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História Lost - XXVII Twenty-seven


Escrita por: Gabsy

Capítulo 27 - XXVII Twenty-seven


  -Das pessoas que estavam no castelo que não foram encontradas temos cem membros da corte, oito conselheiros reais… -o homem continuou a falar e Katherine não conseguia prender sua atenção aos dados, quase conseguia sentir sua bochecha queimar devido a intensidade do olhar que sua mãe lhe lançava naquele exato momento.

-Uma das professoras de Santa Marcelina foi acolhida e tratada enquanto eu estava lá, ela chegou alegando que tinha caminhado até lá, mas não estava ferida ou algo do tipo. Não tive tempo para averiguar pois no mesmo dia fui mandada para o reino humano. -acrescentou, se lembrando do quão desconfiada havia ficado quando a viu ali na porta do palácio ofegando como se estivesse ferida e ainda assim seu corpo estava limpo.

-Ela também não foi encontrada. -respondeu o mensageiro tenso, encarando todos os conselheiros antes de responder a princesa, como se não soubesse se devia falar com ela.

-Acho que temos motivos para concordar que todos os que fugiram com Teagan são seus aliados e nossos inimigos, os que desejaram abandoná-lo e seguir outro caminho ainda podem ser usados para nossa vantagem. -observou a princesa, muitos membros do conselho real ainda consideravam manter os filhos de Teagan, sua esposa e seu conselheiro mais próximo dentro do castelo estupidez.

Sem considerar que nenhum membro do conselho considera Katherine detentora de alguma autoridade, ser princesa ali era nada menos que um enfeite. A bonequinha da realeza, o trunfo de poder para que eles exibissem.

-A rainha se mantém em silêncio absoluto dentro de seu quarto e tanto o conselheiro quanto os filhos de Teagan se revelaram inúteis até o momento, todas as informações que conseguimos nos levaram a nada. -acusou outro conselheiro, aquele que Katherine sabia que seria o primeiro a pedir a cabeça de Thomas se tivesse a chance.

-As informações que recebemos nos levaram a pistas dos passos que tomaram após fugir, não pode ignorar isso. Temos muito mais a aproveitar os tendo aqui, onde podem nos ajudar. -exclamou a princesa, farta da falta de reconhecimento que os vampiros recebiam naquele castelo.

Já tinha ouvido insultos podres saírem da boca de cada conselheiro naquela sala chamando os vampiros de sujos, imundos, traiçoeiros, selvagens, traidores. Se não fosse pela mãe Katherine já teria os punido por ter as línguas soltas espirrando veneno em quem não merecia.

-Não vou levar em conta os argumentos de uma garota que só os defende porque está envolvida com aquele filhote do mal. -cuspiu o mais velho dos conselheiros, fazendo o sangue de Katherine ferver nas veias.

A mesa pesada de madeira tremeu sob as mãos de todos ali, as velas que iluminavam a sala se apagaram no que uma brisa violenta entrou pela janela, Katherine espalmou as mãos na mesa com força e sentia os olhos brilharem em raiva, sabia qual era a imagem que devia estar passando naquele momento, mas ele iriam aprender a respeitá-la, por bem ou por mal.

-Mantive meu decoro para me dirigir à vocês, conselheiros, por quanto tempo consegui, mas não vou tolerar que se dirijam a mim como se falassem com uma criança! -as vestes cheias de camadas e tecidos que os velhos conselheiros gostavam de usar se balançavam conforme o ar agitado invadia a sala no que a revolta da garota crescia no peito. -Não preciso que me reconheçam como sua princesa, não preciso do seu respeito, não sou uma boneca e não estou aqui para ouvi-los decidir o que fazer com o meu reino, então não vou tolerar que falem de mim ou de qualquer um de meus convidados dessa forma, não vou mais fingir ser boazinha.

Voltou a se sentar no que o vento parou de uivar nas orelhas de todos, as bocas abertas e os olhos arregalados todos voltados em sua direção observaram sua mãe, que não sabia o que dizer perante às faces petrificadas e os papéis com as pautas daquele dia espalhadas pela sala.

Dex que sempre assistia as reuniões em silêncio de pé longe da mesa se colocou atrás da cadeira onde a princesa se sentava e colocou uma mão em seu ombro.

