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História Locateado pelo Passado - Desabafo Entre Amigos


Escrita por: ThaisRomanoff

Notas do Autor


Hey, guys!!!! Como vocês estão?
Quero agradecer aos comentários e favorito do capítulo anterior, isso me deixa muito feliz❤❤❤
Desculpe qualquer errinho que tenha passado despercebido😊
Espero que vocês gostem do capítulo e boa leitura😊😉

Capítulo 36 - Desabafo Entre Amigos


Petter

Minha última aula foi uma prova prática e em dupla de ciências, que fiz com Percy e, como sempre, tiramos nota máxima. Combinamos de nos encontrar na saída com Zoey, que estava mais calma e agora conversando com a gente normalmente, apesar de parecer aflita. Então, no momento, estávamos nós três sentados em um banco, observando em silêncio os meninos do time de basquete jogarem bola um nos outros.

— Queria fazer o teste para entrar para o time, mas tenho medo de isso ser contagioso — Percy falou com um sorriso, apontando para os meninos mais velhos, e eu ri.

Esperei um comentário sarcástico de Zoey como ela sempre fazia, mas ele nunca veio. Quando a encarei, percebi que ela não estava olhando para os bobões do basquete assim como eu e Percy, mas sim com o olhar focado em suas mãos cruzadas no colo. Tinha alguma coisa de errado com ela.

— Está tudo bem, Zoey? — perguntei preocupado, e isso fez Percy também olhar para ela. Zoey estava entre nós, o que facilitava a conversa.

Ela apenas balançou a cabeça positivamente, sem levantar o olhar.

— Você não parece bem, Zoey — Percy protestou. Em dias normais, Zoey mandaria ele calar a boca, mas ela continuou calada. — Não queremos te pressionar, mas somos seus amigos.

— Você pode contar qualquer coisa para a gente, sempre estaremos ao seu lado — concordei com Percy. Odiava ver Zoey daquele jeito, alguma coisa ficava pesado dentro de mim e eu só sentia vontade de confortá-la.

— Não é nada — Zoey resmungou, mas sua voz parecia que ia quebrar a qualquer momento. Troquei um olhar com Percy e concordamos que era alguma coisa.

— Zoey... — comecei a protestar, mas parei quando vi uma lágrima cair em sua saia, seguida de outra.

Não sabia muito bem o que fazer e nem o que estava acontecendo, mas segurei em sua mão direita, enquanto Percy fazia o mesmo com a outra. Ficamos assim por alguns segundos, apertando levemente sua mão, esperando-a se sentir um pouco melhor para falar.

— Meus pais estão se divorciando — Zoey sussurrou, e se não estivéssemos tão próximos dela e concentrados, não teríamos ouvido.

 Lembrei que quando estávamos na Torre, no dia do apagão, antes de todo aquele alvoroço e pânico, Zoey tinha proposto jogarmos duas verdades e uma mentira, o que sempre fazia quando queria contar algo, e que ela tinha começado a falar sobre a separação de seus pais. Nunca tínhamos voltado ao assunto depois daquele dia e me senti horrível por não ter lembrado disso.

— Sei que isso pode ser horrível, mas tenho certeza que eles sempre vão fazer o que achar melhor para vocês — tentei consolá-la.

— Petter tem razão. Os dois amam muito vocês e sei que qualquer decisão que eles tomam é pensando no melhor para você e suas irmãs — Percy completou. Nesse ponto, não estávamos mais segurando sua mão.

— Não tenho tanta certeza disso. — Pelo seu tom, parecia que a qualquer segundo poderia desmoronar em lágrimas.

— Por que? — perguntei. Sabia que Zoey nunca falaria isso se não tivesse certeza.

