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História Livro 4: O Novo Mundo - Implicações Políticas


Escrita por: CarolSea

Notas do Autor


Olá, estamos aqui com mais um Capítulo!
Este está um pouquinho diferente, estou começando a perceber que deixar só a visão da Katara pode começar a limitar um pouco a história, então, quando eu achar necessário vamos ter alguns outros pontos de vista. Nesse em específico compartilharemos um pouquinho do protagonismo com o Zuko.
Espero que gostem.

Capítulo 4 - Implicações Políticas


Fanfic / Fanfiction Livro 4: O Novo Mundo - Implicações Políticas

 

KATARA

 

-Aii...Agora não Suki! - Sokka murmurou, sacando seu bumerangue.   

Os sábios se mexeram, e Toph criou uma súbita prisão de terra forçando-os a ficarem imóveis. 

-O que fazemos agora, Sokka? - Toph questionou. 

-Vamos manter o plano. Aang, cuide deles. - Sokka indicou os Sábios presos. - Você e Zuko vão para a sala do trono e aguardem. Toph, Katara, comigo. Mai, à porta.  

Aang, com um único movimento, deslocou a prisão que segurava o grupo de idosos em direção às grandes portas à frente, que se escancararam. Katara pôde ver uma sombra em seus olhos. Zuko o seguia, segurando a mão de Mai até alcançar a parte interna, junto com Aang.

-Ao som do primeiro ataque eu te encontro. – Zuko deu um breve beijo nela e fechou as portas.  

-Katara, vamos! - Sokka a chamou mais uma vez, e ela deu as costas para a cena se pondo em movimento atrás do irmão.

Ela tentava limpar sua mente e manter-se concentrada no que estava acontecendo agora, mas era difícil não deixar seu pensamento se voltar para o que acabara de ouvir daquele velho. 

-Toph, tenta verificar se estamos sendo vigiados. Da última vez Azula tinha dominadores de terra aqui. – Toph pisou mais firme e diminuiu o passo.

-Nada ainda, não consigo detectar ninguém. – E voltou a recuperar o ritmo e iniciou uma corrida. Sokka foi ficando para traz, mancando.

-Toph, temos que desacelerar. – Katara informou, indo ajudar o irmão. Ele ainda não estava pronto para se locomover tanto e com tanta rapidez.

-Aii seu molenga! – Toph parou e pegou uma espécie de armadura exposta no corredor, arrancou um braço e moldou o metal como se fosse argila. – Isso vai ajudar. – Ela jogou para Sokka uma muleta meio improvisada. E eles continuaram seguindo pelo corredor até sair do palácio.

- Sokka, um grupo de quatro pessoas, atrás da pilastra. – Toph alertou com um murmúrio.

- Venham, mais rápido, devem estar precisando da gente! – Sokka falou alto demais para ter certeza de que os escutariam.

Seguiram por mais um tempo, até junto dos grandes paredões de magma solidificado, onde Toph abriu uma passagem.

-Rápido, entrem.  

Ela seguiu para a frente do grupo assim que fechou a passagem, e foi abrindo caminho, formando tuneis escuros e quentes.

 – Cuidado Katara, estamos dentro de um vulcão adormecido, esse subsolo é bem perigoso. -Sokka a advertiu.

-Só me sigam que vai dar tudo certo.

-Toph, temos que atingir aquele bunker, Zuko me mostrou uma passagem que nos leva direto a uma entrada secreta próxima a sala do trono.

-Teria sido bom sabermos disso antes da invasão. – Toph comentou, movendo uma grande rocha da frente.

-Com certeza teria ajudado. – Sokka confirmou.

Katara permanecia calada, meio alheia ao assunto deles. Ela não estivera com o grupo quando eles tentaram achar o Senhor do Fogo no subsolo durante o dia do Sol Negro. E no momento não estava interessada em saber mais sobre aquele ocorrido.

- Sokka... O que foi aquilo lá dentro? – Katara sentia sua voz meio fraca. Ela precisava confirmar se realmente tinha escutado o que achava que tinha escutado.

-Katara... – Ele suspirou. - Não se preocupe. Aqueles velhos só queriam provocar o Zuko. – Sokka tinha um tom de troça na voz. Mas Katara sentiu que existia um fundo de preocupação também. – Ninguém no mundo pode esperar que uma dominadora de água seja uma Lady do Fogo...

