1. Spirit Fanfics >
  2. Little Lies - Lee Taemin >
  3. Black Rose.

História Little Lies - Lee Taemin - Black Rose.


Escrita por: jaehyunsexual

Capítulo 1 - Black Rose.


Busan, 1993.

- Me empresta, Jong.  Por favor... 

Já fazia quase dez minutos que eu balançava meu irmão pela manga da camiseta. Insistindo para que ele me emprestasse o carro, com o objetivo de chegar mais rápido na casa de Jinki sem ter de precisar esperar pelo ônibus.

- Olha pra minha de louco, S/N. Você nem tirou a merda da carteira, nem sonhando que vai encostar um dedo no meu carro. - ele ditava as palavras com tédio, pois Jonghyun nunca se irritava comigo. Ele dizia que não valia a pena e que só gostaria tempo com isso.

- Então me leva, por favor maninho. Não te peço mais nada durante uma semana. - praticamente me ajoelhei ao seu lado, juntando as mãos rente ao queixo e fazendo minha melhor expressão de cachorro que caiu da mudança.

O mais velho suspirou jogando a cabeça para trás, farto de me escutar e não poder prestar atenção em sua novela das sete. Ele me olhou sério, avaliando-me dos pés a cabeça.

- Okay, pirralha. Você venceu. 

Levantou do sofá e bagunçou meus fios de cabelos. Eu sequer me importei com o ato, apenas o segui saltitante feito uma criança que acabará de ganhar seu doce preferido.

- Já te disse que você é o melhor irmão do mundo?! - o peguei em um abraço de urso, levantando a cabeça para olhar seu rosto com um mínimo sorriso.

Jonghyun é quatro anos mais velho que eu e só um pouco mais alto. Ele era o tipo de cara que qualquer garota gostaria de namorar. Usava brincos de argolas pequenas nas orelhas e tinha um transversal em uma. Vivia pintando o cabelo, mas era sempre rosa, preto ou loiro, e essas cores combinavam muito com ele. Apesar das roupas pesadas como se fosse um integrante do Guns N' Roses, era oposto em sua personalidade.

- Sou o único que te aguenta. 

- Jongin ainda é um adolescente rebelde, por isso nós brigamos toda hora. - dei de ombros.

E tinha, Jongin. O caçula da família, o queridinho do papai por mais que fosse chato e mimado. Ainda por cima, saía pichando muros e não levava uma coça sequer. Tal coisa me incomodava, mas quem era eu perto de um pai que acha bonito tudo o que ele faz e uma mãe submissa ao marido?

Patéticos.

- Mas e então, por que está toda cheirosa? - ele perguntou ao adentrarmos sua picape velha. Mas que nos levava para vários lugares sem pestanejar.

- Vou conhecer os pais do Jinki. 

Disse um pouco nervosa. 

Era a primeira vez que eu iria na casa dos pais do meu namorado e pelo o que eu sabia meio por cima, a mãe do rapaz era totalmente o oposto do pai. Dizem que polos opostos se atraem e os pais de Jinki estavam ali para provar.

Enquanto Donghe trabalhava em seu escritório de advocacia e vestia ternos bem polidos e topetes cheio de gel. Hyejin era trabalhada na selvageria de um espírito Rock and Roll dos anos 70, fascinada por música e professora de dança em alguma universidade que eu esqueci o nome.

E quanto aos meus pais... Eles são a típica família tradicional, mas longe de ser que nem as de comercial de margarina.

- Isso me lembra que eu preciso ver o Kibum... - ele murmurou. Olhos fixos na estrada enquanto tentava pôr uma fita no rádio. - Coloca pra mim. - jogou a cassete do Nirvana em meu colo e eu a coloquei.

- Kibum, o carinha da universidade?

A famosa Smells Like Teen Spirit começou a tocar, e eu balancei a cabeça seguindo o ritmo. Eu não era uma fã assumida do Rock, mas era apaixonada pelo gostoso do Kurt Cobain e Axl Rose.

- Esse mesmo. Sabe... Nós ficamos naquela festa do Baekhyun na semana passada.

Meus olhos se arregalaram pela surpresa e eu o olhei. Meu irmão soprou um riso, negando com a cabeça e abaixando um pouco o som do rádio.

