História Looking For Love - Capítulo 30

Depois de algumas horas dormindo,acordei com um Tom lindo,de cabelos molhados me acariciando o rosto.
-Eu dormi muito?

Perguntei me espreguiçando na cama.
Tom,que estava sentado na beira da mesma,se curvou e me mordeu o ombro.
-São meia noite...

Ele respondeu ainda debruçado sobre mim,mas agora cheirando meu pescoço,me arrepiei fechando meus olhos e curtindo a proximidade dele.
-Você tomou banho? E a mãe?

Perguntei quando Tom levantou.
-Quando acordei,eram umas onze e meia,ela já estava dormindo.

Ele falou mexendo na mochila que agora reparei que ele trouxe e havia deixado no chão ao lado da minha mala.
-Eu preciso tomar banho também.

Falei sentando na cama,Tom somente me olhou.
Fiquei parado um instante e percebi que não estava doendo lá embaixo quando sentei. Sorri.
-Quê?

Tom perguntou curioso sorrindo contido quando me viu sorrir do nada.
-Não está doendo!

Respondi feliz batendo palminhas.
-Que bom,amor.

Tom sorriu pra mim,e eu apenas mandei um beijinho no ar pra ele.
-Me empresta uma camiseta sua?

Falei manhoso.
-Claro. Qual você quer?

Tom falou me mostrando um branca e uma azul marinho.
-A azul!

Tom me entregou a camiseta.
Eu levantei da cama,ainda nú,e fui até minha mala pegar uma boxer e minha toalha. Tive que me esquivar de um Tom tarado querendo passar a mão em mim.
Enrolei a toalha ao meu redor cobrindo meu tronco,tirei o lençol da cama,e peguei nossas roupas sujas,iria lavar antes que nossa mãe acordasse e visse o que não deveria.
Tom foi comigo até lá embaixo e deixei a roupa lavando na máquina e fomos ao banheiro para eu tomar meu banho.
Tranquei a porta do banheiro,Tom se encostou na pia e eu fui até o chuveiro. Liguei a água quente e coloquei minha toalha e roupas limpas sobre a pia ao lado de Tom. Fiz um coque nos meus cabelos e entrei na água,tentei não molhar meus cabelos.
Eu já quase não tinha mais vergonha do Tom,depois de tudo. Ele ficou ali me olhando enquanto eu me lavava.
-A mãe me pediu desculpas hoje mais cedo,antes de você chegar...

Ouvi ele falar de repente,me assustei. Ela nunca adimitia estar errada.
-O quê??

Falei enquanto desligava o chuveiro e vi Tom se aproximar de mim com minha toalha.
-Serio,eu também mal acreditei...

Ele falou me secando,ele é um fofo.
-E o que você fez?

Eu estava super curioso.
-Eu disse que deixassemos tudo no passado. Acho que é o melhor a se fazer...

Ele falou dando de ombros.
-Sim,você tem razão...

Eu concordava com ele.
-Eu sempre tenho razão.

Vi ele sorrir brincalhão.
-Bobo!

Falei vestindo minha boxer e a camiseta que ele me imprestou.
Saímos do banheiro e eu fui estender nossas roupas no varal na área dos fundos.
Voltamos ao "meu quarto" e coloquei na cama um lençol novo.
Tom deitou e eu me aconcheguei apertadinho ao seu lado,ele me abraçou e eu coloquei minha perna esquerda sobre ele.
-A mãe não vai achar estranho você dormir aqui comigo?

Perguntei baixinho.
-Que ache. Não vou perder a oportunidade de dormir com você.

Sorri deitando minha cabeça em seu peito.
-Bill,quando vai ser o parto?

Tom perguntou curioso.
-Na próxima quinta...

Falei temeroso.
-Mas que merda Bill! Isso é muito tempo!!

Tom começava a ficar bravo.
-Tom,por favor,não vamos falar disso! Estamos juntos agora,vamos aproveitar isso...

Depois que terminei de falar,ele somente me apertou mais e dormimos.

Acordei assustado de madrugada quando ouvi alguém batendo forte na porta do quarto. Tom já estava de pé indo até a porta abri-la,olhei as horas em meu celular e vi serem 4:58 da madrugada. Vi Tom abrir a porta e meu pai estava lá do outro lado.
-Tom,Bill, Simone esta sentindo muitas dores,vou levá-la ao hospital agora.

Assim que ouvi meu pai terminar de falar levantei rápido e fui direto a minha mala procurar uma roupa para ir ao hospital com mamãe.
-Jorg,fique calmo,nós vamos nos vestir e já estamos descendo,fique calmo! Simone já está pronta?

Tom perguntava firme. Amava esse jeito firme dele,sempre forte e que dava tanta segurança a todos a sua volta.
-Sim,mas ela não esta conseguindo andar preciso da sua ajuda para leva-la até o carro.

Meu pai estava super nervoso.
-Okay,em meio minuto eu estou lá.

Vi meu pai sair correndo pelo corredor e Tom pegando a primeira roupa que achou em sua mochila e se vestir. Eu estava quase pronto,só precisava colocar minha calça e meu tênis,eu iria com a camiseta grande que Tom me emprestou.
Tom se vestiu primeiro que eu e saiu do quarto.
Quando terminei de me aprontar peguei nossos celulares e fui até o quarto de Simone.
Vi Tom ajudar meu pai a traze-la no colo,abri caminho para eles e quando vi os três descerem,Tom e Jorg com minha mãe nos braços,fui rápido pegar a bolsa que ela deixou pronta com as roupas da Valentina e dela própria.Procurei pelo quarto e a encontrei sobre a penteadeira da Simone.
Ouvi a buzina do carro e corri até lá embaixo,ouvi Tom gritar meu nome,tranquei a casa e entrei no carro do Tom,sentando no banco do passageiro,Simone ia atrás com Jorg que tentava acalma-la.

