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História Lost Boys - Flores para os Mortos


Escrita por: fallenbnew

Notas do Autor


Boa leitura amores.

Comentem.

Capítulo 2 - Flores para os Mortos


Fanfic / Fanfiction Lost Boys - Flores para os Mortos

Eu estava realmente perdida.

Eu caminhava por este velho cemitério tentando encontrar a saída por cerca de vinte minutos, mas, toda vez que achava estar próxima aos portões de entrada, acabava me embrenhando ainda mais no interior, passando por pequenas alamedas que serpenteavam por todo o local.

Quanto mais eu avançava, mais decaído tudo parecia. As estátuas despedaçadas e as sepulturas mal-cuidadas estavam cobertas por uma camada cinzenta de musgo.
A neve se acumulava aos montes sobre os túmulos, embora a alameda principal estivesse, para minha surpresa, livre.

Eu estava seriamente tentada a começar a gritar por ajuda, como uma criançinha patética perdida da mãe. Já podia até sentir minhas bochechas esquentando de constrangimento só de imaginar a cena.

E pensar que toda essa confusão começou, na verdade, comigo e minhas boas intenções.

Eu havia me oferecido à minha mãe para sair e comprar alguma comida para a gente, já que ela estava ocupada na casa nova, desempacotando caixas e adiantando algumas tarefas do seu novo trabalho.

Ela havia recebido uma proposta para ocupar um cargo alto, com um salário astronômico e diversos benefícios incríveis, em uma das filiais de uma famosa firma de advocacia, o que resultou em uma mudança às pressas para uma cidadezinha chamada Esperanza, apenas algumas semanas antes do Natal.

Foi tudo muito repentino, mas a proposta era tão boa que minha mãe simplesmente não teve como recusar. Sempre lutamos para manter nossas finanças em dia, e agora finalmente não precisaríamos mais nos preocupar com o assunto.

Minha mãe estava radiante com essa reviravolta tão surpreendente em sua carreira e, se ela estava feliz, eu também estava. Mesmo que isso significasse deixar minha escola e me matricular em um lugar novo só para poder terminar meu último ano e me formar.

Além da escola, tive que abandonar todos os meus amigos, mas, de alguma forma, isso não me aborreceu muito. Na verdade, fez com que eu percebesse que eu nem era assim tão próxima a ninguém e eu esperava poder fazer novos amigos neste novo lugar.

Então deixei minha mãe em seu escritório em casa, enterrada atrás uma pilha de pastas, e, assim que coloquei os pés para fora, dei de cara com uma senhora que mais parecia uma louca com o seu cabelo roxo e óculos de lentes grossas, que pediu minha ajuda para carregar um imenso vaso de plantas que ela dizia ter comprado para o marido.

Claro que eu tinha que ajudar. Minha mãe me ensinou a sempre respeitar os mais velhos – e aquela senhora era realmente velha! Que mal haveria em lhe dar uma mãozinha?

Eu me arrependi da minha boa vontade assim que ela me passou o vaso. Era gigante! E muito, muito pesado. Não havia andado nem meio quarteirão e minhas costas já estavam me matando.

Também tinha terra espalhada por todo o meu rosto e no meu suéter.

A velhinha, que se chamava Dona Vaiola, tagarelou durante todo o caminho, me fazendo todo o tipo de pergunta inconveniente, como de onde eu era, se tinha namorado, qual era o meu nome... Tudo bem, perguntar o meu nome era até algo bem razoável, mas o resto não passava do mais puro intrometimento.

Quer dizer, por que cargas-d’água ela precisava saber do meu status de
relacionamento? E daí se eu não tinha namorado? Isso não era da conta dela! De qualquer forma, eu não costumava sair com muitos meninos na minha outra cidade. Nunca consegui perceber o que havia de tão incrível em namorar.
Namorados costumavam ser tão irritantes, mandões, sempre me dizendo o que fazer – ou que eu deveria agir mais como menina.

Eu não precisava de ninguém me dizendo o que fazer, como me comportar ou que eu deveria usar vestidos em vez de jeans largos. Eu não precisava de namorado do meu
lado para me sentir bem, muito obrigada.

Esse assunto de namoro já tinha me deixado de mau humor, mas ainda assim me esforcei ao máximo para ser educada enquanto suportava o diálogo que sempre se seguia quando eu dizia o meu nome para um estranho. Com Dona Vaiola, apesar do cabelo roxo,
não foi diferente.

– Você disse que o seu nome é Allyson?
– ela perguntou, franzindo o cenho por detrás de seus óculos grandes.

Sem pensar duas vezes eu apostaria todo o novo e polpudo salário da minha mãe em qual seria a próxima pergunta. Faça chuva ou faça sol, a fala que se seguia após eu dizer meu nome era uma certeza na minha vida.

– Mas Allyson é nome de garoto.

Sempre, sem exceção.
Como de praxe, apenas suspirei alto e bom som em resposta. Como se eu não soubesse que Allyson é nome de homem. As pessoas poderiam pelo menos ser mais criativas e dizer
algo além dessa conclusão genial.
Mas até preciso dar um crédito para Dona Vaiola. Ela pelo menos tentou esconder a surpresa.

– Bem, acho que não há nada de errado. Os jovens de hoje gostam de tudo quanto é tipo de esquisitice: meninos de brinco, meninas com tatuagens. Uma garota com nome de
homem não é tão ruim assim
– ela disse após ruminar um pouco a respeito da estranheza do meu nome.

—Me chame de Ally.
-pelo menos é feminino

E, então, enfim chegamos ao nosso destino, onde o marido de Dona Vaiola parecia esperar pelas flores.

Fiquei tão chocada que não consegui sair com nenhuma resposta
engraçadinha.

Dona Vaiola havia me levado para o velho cemitério de Esperanza, até a
sepultura do marido, onde me pediu que colocasse o vaso ao lado da lápide.

Eu me senti tão culpada por ter reclamado do vaso pesado e da terra que mais que depressa me
desculpei e pedi licença para que a senhorinha tivesse privacidade para “conversar como marido”.

Aquele era um daqueles dias frios, mas gostosos, de dezembro e decidi dar uma volta pelo cemitério.

O sol pálido chegou até mesmo a sair de trás das nuvens cinzentas e a neve havia parado de cair no início da manhã. Era como se o inverno tivesse me dado um descanso naquele dia, permitindo que eu desfrutasse daquela pequena caminhada em um clima quase agradável.

Bem, pelo menos foi agradável até o momento em que me perdi.

E lá estava eu, andando sem destino em um velho cemitério, tentando encontrar o caminho que me levasse de volta à Dona Vaiola ou, melhor ainda, até a saída.

Uma brisa suave soprou em meu rosto e o ar carregava um cheiro suave de cravos, apesar de não ter nenhuma flor por ali.

E foi então que eu o vi.


Notas Finais


Gente, preciso da opinião de vcs pra atualizar. Próximo ep qm sera que aparece ein?


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