P.O.V. Lola
- E aí? Está pronta?- Twiggy pergunta sorrindo.
- Considerando que eu vou abrir o show da minha banda favorita e se não der certo, Brian vai me fuzilar, nem um pouco.- Sorrio ironicamente.
- Eu confio em você. Vá lá na frente e mostra o seu talento, garota!- Eu e Twiggy fazemos mais uma vez o nosso toque.
- É agora, assim que a luz se ascender, você entra, senta e começa a tocar.- Marilyn surge do nada dizendo o que devo fazer.
Eu apenas assinto. Um holofote se ascende, jogando a luz toda para a cadeira e todos que gritavam ansiosos se calam. Eu caminho até meu lugar e sento começando a tocar. Esse povo vai é começar a me vaiar aqui!
Marilyn entra começando a cantar e todas as luzes se ascendem. Todos começam a gritar e aplaudir. Marilyn começa a se aproximar, me encarando enquanto eu toco e ele canta. Olhar pra ele e lembrar que fui usada dói. Eu me entrego a ele e depois ele corre pra Yo-Landi?
Ah, Marilyn... As vezes eu penso que te odeio.
Ele fica ao meu lado, põe a mão em meu ombro e canta elegantemente. Ele não perde a postura em momento algum e encara a plateia, enquanto luto para não derramar minhas lágrimas. Ele canta a música tão intensamente que eu posso sentir sua dor e seus traumas. Como ele faz isto?
Quando termina, todos os garotos já estão posicionados, o público começa a aplaudir e eu deixo o palco, me jogando num canto qualquer. É bom que tenha bastante bebida nessa festa, porque eu preciso tirar´\-lo da cabeça por um tempo.
* * *
- Aqui, apenas não exagere!- Twiggy diz colocando um copo de bebida na minha frente.
Assim que eu pego, bebo a metade e sinto o liquido descer queimando.
- Obrigada!- Abro um sorriso por educação.
- Já vi que meu aviso não vai adiantar.- Twiggy diz rindo.
- Não se eu não sair daqui rápido.
Eu bebo mais dois copos e fico bastante alterada. Marilyn não desgruda de Yo-Landi, mas eu pusso perceber que ele não tira os olhos de mim. É deprimente, quero saber o que nós dois estamos fazendo, porque isto é ridículo.
Twiggy bebeu metade de um copo e parou, porque resolveu me vigiar. Eu disse que não era necessário, mas é claro: ele é teimoso!
- Lola, você está ficando chapada.- Twiggy me encara.
- Que bom!- Sorrio.
- Vamos sair daqui, vou te levar pra comer alguma coisa bem gordurosa.- Ele diz me puxando pelo braço.
Antes Twiggy avisa a Marilyn para onde está indo comigo e ele trata o assunto com indiferença. Eu queria dar um surra nele, mas não sou grande e forte o suficiente. O mais deprimente é que nem a bebida está sendo capaz de solucionar o meu problema. Se arrependimento matasse, eu nem estaria viva pra tocar no show.
* * *
P.O.V. Twiggy Ramirez
- Desça do carro, Lola!- Eu pedia peço décima vez.
- Não!- Ela nega novamente.
- Se você não sair agora, eu entrar, soltar um peido dos mais fedidos, te trancar aí dentro e curar sua embriaguez rapidinho.- Lanço a ela um sorriso maldoso.
- Já saí!- Ela alerta pulando do carro e me fazendo rir.
Adentramos ao McDonald's e todos nos observavam. Depois de pegar nossos lanches, eu e Lola nos sentamos. Ela termina seu lanche mais rápido que eu e noto que um pouco de gordura a fez bem. Assim como eu, parece amar essas porcarias gordurosas e industrializadas.
Depois, compramos Milk-shakes. Ela me conta um pouco de sua vida e me espanto ao saber que ela só começou a viver como um adolescente normal depois que veio para Los Angeles.
Lola chega em casa bem melhor do que saiu da festa e cuida de si mesma antes de ir dormir. O que aconteceu nos bastidores daquele show pra ela ficar tão depressiva eu não sei. Talvez seja coisa de garota. TPM...
* * *
P.O.V. Lola
Acordo com a luz dia dia invadindo meu quarto. Minha cabeça está doendo um pouco e meu corpo também. Se não fosse Twiggy, eu estaria me sentindo muito pior e talvez fizesse besteira. Tenho que parar antes que a bebida se torne um problema! O pior é que ele inventou de fazer uma festa pra comemorar o fim do ano esta noite e Marilyn concordou. Pense numa festa com um bando de drogas! Vai ser desse jeito!
Me levanto, faço minhas higienes, me visto adequadamente e desço as escadas. Vejo Twiggy, nos falamos e ele avisa que Marilyn não está em casa, porque foi procurar uma farmácia por razões desconhecidas. Eu não comento nada, apenas sigo para a cozinha.
Depois de me alimentar, me tranco no quarto novamente. Quando estou quase pegando no sono, ouço batidas insistentes em minha porta. Com certeza é Twiggy! É bom ele ter bons motivos pra interromper o meu sono depressivo ou eu vou começar a xingar em luxemburgês feito louca.
Sigo até a porta, abro e me deparo com Marilyn na minha frente com uma cartela de remédios e um copo d'água.
- Bom dia.- Digo seca.
- Oi.- Ele responde indiferente.
- O que você quer?- Pergunto grossa.
- Primeiro: Olha bem como você fala comigo, a senhorita deve obediência a mim. Segundo: É melhor você tomar isso, não quero ter surpresas mais pra frente.
Agora eu sabia o que ele estava fazendo ali. Não veio nem pra saber como eu estou, veio pra me entregar a bosta da pílula do segundo dia.
- Não há necessidade. Fique tranquilo, eu não vou aparecer grávida do nada. Eu tomo remédios que funcionam como anticoncepcionais.- Explico.
- Como assim, desde quando você precisa disso?- Ele questiona.
- Acontece que a pirralha aqui não se alimenta bem e toma remédios pra não perder tanto sangue e ficar com anemia.- Explico.
- Ok, mas eu saí de casa, fui até a farmácia, peguei um engarrafamento e gastei a porra do meu dinheiro. Você vai tomar essa merda sim!- Ele diz bravo.
Eu tomo a cartela das mão dele, pego o comprimido, coloco na boca e depois pego a água, bebendo e engolindo a pílula.
- Satisfeito?- Pergunto com lágrimas de raiva nos olhos.
- Pra que o drama, Lola?- Ele pergunta cínico.
- Eu só queria que você tivesse um pouco mais de consideração. Ontem eu me entreguei a você, você acabou com toda a minha pureza e inocência. Quando chegamos ao local do show, você só via a Yo-Landi, Marilyn. Você transou com ela no mesmo dia em que transou comigo sem nem disfarçar. Você a agarrou na minha frente e eu quis me matar.- Eu digo derramando lágrimas.
- E você com Twiggy?- Ah, não!
- Então você massacrou meus sentimentos por ciúmes? Eu fiquei perto dele, porque depois que Yo-Landi chegou, eu me senti um lixo. Se não fosse por ele, eu estaria em coma alcoólico agora ou até mesmo morta. O relacionamento que temos é fraternal, nem chega a ser romântico, é puro. É o contrário de você que só quis me usar e me descartar.- Coloco tudo que sinto pra fora e Marilyn apenas me observa.
- Quero você no meu quarto em vinte minutos. Te ensinarei bons modos, Lolita!- Ele vira as costas e sai andando enquanto eu fecho minha porta e entro em pânico.
Eu exagerei e vou sofrer as consequências. Oh, merda!
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