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História Lost Paradise ( Chanbaek ) ( Taekook - Vkook ) - Seja justo; Seja grato


Escrita por: SkyColor

Notas do Autor


Hey Nunvezinhas!!! Mil anos depois cá estou eu!!!

Eu não atualizei porque aconteceram umas coisinhas e eu não tive tempo nem criatividade para por em palavras o que eu planejei para o capítulo e isso me frustrou muito!!

Espero mesmo que gostem!!

Capítulo 8 - Seja justo; Seja grato


[Chanyeol]

Um mês se passou desde a última vez que falei com o Baekhyun sobre o nosso filho. Desde de então, venho pensando no que fazer para conseguir uma aproximação com o Taehyung. Ouvir que ele não queria que isso acontecesse me machucou, por mais que eu já esperasse que essa fosse a sua reação, mas ao mesmo tempo eu não poderia deixar que isso me abalasse. Eu teria que achar uma solução.

— Chanyeol, está me ouvindo? — ouvi meu primo me chamar. Estávamos na casa dos meus pais, comemorando o aniversário de casamento deles entre família e amigos.

— Desculpa, não ouvi. — respondi o Yixing. O alfa franziu o cenho e acenou positivamente.

— No que tanto pensa?

— Yixing, como eu faço para conseguir me aproximar do meu filho? — encostei minhas costas na cadeira que eu estava sentado e olhei para o Céu. A festa estava acontecendo no grande quintal dos fundos da casa. — Ele não quer me ver e eu também não quero ter que ficar indo até o Baekhyun inúmeras vezes e ficar o perturbando com isso, pode piorar tudo. 

— Chan, sendo sincero com você, só há uma forma de fazer isso. — ele tocou em meu ombro — Você vai ter que entrar na justiça e exigir seus direitos como pai.

— Eu não queria ter que recorrer a esse tipo de abordagem. — abaixei a cabeça. Baekhyun com certeza não ficará feliz com isso.

— Eu sei, mas não há outro modo — ele segurou meu ombro — Vai ser um passo importante para você provar o quanto quer estar presente na vida do seu filho, mesmo sendo só agora.

— Tudo que eu queria era me aproximar do Taehyung de uma maneira mais calma.

— Chanyeol, isso nunca aconteceria. — o tom sincero que o Yixing usava era como uma facada em meu coração — Por parte da sua família e amigos, essa sua atitude pode ser vista como algo bonito e um grande passo mas, da parte deles,  você demorou demais.

Não havia o que dizer sobre isso, afinal ele estava completamente certo. Baekhyun e Taehyung nunca irão me aceitar, porque eu os deixei. Voltar agora, quando nosso filho já é um adolescente, não muda a raiva e mágoa que ambos devem ter em relação a mim. O único jeito de me aproximar realmente seria por meios jurídicos.

Peguei meu celular e comecei a enviar uma mensagem para o meu advogado, pedindo para que ele entrasse com um pedido de confirmação de paternidade e guarda compartilhada. Deixei claro que haveria algumas coisas que teríamos que tratar pessoalmente, mas que eu queria que o processo fosse o mais pacífico o possível. 

— Um passo de cada vez, primo. — Yixing apertou meu ombro — Alguns serão mais difíceis que outros, e podem não agradar a todos, mas eles são necessários. 

— Certo. — sorri para ele — Espero que tudo termine bem. 

— Chanyeol, querido, venha tirar algumas fotos — meu pai ômega me chamou — Yixing também. 

— Já vamos. — avisei.

Meu primo e eu nos levantamos e nos juntamos para as fotos em família. Meus pais, desde que anunciei meu reencontro com o Baekhyun, estavam esbanjando felicidade e expectativa. Ansiosos para conhecer o neto que a tanto tempo sonharam em ver. Perceber todo o ânimo e a expectativa deles para com o meu filho fazia meu peito apertar, afinal eles foram afastados e ignorados por minha causa.

 — Meu anjo, em dois meses será meu aniversário. — Papai comentou, após tirarmos todas as fotos que ele queria — Acha que… Que conseguiria trazer meu neto a comemoração?

— Eu não sei, depende de como nossa relação vai estar até lá e de onde vai ser. — respondi com um sorriso pequeno — Não sei se o Baekhyun iria gostar que eu trouxesse nosso filho para outra cidade.

— Se for facilitar podemos comemorar no seu restaurante ou no prédio de vocês, encontraremos um ótimo lugar. 

— Farei o possível para apresentar vocês ao Taehyung, papai.

Assim que eles se afastaram, senti meu celular vibrar e o peguei, vendo uma mensagem do meu advogado. De acordo com o beta, em três dias os papéis com o pedido de confirmação de paternidade e guarda compartilhada chegariam ao Baekhyun, após eu passar algumas informações que ele precisava para encontrar o ômega. 