-É... Imagino que não. – Era impossível esconder o temor na sua voz. E Aang ouvindo aquilo! Ela podia só imaginar como ele deveria estar mal...

Sua cabeça girava com pensamentos, a linha de raciocínio saltando em considerações e possibilidades. Zuko amava Mai. Katara pensava que agora talvez pudesse dar uma chance à Aang, ele gostava muito dela, e ela retribuía de certa forma esse carinho. Aang nervoso naquele dia que assistiram à peça teatral da ilha Ember. Zuko e Katara se entreolhando com estranheza, quando seus atores se declararam um ao outro. Zuko pulando na frente do raio de Azula. Ela morando na Nação do fogo, sendo a Lady do Fogo, ela, uma dominadora de Água do Polo Sul... Katara só queria ir para casa, reencontrar sua avó...

- Chegamos. – Toph informou, mas um pouco tarde demais para Sokka que bateu a cara em uma parede de metal. Toph o puxou enquanto ele xingava e ela ria. – Da licença. – Katara escutou o som de metal se retorcendo e logo foram atingidos por uma luz fraca bruxuleante de algumas tochas nas paredes de um grande corredor todo feito em metal.

- Tudo bem, por aqui. -Sokka disse pegando o caminho da direita.

Era um verdadeiro labirinto! Katara não fazia ideia como o irmão conseguia se orientar tão bem, e ele não estava nem com um mapa guia! Ela apenas o seguia, sem muito ânimo para participar mais ativamente ao longo daquele trajeto.

Por fim chegaram a uma portinhola, Toph saiu primeiro, e ajudou Sokka a passar depois dela, mas assim que Katara estava atravessando pelo buraco, se desenrolando de uma tapeçaria que aparentemente ficava a frente daquela passagem, ela ouviu Toph gritar.

-Esperem!! – Um bloqueio de terra rompeu do piso. Katara sentiu seus pulsos se colarem um no outro bruscamente, e, depois, um forte puxão para longe de Toph e Sokka. Ela bateu com força na barreira que Toph tinha levantado, e perdeu o ar. A barreira se rompeu, e Katara se viu em poder de um dos agentes DaiLi, antes de ser amordaçada por uma resistente faixa de pedra.   

 

 

ZUKO

 

Na sala do trono o silêncio reinava. Zuko sentia um clima estranho, Aang estava imóvel já fazia algum tempo. A única atitude que o garoto teve em todo o tempo desde que entraram lá sob comando do Sokka, foi amordaçar os sábios com uma tira de terra ao primeiro sinal que eles iriam reclamar de estarem presos daquela forma.

-Está tudo bem? – Ele tentou investigar.

-Não. Não está não.

Momo que estava pousado sob o ombro do garoto saiu voando e foi se empoleirar em um archote apagado. O tom da voz de Anng era exaltado, raramente Zuko o tinha visto assim.

-O que houve?

-O que houve?! Você ouviu a proposta deles?! – Aang finalmente se virou e o encarou.

Havia verdadeira fúria em seus olhos.

O Sábio mais velho podia estar amordaçado, mas era perceptível para Zuko que um sorriso presunçoso se formava sob aquela faixa de terra diante a situação.

-Sim, mas você não está achando que vou aceitar, está? – O garoto retomou o silêncio. Como Aang poderia ter levado aquilo em consideração? – Aang, eu e Katara jamais... Eu amo a Mai!  

Zuko se sentia meio exasperado tentando explicar, mas Aang permanecia taciturno frente a todas as suas palavras. E então uma pontada de compreensão o atingiu, e ele se aproximou tocando ombro do Avatar

- Você gosta dela, não é? – Aang assentiu meio tímido. - Aang, eu nunca...

Um estrondo ecoou pelo corredor e ambos se adiantaram para a porta.

Mai já estava aposta, com suas adagas na mão. Zuko sabia que não precisava se preocupar, era extraordinário como ela era bem treinada e eficiente, mas se interpôs mesmo assim na frente da garota. Havia pessoas mascaradas se aproximando de todas as três direções dos corredores.

Uma corneta próxima soou. Dois toques curtos. Isso só podia significar uma coisa, Sokka, Katara e Toph estavam por perto e também estavam com problemas.

-Aang, vai ajudar o Sokka. Eu e a Mai damos conta. – Zuko pediu, e Aang partiu em direção do chamado. Em alguns segundos todos os homens que se aproximavam pela direita estavam caídos com a passagem do Avatar por eles.

