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História Lost In Paradise - Anything for you!


Escrita por: Sunkrich

Capítulo 35 - Anything for you!


Fanfic / Fanfiction Lost In Paradise - Anything for you!

Eu tinha acabado de voltar de Milão há dois dias. Tudo havia sido tão maravilhoso, tão intenso...  Eu sabia que tinha que me afastar dele. Sabia que precisava fazer isso uma vez que tínhamos vidas completamente diferentes. Ele precisava cumprir compromissos de trabalho, entrevistas, shows, viagens... Eu precisava voltar e ir pra Universidade. Precisava cuidar de mim e da gravidez!

Eu estava sentada na escrivaninha, no quarto, olhando distraidamente pro céu azul e limpo lá fora quando meu celular vibrou em cima da mesa. Eu não estava mesmo conseguindo me concentrar no meu estudo diário dos textos do curso... O peguei pra olhar o que era e vi uma mensagem no meu inbox do Facebook. George!

“Hey baby! Cheguei em L.A. Podemos nos encontrar?! Quero muito te ver!”

Parei por uns segundos, analisando a situação. Eu deveria dizer o que?! Eu não devia, era verdade, mas algo me impedia de dizer não... Eu realmente gostava dele! Nos dávamos bem, ele tinha me ajudado muito com Kevin e eu achava que nos encontrarmos seria bom, devido ás circunstâncias... Eu não tinha amigos ou qualquer pessoa próxima com quem conversar, alguém real, além das minhas amigas do Brasil que eu via pelo Skype.

“Oi! Sim, acho que podemos nos ver. Vai ser ótimo!”

Enviei a mensagem, me sentindo mal por isso. Kevin não merecia isso já que eu sabia que George estava afim de mim. E eu também não sabia como contar ao George sobre a minha gravidez... Eu precisava de alguém pra conversar, pra me sentir menos sozinha, alguém que estivesse perto e que eu pudesse confiar. E ele era essa pessoa! Bem no fundo, eu tinha certeza absoluta disso, de que podia confiar nele.

Passei o endereço. Ele tinha feito questão de vir me buscar, mesmo eu dizendo que não era necessário e que eu poderia muito bem ir de táxi! Tínhamos combinado ás 19h. Não era muito tarde, eu não queria que ele pensasse que era um encontro porque obviamente não era! Comecei a me arrumar, apesar de ser um pouco cedo ainda. Vesti um jeans, uma blusa larga e sapatilhas. Soltei o cabelo e fiz uma maquiagem simples, nada de mais!

Demorei um pouco pra ficar pronta, decidindo se deveria mesmo ir ou dar uma desculpa de ultima hora. Não era certo o que eu estava fazendo... Apesar de Kevin ser casado e não me assumir, tínhamos o nosso acordo. Não era correto da minha parte sair com outro homem, mesmo que amigavelmente e mesmo sabendo que eu tinha todo o direito de fazer isso.

Ás 19h em ponto, eu estava sentada na sala e ouvi alguém bater á porta. Peguei minha bolsa, respirei fundo e fui atender. Abri a porta e ele estava encostado no carro, as pernas e braços cruzados, sorrindo pra mim... Andei até ele, desejando que ele não notasse minha barriga. Eu queria contar á ele antes que ele mesmo visse.

- Oi!- falei abrindo um sorriso.

- Oi linda!- ele sorriu de volta, me beijando demoradamente no rosto. - Podemos ir?!- me perguntou, saindo da posição em que estava.

Assenti e ele abriu a porta do carro pra que eu entrasse, entrando em seguida também. Eu precisava contar á ele. Por razões desconhecidas, meu coração estava saindo pela boca!

- George- comecei, fechando os olhos e tentando respirar normalmente- Eu preciso... Preciso te dizer uma coisa antes de... Antes de irmos.

Ele se virou pra mim, prestando atenção. Abaixei a cabeça, puxando a blusa com ambas as mãos pra que minha barriga ficasse evidente.

- Liv você tá grávida?! – a expressão dele era de espanto.

Eu não disse nada, não era preciso. Ele voltou a se virar pro outro lado, encarando a janela do carro, olhando sabe-se lá pra onde... Não dissemos nada por uns dois ou três minutos.

- Me desculpe – falei cortando o silencio incomodo entre nós- Só achei que você precisava saber.

- Grávida?! – ele repetiu, os olhos brilhando e o rosto vermelho.

- Eu deia ter te contado antes, eu sei, mas... – tentei me justificar.

- Você está com ele?! Com o pai do bebê?!- questionou.

- Eu não sei- falei sentindo vergonha- Estamos juntos, mas ele é... Casado!- desabafei.

Ele voltou a olhar pro outro lado, balançando negativamente a cabeça. Eu sabia que, desde o começo, ele estava interessado em mim.