Mesmo que a minha vontade fosse que, de alguma forma, tudo entre o ômega e eu se acertasse sem que precisássemos envolver outras pessoas no meio, principalmente autoridades, aquele era o único caminho que eu poderia tomar para tentar uma reaproximação e criar laços com o meu filho e, se eu tivesse sorte, reatar os laços de amizade que eu tinha com o Baekhyun.

[Baekhyun]

Eu estava andando pelo hospital, voltando para minha sala após realizar uma cirurgia complicada em um dos meus pacientes. Apesar de todo procedimento delicado e de risco, no final tudo havia dado certo e esse era o motivo do enorme sorriso em meu rosto. 

Assim que entrei na ala onde fica meu consultório e parei de frente para a porta onde tinha meu nome, um homem fardado veio em minha direção. Ele carregava uma expressão séria e parecia ser um beta. Os fios loiros estavam arrumados para trás e a roupa impecavelmente alinhada.

— Senhor Byun Baekhyun? — acenei positivamente — Sou o oficial Hwang Hyunjin, estou aqui para lhe entregar essa intimação.

Peguei o envelope que me foi estendido, tendo as minhas sobrancelhas franzidas. Busquei inúmeras vezes em minha mente o motivo de estar recebendo uma intimação, mas não conseguia chegar a uma conclusão. Fui de alguma multa no trânsito a algum paciente descontente com o tratamento ou resultado final de uma cirurgia, o que já aconteceu em outros setores do hospital. 

— Certifique-se de ler e cumprir o que está escrito. — ele se curvou brevemente e então saiu. 

Entrei na minha sala e me sentei à mesa. Fiquei encarando o envelope por longos minutos, até que recebi uma chamada no centro cirúrgico novamente. Meus dias de plantão são sempre corridos. Levantei-me e então guardei o envelope dentro da mochila que levarei para casa. Será melhor abrir o envelope na companhia do Kyungsoo, como amigo e advogado.

•••

Eu olhava para o relógio na parede da minha sala, ansioso, esperando pela chegada do Kyungsoo. Após terminar o meu plantão, pela manhã, voltei para casa e mandei uma mensagem para o ômega, que respondeu que viria assim que acabasse seu expediente no escritório. 

Tentei me ocupar ao máximo durante a tarde, para o tempo passar mais rápido e eu não me sentir nervoso sobre o que poderia estar por vir. Desviei o olhar para o envelope que se encontrava na mesa de centro da minha sala. Era estranho pensar no quanto eu estava nervoso por conta de um papel, mas parecia algo extintivo. Como se algo me avisasse que eu não iria gostar do que estava ali.

Ouvi o som da campainha soar e me levantei, andando rapidamente até a porta. Assim que a abri, vi o Kyungsoo, o ômega trajava um terno cinza claro e uma blusa social preta. Dei espaço para que ele entrasse e assim o fez, se dirigindo até a sala e se sentando no sofá.

—  Você realmente ainda não o abriu, Baek? — me perguntou ao que pegava o envelope na mesa.

— Eu estou muito nervoso com isso, Soo, tenho medo do que tem aí então achei melhor de esperar.

— Posso abrir? — concordei — Ok, mas sente-se, vai que você passa mal com o que tem aqui. 

— Dizer isso não me ajuda nem um pouco. — resmunguei, mas fiz o que ele me pediu.

Fiquei encarando o meu amigo de forma apreensiva, desde o momento em que ele abriu o envelope e retirou o documento de dentro, logo começando a lê-lo. Minha respiração estava pesada e senti minha mão tremer um pouco, e tudo pareceu piorar quando o Kyungsoo arregalou os olhos e apertou a folha com mais força.

— O que foi? — perguntei apreensivo. Ele fechou os olhos, respirou fundo e então me encarou.

— Baek, isso é uma intimação por parte do Chanyeol. — ele falou devagar — Ele está exigindo os direitos como pai e está pedindo um exame de reconhecimento de paternidade, para poder entrar com processo de guarda.

Rapidamente, me levantei e fui até o meu amigo, pegando o documento de suas mãos. A cada frase lida, eu sentia a minha raiva aumentar e os meus olhos lacrimejarem ainda mais. Eu não conseguia acreditar que ele estava fazendo isso comigo, que ele teria coragem de tentar tirar o meu bebê de mim. 

— E-ele não pode… — as palavras pareceram entalar na minha gartanta. — Kyungsoo, ele não tem esse direito! — Encarei meu amigo, desesperado.

— Na verdade, Baek, ele tem sim. — O olhar de derrota e pena do ômega me deixou ainda mais irritado — Ele é o outro pai, pode pedir o reconhecimento a qualquer momento.

— NÃO ESTOU FALANDO DISSO! — gritei, sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos — E-ele não pode pegar… Pegar o Tae de mim. — um soluço involuntário escapou da minha garganta.

— Baek, calma. — o ômega se levantou e me abraçou — Ele pode tentar, mas não vai conseguir, está me ouvindo? — acariciou as minhas costas — Nenhum Juiz, ao ficar ciente de toda história, daria ao Chanyeol a guarda do Tae, isso é loucura. 