- Não sabia que você... Ahn... Curtia homens?

- E eu não curtia até ele aparecer. - suspirou.

- Mas e agora? Ele tem falado contigo?

- Foram poucas as vezes que nos falamos de lá pra cá, mas acho que... Foi só momento. Nada mais que isso e ainda estávamos bem bêbados, talvez ele nem lembre também.

- Se ele não se lembrasse, não estaria te evitando. - cruzei os braços e voltei a sentar normalmente no banco, prestando atenção na música enquanto meus olhos estavam focados nele.

- De certo seja a correria da faculdade. - insistiu.

- Jonghyun!

- Tá bom, você está certa. Mas enfim, aonde o Jinki mora?

- Ele não mora com os pais, então você vai ter que dirigir até o posto de gasolina perto do hospital. 

- Ele vai te esperar lá ou algo do tipo? - eu apenas resmunguei um sim e continuei a escutar da música que saía pelos altos falantes. Pensando em como eu seria feliz se pudesse beijar Kurt Cobain em algum momento fantasioso da minha vida.

Mas ele teria que lutar com Leonardo DiCaprio pra isso, mesmo que eu fosse mais velha que ele.

[...]

Depois de me despedir de Jonghyun e pedir para que ele não esperasse uma ligação minha, eu desci do carro estacionado em frente ao posto e atravessei a rua. Vendo meu namorado acenar fraco para mim e abrir os braços quando eu já estava próxima o suficiente de seu corpo.

O cheiro de seu perfume inundou minhas narinas e eu fechei os olhos, descansando minha cabeça em seu peito firme. Sentindo suas mãos fazendo carinho em minhas costas e nuca.

- Céus, como minha namorada é cheirosa!

Eu ri baixinho e me afastei um pouco para o olhar.

Tão lindo.

- Não mereço nem um beijinho por conta disso? - perguntei manhosa, o apertando contra meu corpo.

- Dois, três, quatro... Quantos você quiser, meu anjo.

Ele sorriu aproximando seu corpo do meu. Jinki selou nossos lábios e no segundo seguinte, eu mesma pedi passagem com a língua. Invadindo a boquinha com gosto de café e suspirando quando sua mão apertou minha cintura com certa pressão.

Os beijos e toques por parte dele, eram sempre muito sutis e calmos. Ele parecia ter medo de me quebrar ou algo do tipo, mas eu sempre investia. Mostrando que ele podia fazer o que quisesse comigo desde que eu o mostrasse que queria mais dele.

Mordi o lábio cheio, o puxando até que escapassem de meus dentes. Ele selou nossas bocas uma última vez e então entrelaçou nossos dedos. Passando a caminhar em direção para onde dava na casa de seus pais.

Não muito tempo depois, paramos em frente a uma casa simples e bem arquitetada. Tinha luzes nas árvores ali em frente e o cercado de madeira branca era baixo.

Nós trilhamos pelas escadinhas de pedra entre o gramado bem amparado. O mais velho segurava em minha mão ainda e me guiava muito bem. Ao chegarmos na porta, ele a abriu, me mostrando primeiramente a sala.

- Sua mãe tem bom gosto. - falei ao notar alguns discos do Queen em cima da mesinha de centro. Ele sorriu assentindo, mesmo que Rock não fosse sua praia.

Jinki preferia Jazz e por algumas vezes, ele se deixava levar pela música popular. O estilo do Lee era bem diferente do meu e isso me encantava. Ele usava calças um pouco mais largas e suéters. Não tinha nenhum piercing pelo corpo e muito menos tatuagens. A franja castanha caía sobre os olhos bonitos, lhe dando um ar fofo que eu tanto gostava de admirar.

- Falando nela... Milagre ela não estar gritando feito doida.

Ele voltou a pegar na minha mão e guiou-me pelo corredor cheio de portas. Logo mais, dobrando a esquerda, pude ver a cozinha. 

- Veja se não é a garota em quem tanto esse moleque fala! - a voz masculina e simpática me deu leve susto, já que eu não esperava pela presença repentina. 

Me virei junto de Jinki, vendo que com certeza, se tratava do pai do homem ao meu lado.

- Pai!

- Eu estou mentindo? - eu ri baixo, notando quando as bochechas do Lee enrubesceram.

