História Looks Can Be Deceiving - Troy Horse

A semana foi intensa, cheia de provas e trabalhos. Jimin não olhou muito para mim, por conta do nosso acordo, mas conversamos bastante por mensagens de texto, ele era um amor, estava cada vez mais apaixonada pelo moreno.

Após tocar o sinal recebi um SMS do mesmo, dizendo para nos encontrarmos novamente no mesmo lugar que sexta-feira passada. Cheguei mais empolgada dessa vez e ele me recebeu com aquele sorriso maravilhoso estendendo seus braços para me abraçar com muito carinho.

- Podemos sair hoje amor? – Perguntou-me com aquela voz doce que só ele possuía.

- Claro, para onde vamos? – Respondo animada.

- Bom, estava pensando em algo mais privado dessa vez. Vamos assistir um filme em minha casa.

- Ok. – Concordei feliz por saber que passaria mais um dia maravilhoso com meu Chim Chim, apelido que o dera.

Chegando lá, deixei minha mochila no sofá cinza, de camurça e o segui até a cozinha.

- Não sei você, mas eu estou com muita fome, vou preparar alguma coisa, tome esse suco enquanto nada está pronto. – Ofereceu-me um copo com um suco alaranjado, o gosto estava meio estranho, mas essas coisas naturais são assim mesmo.

Fico observando Jimin separando os utensílios que usaria e começo a sentir sono, minha visão escurece e não lembro mais nada. Até acordar amarrada à uma cama pelos pulsos e tornozelos, com, aparentemente, uma silver tape me impedindo de falar e sentindo meu corpo exposto pela ausência de roupas.

Observo-o saindo de uma porta vindo em minha direção.

- Prefiro você assim, querida. Calada, sem bostejar babaquices melosas. Não é lá grande coisa, mas estou precisando. – Diz correndo os dedos pelo meu rosto e descendo a mão pelo meu corpo me apalpando.

O que havia acontecido com meu namorado Jimin? Por que ele estava agindo assim? Tento falar, mas não sai nada além de sons abafados pela fita.

- O que foi amor? Não consigo te entender, desculpe. – Debocha Jimin, com um sorriso irônico. – Mas acho que sei o que você quer, sua safada.

Jimin sobe na cama por cima de meu corpo desnudo, eu estava com nojo agora, mas totalmente impotente. Não conseguia me mover. Desatou o nó de um de meus tornozelos, apenas para facilitar o que estava prestes a fazer. Solto um grito abafado de dor, começo a chorar muito, isso permanece pelo o que devem ter sido alguns minutos, mas para mim parecia uma eternidade.

Após conseguir o que queria pude vê-lo olhar para uma câmera que estava em cima da cômoda. O nojo só aumentou. Eu era só lagrimas, sangue e seja lá mais o que for.  Encaro-o tentando demonstrar raiva, mas só tinha medo de que voltasse com aquilo.

- Não se preocupe, não preciso mais de você. Ah, e não ouse contar isso a alguém, como se fossem acreditar de qualquer forma. – Diz enquanto se aproxima, com um tom de voz não tão alto, mas ameaçador.

Retira a fita e rapidamente coloca um pano sobre minha boca. Adormeço novamente.

***

Acordo em um beco escuro, com minhas coisas jogadas sobre mim, corro atrás da caçamba que havia ali para colocar minhas roupas decentemente. Sinto muita dor, exaustão física e psicológica. “Como alguém aparentemente perfeito teria coragem de fazer algo do tipo? ” Penso comigo. Começo a chorar novamente. Pego minha mochila, tateando tremulamente os bolsos à procura de meu telefone celular. Busco por Hwasa nos contatos e disco o número, após alguns toques ouço a voz que me acalma:

- Espero que tenha um bom motivo para me acordar a essa hora mocinha.

- M-me ajude... – Caio em prantos com o pedido.

- O que aconteceu? Aonde você está? Vou para aí agora! Me mande um print de sua localização e não ouse sair daí!

Atendi seu pedido e aguardei naquele beco escuro e úmido, com medo de que aparecesse outro louco. Tentei conter o som de choro com minhas mãos, mas as lágrimas simplesmente caiam sem parar.

*Algum tempo depois*

- Aí está você minha pequena, o que aconteceu? – Diz Hyejin com expressão preocupada. Ao ver que não conseguia falar por conta do choro apenas me abraçou, continuando – Está tudo bem agora, vamos para casa.

***

Hwasa cuidou de mim como nunca, me deu banho, me ofereceu comida. Obviamente ela notou toda a sujeira e meu desconforto e já imaginou o que havia acontecido, mas não perguntou nada, esperou meu tempo, para eu mesma falar. Não queria falar, não mesmo, mas ela precisava saber, cuidava de mim como ninguém, assim como eu também cuidava dela quando ficava doente, era uma das pessoas que mais amava no mundo, junto com meus pais.

- ESSE CARA... *suspira* ele é louco, precisamos fazer algo a respeito, isso não pode ficar assim! – Disse Hyejin claramente tentando conter sua raiva. Ela poderia muito bem ter dito “eu avisei”, mas não o fez, afinal não mudaria os fatos.

Eu só queria descansar, me recuperar fisicamente do ocorrido. A abracei com necessidade e ela entendeu o que eu queria, sem ao menos dizer uma palavra, como sempre o fazia.

- Avisei sua mãe que está aqui, disse que sua bateria acabou por isso não pode avisar antes. – Como era de praxe nós fazermos isso não haveria problema.

- Obrigada.... Eu te amo Hwasa. – Nunca havia dito de forma tão sincera, com tanto sentimento envolvido. Ela era a melhor pessoa do mundo, que me entendia sempre, sabia como me alegrar, claro que brigávamos as vezes, mas logo fazíamos uma piada e voltávamos as boas novamente. Caio no sono, naturalmente dessa vez, com seus carinhos, seu abraço e suas palavras de conforto.