- Me diz que não é o que eu estou imaginando... – ele riu alto, parecendo bem decepcionado.

- Acho que eu não preciso dizer- falei- Você já sabe.

- Eu nem sei o que dizer- ele olhou pra mim seriamente.

- Se quiser desistir de me levar pra sair, eu entendo. Mesmo!- falei colocando a mão na porta, prestes a abri-la.

- Não acredito que ele... MERDA!- falou batendo as mãos no volante- Você sabe que merece mais do que isso, não sabe?!

- George... – meus olhos estavam marejados já.

- Eu ainda quero sair com você- ele me segurou delicadamente no braço.

- Me perdoe por isso- voltei a me desculpar- Mas eu tô sozinha aqui, mal falo com alguém e senti que você podia ser alguém com quem eu pudesse conversar e... Eu tô pirando aqui!- confessei chorando.

- Não- ele segurou minha mão- Tudo bem, eu só... Nós não temos nada. Você não precisa me explicar. Vamos sair e aproveitar. Você tá precisando!

- Obrigada por isso!- agradeci.

- Qualquer coisa por você, baby!- ele sorriu pra mim.

- E, por favor, não conte á ninguém sobre isso. Nunca. Ok?! – pedi.

- Não se preocupe. Não vou contar- garantiu- Quero que saiba que não vou fazer isso por ele, mas por você!

Ele ligou o carro e saímos. George era bem simpático, com um senso de humor incrível e um carisma enorme! E era muito bonito também, não dava pra negar! Ele era o tipo de cara que qualquer garota morreria pra ter!

- Tem ideia de onde podemos ir?!- me perguntou- Nunca visitei Los Angeles antes. É a primeira vez!

- Eu não saio muito- contei- Aliás, eu não saio nunca. Não por aqui... Mas ouço falaram muito bem do píer de Santa Monica. Deve ser lindo lá!- sugeri.

- Ele nem ao menos teve a decência de te levar?!- disse em tom irônico, rindo e falando sobre Kevin- Ele ao menos vem te ver ou...?!

- Não- respondi- Estive na Grécia com ele. E na Itália! Muito trabalho, eu acho- justifiquei a atitude dele.

Não demoramos muito a chegar. Cerca de quarenta ou cinquenta minutos que passaram bem rápido. George era uma ótima companhia. Eu não havia me enganado sobre isso! Assim que estacionou o carro, ele abriu a porta pra que eu descesse. Andamos até lá e tudo era realmente lindo, cheio de luzes, cores e uma agitação maravilhosa!

- É lindo!- falei maravilhada- Do jeito que pensei que fosse!

- Que bom gostou!- sorriu- Você tem toda razão. É bem bonito mesmo!

Fomos dar uma volta, olhando o lugar. Várias pessoas andando e conversando animadamente, barracas de comida, brinquedos e tudo!

- Não é nem de longe o que eu tinha planejado, mas tudo bem- me disse enquanto andávamos- Vamos ter o nosso jantar... Tá com fome?!

- Morrendo!- sorri grande- Talvez possamos jantar outro dia- dei de ombros.

- Kevin não vai gostar muito disso- disparou.

- Ele não sabe- olhei pra ele- Não contei á ele!

Ele não disse nada. Mas eu podia ver toda a decepção em seu rosto devido á situação. Realmente as coisas tinham mudado muito. A nossa ilusão de um jantar a dois parecia ter sido proposta por ele e aceita por mim há muito tempo atrás... Nos sentamos perto de um food-truck, perto de onde estávamos.

- Vai mesmo querer cachorro quente?!- ele me olhava de um jeito engraçado.

- E algodão doce depois!- confirmei.

Fizemos nossos pedidos, com refrigerante e fritas extras! George parecia querer me perguntar algo. Ele me olhava insistentemente, talvez decidindo como ia tocar em um assunto tão delicado. Nós não éramos íntimos, nem amigos próximos, então isso talvez o deixasse sem jeito.

- Liv, como foi que tudo aconteceu?!- disse dando uma mordida no lanche- Não precisa me contar se não quiser. Não tem problema!

- Tudo bem- sorri o máximo- Não há porque esconder... Nós ficamos juntos no Brasil, você deve se lembrar. Quando ele foi embora, alguns dias depois, comecei a me sentir mal e descobri que estava grávida. Eu não sei como aconteceu... – dei um gole no na minha Coca Cola- As meninas insistiram que ele deveria saber. Fui atrás dele, contei e ele não reagiu como eu esperava, não no começo... Ele foi muito duro comigo, a ponto de eu pensar em fazer um aborto...

- É triste que tenha pensado nisso- comentou.