- É um prazer finalmente te conhecer, Senhor Lee. - estendi minha mão para o cumprimentar e ele a apertou de leve, sorrindo para mim no processo.

- Fico impressionado por ele ter arrumado uma garota tão bonita e simpática como você, S/N. - sorri um pouco encabulada, era estranho receber elogios assim de alguém que recém tinha me conhecido.

- Capaz, eu é que tive sorte de ter ele.

Jinki me abraçou por trás, deixando sua cabeça sobre meu ombro. Acariciei as mãos envolta de minha barriga e virei um pouco o rosto para beijar sua bochecha quente.

- É melhor não inflar o ego desse rapaz. - o patriarca apontou para o filho,  rindo enquanto falava. Ele voltou sua atenção para as panelas, abrindo uma das tampas e me permitindo sentir o cheiro da comida. - Gosta de ensopado de peixe, menina?

- É o meu preferido.

- Pai, cadê a mãe? - ele perguntou se soltando de mim e puxando uma cadeira da mesa para que eu me sentasse.

- Deve estar saindo do banho. Ela está empolgada para conhecer a nora. - ele piscou para mim e eu apenas sorri. 

- O mano vai vir?

- Taemin ligou assim que você saiu de casa, disse que se atrasaria um pouco, mas que viria.

Jinki não me falava muito de seu irmão, e eu até achava um pouco estranho. Já que eu sempre fazia questão de falar sobre Jonghyun e Jongin. Mesmo que o mais novo sempre me desse dores de cabeça. Eu ainda o amava e estava sempre falando dele. 

Os dois engataram em uma conversa e logo mais escutei passos vindo do corredor. Olhei para trás e vi a mulher a qual sempre idealizei a imagem da qual Jinki me passava, porém, era muito mais do que pensava.

Me levantei da cadeira assim que ela sorriu pra mim, deixando que a fumaça de seu cigarro longo e preto, escapasse pelas narinas.

- S/N! É tão bom finalmente te conhecer. - ela me abraçou apertado, deixando o cigarro bem longe de meu corpo. - Já estava ficando louca de tanto ouvir o Onew falar de você.

- Onew? 

- Ah, é um apelido que meu falecido pai deu para ele.

- E eu odeio. - ele resmungou como uma criança.

- E essa é a graça dos apelidos, meu filho. Ninguém gosta. - a mulher disse provocando, apontando com o cigarro. - Mas enfim, querida. Espero que não ache a família um tanto doida.

Apenas sorri negando e prestei atenção na mulher. Ela vestia um robe de seda escuro, mas pelas mangas largas que subiam por conta da mão erguida do cigarro, eu podia ver traços de tinta. Ela tinha tatuagens e pelo pouco que vi, eram bem selvagens. Os olhos dela eram escuros por conta do resquício da maquiagem, mas ela era muito bonita apesar disso. O cabelo estava preso em um coque bagunçado, mas os fios eram escuros, diferentes dos de meu namorado.

E reparando melhor, os dois não se pareciam em absolutamente nada. Jinki era a cara de Donghe.

- O mais doido ainda nem chegou. - ouvi o pai do meu namorado falar e ela sorriu com isso, parecendo um tanto orgulhosa.

Não sei se capitei a emoção certa, mas pareceu muito isso. Um brilho diferente passou pelas orbes escuras e a mesma apontou para atrás de mim. Meio aérea, me virei. Deparando-me com um quadro grande, com duas crianças se abraçando.

- É o Taemin e o Jinki, quando tinham... Espera, essa foto foi em 78, Taemin tinha 8 e Jinki 10. 

Reparei melhor na imagem.

Jinki sorria com todos os dente á mostra e fazia um V com os dedos, perto da bochecha. O braço magricela passava pelos ombros de Taemin, que tinha os cabelos escuros como a noite e um rostinho sério para foto.

Eu sorri, pois os dois eram totalmente diferentes e por meio disso, uma lembrança me veio a mente, mas era óbvio que não poderia ser. Só tinham certa semelhança e aquele Taemin ali, ainda era apenas uma criança.

- Taemin estava banguela, por isso não sorriu. - Donghe disse.

- Ele nunca sorria muito na verdade. - meu namorado se pôs ao meu lado, passando o braço por minha cintura e colando os lados de nossos corpos. Eu o olhei, notando que ele apenas tinha amadurecido.