 

 

KATARA

 

Katara seguia presa. O agente não fizera questão de dar batalha a Toph e Sokka, apenas a arrastou junto com ele e em alguns movimentos rápidos ela estava caindo pela janela. O Homem aparou a queda segundos antes de chegarem ao chão do pátio, e lá se puseram em alta velocidade.

Dois toques curtos de corneta romperam a noite, e Katara imaginou que Sokka deveria estar alertando sob a investida aos outros grupos. Ela também era capaz de ouvir Toph, a garota devia estar perto, seus palavrões eram audíveis mesmo contra o vento.

Algumas barreiras de terra começaram a irromper do chão, mas o homem conseguia desviar-se com elegância. Ela era sacolejada e sua noção de espaço ficou confusa por um momento, mas logo percebeu que seguiam para a prisão. Ela sorriu para si mesma, a prisão era onde tinha maior concentração de pessoas aliadas.

Porém, de repente Katara pôde ver que eles não seguiam mais sozinhos. Havia outros e com ajuda de um movimento de dobra, os homens conseguiram se catapultar para vários andares acima na prisão. Entraram com precisão pela mesma pequena abertura que Aang havia saltado com seu planador um dia antes. Estavam muito próximos às celas do Senhor do Fogo e de Azula. Katara não podia permitir que eles as atingissem, como parecia ser o objetivo.

Ela ouviu Toph arrebentando parte da muralha, aparentemente ela tinha se arremessado, mas não fez questão de ser silenciosa como aquele grupo. Menos mal, agora estavam todos alertados que tinha alguma coisa acontecendo.

Ver Toph ali, em uma prisão a lembrou de algo que não muito tempo atrás ela tinha aprendido. Katara concentrou seu suor nos pulsos. Era difícil manipular o elemento, sem conseguir mover as mãos ou as pernas, mas ainda tinha centímetros de movimento para seus dedos e aos poucos ela começou a sentir os grilhões de terra se humedecerem. Ela fez a mesma coisa com a mordaça, transferia toda a água que conseguia juntar na boca para aquela faixa, e não conseguiu evitar de pensar como seus amigos iriam achar aquilo nojento quando lhes contassem.

Outros dois toques de corneta foram tocados, agora na prisão. Sem dúvida que aqueles homens confundiriam a estratégia de Sokka, com dois locais sendo atacados juntos. A preocupação com Aang, Zuko e Mai cresceu, agora estariam sozinhos e sem apoio.

-Saiam da frente. – O homem que a mantinha cativa ordenou, e Katara se contorceu para ver com quem ele estava falando.

-O Pedregulho não sai não! Você vai ter que obrigar ele!! – Pedregulho e o Hippo ocupavam o corredor, bloqueando a passagem.

-Hei! Nem pensem! Eles são meus!! – Toph havia conseguido os alcançar, fechando a outra ponta do corredor.

-Vai ser ótimo dividir o ringue com você de novo Bandida Cega – Hippo grunhiu. Mas antes do primeiro movimento ser feito as portas das celas se abriram e o corredor se encheu de prisioneiros em um instante.

- Ótimo plano Sokka!! – Katara escutou Toph reclamando para ninguém em específico e começando a abrir caminho pela multidão.

Os agentes não perderam tempo, aproveitaram a distração momentânea. Hippo e Pedregulho se afundaram no chão que de repente virou uma areia fofa sob seus pés e os agentes saltaram por cima de suas cabeças semi-soterradas.

-Acho que não vamos conseguir chegar na cela da Princesa.

-Plano B então. Ainda bem que conseguiu capturar essa aqui. Ela não vai nos servir de oferta para a Princesa, mas ainda podemos usa-la como barganha. Deixa Azula, afinal ela nos dispensou primeiro... - Katara escutou os homens conversando.

Ela estava quase conseguindo romper suas amarras, mais um pouco... Eles saltaram novamente, estavam em uma rua deserta. Havia um bebedor para animais ali perto, Katara pôde ver o reflexo da lua na água enquanto seguiam em direção ao solo. Mais alguns passos e ela estaria na posição perfeita.

Ela se concentrou, congelando seus grilhões já bem molhados, e os estourou. Um segundo depois seu captor estava imobilizado envolvido em um grande bloco de gelo. Katara estava com sua água pronta, para continuar a luta com qualquer um dos homens que se adiantassem.