-Então, usando as informações que temos precisamos seguir os sinais deixados pelos membros da corte de Teagan, para pegá-lo antes que cause mais estragos. -Allerick continuou a reunião naturalmente como se nada tivesse acontecido observando um papel que estava próximo de si.

Os conselheiros e o rei saíram da sala no final da reunião deixando apenas Katherine e a rainha para trás, Katherine achava que já estava velha demais para receber um sermão, mas talvez merecesse por ter ameaçado a vida de todos os conselheiros reais diminuindo suas autoridades a pó.

-Também fico incomodada pela maneira que agem, mas eles são essenciais para que possamos tomar decisões e tornar Tamir o melhor dos reinos, não pode agir dessa forma. -ela começou usando um tom de voz suave com as mãos entrelaçadas em cima da mesa.

-Não questiono a necessidade de tê-los, mas não vou admitir que falem de mim ou de meus convidados daquela forma. Dizer que só os defendo porque tenho envolvimento com Thomas é a mesma coisa que cuspir na minha cara. -estressada Katherine não conseguia parar de gesticular.

-Ele só quis dizer que você envolve muitos seus sentimentos quando fala sobre eles. -Fleur não parecia a pessoa indicada para lidar com a situação, estava acostumada demais a ser ignorada como membro da corte, coisa que Katherine não admitiria como princesa.

-Não faço a menor idéia de como a informação que eu e Thomas estávamos juntos sequer chegou até eles, e não me importo que saibam. Mas falam como se eles fossem absolutamente inúteis a esse reino, quantas informações boas vieram de Dante? O inventário de armas que Samantha e Thomas nos deram? Isso é ser inútil? -fez uma pausa, Fleur abriu a boca, mas Katherine não conseguiria engolir. - E você deixando que eles zombem da minha relação com Thomas me dá mais nojo ainda.

-O que você tem que entender, Katherine, é que a inimizade entre vampiros e feiticeiros vem de séculos atrás e só porque você se apaixonou por um deles não significa que todos vão decidir esquecer o que houve no passado. -Fleur estava séria, não entendia como a filha podia não perceber o tamanho do que estava exigindo a toda uma população e sua história.

-Não peço que sejam amigos, peço que os respeitem, pelo menos os que estão nos ajudando. -se levantou jogando a cadeira para trás, de nada adiantaria ficar ali tentando se explicar para alguém que não estava disposta a entender. - A verdade é que sou repugnante para vocês porque me apaixonei por um vampiro, manchando todo esse manto de pureza que vocês tanto insistem em manter sobre esse território e sua espécie. 

Seu estômago estava embrulhado, não aguentava mais ficar dentro daquela sala com aquele cheiro podre de superioridade, já tinha ouvido histórias sobre como os vampiros eram uma espécie marginalizada, mas ouvir aquelas palavras da boca de pessoas que ela esperava tanto partia seu coração. 

Ela tinha o direito de estar naquela sala, dar sua opinião e ser ouvida, e não abriria mão disso, as pessoas com quem se relacionava ou sua idade não deviam fazer diferença alguma naquilo.

A princesa já havia notado como a mãe raramente falava durante as reuniões, Allerick comandava as reuniões enquanto ela se sentava ao lado dele dando apoio aos seus argumentos quando necessário, o enfeite perfeito.

Ela não sabia que era a rainha? Que aquele reino era seu? Ele era um mero cidadão que havia tido a sorte de ter sido escolhido dentre milhares, não possuía ligação nenhuma com Fleur que não o casamento que os unia e mesmo assim era rei soberano.

Fleur liderava os eventos e aparecia para o público como a rainha bondosa a ser amada e por trás da cortinas se sentava ao lado de um homem frio e sombrio que tomava decisões usando do título que ela havia dado a ele, sem ela ele não seria nada, ela não sabia disso?

Tentava acalmar a respiração enquanto caminhava pelo palácio sem saber para onde ir, não queria ir para o quarto espernear como uma criança birrenta e também não conseguiria conversar com Leviathan ou Samantha no estado que estava.

-A corte é um local repleto de espinhos, mesmo onde você acha que não. -Dex a chamou a atenção, ele se sentava em uma das salas comuns do palácio e tinha um copo de vinho cheio na mão, do lado de fora da janela Thomas treinava com Samantha e Morgana os monitorava.