— Mas Soo, ele sabe das faltas e presenciou um comportamento ruim do Tae. — escondi o rosto do ombro do meu amigo — E se ele disser que não sou um bom pai?

— Isso seria ridículo, você é um pai excelente, Baekhyun! 

— Eu estou com medo, Kyungsoo, com muito medo. — funguei, sentindo uma leve falta de ar — A família Park sempre tem dinheiro, e agora com a ajuda dos filhos acho que isso aumentou. 

— O dinheiro não pode comprar a verdade. — me encarou sério — Como eu disse, ninguém daria a guarda a ele ao ver tudo que você teve que passar porque o Park simplesmente resolveu fugir. — voltou a me abraçar — Eu vou fazer o meu melhor para provar isso a todos, ok?

— Papai? — ouvi a voz do meu filho e olhei em direção de onde o som vinha. Taehyung, há instantes atrás, estava em seu quarto de jogos, onde tinha o computador e todas as outras coisas que meu pequeno usava. Agora ele estava parado, no corredor que liga o quarto com a sala, me encarando com o cenho franzido. — O que houve?

— N-não é nada… 

— Como pode dizer que não é nada, se está chorando? — Era notável que minha resposta o deixou preocupado e um pouco irritado. — Padrinho, o que aconteceu?

— Baek, é melhor dizer a ele, — meu amigo disse sério. Respirei fundo e fiz sinal para que o mais novo se aproximasse e assim ele o fez.

— Bebê, seu pai entrou com um pedido de reconhecimento de paternidade. — falei devagar — Não vai ser possível evitar o contato com ele agora.

— Mentira que ele fez isso! — devido ao meu estado abalado, não tive uma reação rápida ao notar que ele havia pego o papel da minha mão e começado a ler. — Pa-papai, por… Por que está escrito gua-guarda aqui? E-ele pode fazer isso? — eu podia ver medo em seus olhos.

— Eu não sei bebê. — Minha voz foi morrendo aos poucos. 

— Não pode e não vai. — Kyungsoo disse sério — Faremos de tudo para que isso não aconteça.

— Promete? — a voz embargada do mais novo nos deixou aflitos — Por favor padrinho.

— Promote sim. — Kyun sorriu — Agora vá para o seu quarto, seu pai e eu temos muito que conversar. 

— Tudo bem. — ele esfregou os olhos. Meu filho me encarou e me abraçou apertado — Eu te amo e ninguém vai me tirar de você. 

Ele sorriu e então se retirou, subindo para o seu quarto. Para mim, era perceptível o quão ele estava assustado e tenso, mesmo com o sorriso no rosto. Conheço muito bem o meu pequeno. Ver ele aflito dessa forma fazia com que eu me sentisse imponente, por não poder fazer nada no momento. 

— Vem, Baek, temos muito que organizar — o meu amigo segurou minha mão — Vamos dar o nosso melhor juntos.

— Vamos. — tentei soar convincente.

Nós dois nos sentamos no sofá e começamos a trabalhar em cenários que o alfa poderia usar para conseguir a guarda do meu filho. Kyungsoo me fazia perguntas e pedia informações detalhadas das conversas que tive com o alfa no decorrer desse mês, que não foram muitas, apenas uma única ligação por parte dele para tentar conversar com o Tae, o que não aconteceu.

“Eu não vou desistir, mas vou ser invasivo”; a frase dita por ele pouco antes de desligarmos ecoava na minha cabeça. O quão “não invasivo” seria pedir a guarda do Taehyung , na visão dele? Refletir sobre isso me trazia a conclusão que eu não poderia acreditar nas palavras dele. Fazer isso seria apenas uma forma de me machucar como há muitos anos. 

[Taehyung]

Assim que entrei no quarto, me contive para não fechar a porta com força. Fui até minha cama e me sentei, escondendo meu rosto em minhas mãos. Eu não conseguia acreditar que o meu “pai” irá entrar com um pedido pela minha guarda. O quão baixo ele pode ser para querer me tirar do papai? Depois de tudo que ele fez? 

Senti minhas lágrimas começarem a molhar meu rosto e mordi o lábio para que nenhum som saísse. O medo de deixar meu patriarca ômega se alastrava pelo meu corpo. Respirei fundo cinco vezes antes de me levantar e começar a andar de um lado para o outro, pensando. Não posso ficar sem fazer nada, chorar não levará a lugar nenhum. 

Por mais que eu tivesse mil ideias, todas me pareciam prejudiciais ao papai, na nossa situação. Tenho noção que meus atos podem interferir na visão influência que o ômega tem na minha vida, pelos seriados e filmes que assisti, então só me restava uma opção. Ir diretamente “conversar” com o alfa.

Procurei o endereço do restaurante, que por sorte me lembro o nome desde que Sehun me contou sobre o estabelecimento por causa do ator famoso, e assim que o encontrei me arrumei rapidamente — colocando uma calça jeans, um moletom e tênis —. Fui até minha janela e pulei, seguindo pelos galhos grossos da árvore até chegar no chão.  