Eles a cercaram, mas algo pegou todos de surpresa. Um bolo de algas marinhas entrelaçou todos os agentes de uma só vez, fazendo-os perder o equilíbrio. As Guerreiras Kyoshi chegaram em uma linda demonstração de unidade e técnica. E em poucos segundos todos os homens também estavam com seus chis bloqueados. Ty Lee havia as ensinado bem.

Hu saiu das sombras, ainda dominando suas algas, e Katara viu seu pai, e toda a sua tripulação. A sensação de alívio e felicidade a inundou, então eles haviam chagado bem!

-Katara!! – Aang vinha descendo em seu planador, ele parecia ansioso e preocupado.

-Está tudo bem! – Katara o tranquilizou, massageando os pulsos.

-Que bom vê-los. -Aang se pronunciou. - Mas acho que as saudações terão que esperar. Zuko, Mai e Sokka estão sozinhos. Precisamos ajudá-los. – Todos se colocaram rumo ao palácio.

Ao se aproximarem do portão, contudo, ele estava fechado. As ameias externas estavam ocupadas e jatos de fogo começavam a ser lançados. Aang saltou na frente, desviando as chamas.

-Soldados, hoje estamos aqui para comemorar. Não deixem que o inimigo tome nossa vitória! – Hakoda assumiu o comando. – Eu quero aquele portão derrubado em 10 minutos, dominadores de terra, um aríete agora!  Aang, preciso de você como suporte, o caminho deve estar livre e seguro para eles. Preciso que tomem estas ameias, Guerreiras Kyoshi, vocês acham que conseguem? – Suki deu um passo à frente e assentiu resoluta. – Ótimo. Minha filha...!

O pai se aproximou dela e lhe deu um curto abraço, mas apertado o suficiente, e Katara sentiu seus olhos ficarem turvos.

– Quero que você vá com elas, mas foque em passar pelos muros, é capaz de fazer isso em segurança com sua dobra? – Katara confirmou. – Bom. Eu quero que tente reunir o máximo do nosso pessoal lá dentro, e peça a eles que protejam as ameias internas, elas podem nos dar muito trabalho se também estiverem ocupadas por inimigos.

Katara reuniu toda a água que tinha disponível. Era pouca, afinal o palácio era rodeado por um fosso seco, a única fonte de água não era mais do que um bebedouro. Mas seria o suficiente para dois longos tentáculos de polvo para levá-la ao outro lado.

Ela pousou na muralha e seguiu para a primeira das torres de vigia. Havia um homem lá, mas que não ofereceu resistência.  Ele se rendeu assim que a viu e ela apenas o imobilizou com um pouco de gelo.

Isso era bom, significava que a força dessa resistência não era tão grande a ponto de ter homens em todo o perímetro. Mas havia várias destas cercando o caminho.  Suki acenou da ameia ao lado, as guerreiras já estavam indo para a próxima. Isso queria dizer que havia um ângulo seguro para seguir para o palácio. Katara projetou uma ponte de gelo e desceu para o gramado interno.

O silêncio era estranho depois de toda aquela agitação. Ela se viu em um jardim, com um pequeno lago de águas calmas, o luar refletia uma luz prateada e banhava toda a paisagem harmônica.

Mas sua ligeira contemplação foi rapidamente interrompida. Vultos se mexiam não muito longe dali.  Ela se escondeu sob a sombra de uma grande árvore. Um homem estranho passou correndo por ela. Ele ficou bem visível por um momento e Katara percebeu que suas vestimentas eram de prisioneiro.

Ahh! Ainda tinham aquele problema para pensar. O plano de Sokka afinal poderia não ter sido tão bom a longo prazo. Mas aquilo era para outra hora, ela deveria focar na missão. Devagar ela foi se esquivando e chegando até próximo à prisão.

Mesmo à distância era perceptível que eles estavam com problemas. Toph e os outros lutavam contra um grupo em rebelião e tentavam controlar os prisioneiros. Katara reconheceu os soldados que tinham prendido mais cedo naquele mesmo dia. Forçou um punhado deles contra uma cela aberta e congelou a porta, abrindo caminho até a amiga.

-Toph!

-Katara, você está bem! O Aang conseguiu te encontrar? - Ela lacrava uma outra porta com uma parede de terra.

-Sim. Meu pai chegou com o resto do pessoal. Ele tem um plano, mas pelo jeito vamos ter que resolver isso daqui antes.