— Minha mãe quer voltar a morar perto da minha avó... — ela engoliu seco, tentando segurar o choro — ...na Califórnia — completou, encarando nós dois, com lágrimas silenciosas. Estava começando a entender por que ela estava tão cabisbaixa nesses últimos dias. — E ela e meu pai estão querendo nos separar... — mais lágrimas escorreram. — Meu pai quer ficar comigo e minha mãe não permite que as minhas irmãs fiquem com ele por serem muito novas — ela fungou. — Parece que eu sou uma bolinha de ping-pong que ninguém quer — Zoey soluçou baixo, começando a chorar abertamente.

Não sabia o que falar, mas conseguia compreender o sentimento de Zoey e fiquei com raiva de seus pais. Não sei em que momento específico aconteceu, mas Percy e eu estávamos a abraçando, enquanto ela deixava as lágrimas escorrerem e alguns soluços escaparem.

— Não quero ir para a Califórnia e deixar vocês — murmurou, limpando as lagrimas inutilmente.

— Nunca vamos deixar de ser seus amigos, Zoey — sorri para ela, que tentou retribuir, mas falhou.

— Verdade, Zoey. Não importa a distância, sempre vamos de encher o saco — Percy a consolou, também com um sorriso que não foi retribuído.

— Mas não quero ficar longe de vocês — ela suspirou. — Porém não quero ficar em Nova York sozinha com o meu pai — a convicção e seriedade na voz de Zoey ao terminar a frase me assustou um pouco, e reparei que a reação de Percy não foi muito diferente.

— Por que? — Percy criou coragem e perguntou baixo.

Zoey não nos respondeu de imediato, se passaram alguns minutos para ela voltar a falar, o que foi um pouco desconfortável devido ao assunto que estávamos conversando. Mas, quando por fim falou, tinha um pouco de raiva em seu tom:

— Semana passada vi meu pai beijando outra mulher quando fui à Connely Cosmetics — arregalei os olhos com sua declaração e vi pelo canto dos olhos Percy fazer o mesmo. — E ele anda muito estranho ultimamente, muito mal-humorado, qualquer coisa que a gente fala ele grita...— ela respirou fundo. — E isso me dá medo.

Não sabia o que falar para Zoey e percebi que Percy estava no mesmo barco que eu. Nunca conheci alguém que tenha sido traído e o relacionamento dos pais de Zoey parecia tão perfeito, acho que isso foi um dos maiores motivos de eu ficar surpreso com toda a revelação. Imaginava muitas coisas que poderiam ser o motivo do divórcio dos dois, mas não imaginava que o pivô de tudo foi uma traição.

— Você tem certeza que foi ele que você viu? — Percy perguntou, mas não sei se foi a melhor coisa a se fazer, pois Zoey deu uma risada sarcástica que me deu um pouco de medo.

— Eu sei muito bem o que vi, Percy. E era o meu pai, e aquela mulher não era minha mãe.

— Olha, Zoey, não posso falar para você o que vai acontecer, mas posso dizer que não importa o que for vamos estar sempre ao seu lado — a puxei para um abraço.

— Verdade. Não importa para o que seja, mesmo se for só para falar mal — Percy falou e a abraçou logo em seguida.

— Vocês são os melhores amigos do mundo — Zoey pronunciou, com um sorriso, colocando cada braço em volta dos nossos pescoços e depois deu um beijo em minha bochecha e na de Percy. Nós dois estávamos sorrindo também, mas era só eu que estava envergonhado e provavelmente corado.

— Agora eu entendi porque sua mãe cancelou a viagem para o Havaí com a gente — Percy declarou, esfregando o queixo, o que fez Zoey dar risada e isso me fez rir.

— Que tal irmos estudar em casa e depois a gente assiste um filme para relaxar? — propus e eles concordaram, com pequenos sorrisos.

Enquanto Percy e Zoey mandavam mensagem para suas mães, recebi uma mensagem do meu pai pedindo para a gente pegar um metrô ou táxi, mas que recomendava o táxi, pois necessitava que chegássemos rápido. Estranhei toda essa urgência, mas só respondi um “ok”, pois estava começando a imaginar que a reunião da manhã tinha sido bem esclarecedora.

