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História Looking Too Closely (Hiatus) - ... they are dead, don't cry for me...


Escrita por: WinterRose

Notas do Autor


Hola bombóns! Como estão?
Muito obrigada pelo carinho de vocês ao comentar, enche meu coração de felicidade e como disse me dá motivação pra seguir ...
Gente não sei se disse antes aqui, mas pra deixar clarinho uma coisa, eu não assisti a oitava temporada de GOT, ou seja, ainda sigo na inspiração da sétima temporada, vi sim muitos spoiler do final e sinceramente fiquei muito triste com o final de Dany, vi vários vídeos com comentários sobre o fim da série e transformaram a Dany em uma tirana do nada e isso me deu muita raiva e realmente me recuso a ver a oitava temporada porque me dá uma pequena depressãozinha kkk contem depois nos comentários o que acharam do final, foi justo? Foi sensato? Foi certo? Por mais que seja Got?
Enfim, voltando pro capítulo, vamos ver Dany um pouco diferente.... não darei spoiler, boa leitura!!
Música: Words Are Dead, Agnes Obel.

Capítulo 25 - ... they are dead, don't cry for me...


Jon despertou-se sobressaltado. Era a quinta vez depois do funeral de Ned que tinha pesadelos com sua morte. Sempre acordava suado e ofegante, ou Daenerys o acordava devido a seus gritos.
Girou sobre a cama e a encontrou vazia, franziu o cenho, confuso. Sentou-se acalmando a respiração.
- Daenerys? - Chamou e obteve um silêncio longo como resposta. 
Pisou o solo frio e a procurou no banheiro encontrando-o vazio. Se perguntou se estaria outra vez com Robb na cozinha e se encaminhou para o lugar com uma certa incerteza.
Encontrou as luzes da cozinha apagadas e uma parte sua se preocupou. Onde estava Daenerys?
Subiu alguns lances de escadas e cruzou por vários corredores encontrando-os vazios na penumbra da noite, estava em estado de alerta quando escutou uma melodia suave. Franziu o cenho perguntando-se se estava louco, porém voltou a escutar outra vez.
Seus instintos o guiaram automaticamente até um corredor pouco frequentado no primeiro andar. Era onde estava o escritório do pai e quase ninguém ia ali além dele. 
Estava ao fim do corredor e do lado oposto havia uma porta que Jon somente ousara cruzar uma vez. Para sua surpresa viu um fecho de luz pela fresta da porta, e a melodia se tornou cada vez mais alta a medida que ele se aproximava.
Não arriscou-se a abrir a porta em um rompante, se limitou a espiar pelo pequeno espaço que lhe permitia ver o suficiente para compreender.
Viu Daenerys sentada no piano que antes pertencera a seu pai em um passado distante, começava e recomeçava a tocar a canção parecendo frustrada. Ela parou um momento e suspirou profundamente antes de retomar e por fim conseguir tocar bem.
Jon entrou o mais silencioso que pode enquanto escutava a melodia melancólica. Fechou a porta e se recostou admirando a esposa desde aquele ângulo.
Seus cabelos platinados caíam soltos por suas costas, o pijama lhe dava uma aparência até infantil, Jon desejou por um momento ver a sua face enquanto dedilhava suavemente, mas ela estava de costas, limitando sua visão.