Se lembrou de quando ela estava em Fortress e ele tinha que lidar com assuntos da corte o dia inteiro e agora entendia porque aquilo o cansava tanto, ficava aliviada de vê-lo passar um tempo com os amigos, mesmo que naquelas circunstâncias.

-Relutei em aceitar esse título e agora percebo que ele não passa de um enfeite ridículo. -grunhiu a princesa se sentando no sofá na frente de Dex.

Tinha odiado tanto, tinha se recusado tantas vezes, tinha pensado em mil maneiras de fugir desse título e desse cargo, e agora que tinha finalmente aceitado havia descoberto que não passava de um mero enfeite e que seu único trabalho era ser bonita, falar bem, entreter uma multidão e sorrir.

-Quase comemorei quando vi que estava prestes a jogar o conselheiro Adler pela janela, tenho que confessar.  -ele sorriu tomando um gole de seu vinho, seu robe verde com desenhos dourados jogado pelo sofá e caindo até o chão no que ele estava largado no sofá. -Sei que não parece justo, mas não acho que devia ser tão dura com a sua mãe.

-Ela acha que serei como ela, que darei meu título a alguém e deixarei que me use para reafirmar seu direito. 

-Sua mãe já usou todas as forças que tinha para lutar muito antes que Allerick chegasse, ele só se aproveita do pouco que restou dela, como o urubu devorador de restos que ele é. 

-É inútil que você use esses argumentos comigo se não vai me dar o contexto, você sabe disso. -ajeitou a postura se encostando no sofá e respirando fundo, Dex tinha o costume de usar argumentos subjetivos para defender Fleur usando de histórias que ele não contava a ela. -É tão estúpido que invalidem tudo o que sou e tudo o que sei só porque me apaixonei por Thomas, como se eu já não fosse boa o suficiente para estar aqui.

-Já te contei um pouco sobre o passado de nossas espécies, mas quando tivemos que deixar os humanos e vir para cá, no que Ellarya era apenas um ideal, os vampiros faziam o que bem entendiam, como fazem até hoje, matando animais para se alimentar e sendo curiosos sobre os assuntos de outras espécies, os feiticeiros sempre foram uma espécie que defendia essa tal “pureza”, então ao serem obrigados a conviver com a espontaneidade dos vampiros, não conseguiram suportar. Já tivemos uma guerra por causa disso, no que todo o povo de Ellarya sofreu, então nos separamos, cada um em um hemisfério, para que esquecessem da existência do outro.

-Me pergunto se somos assim tão evoluídos, não conseguimos nem lidar com nossas diferenças para manter a paz.

-Todos os povos de Ellarya vivem em harmonia, exceto nós. Com o passar dos séculos as pessoas foram aceitando como sendo algo natural, como predadores que não convivem com sua presa, vampiros e feiticeiros são inimigos naturais. -concluiu Dex fazendo um meneio com sua taça. -E ainda assim cá estou eu, um feiticeiro que já viveu séculos, convidado da própria rainha de Tamir, tendo que tomar conta do príncipe dos vampiros como se eu fosse sua babá.

Katherine riu fraco, respirando fundo e absorvendo as informações devagar, no mundo dos humanos coisas assim acontecem o tempo todo, pessoas que não se davam bem simplesmente se afastam e nunca mais tentam lidar com o assunto.

Uma coisa era ter ideais diferentes e não concordar sobre alguns tópicos, Katherine não usaria seu relacionamento com Thomas para defender os vampiros e acusar os feiticeiros, mas não imaginava que com tantas espécies diferentes que haviam conseguido aprender a viver em harmonia apenas esses dois estavam fadados a passar a eternidade se odiando.

Se lembrava bem de como odiava ter que olhar para a cara de Thomas todos os dias quando estava em Santa Marcelina, mas todas as criaturas de todas as espécies conseguiam conviver ali, porque quando saíam de Santa Marcelina a história mudava?

-Gostei da forma que defendeu seu título e direito dentro daquela sala, eles não estão acostumados com mulheres levantando a voz e mostrando seu poder por aqui, sua presença é uma ótima mudança de ares. -ele riu.

-Não destruí aquela sala até o último pedaço porque não queria que minha mãe passasse por aquilo, mas tive que me segurar. -revelou com as mãos fechadas em punho no colo.