— Meu pai mandou a gente pegar um táxi — informei para os meus amigos e eles assentiram. Percebi que os olhos de Zoey ainda estavam vermelhos, mas não tinha mais lágrimas em sua face, o que me deixou um pouco aliviado; odiava a ver chorar.

Zoey e Percy me informaram que as mães tinham mandado voltarem antes do jantar e depois fomos andando à procura de Angeline. Podia dizer que às vezes esquecia que tinha uma irmã agora para ficar indo atrás, mas Angeline não era uma pessoa que deixava a gente esquecer fácil de sua presença.

***

Angel

Quando o último sinal tocou, me senti realizada de ter terminado o dia sem surtar por conta das provas e tarefas e ter ido bem na prova de física que mal consegui estudar. Depois de guardar os livros que eu não ia precisar levar em meu armário, fui ao encontro de Johnny, que conversava com uma menina de cabelos preto, que logo reconheci sendo a metida da capitã das líderes de torcida, Mary. Confesso que meu coração murchou um pouco, mas logo tratei de deixar isso de lado, pois não fazia sentido já que eu e Johnny éramos apenas amigos.

— E aí, Johnny — cumprimentei com um sorriso e depois olhei para Mary, dando um pequeno sorriso que sabia que tinha saído falso, assim como o dela.

— Não sabia que você era amigo da Stark — Mary falou, me olhando de cima a baixo, o que fez eu fazer uma careta.

— Porque você não é minha amiga, é minha ex-namorada — Johnny respondeu, fechando seu armário e depois olhando para mim.

— Não sabia que você se rebaixou a esse nível tão baixo por puro interesse — ela sinalizou meu corpo e depois cruzou os braços. Arquei uma sobrancelha, a encarando, enquanto Johnny revirava os olhos. Só queria ver até onde essa garota ia com suas palavras, pois minha paciência estava se esgotando.

— Eu te mando mensagem para marcarmos o dia do trabalho — Johnny falou, impaciente, mas Mary não mostrou nenhum sinal que iria embora.

— Sério, Johnny, compreendo nosso término, mas você podia ter arrumado alguém melhor — ela me olhou com uma careta.

Johnny estava prestes a responder algo, mas não conseguia mais me conter:

— Escuta aqui, Mary — apontei para ela —, você não é melhor que ninguém para ficar menosprezando os outros, e eu nunca falei com você para você supor algo sobre mim — ressaltei para ela. — Além do mais, se não percebeu, aqui ninguém quer ficar batendo papo com você — conclui, cruzando os braços.

Mary serrou os punhos, com os braços ao lado do corpo, enquanto me encarava com a testa franzida e os olhos castanhos esbugalhados. Acho que as pessoas não costumam responder ela, apenas ficam ouvindo suas humilhações.

— Não vou discutir com pessoas do seu nível — ela me respondeu entre dentes.

— Ótimo. Então, tchau — balancei às mãos, como se estivesse espantando um animal, o que, provavelmente, a deixou com mais raiva.

Mary lançou um último olhar para mim, antes de se virar e ir embora pisando duro. Fiquei um pouco curiosa para saber aonde ela estava indo, já que a saída era no sentido contrário e ela não parecia ser uma pessoa que fazia hora extra na escola.

Assim como Mary, me virei, porém em direção a saída, enquanto Johnny apressou o passo para ficar ao meu lado.

— Isso foi ciúmes, Angeline Spader Stark — Johnny provocou e eu dei uma risada nasalada. Ele podia ser engraçado quando queria.

— Fico espantada com o seu péssimo gosto e péssimas escolhas — o provoquei de volta, o que o fez rir.

— Mary é bonita, vai — ele bateu levemente com o ombro no meu ombro, o que foi meio desproporcional já que ele era alguns centímetros mais alto.

— Nunca falei que ela não era bonita. Estou falando que sua personalidade é escrota — justifiquei. — Mas entendo o relacionamento de vocês, já que sua personalidade é semelhante à dela — apertei os lábios e o olhei de soslaio. Com a testa franzida e as sobrancelhas quase se encontrando, Johnny parecia uma mistura de raiva e confusão.