- Você continua fofo, amor.

- Só fofo?

- Okay, Jinki. Não pressione a garota. - Hyejin o puxou pelo braço, nos afastando. - Arrume a mesa enquanto eu mostro a casa para ela, anda. - deu tapas na bunda dele e o garoto resmungou, porém a obedeceu.

Ela entrelaçou nossos braços e me guiou pela porta dupla da cozinha, que vi dar direto para um quintal bonito e bem arrumado. Mais ao fundo, tinha uma cabana. E minha sogra me levou até lá.

- Uau... - murmurei pasma, completamente admirada por aquele espaço que emanava Rock desde os pertences até as vigas pintadas com verniz.

- Sabia que iria gostar. 

- Ele disse?

- Mais ou menos, ele falou que com certeza você iria se "encantar" por mim e quando coloquei meus olhos em você... Sabia que era uma das minhas.

Eu ri baixo, dedilhando meus dedos nos álbuns e percebendo que não tinha nenhuma poeira sequer ali. Tudo bem limpo e cuidado.

Tinha dois quadros enormes em uma das paredes. Um era do Queen, explicitamente, a capa do álbum Pre Ordained de 1973. E o outro, era dos Beatles, a típica foto da faixa de pedestres do álbum Abbey Road de 1969.

Eu não escutava muitas músicas deles, mas Hey Jude era a minha preferida e depois aquela do John Lennon, Imagine. Ela me trás uma melancolia fodida e mesmo assim, eu insisto em ouvi-la no escuro do meu quarto.

- Nossa... - peguei uma Polaroid do Elvis, encantada com a beleza sobrehumana daquele homem.

- Lindo, né? Babava por esse homem na minha adolescência.

- Imagino. - rimos juntas e passamos mais um tempo na cabana. Como eu disse, não era fã assumida, mas quando o assunto era sobre esse gênero de música, eu vibrava.

Pouco depois, saímos da casa e pela movimentação lá dentro da outra, era de se notar que algo acontecia. Agora quatro vezes masculinas soavam altas demais.

A mulher vibrou ao meu lado e apertou o passo para entrar em casa. Eu ri fraco, Lee Hyejin podia ser facilmente confundida com uma jovem de 20 anos se não fosse pelo seus traços da meia idade.

Eu entrei um pouco mais atrás, agora, acanhada. Pois eu não conhecia aqueles outros dois rapazes de costas para mim. E um deles, a mulher fazia questão de apertar as bochechas e beijar o rosto todo.

- Amor. - Jinki me chamou com a mão e eu fui até ele, deixando um beijo em seu pescoço. - Esses são Minho e Taemin. - ele apontou e então os dois se viraram em minha direção.

Acenei com a cabeça para o cara alto de porte físico atlético. Ele tinha olhos grandes e um sorriso muito bonito, o cabelo castanho contrastava bem com a pele bronzeada.

- Que bom te ver, S/N. Onew falou muito de você.

Onew... Tinha que me acostumar com isso.

- Espero que só coisas boas. - nós rimos juntos e ele apenas assentiu com a cabeça. Jinki me apertou mais contra seu corpo e então eu levei meu olhar para seu irmão, já que não tinha lhe dado atenção ainda.

E cacete... Eu travei na hora.

Ele me olhava fixamente assim como eu o olhava. 

Aqueles olhos, eu conhecia aqueles olhos de muito tempo atrás e então pude confirmar, que minha constatação de mais cedo, estava errada. O Lee Taemin que estudou comigo no Ensino Médio inteiro, era o mesmo Taemin irmão de Jinki.

O observei por segundos que pareceram horas.

Ele estava mais alto, e sua fisionomia era bem madura. Os cabelos pretos como os da mãe, os lábios sempre tão grossos e agora pude notar que ele tinha puxado muito a mãe deles. E não só pelos lábios e cabelos, mas também seu estilo.

As tatuagens escapavam pela pele branquinha do pescoço, a roupa pesada assim como as de meu irmão, um verdadeiro rockeiro. Piercings pelas orelhas e um no lábio inferior.