Um grunhido alto lhe chamou a atenção do lado de fora, Samantha conversava com Leviathan enquanto Max e Thomas rolavam no chão, Morgana os analisava atentamente. Katherine agradeceu silenciosamente aos Deuses que não deixassem que Thomas visse Samantha e Levi juntos, ele talvez não fosse tão compreensivo.

-Se segurou para que não humilhasse a mãe mas escondeu de mim que você e Thomas saíram do castelo sem o conhecimento de ninguém. -começou Dex fazendo o sangue de Katherine congelar nas veias, até o último pelo de sua nuca estava arrepiado. -Garota, sua mãe gosta de mim por um motivo: eu sou muito bom no que faço. Pensei que colocar um feitiço para que ele não pudesse sair seria uma coisa boa, mas melhor ainda era colocar um feitiço que me avisaria caso ele saísse. O garoto é muito rápido, tenho que admitir, assim que saiu do quarto não consegui mais achá-lo, então esperei que voltasse. E imagine minha surpresa quando o vi praticamente te carregando para dentro! -pousou a taça na mesa que os separava e ponderou decidindo como continuaria aquela conversa. -Não os segui ou tentei interferir, mas quando fui vê-lo na manhã seguinte o olhar satisfeito e o seu cheiro impregnado no corpo dele não o deixaram mentir.

-Fui cumprir uma tarefa para Allerick e Thomas me seguiu, não pedi para que ele fosse atrás de mim, acabei numa emboscada e ele me ajudou. -se apressou para contar o que havia acontecido naquela noite, odiava o olhar acusatório de Dex sobre si, como se ele pudesse enxergar todos os seus crimes e suas mentiras.

-Como eu disse, não o segui. Não sei para onde foram ou o que fizeram, mas a julgar pelo cheiro diria que ficaram terrivelmente próximos. -ele acusou, se encostando e cheirando o líquido carmesim na taça dourada, julgando Katherine.

-Não toquei nele.

-Não precisa admitir nada para mim, Katherine. Mas devia tomar cuidado com ele, sinto o cheiro dele em você agora mesmo. -esclareceu.

Havia passado um ano sem se lembrar ou falar sobre o que tinha acontecido entre eles, passou um ano fingindo que não pensava nele e que ele não existia, e mesmo assim no momento que ouviu que ele precisava de sua ajuda voltou o mais rápido possível e agora quebrava regras por ele e o defendia de homens que tinham autoridade o suficiente para pedir ao rei que o expulsasse dali.

-Queria que vocês dois conseguissem parar de se colocar no fogo um pelo outro. -murmurou Dex dando uma última golada em seu vinho. -Você voltou ao lugar que mais te trazia lembranças terríveis para enfrentar o soberano mais inescrupuloso de Ellarya para ajudá-lo e ele ofereceu a própria consciência e liberdade ao pai para que te deixasse em paz.

Do lado de fora Max estava sentado no chão rindo no que Thomas encarava Leviathan com um olhar mortal e o moreno desdenhava da presença do príncipe ali.

Queria rir com eles, conversar com eles, passar o dia fazendo coisas pequenas que os fariam felizes. Gastar o longo tempo que ainda tinham pela frente.

-Tenho coisas mais importantes para lidar agora do que o que já houve entre nós. -Katherine mal reconhecia a própria voz no que se levantou e caminhou para fora da sala.

Sentia o olhar, não apenas de Dex, lhe encarando.

-Escute mais o seu coração, princesa. Você está ignorando todas as indicações sobre o que devia lidar primeiro, ouça o que os Deuses tanto sussurram em seu ouvido.  -insistiu Dex, pela última vez.

Caminhou a passos largos até seu quarto, mal enxergava o caminho por dentre as lágrimas de raiva que floresciam em seus olhos, não queria ter que provar nada para ninguém, não queria ter que lutar com seus sentimentos, não queria ser frágil.

A marca de lua queimava em seu braço de uma forma que não fazia há meses, sua energia lhe dizia para voltar, mas não queria ouvir os Deuses, só queria ficar em paz.

No meio de seu quarto, como se tivesse sido convidado, um soldado de armadura escura lhe esperava, o brasão de lua refletido no sol que se punha atrás dele. 

Katherine sacou a faca que mantinha presa em sua coxa e correu na direção dele, que com sua espada tentou atacá-la na perna.

Ele não tentava acertá-la para machucar, queria incapacitá-la. 