— Você está tirando com a minha cara, só pode — ele segurou meu braço, de modo que eu parasse a sua frente. — Entendo que não sou a melhor pessoa do mundo, mas não faço bullying com ninguém, ok? — ele apontou para mim, esperando uma confirmação.

— Você foi bem inconveniente quando conversou comigo pela primeira vez e nada legal. Foi o tipo de pessoa que eu não ia querer por perto, ainda bem que não me apeguei a primeiras impressões — esclareci séria, enquanto ele relaxava o rosto.

— Me desculpe por ter sido tão inconveniente.

— Desculpas aceitas — dei um sorriso de canto para ele, que foi retribuído da mesma forma.

Hoje o dia estava frio e nublado, mas graças aos céus, não estava nevando, então Johnny e eu nos sentamos em um banco que ficava embaixo de uma grande árvore. Assim que sentamos, peguei meu celular e comecei a ler as mensagens mandadas no grupo que estava sobre o Homem de Ferro, enquanto Johnny via um dia para se encontrar com Mary para fazer o trabalho que tinham.

— Esse grupo é um desperdício de memória, não tem nada de útil e vivem mandando fotos de empresários famosos e bonitos — reclamei, enquanto passava fotos de empresários que eu não tinha ideia do que faziam.

— Eu falei para você que às vezes as fofocas eram interessantes — Johnny justificou, enquanto marcava algo em seu calendário.

— Fala sério, que coisa besta — revirei os olhos e guardei o celular na bolsa. — Vamos estudar hoje? — Perguntei, virando meu corpo um pouco para encarar Johnny melhor.

— Ainda com problemas em matemática? — provocou com um sorriso de canto e eu suspirei revoltada.

— Saiba que eram alguns problemas técnicos do meu cérebro aqueles dias, agora que estou mais relaxada estou absorvendo tudo — endireitei o corpo e cruzei minhas pernas, de modo que uma coxa ficasse em cima da outra.

— Ah tá — ele riu, não acreditando em mim, e eu apenas balancei a cabeça, me segurando para não rir também.

— E, então, vamos estudar? — retomei minha pergunta.

— Pode ser, mas preciso avisar minha mãe antes. Ela não ficou de bom humor da última vez — assenti, enquanto ele voltava sua atenção ao celular.

— E como estão as coisas na sua casa? — Lembrei dos grandes problemas que Johnny tinha com o padrasto e que me preocupavam, porém ele me impediu de tentar fazer qualquer coisa, mesmo eu insistindo ao contrário.

Johnny terminou de digitar a mensagem para a mãe e ainda demorou alguns segundos para tirar a atenção do celular e me encarar.

— Meu padrasto está viajando a negócios, então as coisas estão tranquilas até — ele deu um pequeno sorriso, que não chegou até os seus olhos. Me sinto mal com tudo que acontecia, mas um pouco aliviada que ele teria algum tempo de paz do padrasto.

— E ele volta quando? — me arrisquei com a pergunta, mesmo estando um pouco desconfortável com o assunto que se desenvolvia.

— Daqui uma ou duas semanas.

— E isso é bom, não é? — dou um sorriso relutante.

— É... — Johnny dá de ombros e depois volta sua atenção ao celular. Sabia que o assunto era delicado e queria poder fazer algo, mas não tinha a mínima ideia de como faria sem seu consentimento. — Minha mãe falou para eu chegar antes do jantar, mas por ela está tudo ok — ele me tira dos devaneios, me informando sobre a resposta da mensagem.

— Que bom.

Foco meu olhar no movimento de alunos, resultado do horário de saída escolar, um pouco receosa sobre qualquer assunto que pudesse surgir. O silêncio que se estabeleceu não deve ter durado nem um minuto, mas para mim pareceu horas, e que só foi quebrado pois Petter e seus amigos se aproximaram de nós.

— Nosso pai mandou mensagem falando pra gente pegar um táxi ou metrô — Petter informou, encarando nós dois com a testa franzida.