Eu quero comprar-lhe rosas
Porque as palavras estão mortas

Se surpreendeu uma vez mais quando a escutou cantar a primeira estrofe. E ficou ainda mais admirado ao escutar sua voz soar angelicalmente.
Em um movimento impensado Jon avançou mais alguns passos no ambiente aproximando-se da Targaryen. Sentiu o celular vibrar no bolso do pijama e a notificação de uma nova mensagem retumbou pela sala, fazendo-o deter-se e Daenerys parar de tocar. Em um movimento rápido os olhares dos dois se encontraram, ambos constrangidos por serem pegos em flagrante.
- O que faz aqui? - Perguntaram em uníssono e em seguida coraram calando-se.
Jon caminhou mais alguns passos até estar perto de Daenerys que agora estava em pé ao lado do piano. 
- Me despertei e não a encontrei em nenhum lado - Jon falou de repente. - Então procurei por você em toda a casa até que eu escutei o som do piano... e me deixei guiar por ele.
Dany colocou uma mecha platinada atrás da orelha e mordeu o lábio inferior, tímida. 
- Eu sinto muito por desaparecer assim, eu só... eu só não conseguia dormir - Explicou parecendo cansada - Tive pesadelos e necessitava espairecer, Robb me contou sobre a existência deste lugar faz pouco tempo, então decidi conhecer, creio que soei um pouco atrevida, desculpe-me.
Jon fez um gesto com as mãos silenciando ela e caminhou mais alguns passos até ela.
- Não sabia que tocava piano - Apontou exigindo uma explicação nas entrelinhas.
- Você é uma das poucas pessoas que conhece esse meu lado - Ela se sentou outra vez ficando de frente para ele - Quando era pequena, Rhaegar me inscreveu nas aulas de piano particulares de um conhecido seu - Suspirou apoiando-vos cotovelos nas pernas - Meu irmão tentava me afastar ao máximo do ambiente tóxico da minha casa e me ensinou a canalizar os sentimentos em coisas boas, como a música... não sou uma profissional da música, mas gosto de tocar piano às vezes, mesmo que muito mal, me ajuda a acalmar as tormentas da minha alma.
- Não esperava isso de você - Jon disse impressionado sentando-se ao lado dela.
- Esperava que eu fosse uma megera séria e sem graça? - Ela riu sarcástica - Às vezes faço esse papel pra conseguir respeito.
- Pensei que seria séria e sem graça sim - Jon riu - Acho que o mundo deveria conhecer esse doce lado de Daenerys Targaryen.
Ela ruborizou e desviou o olhar para as pantufas de dragão. Um silêncio se instalou rapidamente até que Jon se manifestou:
- Eu gostaria continuar a ouvir você tocando - Pediu gentilmente - Se estiver confortável comigo aqui, claro!
- Eu nunca toquei pra ninguém além de mim mesma - Confessou olhando-o nos olhos - Posso tentar, mas não sei o que vai sair.
- Tudo bem, eu não sou muito crítico com nada, o que sair estará bem - O Snow foi compreensivo e tocou-lhe o ombro.
- Okay - Daenerys aquiesceu e girou no banco voltando-se para o piano, Jon a imitou - Por favor, só não me fique me encarando.
- Está bem - Ele consentiu.
Dany começou a tocar delicadamente as teclas outra vez e Jon se esforçou ao máximo para não mirar invasivo, porém os movimentos femininos dela eram demasiado envolventes.
A jovem fechou os olhos e deixou fluir a canção através dos seus dedos e lábios, esquecendo-se de tudo ao seu redor.

Siga na cegueira
Na ponta de seta
Porque as palavras estão mortas
E você sabe disso
Sim, as palavras estão mortas
Abaixe-as lentamente

Aquela canção trazia as memórias de Rhaegar, Viserys e do pai ao coração da Targaryen. A conheceu depois da morte do último irmão, desolada em dor, a música transmitia tudo o que ela sentiu naquela época. 
Jon se viu afundado em suas próprias memórias, todas elas envolvendo a Ned. Sentiu por um momento que aquela canção era perfeita para aquele momento, apertou os próprios punhos para não chorar.
Daenerys ao seu lado, sentiu um bolo subir pela garganta, sua voz falhou em um verso e ela se esforçou para continuar, não ousava abrir os olhos pois sabia que as lágrimas cairiam incessantemente.

Não sabia se você pudesse
Negar os mortos
Deixá-los em silêncio
Em sua cama mofada
Oh, eu estou entorpecido
E ao longo do
Seu reino venha
Abaixe-me devagar.

Por fim, grossas lágrimas caíram dos olhos da platinada e suas mãos congelaram sobre as teclas, Jon abriu os olhos alarmado ao escutar um soluço de Dany. Viu que a esposa estava estática e a não ser pelos soluços que faziam seu corpo chacoalhar, ela poderia ser comparada com uma bela estátua. Jon se preocupou quando ela desabou sobre o piano, escondendo o rosto entre os braços chorando com tanta força que o luto recente parecia dela.
O nortenho abraçou-lhe pelas costas tentando tranquilizar seu choro, mas ela continuava desconsolada.
Em um momento ergueu o rosto e encarou o bastardo, sua expressão contraída refletia a dor que sentia.
- Perdão, Jon - Ela tocou o rosto dele com delicadeza e limpou lágrimas que Jon nem sequer havia sentido caírem - Não quero causar mais dor em você, tampouco quero que tenha pena de mim ou se preocupe comigo, esse momento é seu, eu tenho que estar para você!
Dito isso ela soluçou algumas vezes mais esperando que o bastardo dissera algo.

