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História Lost Time - A Consequência dos Sentimentos


Escrita por: __Rainbow__

Capítulo 54 - A Consequência dos Sentimentos


– Delphine, eu... – começou Cosima a fitando, não sabia o que dizer, tinha consciência que quando uma pessoa dizia que amava, esperava que a outra proferisse como resposta um também pelo menos, contudo ela não podia dizer isso, pois não o sentia. Não, ela não sentia que amava Delphine, sim estava apaixonada por ela, mas a diferença entre amor e paixão é enorme, porque no amor você quer estar com a pessoa, quer estar por toda a vida com aquela pessoa, você confia cegamente, não há temor no amor, não há desconfiança, segredos, sem mencionar que quando se ama é capaz de sacrificar tudo, até mesmo a vida pela pessoa amada, contudo Cosima tinha consciência que jamais tinha feito isso por Delphine e sabia que se ela voltasse a passar pela porta e ir embora sofreria, melhor ficaria em pedaços, mas voltaria a se reerguer e seguir em frente, não iria atrás dela, não a impediria, se sentia culpada, por não amar sua esposa, pois apesar de todos os segredos não poderia deixar de reconhecer que o ato dela tinha sido um tanto quanto altruísta, mas infelizmente também tinha sido egoísta, egoísta demais, pois ela poderia ficar sozinha, ela poderia ter ficado viúva sem ao menos ter conhecimento dos sentimentos de sua esposa ou seja no fim passaria uma vida sem ela e sem a verdade, entretanto não podia negar que gostava dela, sim realmente estava apaixonada, pois ela a fazia se sentir como uma adolescente com seu primeiro amor, onde você fica esperando um olhar, uma palavra, uma chamada, uma mensagem, ela provocada tudo isso, mas não o amor, o amor que um dia ela chegou a sentir por ela havia morrido quando ela passou pela porta daquele quarto em Paris, infelizmente não podia dizer que a amava, não podia mentir, nem forçar algo que não sentia.

 

– Cosima – murmurou Delphine em um tom suave.

 

Aquele chamado trouxe Cosima de seus pensamentos e reflexões, lhe fazendo voltar a realidade ao seu redor e se dar conta que seus olhos estavam mergulhados nos olhos castanhos de sua esposa, se obrigou a soltar um longo suspiro, na tentativa de recuperar sua voz e as palavras que lhe faltavam.

 

– Cormier, eu... – murmurou ela - Eu não sei o que te dizer – soltou um suspiro – Não sei o que sentir, tudo que eu acreditei por quase dois anos foi uma mentira, preferiria ter cuidado de você durante esse tempo do que a ser enganada - confessou afastando sua mão do rosto de sua esposa – Cormier... – murmurou ela levando seu olhar até as mãos de Delphine que estavam sobre suas pernas – Eu não te amo – confessou em um tom de sussurro, erguendo rapidamente seu olhar e a fitando – Pelo menos não sinto nesse momento, mal sei o que sinto com toda essa verdade – disse apenas observando Delphine, que já se levantava, com uma expressão de desgosto com um misto de melancolia e choque – Desculpa – sussurrou ela sem saber o que dizer.

 

Cosima apenas se pôs a observar Delphine que estava com a cabeça inclinada, com o olhar voltado para o teto acima de si, logo ela abaixou a cabeça e voltou sua mirada para o chão, virando rapidamente para ela, permitindo perceber seus olhos vermelhos, pode ouvir ela soltar um longo suspiro, como se estivesse tentando entender suas palavras.

 

– Cosima tudo que eu fiz foi por você – confessou Delphine – Foi por te amar, mas... - murmurou permanecendo um pouco em silencio – Acho melhor te dar um tempo para você entender tudo - sugeriu ela com uma expressão melancólica – Eu vou tomar banho – anunciou ela se pondo em direção a porta do banheiro.

 

– Cormier - chamou Cosima a fazendo cessar seus passos.

 

– O que? – perguntou ela voltando seu olhar para sua esposa.

 

– Quero voltar para casa – anunciou ela com uma expressão de suplica.

 

– Vou providenciar tudo para que amanhã voltemos – anunciou ela, voltando para seu caminho original e adentrando o banheiro.