Minhas vistas estavam embaçadas por causa das minhas lágrimas, mas isso não impediu que eu continuasse andando pela rua escura, fazendo o mínimo de barulho possível ao passar por frente da minha casa. Papai nunca aprovaria a minha decisão, mas era a única coisa que eu poderia fazer por nós dois. 

Segui pela rua, indo em direção a parada, com a cabeça baixa e passos apressados. Eu não prestava muita atenção no que acontecia à minha volta. Tudo que passava pela minha cabeça era “Como chegar ao restaurante” e “O que jogar na cara do alfa para fazer ele esquecer a ideia de ter minha guarda”. 

— Taehyung? — Ouvi alguém me chamar e ergui o rosto. Mesmo com os olhos tomados pelas lágrimas, consegui reconhecer o Jungkook. O alfa estava com uma calça jeans e o casaco do time de futebol, além de uma mochila e os cabelos um pouco ùmindos. — O que foi? Por que está chorando?

— N-não é nada. — respondi baixo. Ele se aproximou e segurou meu rosto.

— Aconteceu alguma coisa com o tio Baek? Com seus amigos? 

— Não aconteceu nada com ninguém, Jungkook, eu só preciso ir em um lugar resolver uma coisa. 

— E é algo tão sério ao ponto de ir chorando? — ele cruzou os braços. 

— Por que isso importa para você? — o fuzilei com os olhos.

— Podemos não ser melhores amigos, Taehyung, na verdade, podemos até nos detestar o quanto for, mas eu ainda assim tenho a capacidade de me preocupar com você quando te vejo chorando ou muito irritado com algo que não fui eu quem fiz.

— Eu… — minhas lágrimas escorreram pelo rosto, mas as limpei rapidamente — Eu vou até o meu pai alfa. — vi seu rosto adquirir uma expressão surpresa.

— Por quê? Assim do nada? — Ele parecia muito confuso.

— Recebemos uma intimação hoje, para reconhecimento de paternidade e… — mordi o lábio — Tinha escrito que ele quer entrar com um pedido de guarda, por isso preciso desse exame. — funguei e abracei meu próprio corpo, tentando me dar algum conforto — Eu quero ir até ele e fazer ele esquecer tudo isso. 

— Você vai até a casa dele? 

— Vou até o restaurante… só não sei muito bem que ônibus pegar para chegar lá.

— Tem dinheiro para caso algo dê errado e precisar pegar mais de um? — Arregalei os olhos. Eu estava tão perdido ao sair de casa que me esqueci de pegar o meu dinheiro. — Você tem dinheiro, não é? — neguei com a cabeça. Ele bufou e passou a mão no cabelo.

Jungkook pegou o celular de dentro da mochila, mexeu um pouco no aparelho e logo o guardou. Ele segurou a minha mão e fez com que eu sentasse ao seu lado na calçada, onde ficamos por pouco tempo até que um táxi parou na nossa frente e entramos no veículo.

— Para onde? — o motorista encarou o alfa, que se sentou no banco do passageiro. Jungkook, por sua vez, me encarou.

— Goût de Rêve. — falei ao mesmo tempo em que mostrei o endereço no meu celular.

 Demorou um pouco para chegarmos ao restaurante, principalmente com o silêncio que fizemos no caminho inteiro. Quando saímos do carro, Jungkook pagou pela viagem e então me acompanhou. Assim que pisamos dentro do estabelecimento, não me surpreendi ao ver o quão luxuoso era, afinal se tratava de um dos restaurantes mais caros da Coréia e era o favorito de uma estrela de cinema. 

— Boa noite, posso ajudá-los? — a recepcionista chamou nossa atenção. Ela tinha um sorriso delicado estampado em seu rosto. 

— Eu gostaria de falar com Park Chanyeol. — Me aproximei dela.

— Oh, sinto muito querido. — ele disse calma — Senhor Park está tendo uma reunião importante agora. 

— Mas é urgente! — tentei não elevar a voz. Jungkook passou a mão nas minhas costas.

— Para falar com o senhor Park, precisa ter hora marcada. — ela me informou — Ou em casos especiais ele nos deixaria avisados sobre sua chegada. Sem ser um desses casos não podemos permitir que o veja.

— Ligue para ele, por favor! — O pensamento de não poder falar com ele e resolver isso tudo me desesperava. Minhas lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto — Diz que o filho dele está aqui e que é urgente.

— Filho? — me encarou desconfiada. — O senhor Park nunca mencionou um filho. 

— Escuta aqui- — fui cortado da minha fala pelo Jungkook.

— Tae, fica calmo. — ele me puxou para perto de si e envolveu minha cintura com um de seus braços — A senhora poderia ligar e informar que Byun Taehyung está querendo falar com ele? 

— Escutem, não posso interromper uma reunião sem provas de que realmente é o filho dele — ela falou séria — Se tudo isso for só um teatrinho para conseguir falar com o senhor Park, é o meu emprego que estará em risco. Então se puderem se retirar eu irei agradecer.