Conseguiu imobilizar a garota com o rosto virado para o chão, mas ela estava em território conhecido, sabia sobre cada objeto e poeira daquele quarto. Usou o feitiço de precaução que havia deixado no quarto para trazer até si as facas que havia trazido do mundo humano o acertando na cabeça com uma delas, o desequilibrando.

Com uma em cada mão as fincou em seu peito com força, suando no que observava o aperto dele se afrouxar em seu tornozelo.

Não havia notado, mas gritos vinham do andar de baixo. Dezenas de gritos.

Correu para fora do quarto saltando de cima da escada e chegando no salão do palácio onde o mármore polido e brilhante havia sido banhado com o sangue de dezenas de membros da corte, pessoas inocentes, pessoas que Katherine conhecia. Seus corpos jogados no chão irreconhecíveis, como se não importassem.

-Dex! -gritou seguindo para onde havia visto o feiticeiro pela última vez, soldados estavam mortos pelo chão onde passava, pedaços de corpos, roupas em frangalhos, o desespero crescia em seu peito.

Viu alguém ser jogado longe do lado de fora, reconheceu ser Morgana a julgar pelos cabelos vermelhos, Samantha e Max lutavam com uma dezena de soldados inimigos sozinhos e viu que Dex lidava com outra dezena sozinho longe de todos. Nem sinal de Thomas ou Leviathan.

Conseguiu jogar dois para o chão usando sua magia para então jogar sua espada na cabeça deles com tanta força que partiu seus crânios em dois, nenhum deles sairia vivo se dependesse dela. Esperava que a mãe estivesse protegida em um local seguro, mas não tinha tanta certeza levando em consideração a quantidade de soldados que havia visto mortos pelo caminho.

Dex usava tudo o que conseguia para não ser acertado por um dos soldados, Katherine partiu em sua direção quando caiu de joelhos no chão, em agonia pura, gritando de dor.

De quatro no chão lágrimas escapavam de seus olhos no que ela tentava se focar no que acontecia ao seu redor, sangue, via sangue mas não sabia de onde vinha, a dor crescia cada vez mais, como se nunca fosse parar.

-Já temos o garoto, pegue ela e vamos logo. -ordens eram dadas e a cabeça de Katherine girava no chão, não conseguia tomar nenhuma decisão, não sentia a própria energia, não conseguia fazer nada.

-Não, não… -murmurou grogue enquanto era erguida do chão e então viu que seus joelhos haviam sido cortados na parte de trás, era por isso que não conseguia se manter de pé, era dali que vinha todo aquele sangue.

Dex lhe segurou pelo braço, o soldado que a carregava a deixou cair no chão, incapaz de se movimentar, Dex sangrava em vários pontos, havia lutado sozinho todo esse tempo e ainda estava disposto a defender Katherine com tudo o que tinha.

A visão de Katherine estava embaçada demais, mas o viu cair, no que uma pessoa o dividia no meio, dois pedaços insignificantes do grande feiticeiro e amigo que ele era, dois pedaços que resumiam seu fim àquilo.

Gritou sem nem mesmo conseguir ouvir a própria voz, sabia que era um feitiço que estava deixando-a daquela forma, mas não conseguia lutar contra ele, já estava dentro de si através daquele maldito brasão, forçando-a a assistir sem poder fazer nada enquanto assassinavam a pessoa que amava.

Tentou se arrastar para longe deles, mas ouvia as risadas, era inútil. Segurou a mão de Dex e não conseguia pensar direito, não conseguia usar seu lado racional, não conseguiria fazer aquilo sem ele, não teria chego até ali sem ele, havia aprendido tudo o que sabia com ele. O sangue do feiticeiro ensopava suas roupas, observava o rosto dele, ou o que havia restado dele, parecia lhe encarar. Não parecia um fim digno que ele ficasse ali jogado no chão com suas roupas de grife sujas de sangue e sujeira, queria que ele tivesse o fim que merecia, queria partir no lugar dele.

Não conseguia parar de chorar e tentar se segurar na grama no que a agarravam pelo braço e tentavam arrastar a garota para longe dele, seu corpo doía tanto, amava tanto Dex, não podia aceitar deixá-lo ali.

Acertaram sua cabeça com força fazendo a princesa perder a consciência e então finalmente a levaram para longe de onde o grande feiticeiro tomava seu último banho de sol.


Notas Finais


desculpa.


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