Eles estão mortos, eles estão mortos

- Não peça perdão por ter sentimentos, você é um ser humano como todos os outros - Jon cobriu a mão dela com a sua - Estamos quebrados, Daenerys, perdemos as pessoas que mais amamos e temos que aparentar fortaleza mesmo desmoronando, creio que ao menos entre nós dois podemos ser sinceros e ser quem realmente somos... sem medo...
- Eu não tenho medo de ser quem eu sou com você - Ela riu em lágrimas - É tão louco, vivi no limite do pânico nos últimos anos, sempre em estado de alerta e de uma hora para outra apareceu você - Os olhos dela brilharam - E me trouxe uma segurança que eu antes nunca senti, você me trouxe paz, Jon Snow.
Ela avançou lentamente e beijou-lhe efusivamente, tomando o rosto do Stark entre as mãos, Jon pousou às mãos na cintura dela sentindo um de seus dedos entrar em contato com a pele febril dela. Por um momento quis recorrer a pele macia com cada um dos seus dedos, tão rápido quanto veio esse pensamento, Jon o bloqueou recriminando-se.
Eles separaram-se quando o ar se fez necessário, mantiveram as testas coladas respirando ofegantes.
- Eu te dei segurança e você me deu confiança - O nortenho disse rouco - Você depositou sua confiança em mim e isso me fez sentir mais confiante quando todos ao meu redor questionavam meu potencial por ser um bastardo, você me fez acreditar que eu era melhor do que parecia...
- Você é incrível - Ela deixou claro - Esse repugnante título de bastardo que deram a você não define quem você é! Conheço muitos herdeiros legítimos que não valem sequer o chão que pisam, com personalidades tão egocêntricas que acreditam que o mundo gira ao redor do umbigo deles... você não é e nunca foi assim!
A certeza no olhar de Dany deixou Jon um tanto desconcertado, ele desviou a mirada para as teclas do piano e com as pontas dos dedos se pôs a brincar gerando uma sinfonia desafinada e fora de ritmo, causando risos na Targaryen.