Senti meu interior revirar, eu estava vendo Lee Taemin depois 5 longos anos, achando que nunca mais o veria na face da Terra ou esbarraria com ele em algum lugar.

Ele estava ali, na minha frente. E agora, era meu cunhado.

- Anjo... - saí de meu transe com a voz baixinha de Jinki em meu ouvido, arrepiando-me dos pés a cabeça e tremendo meu corpo.

Eu ainda o encarava e ele fazia o mesmo.

- Hm, prazer... Taemin. - foi estranho dizer aquilo para ele, muito, muito estranho. Ele sorriu ladino e eu engoli a saliva acumulada em minha garganta.

- O prazer é meu, S/N. 

Não houve troca de comprimento com mãos, pois logo tratei de ir ajudar Donghe com as panelas, mesmo que ele tivesse insistido que faria sozinho.

Hyejin estava mais animada e acendeu outro cigarro antes de nos sentarmos á mesa. Eu só queria não ter ficado de frente para Taemin, pois eu sentia os olhos avaliadores dele sobre mim e isso me deixava tensa.

Não conseguia nem comer minha sopa sem tremer a colher.

Droga!

- Onew disse que você cursa Jornalismo, S/N. Falta muito ainda para acabar?

Olhei para Minho. Ele comia sua sopa com calma e leveza, senti inveja dele.

- Só mais dois anos. - sorri fraco e senti a mão de meu namorado parar em minha coxa. Palma para cima, esperando que a minha mão se encaixasse na dele. E assim fiz, sentindo um pouco do meu nervosismo desaparecer.

- Jornalismo, é? - a voz do Lee mais novo pareceu percorrer em minhas veias, e eu evitei o olhar. - Legal. Em que faculdade?

- Yonsei.

- Oh! Que legal, é na mesma que a sua, Taemin. - Hyejin que estava quieta até então, vibrou como uma jovem novamente e eu apertei a mão de Jinki inconscientemente.

Eu nunca tinha o visto por lá. E por mais que Yonsei fosse enorme, eu teria lembrado de ter visto ele.

- Eu só começo na segunda, mãe.

- Já se transferiu, então? - Jinki soprou. - Pensei que gostasse de Hanyang.

- E gosto, mas Yonsei fica mais perto da minha casa e então não preciso correr contra o tempo pra ir trabalhar depois. - ele se remexeu na cadeira e me olhou. Desviei com pressa para meu prato, vendo que mesmo tremendo com a colher em minha mão, comi mais que todos.

- Como ficou sua grade? - Donghe perguntou e eu pulei de susto, visto que estava concentrada demais em olhar para meu prato.

- Vou ter aulas pela manhã e ainda sobra um tempo no horário do almoço.

Porra!

Eu estudava pela manhã. Que caralhos tá acontecendo? Deus por que você não me preparou pra isso?

- Pode vir almoçar aqui nas sextas, já que é meu dia de folga e seu pai vem para comer em casa, que tal? - a mulher olhou para o filho, que assentiu com um sorriso nos lábios e então, ela nos olhou. - Pode vir com Jinki se quiser, S/N. Eu não cozinho tão bem quanto meu marido, mas prometo que é comestível.

Eu ri baixo, feliz por ter me dado bem com eles e por conseguir em insignificantes segundos, esquecer de meu corpo nervoso.

- Claro que ela vem, não é? - Jinki me olhou com um sorriso cheio de amor nos lábios, e eu não tive como negar.

- Venho.

Ele me deu um selinho e eu sorri. Todos vibraram na mesa, me fazendo ficar com as bochechas vermelhas. Senti um cutuque no pé e rapidamente, olhei para o ser em minha frente.

Taemin estava sério, com uma sobrancelha arqueada.

Será que ele lembrava de mim?

O jantar seguiu entre nossas conversas e risos provocados por Minho, que era um belo piadista de mão cheia. Quando a maioria saiu da mesa, indo para a sala, eu ajudei Donghe com a louça, pois não me importava de lavar pratos e copos, só não gostava de secá-los e ter de guardá-los.

- Taemin é assim mesmo. - ele disse enquanto secava os copos, e eu o olhei confusa. - Mas ele gostou de você.

- Ele é bem... Sério. - entrei na conversa, mesmo que já conhecesse o tipo de pessoa que era Taemin.