— Seu pai — o corrigi e ele revirou os olhos. Não estava pronta ainda para falar em voz alta que Tony Stark era meu pai, precisava de um bom tempo para me conformar com isso. — E a Anna?

— Ela sai mais cedo do que nós, e Nat a pegou pois tinha fonóloga hoje. — Estranhei, mas não comentei nada. Não sabia que Anna fazia fonologia, apesar de fazer sentido já que troca “R” por “L”.

— Vamos logo, estou morrendo de fome — Percy reclamou e fiz uma careta para ele.

— Vocês também vão? — perguntei, apontando para Zoey e Percy.

— Temos que estudar — Zoey murmurou, olhando para o lado, o que achei anormal; aquela menina nunca deixava de encarar as pessoas nos olhos.

Percebi que Zoey estava com os olhos um pouco vermelhos e parecia desconfortável, mas isso não fazia sentido, não estava rodeada de estranhos. Petter e Percy pareciam calmos, mas um pouco tensos. Uma conversa tinha ocorrido entre os três e eu não fazia ideia do que podia ter sido, mas fiquei curiosa, ainda mais ao lembrar da discussão que tiveram ontem.

— Entendi — me levantei, puxando o braço de Johnny para ele seguir meu movimento. — Táxi ou metrô?

— Táxi — Petter respondeu. — Parece que querem que a gente chegue rápido em casa — estranhei aquele fato, mas estava começando a ter uma ideia dos motivos daquilo ao lembrar que eles tiveram uma reunião na parte da manhã. — E eu já liguei para um de confiança... — retomou a falar, mas não dei muita importância ao que veio depois.

Estava me sentindo desconfortável com aquela situação, pois os três caminhavam a frente um ao lado do outro, mas sem trocar nenhuma palavra, e Johnny estava ao meu lado pintando o céu e quando encarei e ele devolveu o olhar, desviei na hora. Alguma coisa estava acontecendo e não parecia algo bom.

***

Conseguimos entrar no elevador antes que as portas se fechassem, encontrando com uma mulher alta e branca, com os cabelos preto ondulado preso em um rabo de cavalo alto, mexendo no celular, encostada na parede do fundo do elevador. Ela parecia vagamente familiar para mim, sabia que já a tinha visto na torre, mas não conseguia lembrar quem era. Reparei que quando entramos, seus olhos azuis se desviaram rapidamente para nós.

— Giselle? — Petter pronunciou, com a testa franzida.

Agora conseguia lembrar de Giselle, a hacker que invadia os sistemas de Stark como se fosse nada de mais e que tinha dado um fora em Pietro, partindo seu coração mulherengo.

— O que faz aqui? — Petter voltou a perguntar, já que ela não tinha dado muita atenção antes. Ela encarou ele, como se fosse uma mosca a perturbando.

— O pai de vocês me chamou — Giselle respondeu, sem dar espaço para perguntarmos por detalhes. Não gostei de ela ter denominado o Stark como sendo meu pai também, mesmo que seja verdade, não era algo que eu gostava.

— E suponho que você não pode falar nada — Petter disse. A gente apenas observava ele tentando arrancar informações da mulher que aparentemente não estava disposta a falar.

— Nem eu sei, Petter, e mesmo se soubesse não ia te falar coisa alguma— Giselle respondeu, com certo tédio na voz, o que fez meu irmão bufar.

Pensei que Giselle fosse voltar a mexer em seu celular e ignorar nossa existência, como estava fazendo antes, mas seu olhar parou em Johnny e, pelo brilho que surgiu em seus olhos, vi que ela tinha achado um novo alvo de sua atenção.

— Quem é você? — ela perguntou para Johnny, que só percebeu que estava falando com ele quando todos o encaramos.

— Eu...? — ela assentiu, impaciente. Não sei por que, mas tinha a sensação que Giselle tinha mais coisas para fazer hoje, pois parecia estar ficando agitada. — Johnny.