— A senhora acha mesmo que eles estaria assim se não fosse algo sério? — o tom irritadiço do alfa, apesar da falta de presença já que o lobo dele ainda não havia atingido a maturidade, pareceu acuar um pouco a mulher, que olhando me parecia ser um beta. 

— NÃO IREI SAIR DAQUI SEM FALAR COM O PARK! — gritei irritado, chamando a atenção de muitas pessoas.

Dois alfas, que pareciam ser os seguranças, começaram a se aproximar de nós. Jungkook me colocou atrás de si e começou a tentar dialogar com ambos, que nos queriam fora do estabelecimento. A recepcionista parecia desesperada com a atenção que estávamos recebendo e incentivava a nossa retirada. 

— O que está acontecendo? — um rapaz com fios de cabelos castanhos veio em nossa direção. Ele parecia irritado.

— Senhor Jeong, esses dois rapazes estão causando confusão alegando que querem encontrar com o senhor Park. — a beta foi a primeira a se pronunciar. 

— Eu sou o filho dele e só saio daqui depois que conseguir falar com Park Chanyeol. — falei sério, ainda atrás do Jungkook e segurando o braço do alfa. O tal senhor Jeong me analisou de cima a baixo.

— Espero que esteja falando a verdade, ou os dois estarão encrencados. — o recém chegado foi até o telefone no pequeno balcão da recepcionista e fez uma ligação — Senhor Park, desculpe a intromissão mas tem um rapaz querendo falar com o senhor e diz ser seu filho. — ele ficou alguns instantes quieto, até me encarar — Como se chama?

— Byun Taehyung. — respondi.

— Byun Taehyung. — ele informou ao alfa. — Certo. — Então desligou. — Venham comigo. 

Jungkook e eu nos encaramos e começamos a seguir o rapaz. A recepcionista pareceu um tanto aflita quando viu que o Park havia nos dado a permissão para passar. Provavelmente pensando nos tipos de problema que poderá ter por ter barrado o filho do chefe. Procurei não me atentar muito a isso e continuei acompanhando o senhor Jeong.

— Aqui, suba a escada e bata na porta, é a única sala do andar. — ele sorriu ao nos indicar o caminho. 

— Obrigado. 

Subi a escada praticamente correndo, com o Jungkook me seguindo, mas assim que parei de frente para a porta que me foi indicada, senti o meu corpo travar. Foi como se a realidade que eu iria conhecer o homem que abandonou a mim e ao papai há quinze anos batesse com tudo em mim. Meu corpo começou a tremer e a minha respiração ficou descompassada. 

— Vai dar tudo certo, Tae. — Jungkook colocou a mão no meu ombro. Eu o encarei e ele sorriu — Não se preocupe. 

Eu concordei com a cabeça e então bati na porta. Ao ouvir o “entra” respirei fundo e prendi a respiração, abri a porta e adentrei no escritório. Um homem alto, com fios de cabelos pretos e um sorriso nervoso no rosto se levantou e começou a vir devagar na minha direção.

O rosto familiar do alfa me chamou a atenção. Não por ter nele que se replicou em mim, já que todos sempre dizem — e eu concordo — que sou uma cópia fiel do papai nos traços físicos, mas sim por uma leve sensação de que já nos vimos antes.

— Oi filho. — o tom dele era sutil, como se no momento tivesse medo de algo der errado — O que faz aqui? Quem é esse rapaz com você?

— E-eu… — as minhas palavras pareciam não querer ecoar. A aflição do reencontro que nunca desejei, misturado com o medo e raiva da situação em que ele colocou o papai e eu, me deixava sem saber o que fazer exatamente. — Eu conheço você…

— Sim, nós dois já nos encontramos antes. — ele sorriu — Não foi algo muito amigável. Nos vimos no shopping.

Foi como se as imagens do nosso encontro viessem à minha mente. Eu e os meus amigos na loja de jogos, Hobi e Woo causando confusão, o gerente da loja correndo atrás da gente e eu esbarrando em um alfa desconhecido, que me segurou e que por isso o chutei. Ele era esse alfa. Agora tudo fazia sentido sobre como o papai descobriu o que aconteceu. 

— Foi você que contou ao papai. — eu disse entre dentes.

— Baekhyun precisava saber, filho. 

— Não, não precisava. — falei com raiva — Desde o primeiro momento em que você apareceu você só quer me causar problemas!

— Taehyung, não é assim… 

— É assim, sim! — dei uma passo para frente — Primeiro fez o papai me colocar de castigo, agora quer simplesmente me tirar da pessoa que me criou a minha vida toda! — eu voltei a chorar — VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO! 

—  O quê? — ele me encarou confuso.

— Escuta aqui Park. — Meu tom de voz saiu embargado — Você não pode sumir por quinze anos, quase dezesseis, e voltar como se nada tivesse acontecido! Não pode virar a minha vida e do meu pai de cabeça pra baixo desse jeito! 

— Do que você está falando, filho?

