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História Loser - Bubbline - Raciocine


Escrita por: fertalli

Notas do Autor


boa leitura. hoje vou postar antes porque amanhã vou ter que acordar cedo.

Capítulo 26 - Raciocine


  -E aí, vampirona! – Braco se dirige a mim pela primeira vez desde que chegou.

-Oi, Braco. – encurto o cumprimento o quanto posso.

-O que vocês estavam fazendo aqui? – ele ainda está pendurado em Bonnie, como se fossem namorados ou amigos super íntimos.

-A gente comeu e viu um filme.. – Bonnie começa, mas é interrompida pelo gemido estranho de Braco.

-Aaaah, chatooo! – o garoto reclama. – Pensei que você fosse mais irada, Draculina. – ele me provoca. – Sei que minha Bon-bon é romântica e fofa... – ele diz isso apertando uma bochecha dela – mas você?! Hahaha, essa é nova.

-Haha. – forço uma risada, mas falho, porque meu mau humor está óbvio. – Nossa, olha a hora. – checo o horário em meu celular, e finjo surpresa.

-Verdade. Marceline e eu temos que ir. Foi legal te ver, Braco. – ela se despede e se afasta dele.

-Ei, ei, peraí... – ele puxa Bonnibel pelo braço e beija sua bochecha – Agora sim! Tchau, meu doce! – ele levanta a mão, balançando freneticamente enquanto eu me afastava com Bonnie.

Quando chegamos em um lugar mais afastado, paro e pergunto, séria:

-Bonnie, o que esse cara quer com você? Me diz agora. Eu não aguento mais ver ele te puxando e... e te beijando! – eu balançava os braços, gesticulando e enforcando o ar enquanto imaginava ele entre minhas mãos – Na minha frente!

-Marcy, ele não sabe que você... eu e você... – ela me explica em poucas palavras.

-Tá, eu sei. – respondo seca, chateada e evitando o assunto – Mas isso dá liberdade pra ele fazer essas coisas?!

-Sei que não, mas é que Braco... é meu pretendente. – ela responde devagar, o que costuma fazer quando está iniciando um assunto delicado.

-Dá pra ver. Ele já está com muitas pretensões pra cima de você, mesmo. E isso é... ARGH. – nem consigo encontrar o adjetivo certo para o meu desgosto.

-Não, Marceline, meu pai arranjou pretendentes para mim porque já sou uma “mocinha”, e quer logo um genro. E depois, um neto. E como o Braco é filho de um amigo dele, ele está forçando o garoto pra cima de mim. – ela suspira alto antes de continuar. – Só não afasto e dou um chega pra lá no Braco porque ele seria obrigado a contar pro meu pai, que ficaria me questionando por semanas.

-Que tal dizer “Ei, pai, eu tenho 14 anos e não sou obrigada a namorar ninguém que você empurre pra mim, muito menos pensar em filhos?!” – encaro ela, abismada. – Talvez funcione.

Ela dá uma risada meio triste.

-Acontece que quanto mais pretendentes eu dispensasse, e quanto mais evitasse esse assunto, mais ele ficaria em cima. E pra ele descobrir sobre nós, Marceline... não é difícil. – ela desvia o olhar. – Meu pai não liga com quem eu fico, contanto que isso não atrapalhe a imagem da nossa empresa. E como sou filha única, eu serei a próxima a dirigir nosso negócio. Está entendendo? – ela busca minha resposta, que vem em forma de um balançar de cabeça, assentindo; ela continua. – Seria difícil para os que comandam aquele lugar aceitarem, do jeito que são conservados, que uma mulher – já é um problema – que gosta de mulheres – problema maior ainda – vai mandar neles. Meu pai, sendo o tipo mais tradicional que poderia ser, já sofre golpes de todos os lados por aqueles abutres tentando abater ele e ficar no poder. Imagina eu? Por isso ele quer que eu seja... o mais “normal” possível. Para não sofrer tanto. – ela bufa, se levantando do banco onde tinha sentado para contar tudo.

Eu piscava, processando todas as informações e chegando a uma conclusão final que não me agradou nem um pouco. Bonnie não poderia ser livre.

-Em outras palavras, você tem que aguentar aquele cara em cima de você. - coço meu pescoço, inquieta.

-Sim. Mas Braco não é tão chato quanto parece, na verdade. – ela comenta. – Acho que ele também está sendo forçado a isso pelo pai dele. Provavelmente para conseguir um pouco do meu dinheiro no futuro. Quer dizer, do dinheiro da empresa. - ela parece desconfortável.

Saio do meu banco e fico parada em pé perto dela. Levanto os olhos e vejo, saindo de uma loja de chocolates, Braco.

-Falando no diabo... – puxo ela para trás de uma planta – Não quero que ele corra atrás de nós de novo. Sério ele é muito chato, desculpa dizer, mas ele é quase insuportável! Quase se não é inteiro, já que-

Bonnie me cala, escondendo minha boca com sua mão.

-Shh, Marcy, olha aquilo! – pede ela, sussurrando.

Então obedeço, curiosa. Logo atrás de Braco saiu um garoto com boné para trás, branco. Ele vestia um moletom rosa e seus cabelos eram da mesma cor, assim como os tênis. Braco tira um bombom da sacolinha, joga a embalagem fora e entrega na boca do outro, na maior intimidade. Então o garoto rosa beija o rosto de Braco, que fica vermelho.

Os dois saem de mãos dadas, rindo juntos, sem ligar para nada nem ninguém. Só não imaginavam que nós estávamos vendo tudo, inclusive quando, na saída, trocaram um selinho de despedida.

Bonnie e eu estávamos boquiabertas. Eu comecei a rir descontroladamente de mim mesma, por ter sentido ciúmes de um cara que, na verdade, devia ser gay, e tinha namorado. Ver isso foi esclarecedor e tirou um peso enorme da minha mente. Mas Bonnie não ria. Ela estava muito séria, e quando está assim, é porque está pensando.

-Bonnie? O que foi? – questiono, não entendendo o que ela tanto refletia.

-Marcy, você não percebeu? Isso é perfeito. Agora o Braco não vai mais dar em cima de mim, e eu vou poder ficar o tempo que eu quiser com você. – ela explica, agora sorrindo.

Eu não tinha entendido direito.

-Marceline, eu digo que sei que ele é gay e não precisa se forçar pra cima de mim, e ele vai ser uma ótima desculpa, porque quando eu disser “ei, pai, posso passar o dia no Braco pra conhecer ele melhor” ou sei lá, meu pai vai dizer sim, enquanto na verdade vou estar com você, e ele com o namorado dele. Só vamos ter que fingir esse namoro bobo enquanto fazemos o que quisemos. Todos saem ganhando.

Os olhos dela brilham, orgulhosos, enquanto me expõe o plano infalível, e eu sorrio.

-Você é esperta e eu te amo. – anuncio, simples.

  -Você é você e eu te amo. – responde ela, rindo baixo.


Notas Finais


obrigada por ler :))


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