão em sua própria testa. - Sua temperatura tá normal. - deu de ombros.

— Eu não estou delirando! Estou falando dos pobres dálmatas que viraram este sover...sorv... Que seja!

— Ahhh, claro. - ela riu, parecendo entender. - Não são dálmatas, Karlinha. - riu mais alto, fazendo algumas pessoas da sorveteria olharem para ela. - É apenas leite e chocolate, pequena. - ela sussurrou quando as pessoas pararam de olhar.

— Sem cachorros? - perguntei, alternando o olhar entre as íris verdes maravilhosas, a tigela e os lábios rosados de Lauren.

— Sem cachorros. - garantiu, reprimindo um riso. - Pronta para provar a melhor sobremesa de todas?

Balancei a cabeça empolgada: — Sim!

— Então olha o aviãozinho. - a ser-humano fez barulhos estranhos com a boca, levando uma colher cheia do sorvete até mim. A olhei, confusa. Que avião? - O que?

— O que está fazendo?

— Eu, uh, não sei. Apenas prove logo isso. - ela sorriu, me encorajando a provar aquela massa branca com pintas marrons.

Em dúvida do que fazer, passei a língua pela coisa gelada e depois dei uma pequena mordida, mastigando tudo. O sorvete virou um líquido na minha boca e eu engoli. Lauren me olhava, sorrindo, esperando pelo o que ia dizer.

— É gostoso! - eu disse sorrindo e ansiando por mais daquele negocio gelado.

— Yaaay! - Lauren riu divertida, e tentou fazer um high-five, mas sua mão enorme bateu de encontro com a minha minúscula e eu fui empurrada para a ponta da mesa, quase caindo no chão. - Ouch! Desculpa.

Lauren disse segurando meus braços e me levando para perto de si novamente.

— Eu estou bem. - digo alisando minha cabeça. - Por que fez isso?

— Eu me empolguei. - a garota sorriu torto, coçando a nuca nervosamente. - Você me desculpa se eu te der mais sorvete? - riu, acariciando minha bochecha com o polegar.

Dei de ombros e mordi mais uma vez o sorvete. Lauren quase não tomou, ora me olhava sorrindo, ora me ajudava a limpar o rosto sujo de sorvete. Depois de tomar quase toda a tigela, a ser-humano tomou o resto e pagou a conta. Mas quando nós íamos embora, eu protestei.

— No bolso não. - eu praticamente implorei, com a voz manhosa e carinha de dar pena. Lauren é uma frouxa, com certeza vai cair.

— Camila... Alguém pode ter ver.

— Eu fico quietinha no seu ombro. - sorri triste. Lauren suspirou, está dando certo.

— Tá, tá. - ela sorriu torto e me colocou em seu ombro, pondo alguns fios de cabelo na minha frente. - Fica quietinha, não se mexe.

Lauren se virou para sairmos da sorveteria e deu de encontro com uma garota que entrava. Por sorte, eu consegui cravar minhas unhas em seu ombro, o que causou um pequena dor nela, pois ela gemeu, mas ela logo tratou de disfarçar.

— Me desculpa! - ela pediu, fiquei em dúvida se foi para mim ou para a pessoa que ela esbarrou.

— Tudo bem, Lauren. - a moça disse, sua voz era familiar, e ela sabia o nome de Lauren.

— Ruby? - disse Lauren, olhando incrédula para a menina parada a sua frente.

— Eu mesma. - ela riu. - Já tá de saída?

— Eu, uh, sim. - a menina se embaraçou na resposta.

— Eu posso acompanhá-la? - indagou, pude ver Lauren arregalando os olhos e negando furiosamente com a cabeça.

— Ah, não precisa, Ruby. É um caminho chato.

— Mesmo assim, eu faço questão, Laur. - Laur? Elas trocavam apelidos?

— Ah, tá, tudo bem então.

Lauren saiu da sorveteria com a tal Ruby ao seu lado, falando algumas coisas. A garota de olhos verdes me olhou preocupada e murmurou "eu não tinha como negar". Assenti com a cabeça e revirei os olhos.

— Você mora longe? - a maior perguntou, Lauren fez um gesto que não com a cabeça. - Escuta, Lauren, acho que começamos com o pé esquerdo.

— Por que diz isso? - a menina indagou.

— Você não parece gostar de mim, da minha presença. Nem sequer fala comigo na escola. - suspirou. - E Dinah disse que você estava com ciúmes.

— Eu não estou com ciúmes! - Lauren respondeu rapidamente.

— E o que tem contra mim?

— Bem, eu não sei... Para ser sincera, você... Você fez Dinah rir. Eu sei, isso é ridículo. - Lauren riu fraco. - O que quero dizer é que não estou acostumada com outra pessoa, entende?

— Resumindo: você estava com ciúmes. - Ruby gargalhou, ainda vi Lauren revirar os olhos.

— Eu não estava com ciúmes! - ela diz sem paciência.

— Ohh... Se você diz. - a maior deu de ombros. Eu sentia que a qualquer momento as órbitas de Lauren sairiam de seu rosto, tamanha era a agressividade que ela revirava seus olhos.

Comecei a andar pelo ombro de Lauren de propósito, tentando ver a garota com quem ela falava. Mas pelo visto, Lauren sentiu cócegas e começou a rir inevitavelmente.

— O que foi? - a Ruby perguntou, sorrindo para Lauren, cerrei os punhos e por algum motivo, a raiva me atingiu.

— N-nada. - ela riu nervosamente e coçou a nuca, me dando uma cutucada.

Bufei e voltei a me sentar no ombro da garota, com braços cruzados e uma expressão carrancuda.

— Você é estranha. - Ruby apontou, quando chegamos na frente da casa de Lauren.

A maior jogou seu cabelo curtos para trás e sorriu mais uma vez para Lauren, deixando um beijo em sua bochecha. Arregalei meus olhos. O que foi aquilo?

— O que foi isso? - Lauren tirou as palavras dos meus pensamentos.

— Uma despedida, gatinha. - sorriu de lado.

— Tá. - a menina dos olhos verdes deu dois passos para trás - Tchau, Ruby.

Lauren entrou em sua casa e trancou a porta o mais rápido possível. Me pegou nas mãos e sorriu abertamente. Eu tinha uma expressão raivosa, maxilar trincado e punhos cerrados.

— Quem era ela? - eu indaguei, Lauren arqueou uma sobrancelha.

— Uma amiga. - respondeu. - Na verdade, nem isso! Ela é insuportável. - revirou os olhos. - Por que, Karlinha?

— P-porque, eu, uh, ela... Ela estragou o nosso passeio.

Não era bem por isso. Eu apenas não gostei daquela garota. Não gostei dela falando com Lauren. Não gostei dos sorrisos que ela lançou para Lauren. E odiei o beijo deixado na bochecha de Lauren. É um sentimento confuso, apenas não gostei.

Lauren alisou meu braço com o polegar.

— Podemos sair de novo, pequena. - ela disse sorrindo.

— Agora eu não quero mais. - rolei os olhos e voei das mãos da ser-humano, subindo até o seu quarto.

Atrás de mim, vinha Lauren correndo e pedindo para eu esperá-la, eu gargalhava.

---


Notas Finais


Hallo!


Dessa vez nem demorei tanto, né?


Kisses :*


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