— DO SEU PEDIDO DE GUARDA! — gritei — VOCÊ QUER ME TIRAR DO PAPAI! VOCÊ É UM EGOÍSTA QUE SÓ PENSA EM SI MESMO! — minhas lágrimas escorriam sem parar — VOCÊ, NUNCA, NUNCA SERÁ COMO UM PAI PARA MIM, POR MAIS QUE ME FORCE A MORAR COM VOCÊ! EU TE O-. 

Taehyung! —  ele usou a voz de alfa comigo. Eu me calei no mesmo momento. Não senti medo, como nas outras poucas vezes que presenciei um alfa tendo essa atitude. Só senti que deveria respeitá-lo. — Filho, me escuta, eu não quero tirar você do Baekhyun, de onde tirou essa ideia?

— Papai recebeu um papel falando sobre um exame para reconhecimento de paternidade e guarda. — eu estava nervoso. Por mais que meu instinto pedisse para que eu me aproximasse dele para me sentir melhor, fui contra eles e procurei refúgio no outro alfa do local, me escondendo atrás dele. — Não minta para mim.

— Não irei mentir. — ele analisou o Jungkook de cima a baixo — Entrei sim com o pedido de reconhecimento de paternidade, mas em relação a guarda não é o que pensa. — se aproximou um pouco — É só  fiz isso para tentar me aproximar de você, nada além disso.

— Não quero me aproximar. — resmunguei — Pode sumir de novo.

— Eu entendo sua raiva, mas quero poder ficar ao seu lado e tentar compensar a falta que fiz. — ele passou a mão no cabelo — Sei que não será fácil, mas eu quero e vou continuar tentando. — ele sorriu pequeno e depois voltou a olhar para o alfa que me acompanhava. — E então, não vai me apresentar? 

— Desculpa, eu me chamo Jungkook. — o mais novo se apresentou — Eu sou o vizinho do Tae. 

— Vizinho… E são amigos?

— Somos sim. — Encarei o Jungkook com a sobrancelha arqueada — Ele parecia um pouco atordoado quando estava vindo e eu achei melhor acompanhar ele.

— Entendi. — o mais velho voltou a me encarar — Filho, seu pai sabe que está aqui?

— Ele… eu… — o fuzilei com o olhar — Não te interessa. 

— Já vi que não. — ele bufou. Chanyeol foi até a mesa e pegou uma chave e logo em seguida um sobretudo que estava no cabideiro. — Venham, vou levar você pra casa e aproveitar e esclarecer as coisas com o Baekhyun. — começou a andar até a porta fazendo sinal para que o seguíssemos — Conhecendo bem ele, tenho certeza que está achando o mesmo que você, Taehyung.

Seguimos o alfa para o andar de baixo e assim que chegamos a ele eu pude ver a recepcionista e o senhor Jeong, lado a lado recebendo algumas pessoas. A beta arregalou os olhos aos nos ver e o rapaz fez uma rápida reverência a nós. 

— Yunho, cuide do restaurante, vou levar meu filho para casa. 

— Tudo bem senhor Park. — o de fios castanhos respondeu sorrindo.

Saímos do estabelecimentos e fomos para o estacionamento. Quando o Park destravou e abriu a porta de um carro grande e preto, eu fui até o Jungkook e apertei o braço dele, aproximando minha boca do ouvido do alfa. 

— Vai na frente, por favor. 

— Tá. — ele chiou — Mas você tá me devendo uma, viu? — eu concordei. 

 Jungkook entrou e sentou no banco do passageiro. Chanyeol me encarou e sorriu, abrindo a porta de trás para mim. Após fechá-la, ele entrou no lado do motorista e ligou o carro. O alfa mais novo colocou o endereço no gps e então seguimos todo o percurso em silêncio. 

Pelo retrovisor do carro eu conseguia ver o mais velho me olhar uma vez ou outra, mas não dizia nada. Eu agradecia mentalmente por isso, caso contrário eu não responderia ou iniciaria uma briga que deixaria o clima bem pior. Minutos mais tarde, paramos em frente à casa do Jungkook. 

— A minha casa é essa e a do Tae a do lado. — o mais novo informou e o Park estacionou.

— Tudo bem, vamos. — meu pai saiu do carro.

— Park, não precisa vir comigo, posso passar o recado. — falei correndo até ele e tentando o impedir de andar.

— Nem pensar. 

— Ah… — Jungkook chamou nossa atenção — Eu já vou indo, só não quis deixar o Tae só, mas agora não mais um assunto meu. — ele sorriu pequeno.

— Obrigado por cuidar do meu filho. 

— Não precisa agradecer. — o Jeon me encarou — Até amanhã, Tae. — acenou em despedida.

Park e eu ficamos encarando até ele entrar em casa, para em seguida irmos andando até a porta da minha casa. Ver ele tocando a campainha e colocando as mãos dentro do bolso do sobretudo ao que não parava de se mexer me fez pensar que ele estava tão nervoso quanto eu com a reação do papai ao abrir a porta. Talvez ele mate nós dois; eu por sair escondido e trazer a pessoa que ele com certeza quer distância agora e o humano ao meu lado por ser quem é. 

