História Living Memories - Secrets

—Onde diabos você estava? – JingYi perguntou, assim que Sizhui adentrou o quarto. 

—Na praia. Precisava de um tempo para colocar a cabeça no lugar. – Colocou o notebook e o celular sobre a mesa, antes de se virar para o amigo novamente. – Achei a lista de pessoas que morreram no furacão. 

JingYi congelou no lugar, com medo de ouvir justamente o que não queria. 

—O nome dele estava lá? 

—Estava... – Sizhui arqueou uma sobrancelha ao ver o amigo se sentando na cama com expressão desolada, até se dar conta de que não havia acrescentado um detalhe importante. – Mas a lista tinha erros.

JingYi se levantou novamente com os olhos arregalados. 

—Você tem noção de que eu quase infartei, né? Não podia ter dito isso antes? 

—Você não esperou eu terminar! – Sizhui se defendeu, prendendo o riso.– Apareceram outros nomes também, um dos amigos do meu pai. 

—Yixuan? O pai daquela menininha? 

—Ele e a esposa. 

—A criança sobreviveu? 

—Não sei. Todos eles podem ter sobrevivido, afinal a lista estava com vários erros. – Foi até a mala, procurando seu pijama. – Até o nome do meu pai estava lá. 

—Bom, ele é a prova viva de que a lista está errada então. – JingYi deu de ombros, antes de olhar Sizhui de cima a baixo notando traços claro de que ele não havia dormido. – Você precisa dormir. Como vamos achar o Wei Ying se você estiver morrendo de cansaço?

—Vou só tomar um banho antes. 

No período em que Sizhui estava dormindo, JingYi começou a revisar as anotações que fizeram durante a madrugada e pegou o notebook do amigo para fazer algumas pesquisas em redes sociais. Tentou Wei Ying novamente, mas não encontrou nada. Achou o Instagram de Wen Qing, mas a conta era privada então teria que esperar se quisesse ver alguma coisa. Também encontrou o perfil de outro amigo de WangJi e com ele uma das respostas que não queria encontrar. 

—Porcaria... – Murmurou para si mesmo, riscando os nomes de Yixuan e Miranda. 

Continuou sua pesquisa durante toda a tarde e só parou quando seu estômago começou a doer. Não havia comido nada o dia inteiro. Estava prestes a deixar o quarto, quando ouviu o celular de Sizhui tocar e saiu praticamente correndo para atendê-lo antes que o garoto acordasse.

—Por que você está com o celular do Sizhui? – Jin Ling perguntou assim que ele atendeu. 

—Porque ele está dormindo, sua anta acéfala. Por que mais? 

—Eu por acaso te ofendi?

—Okay, okay. Foi mal. –JingYi soltou um suspiro cansado, olhando para a janela. –Meu Deus, quando anoiteceu?

—Dia difícil? 

—Muito. Onde você está?

—Aeroporto. 

—Vou te passar o endereço do hotel por mensagem.

—Okay. 

Ao finalizar a chamada, JingYi enviou a localização do hotel para o amigo e foi acordar Sizhui. Tinham que decidir se contariam ou não para Jin Ling sobre o que estava acontecendo.

—Sizhui, levanta. – Pegou o travesseiro que estava sobrando e arremessou contra ele.

—O que foi? Jin Ling já chegou? – Sizhui perguntou, se sentando na cama com a cara amassada e o cabelo todo desgrenhado.

—Ele vai chegar em uns quinze minutos. – JingYi se sentou ao lado dele, pegando o travesseiro que havia arremessado e colocando sobre o colo. – Precisamos conversar. Vamos contar ao Jin Ling sobre seu pai? 

—Melhor não. 

—Okay, mas isso vai significar que nós dois não podemos tocar no assunto ou ver qualquer um dos vídeos enquanto ele estiver por perto. – Sizhui assentiu. – Você aguenta a ansiedade? Nem dormiu por causa disso. 

—Eu não dormi, porque estava pensando demais. Saber que tem uma esperança de ele estar vivo já é um progresso.

—Tudo bem, então agora vamos tentar fazer o que a gente veio fazer, okay? Só curtir o que esse lugar tem a oferecer.

Mesmo que não tivesse certeza se conseguiria fazer aquilo, Sizhui concordou.