 

Cosima instintivamente cerrou suas pálpebras, jamais havia imaginado Delphine chateada com ela, sim ela podia perceber que sua esposa estava chateada e magoada com suas palavras, aquele fato estava lhe provocando uma certa irritação, pois era ela quem devia estar brava e até mesmo chateada, Delphine não tinha o direito de ficar daquele jeito, não porque havia sido ela quem havia mentido, que havia causado tudo aquilo, quem a havia abandonado, então ela não tinha direito de agir assim, contudo ela preferiu ignorar sua revolta e se vestir, rapidamente se desfez de seu roupão e trajou sua camisola, antes que ouvisse o barulho do chuveiro cessar pousou seu corpo na cama, seus olhos fecharam quase que automaticamente, sua consciência se perdeu sem esforçou algum, podia sentir seu corpo completamente exausto, a ponto de sentir seus músculos lhe agradecerem por aquele leito macio, sem esforço algum e antes que pudesse ouvir Delphine sair do banheiro pegou no sono, perdendo completamente o sentindo envolta de si, ou seja apagou por completo, pois se sentia extremamente exausta.

 

Ela não percebeu quando Delphine se acostou ou se o tinha feito, naquela noite mal sonhou, os pequenos sonhos que invadiam sua mente sempre envolviam os segredos revelados naquele dia, sem mencionar aquelas três palavras proferidas por sua esposa.

 

Cosima despertou naturalmente naquela manhã, mal sabia o horário, mas ninguém a havia despertado, lentamente abriu suas pálpebras, podendo observar que uma certa claridade adentrava a janela, não eram raios solares, contudo era sinal que a chuva do dia anterior havia cessado, tinha a parte da frente de seu corpo deitada sobre a cama, lentamente deslizou sua mão direita pela cama, podendo constatar que ocupava aquele leito sozinha, sem muita vontade empurrou seu corpo, se virando, o único barulho que se fazia possível ouvir era de algum vidro, aquele barulho despertou por completo seus sentidos, olhou ao redor e não encontrou Delphine, a porta que dividia a sala do quarto encontrava-se semiaberta, contudo impossibilitava qualquer visão do outro cômodo.

 

Em um movimento normal Cosima levantou seu corpo e se pôs em pé, calçou seus chinelos de pano e em passos largos, mas lentos se dirigiu até a porta, buscando visão para o outro cômodo abriu um pouco a porta, podendo encontrar Delphine sentada em uma poltrona e com um copo nos lábios, o recipiente parecia conter uísque, estranhou tal fato, pois Delphine não era de beber pela manhã.

 

– Cormier – murmurou ela adentrando a sala e se dirigindo ao lado dela.

 

Apenas observou o olhar de espanto dela a fitando, pode notar que os olhos de sua esposa encontravam-se vermelhos, podendo assim constatar que ela havia chorado, sua expressão estava um tanto quanto abatida, embaixo de seus olhos havia marcas roxas meio cinzas, dando indícios que ela não havia dormido, Cosima constatou que ela havia passado a noite ali.

 

– Bom dia, Cosima – respondeu ela em um tom seco e frio, que provocou até um tremor no corpo de Cosima.

 

– Cormier, você passou a noite aqui? – indagou a fitando com um olhar de preocupação.

 

– Passei – respondeu pousando seu olhar no copo – Por que? Algum problema? – indagou em um tom ríspido.

 

– Qual o problema, Delphine? – indagou a fitando com uma expressão séria, pois estava estranhando a atitude de sua esposa, afinal ela nunca havia a tratado daquela forma, muito menos naquele tom, um tanto quanto agressivo.

 

Cosima pode encontrar o olhar de sua esposa, que parecia tomado de ódio, magoa e fúria, apenas observou ela ficar de pé e esboçar um sorriso irônico em seus lábios.

 

– Qual o problema, querida? – indagou ela em um tom alterado – O problema é você – disse ela em um tom sombrio – Eu faço tudo por você, eu fiz tudo por você, aceitei sua traição, aceitei suas acusações, aguentei suas agressões, te dei tudo, tudo – disse ela botando ênfase em suas palavras e com a língua um tanto quanto enrolada, devido a bebida – E o que ganho em troca Cosima? – indagou ela em um tom alto, causando certo susto em sua esposa – Nada – continuou em um tom ríspido.

 

– Delphine acho que você bebeu demais – disse Cosima em um tom cauteloso.

 

– Se bebi ou não o problema é meu – respondeu ela grosseiramente – Não seu – assim que terminou sua frase esboçou um sorriso irônico – Festeje querida, pois tomei uma decisão – anunciou ela cambaleando até a frente de Cosima – Quero o divórcio – anunciou ela.



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