Quando o som do trinco soou e a porta foi aberta com brusquidão eu prendi a minha respiração. Papai alternava o olhar entre o alfa e eu incontáveis vezes. A respiração pesada e descompassada, junto com o rosto vermelho, entregava o quão bravo ele estava. 

— Boa noite, Baekhyun. — Chanyeol o cumprimentou, depois de parecer travado por alguns segundos.

— O que você está fazendo aqui? — o ômega perguntou com raiva — Taehyung, por que você está com ele? Para mim você estava dormindo no quarto! 

— Eu… Eu fui tentar resolver as coisas. — vacilei um pouco na resposta.

— Você o que?

— Baekhyun — o alfa chamou a atenção dele — Eu vim esclarecer as coisas.

— Esclarecer o quê, Chanyeol? — vi raiva brilhar nos olhos — O que mais tem para mim, depois daquela maldita intimação?

— É justamente sobre ela. — ele suspirou — Posso entrar? Não quero tratar desse assunto na porta. 

— Você não vai entrar na minha casa, se quiser me dizer algo faça de onde está. — o alfa bufou frustrado com a frase do papai.

— O pedido de guarda que quero entrar é a compartilhada. — ele pegou o celular, mexeu um pouco e depois mostrou para o ômega — Na intimação deve ter especificado, porque ainda preciso do exame de reconhecimento de paternidade para entrar com o pedido, mas em nenhum momento a minha intenção foi ou será de tirar o Taehyung de você Baekhyun, eu nunca faria isso com você.

Vi o ômega a minha frente ler atentamente o que quer que seja que tinha na tela do celular e depois encarar o alfa. Era como se ele procurasse um resquício de mentira em suas palavras. Eu não o julgava por não confiar em uma palavra que saísse da boca do Park.

— Eu sei que te decepcionei muito no passado, mas por favor acredite quando digo que não quero nenhum mal a vocês. — ele abaixou o olhar — Eu só quero me aproximar do meu filho e tentar consertar o meu erro… Esse foi o único jeito que encontrei para fazer isso.

— Se é o que você diz, Chanyeol. — Baekhyun falou frio — Mas só irei acreditar nessas palavras no dia da audiência e com atitudes futuras, fora isso, nada que me disser terá relevância. 

— Eu entendo. — Me surpreendeu um pouco o fato que ele não contestou. — Podemos trocar números para conversar sobre a audiência? Acho que é mais confortável do que ficar ligando no restaurante.

— Se isso fizer você ir embora Chanyeol. — o ômega se deu por vencido. O Park entregou o celular ao papai e, depois que ele salvou o contato, o pegou de volta.

— Estou indo. — o alfa se virou para mim. Antes que eu pudesse ter alguma reação, Chanyeol me puxou delicadamente e me abraçou, deixando um beijo sutil na minha cabeça antes de me soltar — Boa noite. 

Nós dois não respondemos, apenas entramos de vez em casa e fechamos a porta. Papai me arrastou até a sala, onde pude ver que meu padrinho ainda estava sentado, com alguns papéis na mão. Ele me encarou sério e cruzou os braços, assim como o ômega que me arrastava.

— Taehyung onde você estava com a cabeça? — papai me perguntou

— Eu só não queria ficar sentado, sem fazer nada pela gente. — respondi — Eu não podia deixar você. 

— Filho, não tinha que ter se preocupado com isso.

— Eu tinha sim, é a nossa família. 

Ele me encarou com os olhos brilhando e sorriu, me puxando para um abraço acolhedor. Eu me aninhei em seus braços e suspirei. Sempre será ótimo estar ali, sentindo todo amor e carinho que ele tem por mim, em gestos tão simples. 

— Bom, agora mocinho vá para o seu quarto, tome um banho e desça para jantar. 

Eu concordei e corri para fazer o que me foi pedido. Assim que desci vi meu padrinho conversar e preparar o jantar, enquanto o papai e eu assistimos, por sermos horríveis na cozinha. De acordo com o advogado presente na casa, com base no que o Park disse, o alfa iria optar por entrar em acordo entre as partes, em relação a guarda, ou seja, tanto ele quanto o papai entrarão em consenso sobre as visitas, entre outras coisas.

Apesar de eu ter dito que dispensava as visitas ou qualquer outra coisa, meu padrinho disse que seria um direito do Park e que não poderíamos nos opor a isso. Então, a muito contragosto, resolvi ceder e aceitar que mais cedo ou mais tarde a minha convivência com aquele alfa será inevitável. 

Assim que terminei de comer, me despedi dos dois ômegas e fui para meu quarto. Chegando no cômodo, olhei pela janela e vi que a semelhante no quarto do Jungkook estava fechada. Fiz um pequeno bico com os lábios e fui para cama. Teria que agradecê-lo no colégio. 