Tom dirigia rápido,porém concentrado. Fico tão feliz que ele esta aqui nesse momento,a estabilidade dele me confortava.
Quando chegamos ao hospital,os enfermeiros levaram minha mãe para a sala de atendimento com Jorg e eu e Tom ficamos na sala de espera.
Sentamos no sofá ali presente,e Tom me abraçou de lado.
-Vai ficar tudo bem...

Ele falou baixo e amoroso.
-Eu sei...

Respondi e segurei sua mão.

Acho que já estavamos ali a pelo menos uma hora e nada do Jorg aparecer para nos dizer o que houve.
Já bebia meu segundo copo de café,Tom não quis,disse estar acelerado o suficiente.
Via gente passando mal entrando a todo momento ali,odiava hospitais,me faziam triste.
Esse era um bom hospital,com certeza Tom iria querer pagar tudo.
Vimos Jorg sair pela mesma porta que entrou,vestindo roupas descartáveis verde claro por cima de sua roupa normal,levantamos e ele veio até nós.
-Nasceu...

O vi sorrir e me senti aliviado.
-E Simone??

Tom perguntou preocupado.
-Ela esta bem... o parto normal não seria possível,eles fizeram cesariana. Valentina é tão linda.

Vi meu pai emocionado e me emocionei também.
-Eu posso vê-las?!

Perguntei,queria tanto ver minha pequena irmã.
-Sim,Bill,ela esta no quarto com Simone,quarto 34. Ela é perfeita,tão saudável e grande que não foi preciso ir para incubadora.

Os deixei ali conversando e fui até a enfermeira que estava acompanhando meu pai e ela me autorizou a ir ver Valentina e Simone.
Fomos andando pelo corredor e quando chegamos ao quarto 34 ,entramos.
Minha mãe deitada na cama,segurava com cuidado aquele pequeno ser.
Cheguei perto e Simone sorriu para mim.
-Bill...

Simone estava emocionada.
-Ela é tão linda...

Falei tocando a pequena mãozinha.
-Quer pegar Bill?

-Eu-eu tenho medo... é tão delicada...

Fiquei com medo de machucar a pequena.
-Pegue Bill,não é difícil.

Cheguei perto e peguei com todo cuidado a pequena.
-Você esta fazendo certo,Bill. Você tem jeito pra isso...

Simone falou sorrindo,sorri de volta para ela.
Olhava atento a pequena em meus braços,e mal vi Tom parado na porta,encostado no batente,me olhando com ternura.
Quando o percebi ali,olhei seus olhos e ele sorriu. O vi chegando perto de mim e parou em minha frente,seu olhar sobre mim demonstrava tanto amor,felizmente minha mãe não percebia isso,acho que ela nunca desconfiaria da relação que Tom e eu temos.
-Ele é linda... parece tanto com você...

Tom comentou passando as costas dos dedos indicador e médio bem levemente sobre o rostinho de Valentina.
Não sei como ele achou Valentina parecida comigo,mas achei isso adorável, sorri pra ele.
-Ela precisa ir para o berçario agora,dona Simone.

Vi a enfermeira parada na porta falar.
Entreguei Valentina a minha mãe para ela se despedir e sai do quarto com Tom.
Fomos para a sala de espera e avisamos Joerg que iriamos procurar um lugar para tomar café da manhã e ele nos disse que tinha uma lanchonete do outro lado da rua.
Antes passamos no banheiro e lavamos nossas mãos. Já na lanchonete,comiamos torta de limão e eu bebia mais café,percebi que Tom me olhava intensamente,sentado no outro lado da nossa mesa,a mesa mais distante de todos que estavam ali.
-O que foi,Tomi?

Perguntei sorrindo envergonhado pra ele.
-Queria ter filhos com você.

Baixei meu olhar,me sentindo triste.
-Você sabe que isso não é possivel,Tom.

Falei voltando a comer.
-Hey,não fica triste,Bill... eu só... só te achei tão lindo com Velentina no colo...

Ele falou sorrindo, se inclinado e acariciando meu rosto.
-Ela é linda... quero ela pra mim!

Falei fazendo bico.
-Sim,é disso que eu estou falando... você tem tanto jeito com crianças... algo como instinto! Você nunca tinha pego um bebe no colo antes e mesmo assim pegou Valentina como se estivesse acostumado a fazer isso!

Tom me olhava encantado!
-Eu sei! Ela... eu gostaria de vê-la crescer... e ela tem meu sangue...

Falei sorrindo bobo.
-Sim,Bill,e só por esse motivo já sinto que a amo também. Ela é como uma partezinha sua...

Queria beijar Tom. Queria muito. Mas fomos interrompidos quando meu pai sentou-se ao lado de Tom,já vestido normalmente.
-Como estão,meninos?

Jorg nos perguntou sorrindo.
-Estamos bem.

Tom respondeu com seu jeito indiferente.
-Quero perguntar uma coisa e preciso que vocês falem a verdade...

Dessa vez meu pai falava serio,até fiquei assustado.
-Pergunte.

Ouvi Tom falar,dessa vez seu tom de vóz demonstrava curiosidade e um pouco de apreensão.
-Por que vocês estavam dormindo juntos!? E por que Bill esta vestindo essa camiseta que a julgar pelo tamanho é sua,Tom?

Gelei. Estamos ferrados.