— Johnny... do quê? — ela apertou a língua em seus lábios. Aquilo estava começando a cheirar investigação.

— É só Johnny. Ninguém é obrigado a falar o sobrenome pra você, não é nenhuma autoridade — proferi, entrando na frente de Johnny, e ela arqueou uma sobrancelha para mim, com um sorriso brincando nos lábios.

— Giselle Johnson — se apresentou por fim. — É um prazer conhecê-lo Johnny Walker — ela olhou para mim, com um sorriso debochado, o que vez eu ficar com raiva. Parece que ela sabia muito mais do que não aparentava saber.

Notei que Johnny tinha ficado desconfortável por alguém desconhecido saber algo sobre ele que não tinha falado, mas não deu tempo de responder qualquer coisa para Giselle, já que as portas do elevador se abriram e ela foi a primeira a sair.

— Oi, Ton... — ouvi Giselle começar um cumprimento, mas parou a ser ignorada pelo Stark encarando Johnny, o que a fez bufar e continuar seu caminho onde outros Vingadores estavam.

— Então você é o Johnny? — Sabia que não era uma pergunta, assim como Johnny também sabia, pois engoliu seco, encarando o homem mais velho. Ouvi Petter murmurar algo indecifrável para os amigos, que riram logo em seguida. Toda a curta situação que estava se formando me deixou com raiva.

— Não interessa quem ele é — respondi Stark, tentando puxar Johnny para sair de seu olhar, mas parecia que alguém tinha colado seus pés no lugar.

— Eu sou muito o seu fã — Johnny respondeu, com um sorriso um pouco tenso. Bufei e revirei os olhos com suas palavras, mas elas pareceram desestabilizar um pouco Stark, que piscou surpreso. — Se você puder autografar meu caderno, ficaria agradecido — Johnny agora parecia um pouco mais relaxado, mostrando que não era só uma desculpa o fanatismo por Tony Stark. Comecei a pensar que talvez não tivesse sido nenhuma irmã de um amigo que falou sobre “Fã-clube do Homem de Ferro — vulgo, o homem mais gostoso do mundo” para Johnny.

— Ai, que vergonhoso — Zoey murmurou, colocando a mão na boca. Podia discordar dela, mas também estava sentindo certa vergonha daquilo.

— Garoto, você está na minha mira de um jeito ruim, mas entendo que é muito difícil mesmo não ser meu fã — Stark falou, estufando o peito e dando leves batidinhas no mesmo. Fiz uma careta para aquelas palavras combinadas com as ações.

— Nossa, você não consegue ser agradável mesmo, não é? — falei, cruzando os braços.

Estava pronta para puxar Johnny e irmos à cozinha, mas Stark me segurou levemente pelo braço. Me desvencilhei de sua mão no mesmo instante, o olhando com ódio.

— Quem você pensa qu...

— Precisamos conversar com você e Petter — ele me interrompeu e olhou de soslaio para Petter no mesmo instante, de alguma forma já sabia do que se tratava. — Vocês podem esperar na cozinha e comerem o que quiserem — direcionou seu olhar para Johnny, Zoey e Petter.

— Valeu, tio Tony — Percy disse e deu um soquinho no braço de Stark ao passar por ele, que não pareceu gostar muito ao fazer uma careta. Arquei uma sobrancelha para ele, que bufou para mim.

— Prometo que não vou deixar o Percy fazer nada que não devia — Zoey declarou, seguindo o amigo.

Quando nós três encaramos Johnny, ele percebeu que era o único que faltava e seguiu os outros, virando para trás para olhar para Stark e as vezes desviando o olhar onde outros membros dos Vingadores estavam. Acho que se Johnny encontrar com outro Vingador cara a cara ele infartaria, o que me deixou incomodada por eles serem tão exaltados e com ódio.

Stark se encaminhou para a área de lazer, onde tinha alguns sofás. Eu e Petter trocamos olhares, não sabendo se estávamos prontos para tocar no assunto do “apagão”, mas o seguimos do mesmo jeito.

. . .