•••

Eu andava apressado pelo corredor do colégio, com os rapazes atrás de mim reclamando da “maratona” que eles estavam fazendo para poder me acompanhar até a quadra. Tudo que eu me limitava a fazer perante as falas deles era revirar os olhos e continuar o meu percurso. 

— Pode nos dizer por que você não agradeceu ele quando veio pra escola? Você não vem juntos? — Wooyoung reclamou pela milésima vez.

— Ele veio mais cedo para treinar um pouco antes da aula começar, com o time. — respondi.

— Como é que você sabe dessas coisas? — Yoongi perguntou.

— A tia Youngsun contou para o meu pai e eu ouvi. 

 — E por conta disso temos que usar preciosos minutos do nosso intervalo para ir atrás dele. — Woo voltou a se queixar — Malditos jogadores viciados em treinos. 

Rimos um pouco do tom manhoso que ele usou na última frase, ao mesmo tempo em que chegamos na quadra. Analisei o local todo até que finalmente encontrei ele fazendo alguns chutes a gol. Pensei em como chamar ele sem receber a atenção de todo mundo, mas assim que ia tomar alguma atitude, alguém passou os braços pelo meu ombro. 

— O que vocês estão fazendo aqui? — Jimin perguntou, com um doce sorriso lábios. 

— Eu preciso falar com o Jungkook e trouxe eles comigo.

— Hum… — ele olhou os meus amigos e piscou para o Hoseok, que ficou extremamente vermelho — OH JEON! TEM GENTE AQUI QUERENDO FALAR COM VOCÊ!

Eu senti meu ouvido zumbir um pouco com o grito dele perto do meu ouvido. Todos olharam na nossa direção e pude ver que o Jungkook ficou surpreso por nos ver ali. Ele veio correndo até onde estávamos e parou na minha frente.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa?

— Não é que… — encarei o Jimin um pouco constrangido. Eu não queria que ele escutasse. 

— Jimin. — Jungkook chamou o amigo — É sua vez de chutar a gol, pode ir lá. — o platinado sorriu ladino e concordou, indo até o local que antes era ocupado pelo meu vizinho — Pronto, pode me dizer agora. 

— É… — corei um pouco. Era muito difícil agradecer ele por alguma coisa — Ontem eu não tive tempo de te agradecer por ter ido comigo até o Park e ficado ao meu lado o tempo todo. — comecei a dizer, olhando vez ou outra nos olhos do alfa — Se não fosse pela sua ajuda eu não sei nem se eu teria conseguido chegar ao restaurante em segurança, então muito obrigado, Jungkook. 

— Sabe, é uma surpresa te ver tão sem jeito para me dizer alguma coisa. — ele brincou um pouco. 

— É que não é normal isso, você é um porre e só serve para me pertubar — emburrei o rosto — Se… Se tiver algo que eu possa fazer pra compensar é só dizer. — ele pareceu pensar um pouco.

— Vai ter um jogo, no final de semana, e eu quero que você vá para torcer por mim e pela escola.

— Mas eu nunca vou em jogo nenhum.

— Esse é o meu pedido — ele cruzou os braços e sorriu — Vai fazer isso por mim, não é? — ele jogou um pouco a cabeça de lado e sorriu com os lábios fechado, deixando as covinhas a mostra.

— Tá… — respondi a contra gosto, mas só a confirmação foi o suficiente para um sorriso se alargar nos rosto do alfa.

— Então está combinado. — ele voltou à posição normal — Vou te dar algo para usar depois. Até mais. 

Ele voltou para o treino e eu virei para os meus amigos, que me encaravam com olhares divertidos. Eu apenas suspirei e voltei a andar, puxando um que puxou o outro e esse o outro e então saímos da quadra, como um trenzinho de mãos dadas.

— Vocês vão comigo. 

— A nem vem, Taehyung, eu me nego — Wooyoung negou.

— Não acho que seja uma má idéia. — Hoseok concordou.

— Eu estou com o Woo nessa. — Yoongi comentou.

— Seokjin com certeza vai estar lá. — encarei ele.

— Não vejo nada de mal em ir em um jogo. — o alfa deu de ombros, ganhando um olhar indignado do de fios azuis. 

— Três contra um, ganhamos. 

Por mais que o ômega ainda reclamasse, ele já havia cedido e concordado em ir, com a condição que mantivessemos Choi San longe dele. Yoon riu e disse que mesmo quando o alfa não aparece o nome dele não saia da boca do Woo, o que gerou uma pequena discussão entre os dois que arrancou boas risadas minha e do Hoseok. 

Nós quatro continuamos a andar até chegarmos ao pátio externo e deitarmos sobre a sombra de uma árvore. Eu me sentia mais leve por ter conseguido agradecer ao Jungkook. Realmente, sem a ajuda dele eu não teria conseguido resolver os meus problemas na noite anterior. Eu sorri com a conclusão ao mesmo tempo em que lembrava da nossa briguinha na infância. Apesar dela, talvez não fosse de todo mal ter o alfa por perto, como um amigo.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado ♥


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