História Lost - Four

Carlos André Pov

   Todos faziam sua tarefa dentro do escritório, alguns eram chamados para atender alguma emergência e eu continuava a analisar relatórios que seriam arquivados, já que as investigações tinham sido encerradas.

- Carlos, o capitão está te chamando. - meu companheiro falou se sentando ao meu lado - Parece ser algo grave.

- Ele coloca todos esses relatórios em minha mesa e fica me chamando. - falei me levantando - Pegue aquela pilha, são casos que vão ser arquivados.

- Investigação encerrada? - perguntou e apenas concordei enquanto ia em direção a sala do capitão.

   Vi que todos se movimentavam e olhei para a sala do capitão vendo-o apoiado em sua mesa olhando para a tv nervoso, bati na porta e ele rapidamente a abriu me pedindo para entrar, aumentou o volume da tv e olhei para a mesma vendo a fachada de um mercado.

- De todos que trabalham aqui, você é o mais competente para este caso. - apontou para a tv - Cinco assaltantes invadiram sem ninguém desconfiar de nada, fez todos os clientes e funcionários reféns.

- O que quer que eu faça? - perguntei atencioso.

- Preciso que fique de intermediário, quero que todos saiam vivos! - falou me encarando - Faça o seu trabalho Carlos.

Silvia Pov

  Logo após o anúncio, eu só consegui lembrar as diversas conversas que tive com Carlos, sempre manter a calma e não reagir, pois algo sério poderia acontecer e eu estava com meu filho, precisava ficar calma e mantê-lo calmo.

- Mama. - ele me chamou enquanto eu o pegava no colo e seguia um dos assaltantes - Mama.

- Fique calmo querido. - falei em seu ouvido.

   Eles nos levaram para o meio do mercado, onde a distancia entre as estantes era maior, nos sentamos no chão e o que estava conosco falou para colocarmos tudo nosso no chão e o outro dava ordens para os funcionários.

   O homem que nos vigiava não estava com uma arma nas mãos, mas conseguia ver que em sua cintura tinha uma pistola. Uma senhora que estava ao meu lado distraía Davi, que estava com medo, e eu apenas observava os movimentos de todos.

   E num momento de distração minha, Davi levantou e correu na tentativa de fugir. Então, tudo começou a passar em câmera lenta. Conseguia ver os assaltantes virando, procurando o perigo e encontrando a pessoa mais importante da minha vida.

   Num movimento rápido, todos levantaram suas armas. Eu gritei, gritei pedindo paz, gritei pedindo calma e corri, corri como se minha vida dependesse daquilo e dependia. Poderia perder tudo na vida menos meu filho, meu bem mais precioso.

   O peguei no colo, como se fosse ouro e virei, na tentativa de o proteger de tudo pudesse o machucar e então senti em minhas costas uma dor extremamente aguda no lado direito. Parecia que a vida estava perdendo a cor e na minha mente só conseguia vir uma coisa, ou melhor, uma pessoa: Carlos.