Quando chegamos perto dos outros Vingadores, apenas Wanda, Sam e Steve estavam ali, além de Stark. Giselle parecia ter uma conserva séria com Steve, pois estava com a testa franzida, de modo que as sobrancelhas quase se encontravam e Wanda e Sam pareciam ter uma conversa séria sobre Giselle, pois seus olhares se desviavam para morena.

— Capitão — Stark falou, e eu estranhei um pouco sua formalidade.

Steve olhou para mim e Petter, enquanto nos sentávamos em um sofá de três lugares. Não importa a conversa paralela que estava acontecendo, agora Wanda e Sam também nos encaravam, assim como Giselle.

— Imagino que vocês já saibam do que a gente quer falar — Steve disse, apoiando o cotovelo no braço do sofá.

— Não... — Petter mentiu e depois olhou de soslaio para seu pai.

— A gente adoraria que explicasse para nós — disse, me fazendo de desentendida. Steve esfregou a testa com a mão (ele andava muito estressado), ao mesmo tempo que notei Wanda e Giselle trocando olhares, claramente incomodadas.

— Só queremos que vocês convencem seus amigos a contar para nós tudo o que aconteceu naquele dia. Vocês são nossa única fonte — Steve esclareceu com a voz calma. — E não adianta falar que eles não estavam aqui, pois Sexta-Feira já nos informou sobre isso — advertiu, antes que pudéssemos protestar.

— Convencer Zoey e Johnny? — Petter perguntou, como se achasse tudo um absurdo, e Steve assentiu. — Ok...ahn... Eu acho que ela aceita — concordou, e eu não consegui segurar uma careta. Como Petter podia aceitar tudo que eles pediam tão facilmente?

— E por que eu faria isso? Posso contar tudo sem precisar do Johnny ao lado — queixei-me. Steve encarou Tony após o término de minha frase, me fazendo ficar mais revoltada.

— Não conhecemos o Johnny para confiarmos nele — Stark falou, com a voz grave e eu o encarei com os braços cruzados e sobrancelhas arqueadas.

— Eu conheço o Johnny e isso já basta. Você não tem o direito de falar assim do meu amigo. — Estava com raiva por Stark duvidar do caráter de Johnny, mesmo que implicitamente. Ele não podia chegar de uma hora para outra na minha vida e decidir com quem eu ando.

— Amigo? — ele deu um sorriso debochado.

— Amigo — confirmei cinicamente.

Steve se inclinou um pouco para frente, apoiando os cotovelos nas coxas e depois me encarou.

— Olha, Angeline, não estamos supondo nada do Johnny...

— Eu sim — Stark interrompeu a justificativa de Steve, recebendo um olhar repreensivo do mesmo, que ele apenas ignorou.

— Só queremos saber tudo o que aconteceu para o bem de todos vocês, tanto que Zoey também vai estar presente. Mas não podemos fazer nada disso se você e Petter não colaborarem e pelo menos tentarem convencer eles a participar — Steve concluiu. Eu sabia que ele tinha razão, mas Stark me irritava com todas suas suposições e desejo de querer desempenhar um falso papel de pai protetor, se tudo isso fosse só por ele, não teria concordado em ajudar.

— Obrigado — Steve agradeceu, olhando para mim e Petter.

Depois desse pequeno debate, eu e meu irmão nos encaminhamos para a cozinha, com o intuito de convencer nossos amigos a fazer algo um pouco invasivo e talvez intimidador, já que todos os Vingadores (ou quase todos) estariam observando cada palavra proferida por eles. Quando adentramos a cozinha, consegui ouvir uma pequena discussão que se formava na sala e, imediatamente, soube que Pietro tinha se juntado aos outros Vingadores. Sinceramente, não sabia como eles conseguiam ser uma equipe unida com brigas a cada minuto.


Notas Finais


E, aí, o que vocês acharam? Quero saber tudo, hein?
Amores, espero que tenham gostado e até o próximo capítulo😊
Muitas beijocass😘😘😘😘


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