-Pode deixar, já estamos terminando. – Ela avisou e se voltou para a luta novamente. - O mundo pode dar voltas, mas não são vocês que vão ficar por cima dessa vez! – Dizendo isso ela arrancou as portas das celas vazias e as investiu contra o grupo que ainda resistia, separando-os e trancando-os. -Pronto! Agora, o que devemos fazer?

-Primeiro devemos deixar parte do pessoal junto as celas da Azula e do Ozai, como Sokka pediu.

-Temos uma boa equipe posicionada já.

-Certo. Então o restante deve ir para as ameias. Suki está as tomando de volta. Havia soldados infiltrados de vigia nelas hoje, para dar suporte à revolta. – Katara explicava de forma que todos escutassem e se organizassem. E rapidamente tinham um grupo subindo à muralha.

-A gente não Toph. – Katara segurou a mão da garota impedindo-a de seguir com o grupo. – Vamos ao palácio, Zuko pode estar com problemas.

 

 

ZUKO

 

A luta estava intensa. Os homens mascarados eram bons soldados, melhores que Zuko poderia esperar. Mesmo assim ele e Mai estavam resistindo. Aang não havia voltado ainda, e ele se preocupava que algo sério pudesse ter acontecido com seus amigos. Ninguém mais dava sinais de ter atendido ao chamado de Sokka.

 Zuko estudava a situação, havia um homem ao fundo do corredor a esquerda que ainda não havia feito movimento algum para atacar. Aquilo levantou suas suspeitas, era bem provável que fosse o mandante. O pai de Mai talvez? Se fosse ele como estaria lidando com o fato de a filha estar lá, sendo atacada sob seu comando? A fúria de Zuko ia crescendo ao pensar nesse absurdo.  

-Mai, para trás da porta, temos que recuar. – Eles precisariam de reforços, não havia como enfrentá-los muito mais tempo.

Zuko percebia que os movimentos de Mai já estavam ficando mais lentos, assim como os seus próprios. Seu ferimento voltava a doer. Ela seguiu, recuando devagar, ainda no ritmo da luta, mas logo que ele se certificou que ela havia passado pelo grande portal, Zuko criou uma explosão de fogo para atordoar os atacantes e fechou a porta.

-Isso não vai segurá-los por muito tempo. – Mai arfava enquanto ajudava Zuko barricar a entrada.

-Abandonados pelos seus preciosos amigos? – O sábio do fogo ainda se mantinha preso, mas se livrara da mordaça.

Zuko percebia que, se desejasse, ele poderia ter saído facilmente de seu cárcere. Aquele homem era esperto, e estava cheio de segundas intensões em tudo o que fazia. Conversar com ele era como jogar “Pai Sho”, e Zuko nunca tinha sido muito bom nisso. Ou, ao menos, não tão bom como seu tio... Era melhor não responder, ele tinha que pensar em como iria resolver aquela situação o mais rápido possível.

-Mai, você percebeu aquele homem no fundo?

-Sim.

-Tem chance de ele ser seu pai? – Ela desviou o olhar e ficou em silêncio.

-Você sabe que não vou poder poupá-lo se isso se confirmar. – Ela assentiu, ainda sem olhá-lo.

A porta era atacada com ferocidade e logo iria ceder.

-Tem uma saída secreta atrás do tatame central. Não sei bem onde fica, mas uma vez Azula me falou sobre ela. Tente encontrá-la e saia daqui.

-Eu não vou te deixar, Zuko. – Mai não estava desesperada ou ansiosa, ela não era este tipo de garota. Seu tom era o mesmo de sempre, calma e resolvida. Ele não conseguiu evitar um meio sorriso para ela.

 E então a confusão mudou lá fora, não batiam mais na porta, mas os sons ainda demonstravam que algo acontecia.

-Bem a tempo! – Zuko começou a abrir as trancas internas, e assim que puxou a maçaneta viu Katara e Toph.

A luta recomeçou. O homem suspeito percebeu que havia perdido a vantagem, e Zuko o viu começar a recuar.

-Não o deixem fugir! – Ele alertou as amigas, mas parecia tarde demais.

Katara e Toph não conseguiam um bom ângulo dele, estando no corredor central, e ele e Mai estavam ocupados... Quando de repente um objeto cortou o ar, tirando fino do rosto de Zuko, e o homem caiu desmaiado.

-Sokka! – Toph exclamou feliz.

-Foi mal Zuko! – O garoto seguia mancando pelo corredor.

 

 

KATARA

 

-Do que está falando Toph, meu plano foi um sucesso! Tudo saiu exatamente como o programado! – Sokka discutia com Toph.