Não gostava de lembrar muito, pois algumas lembranças ainda eram bem vividas.

- É um bom garoto. Claro que aquelas tatuagens e cara amarrada não ajudam ele nenhum pouco. - nós rimos e então terminamos por ali.

O mais velho me guiou até a sala, aonde Hyejin escolhia algum vinil com Taemin. Enquanto Minho e Jinki conversavam sobre algum assunto que eu não fiz questão de prestar atenção, apenas me sentei ao lado de meu namorado e escorei minha cabeça em seu ombro. Fitando a figura de um Taemin maduro em minha frente, que enquanto conversava com sua mãe com vinis e fitas em suas mãos, tinha um leve sorriso na boca carnuda.

The Boys Light Up do Australian Crawl começou a tocar baixo e os dois vibraram juntos. 

Me enchi de nostalgia, lembrando que na festa de formatura da escola, essa música tocou e eu fiquei por semanas a fio com ela na cabeça. Mas antes da formatura, eu tinha escutado essa música com ele.

Não tinha me ligado que eu ainda encarava Taemin, e só fui perceber, quando Jinki passou o braço por meus ombros e me apertou contra seu corpo, pressionando um beijo em minha têmpora.

E Taemin me encarava da mesma forma.

Ele saiu depois de negar com a cabeça, como se negasse algo para si mesmo e então, bateu a porta. A mulher se atirou ao lado de Minho e começou a fazer perguntas sobre como estava a faculdade, seus pais e essas coisas.

- Já quer ir embora?

- Ah... Não sei. - dei de ombros. - Já está me expulsando?

Ele negou rapidamente e eu o segurei pelas bochechas.

- Você só parece meio cansada. Mas se quiser ir, eu dou um jeito. - disse entre o biquinho que se formava em seus lábios e eu sorri o achando fofo demais.

- Vou me despedir de seus pais então. 

- Vou no banheiro primeiro, okay? - eu assenti e ele levantou.

Por sorte, os mais velhos não insistiram para mim ficar mais um pouco, visto que eles também tinham de dormir cedo já que trabalhavam no dia seguinte. Os abracei forte e então acenei brevemente para Minho.

Abri a porta da casa e sai para fora, esperaria Jinki mais na frente. Porém, me arrependi ao ver Taemin encostado em um carro. Que suponho ser seu já que ele não estava ali quando chegamos, ou poderia muito bem ser de Minho.

- Sinceramente, eu achei que nunca mais fosse te ver... Kim S/N.

Estremeci ao ouvir sua voz ousada. 

Ele fumava sem pressa, encostando com certa elegância de um rockeiro naquele carro. E pela luz da rua, eu conseguia ver seu rosto revestido em pura ironia.

Pulei o cercadinho, pois ele era realmente pequeno.

- Achei que não tinha lembrado de mim.

Fiquei de frente com ele. 

Sentindo o cheiro de seu perfume e cigarro. Vendo agora seu corpo sem a jaqueta de couro pesada, revelando seus braços tatuados assim como o pescoço.

Eu tinha um fraco por homens tatuados e estava internamente quase implorando para Jinki fazê-las, pois eu não aguentaria ver Taemin todos os dias no campus com suas tatuagens á mostra. Sem contar nos piercings em suas orelhas e lábio.

Taemin tinha a porra de uma rosa negra ao lado do pescoço, e eu amava rosas. Com certeza é a minha preferida sem ter visto as outras milhares.

Tinha que parar de pensar nisso, eu namorava com Jinki. Mas isso também não quer dizer que sou uma puta cega.  Eu via homens bonitos todo santo dia, mas não reparava tanto neles quanto reparava em Taemin.

Talvez fosse pelo fato de estar o vendo depois de 5 anos e ele ter mudado a beça.

- Eu nunca esqueci de ti. - ele sorriu amargo, jogando a bituca no chão e pisando em cima. Se aproximou do meu corpo e eu apenas fiquei ali, o olhando.

Jinki estava demorando, mas isso sequer pareceu importar para mim no momento.

- Você mudou.

- Não fui o único. - rolou os olhos pelo meu rosto inteiro, parecendo decorar cada mínima parte. Eu fiz o mesmo consigo e me senti totalmente estranha.


Notas Finais


dessa vez eu não apago 😳


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...