- Conversamos seriamente depois e ele se desculpou, disse que não queria isso, que eu abortasse e que assumiria o bebê- continuei- Keith foi atrás de mim no Brasil, me propondo que eu me mudasse pra cá já que Kevin queria acompanhar a gestação. Aceitei e me mudei com o pretexto de fazer um curso de dois anos, uma pós graduação na UCLA!

Terminamos de comer e saímos. Ele fez questão de pagar a conta! Fomos andar novamente e paramos no deck, olhando o mar lá embaixo.

- Então você tá de quase cinco meses- me perguntou, lembrando.

- Sim, estou!- confirmei- É uma menina!

- Já escolheu o nome?!

- Mila Grace!- sorri, levando as mãos á minha barriga- Kevin escolheu!

- E você... O ama?!- ele me encarou profundamente, bastante magoado e triste- Por favor, eu preciso saber...

- Sim, eu o amo- contei sendo extremamente sincera- Como disse antes, eu não sei o que temos e nem o que o vai acontecer futuramente... Mas estamos juntos. Ficamos juntos sempre que possível e isso me basta por enquanto!

- Me dá um segundo?!- me pediu- Já volto!

Assenti e fiquei ali esperando. George voltou dez minutos depois, trazendo algodão doce e um balão em forma de coração!

- O que é isso?!- comecei a rir, achando fofa a atitude dele!

- Pra você!- ele sorriu abertamente- Você disse que queria, então...

- Eu não pedi um balão!- observei bem.

- É a primeira vez que saímos juntos e eu espero que possamos sair mais vezes- me disse- Pra você se lembrar dessa noite!- me entregou o doce segurando o balão- E se lembrar de mim!

- Nunca me esqueço de você- respondi- Sem você, nada do que aconteceu teria sido possível...

- Vai soar estranho se eu disser que me arrependo de ter ajudado você?!- seu tom de voz era sincero.

Eu não disse nada. Eu podia entender que era bem difícil pra ele saber que, indiretamente, era o causador de tudo. Ele havia sido uma pessoa importante, quase imprescindível... Já passava das 22h e eu estava com muito sono. Decidimos ir embora e sairmos outro dia! Entramos no carro e uma hora depois ele estava estacionando em frente á casa na praia, minha casa!

Ficamos nos olhando, sorrindo, sem saber como nos despedirmos!

- Obrigada pelo passeio. Amei tudo!- agradeci.

- Não por isso, sexy!- ele sorriu lindamente pra mim.

De algum modo, bem dentro de mim, ele mexia comigo. E por mais que eu tentasse evitar o que eu estava sentindo, eu me sentia atraída por ele! Ele era encantador demais pra passar despercebido por mim!

- Acho que não estou mais tão sexy assim!- ri do elogio, tentando me fazer de desentendida.

- Você sabe que é!- ele passou o polegar pelo meu rosto- Não precisa fingir que não entendeu. Você sabe do que eu tô falando... Mas entendo que não sou eu quem... – ele não terminou a frase.

- George- olhei bem pra ele- Você é um cara maravilhoso, você também sabe disso! É seguro de si, inteligente, charmoso, que sabe o que quer, embora pareça bastante imaturo ás vezes, totalmente desprendido de relacionamentos...

- Bela percepção!- ele riu alto.

- Espero e quero que possamos ser amigos!- falei.

- Quando ele não estiver, eu vou estar!- me disse taxativamente- Tudo o que precisar, eu farei, Liv!

- Eu te agradeço muito. Você não sabe o quanto isso significa pra mim! Mas eu estou grávida e... Você pode ter qualquer mulher que desejar, então...

- Adoro crianças!- me interrompeu- Sério!- ele ainda sorria.

- Preciso ir. Já tá tarde!- abri a porta do carro.

- Se você, algum dia, sentir algo por mim, por menor que isso seja, me deixe saber... – ele segurou em minha mão, acariciando-a delicadamente.

- Não, eu não sinto- menti descaradamente.

Ele saiu rapidamente, soltando minha mão e abrindo a porta pra que eu saísse.

- Boa noite, Liv!- ele me entregou o balão.

- Boa noite, George!- peguei da mão dele

Entrei em casa e fiquei esperando ele ir embora. Fechei a porta e subi pro meu quarto. Joguei a bolsa em cima da cama e coloquei o balão amarrado bem rente á janela. Troquei de roupa, liguei a TV e fiquei deitada vendo algo aleatório em um canal de filmes. De onde eu estava, era possível ver o balão vermelho de coração balançar quando o vento batia...

E meu coração batia do mesmo jeito, sendo acometido por sensações e um sentimento novo. Ou melhor, nem tão novo assim! Eu sempre soube que ele mexia comigo. E era absurdamente bom quando o vento vinha, sacudindo tudo dentro de mim, misturando, me confundindo... (...)



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