-Ahh, com isso você quer dizer a Katara ser capturada, uma rebelião na prisão e o palácio cercado por ameias inimigas?

-Não, quero dizer a gente protegendo o Zuko, e pegando os rebeldes pela retaguarda. Ozai e Azula na prisão e meu pai finalmente com a gente! – Sokka falava em tom de superioridade enquanto Toph batia em sua testa com raiva.  

Katara estava no fim de suas forças. Ela sentia que quando caísse na cama nunca mais seria capaz de se levantar. O pai e os outros soldados reuniam os presos na sala do trono, Zuko supervisionava junto com Mai, e ela se perguntou se já poderia se recolher.

-Ukano! Então era você mesmo? Como pôde? – Zuko exclamou exaltado.

Katara viu Mai se afastando de um dos prisioneiros que ela identificou como o homem que Sokka havia derrubado.

-Como você pôde?! – O homem respondeu também exaltado, em tom de acusação. – Como ousa tentar tomar o lugar de seu pai? Você, um traidor desonrado!! E como ousa arrastar minha filha para essa vergonha?! Você se volta até contra a sagrada ordem dos Sábios do Fogo! – Ele olhava para os idosos ainda presos em um canto da sala. – Você nunca será digno de ser o Senhor do Fogo! E mesmo você nos prendendo saiba que não estamos sozinhos!

-Sabe, nosso navio recebeu um falcão mensageiro. Ba Sing Se foi devolvida ao reino da terra. Os sodados e comandantes foram mandados de volta à capital sob a guarda do General Iroh. Ele informa que todos os Almirantes e suas frotas devem seguir de volta para casa para saudar o novo Senhor do Fogo Zuko. Sim, vocês estão sozinhos e já perderam! – Seu pai quem informou ao homem.

-Ahh! Essa é a melhor notícia que eu poderia receber!! Agora que ficamos mais fortes! Quero ver como vocês se sairão contra toda a força militar da Nação do Fogo reunida para lutar contra este pretendente a usurpador! – Ukano retrucou.

 - Sabe príncipe Zuko, ele tem razão. – O velho Sábio do Fogo falou em um tom tranquilo. – Como o Senhor acha que toda a tropa reagirá quando chegar aqui e souber que o Senhor não foi coroado, e o único direito que proclama ter é reivindicado através da prisão do seu pai e da sua irmã?

-Como assim, Zuko não é o Senhor do Fogo? – Seu pai parecia confuso com a situação e Zuko permaneceu em silencio com a mão posada sob as têmporas.

Ahh não! Aquele assunto de novo não! Katara não iria ouvir aquilo outra vez... Sem chances...!

-Bom, o Príncipe Zuko não ganhou o duelo que propôs pelo trono com a Princesa Azula, foi a sua... filha?... – Ele a indicou com a cabeça. – Quem ganhou. – O pai deu um olhar de orgulho para ela e um sorriso satisfeito nascia em seus lábios. Mal sabia ele o que aquilo significava para aqueles velhos... – E bem, nós não podemos coroar Zuko, não ao menos que ele concorde em...

- Cale-se! – Zuko ordenou bruscamente.

Katara olhou para Aang. Ele assistia a cena com aquela mesma sombra sob o olhar que ela tinha visto mais cedo.

-Concordar em quê? Qual a negociação? – Hakoda perguntou a Zuko e ao Sábio, tentando entender o que se passava de tão mal.

-Você não vai gostar, pai. – Sokka havia entrado no assunto, finalmente abandonando sua discussão idiota com Toph.

Katara viu o olhar condolente que lhe lançava.

-Mesmo assim, ele tem razão. Se esses soldados chegarem aqui e não houver um Senhor do Fogo a rebelião será incontrolável. – Hakoda respondeu a Sokka, e Katara sentiu mais uma vez suas entranhas se contorcer.

Ela não ficaria ali para ouvir tudo aquele absurdo de novo. Precisava ficar sozinha... Precisava pensar... Precisava desesperadamente descansar. Ela virou as costas e saiu o mais rápido que conseguiu.


Notas Finais


E ai gente, o que acharam?
Foi um capítulo mais de ação, e sem tanta resolução em si. Mas precisava dele, e agora consegui colocar todos os amigos e famílias prontos para as tretas kkkkk... Não sei vocês, mas estou com grandes expectativas para o próximo capítulo, acho que vou amar escreve-lo.


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