Não chore por mim, não chore por, não chore por mim

- Acho que você tem muitos dons, querido Jon Snow, porém tocar piano definitivamente não é um deles - Ela zombou dele rindo-se.
- Tem razão, esse é o seu dom, eu não possuo uma voz angelical como a sua, minha voz soa como um uivo de Lobo - Ele a elogiou e Daenerys piscou os olhos desconcertada. - Você toca em Pedra do Dragão também?
- Muito pouco - Encolheu os ombros - Confesso que desde que nos casamos nem sequer me aproximei do piano de lá.
- Por que? - Questionou franzindo o cenho.
- Não me sentia confortável para tocar sabendo que, de certa forma, tinha um estranho na minha casa, como disse nunca toquei para ninguém e menos tocaria para alguém que apenas conhecia - Explicou mordendo os lábios, nervosa com o que ele pensaria.
- Entendo - Ele foi taciturno.
- Não se sinta mal, as coisas mudaram, e olha só, você me escutou tocar agora - Tentou dar um sorriso para dissipar qualquer dúvida de Jon.
- É verdade. Não me sinto mal, só espero ouvir você tocando mais vezes - Deixou o pedido evidente entrelinhas.
- Eu prometo aprender alguma canção do Norte e tocar pra você nas noites que o tédio seja nossa companhia - Ela estendeu o dedo mindinho para ele - Juro de dedinho!
- Dedinho? - Jon estava confuso.
- Não questione, me dê seu dedo mindinho também - Ela ralhou impaciente e ele a obedeceu sentindo uma corrente elétrica percorrer de seu dedo até o couro cabeludo - Quando eu era criança me diziam que as promessas feitas com o dedo mindinho são inquebráveis, essa é a primeira promessa que faço com alguém depois da morte de Rhaegar.
- Nunca tinha escutado isso antes - Tentou disfarçar seu embaraço mediante àquelas sensações estranhas demonstrando interesse no assunto.
- É um tanto infantil, mas é um gesto muito lindo - Explicou levando os lábios a mão que estava entrelaçada a de Jon - Acho que depois do matrimônio esse é um laço que não deve se quebrar nunca, são os únicos laços em que acredito.
- Pensei que teria uma visão negativa do matrimônio devido a sua má experiência com casamentos arranjados - Ele comentou pretensioso - Ser obrigada a casar sem amor anula a beleza desse laço.
- Sim, eu acreditava nisso, mas mudei meu julgamento sobre isso - Ela esclareceu com a mirada distante.
- O que a fez mudar? - Jon podia jurar que sentiu o coração falhar uma batida.
- Você me fez mudar - De repente os olhos violetas fuzilaram os cinzas de Jon - Um matrimônio baseado em interesses como o nosso poderia facilmente estar fadado ao fracasso e à frustração, e o é assim na maioria dos casos, mas no nosso é diferente.
Jon engoliu seco e viu um brilho de determinação nos olhos dela.
- Com Drogo tudo se converteu em um desastre em apenas alguns dias - A voz de Daenerys falhou um tom - Com você, eu tinha a mesma expectativa, mas você mostrou que o amor e a fidelidade podem estar em lugares sem esperança... é por isso que eu...
O celular de Jon começou a soar outra vez fazendo a ambos dirigirem a atenção às dezenas de mensagens que ele recebia.
- Quem é? - Dany indagou curiosa quando ele pegou o celular.
- Tormund - Respondeu frustrado pelo clima quebrado.
- Tormund? - Ela repetiu confusa.
- É um amigo que conheci quando estava em Castle Black - Esclareceu desviando o olhar para ela - Um dos poucos em que confio e.... que está muito bêbado e escrevendo para mim - Concluiu arqueando as sobrancelhas ao ler as mensagens torpes de Tormund.
Daenerys riu de uma maneira que Jon achou fofa.
- Espero que tenha ânimo e paciência para sair pois ele nos convidou para jantar em um restaurante amanhã - Comentou esperando a reação dela - Aparentemente deseja conhecer a minha esposa tão famosa.
Revirou os olhos ao repetir as palavras.
- Que interessante, ele não esteve no casamento? - Perguntou tentando assimilar a figura de Tormund.
- Não, teve um problema no trabalho - Explicou guardando o celular.
- Entendo... eu estaria encantada em conhecer seu amigo - Ela sorriu docemente. - Parece ser legal...
- Ah e é muito! - Comentou um tanto irônico.
A verdade era que Jon queria escutar a conclusão da frase de Daenerys, porém não tinha coragem de tocar no assunto e isso o deixava ansioso e incômodo.
- Acho melhor voltarmos pra cama - A sulista sugeriu levantando-se e deixando Jon ainda mais frustrado. 
- Você tem razão - Levantou-se e juntos saíram da sala.
Quando finalmente estavam deitados e com as luzes apagadas, o sono custou em vir deixando ambos inquietos.
Ambos escutavam a respiração do outro, descompassada e ansiosa.
- Jon, está acordado? - Dany perguntou baixinho.
- Sim - Respondeu roucamente desejando ver o rosto dela na escuridão.
Dany girou na cama aproximando-se de Jon e pousando a mão sobre o peito dele, o bastardo a aconchegou passando o braço sobre os ombros dela e a abraçando.
Ficaram assim longos minutos que pareceram horas, Jon temia que Dany pudesse escutar seu coração ansioso e sentir sua respiração descompassada. Estava quase entregue a inconsciência quando um suspiro profundo de Daenerys chamou-lhe a atenção.
- Acho que me acostumei a dormir com você ao meu lado -  A voz suave dela com essa confissão causou uma revolução no estômago do nortenho.
- Eu também me acostumei a ter você ao meu lado - Dito isso beijou seus cabelos apertando-a mais em seus braços.
- É por isso que eu acho que me estou apaixonando por você... - Dany sonolenta sussurrou quase sem voz e Jon pouco pode assimilar sua fala.
Esperava não ter confundido as coisas, Daenerys realmente estava começando a sentir algo por ele?


Abaixe-as lentamente no chão
Abaixe-as lentamente no chão

 


Notas Finais


Foi isso gente! Gostaram de ver a Dany cantando? Kkk confesso que procurei bem uma cantora que tivesse um tom parecido ao da Dany e encontrei Agnes Obel que é incrível, me apaixonei por varias canções dela! Recomendo pra quem gosta de uma pegada meio Dark Soft.
Amo vcs, a gente se vê no próximo capítulo beijinhossss


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