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História Lost Worlds - Taegi - Primeira Impressão


Escrita por: Bloodie

Notas do Autor


Sexta chegou! Hora de lançar mais um capítulo, não? Fiquei da meia noite até às uma da manhã fazendo.

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Acho que esse é um dos meus capítulos preferidos e marcantes da fanfic, então espero que gostem.

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Capítulo 2 - Primeira Impressão


Fanfic / Fanfiction Lost Worlds - Taegi - Primeira Impressão

Fazia um tempo, não tanto, mas alguns anos desde que aconteceu aquela tragédia com as minhas cordas vocais. Aos poucos, fui entendendo melhor como funcionava o mundo sem poder realmente falar, não era o fim de tudo. Eu até fiz um amigo que também não consegue falar, então nos comunicamos por linguagem de sinais ou por mensagens.

Ah, quase esqueci, estamos em um tempo moderno, por isso também existem equipamentos inteligentes que pode colocar o braço, escrever o que quer dizer, que ele mesmo fala por nós. É até um pouco divertido.

Digamos que esse seria o meu vigésimo aniversário. Não estava muito empolgado, mas seria reconfortante passar a comemoração em Paris, uma das cidades mais românticas do mundo. Claro, já me apaixonei algumas vezes, mas nunca me levaram a sério, já que não sabiam língua de sinais. Provável que pensavam que eu era um peso morto, mas não é bem assim... Eu acho.

— Vamos, filhote! — Gritou minha mãe, terminando de colocar a bagagem no carro dos meus avós. Já que meus pais iriam comigo, não tinha como deixarem o carro no aeroporto. — Aposto que não quer chegar atrasado na torre Eiffel.

Desci as escadas rapidamente, tentando não deixar notável a minha empolgação de sair de casa. Acho que amadureci um pouco nessa questão de "frio", ainda me lembro que aquela garota, Yuki, tinha me chamado assim. Mas ainda sou o mesmo de sempre, apenas eu.

Logo, estava dentro do carro, olhando pela janela, com um olhar de despedida. Eu realmente parecia que estava me mudando da Coréia para Paris. Não que isso seja ruim, mas aqui é o meu lar, onde cresci. Não consigo imaginar minha vida em um país totalmente desconhecido, do qual nem sabia o idioma fluente.

— Yoongi está animado com essa viagem, filha? — Perguntou meu avô, me olhando pelo espelho do carro. — Me parece um pouco abatido.

— Ele está sim — Ela sorriu. — Só ficou a noite inteira acordado por causa da ansiedade de viajar para a cidade dos sonhos.

Aquela conversa me parecia bem entediante e exaustiva e, como o aeroporto era do outro lado da cidade, acabei dormindo no banco de trás, ou quase, se não fosse pelo barulho dos fones de ouvido do meu primo, teria dormido rapidamente. Queria poder pedir para ele abaixar o volume, mas meu aparelho de comunicação estava na bolsa, dentro do bagageiro. Então só o encarei com cara de limão azedo até a chegada ao aeroporto.

Chegando lá, pegamos nosso vôo e simplesmente deixamos nosso país, deixando claro às autoridades de que voltaríamos, já que eram um pouco rígidos com isso, pegaram até algumas cópias de documentos. Claro, não podíamos culpar os policiais por fazerem o trabalho deles, mas também seria difícil explicar o porquê de sairmos em março para Paris.

Meu aniversário é em março.

Essa era a primeira vez que estava viajando de avião, parecia que teríamos um colapso a qualquer momento, mesmo sendo divertido. Meus pais estavam com mais medo do que eu, pude notar pelas caras que faziam quando o avião começou a decolar. Agora, tudo o que eu precisava fazer era esperar.

Eu tinha certeza de que essa viagem mudaria a minha vida por completo, só não o quanto ela significava para mim.

Demorou um pouco, mas senti algo ou alguém me cutucando para que eu acordasse, assim pude perceber que já havíamos chegado e abri os olhos rapidamente, preparando meus olhos em uma visão de trezentos e sessenta graus, esperando ver alguma coisa diferente.

— Querido, nós chegamos — Avisou meu pai. — Está quase dando onze horas. Temos que correr para o hotel se você quiser passar a meia noite embaixo da Torre Eiffel.

Sim, aquele era meu sonho desde o fundamental, não podia desperdiçar uma chance dessas, eu tinha que agir. Corri contra o tempo, ajudando meu pais com as bagagens e esperando um táxi chegar.

Suspirei quando chegamos no hotel, já eram onze e meia e as bagagens ainda estavam na frente do hotel, prontas para serem guardadas. Sim, eu sabia que não iria dar tempo de terminar aquilo antes da meia noite, apenas queria que saísse como planejei. Abaixei a cabeça em tristeza e senti um toque no ombro.

— Pode ir na frente — Minha mãe se pronunciou sorrindo. — Sei o quanto isso é importante para você.

Ela abriu a porta do táxi que acabamos de chegar e me colocou lá, dando as instruções para o motorista, que marcou isso em seu GPS. Me despedi dela.

— Então, garoto, você fala? — Perguntou o taxista, com os olhos vidrados na estrada. Não tinha como responder aquilo assim, então fiz um sinal de mão, afirmando que não. — Sabia.

Como? O taxista também falava línguas de sinais? Mas essa era a da Coréia. Pensei que em cada país tivessem sua própria linguagem de sinais. Arregalei os olhos, um pouco, surpreso com aquela adivinhação rápida do que eu tinha acabado de "dizer".

— Eu tenho parentes que moram na Coréia, não se assuste — Falou ele. — Inclusive, um dos meus netos veio para cá faz pouco tempo, para relaxar um pouco daquela tecnologia avançada de vocês.

Certo, por essa eu não esperava.

— Ele tem mais ou menos a sua idade, então acho que se dariam bem. Vocês adolescentes fazem amizades bem mais fácil do que nós adultos — Ele parecia um pouco abalado.

Franzi as sombrancelhas e tentei me lembrar de alguma amizade duradora que já fiz... Além de Lun Mu, não tinha ninguém em mente. Ah, Mu era meu amigo mudo que mencionei antes. Talvez os adultos e os adolescentes tenham seus problemas sociais, mas eles não param para ver o lado uns dos outros.

Quando desci do táxi, senti algo gelado e denso cair encima da minha cabeça. Estava nevando? Em pleno março? Nunca tinha ouvido algo desse tipo acontecer em Paris, só em dezembro, perto do natal. O mais estranho é que não tinha ninguém embaixo da Torre Eiffel, parecia tudo muito vazio.

Alguns passos, apenas alguns passos para conquistar a meia noite. Assim que fiquei no centro do local, avistei um homem observando o outro lado da cidade pela Torre Eiffel. Isso era uma ideia interessante, também queria ter essa visão, porém mal conhecia ele.

Pensei bem e decidi me aproximar, falhando um pouco, já que acabei escorregando e caindo direto em um monte de neve que havia se formado ali rapidamente. Olhei um pouco para cima e pude perceber que ele estava olhando para mim, com uma cara de surpresa e a boca entreaberta, seus olhos... Seus olhos se arregalaram ao me ver ali, sem dizer nada, simplesmente caído.

— Você está bem?! — Disse ele, correndo em minha direção. De longe, ele parecia um pouco discreto, entretanto de perto parecia uma criança desajeitada. — Se machucou? Algo dói?

"Sim! A minha cabeça está doendo por tantas perguntas que você fez de uma só vez", queria dizer isso. Usei a linguagem de sinais, para ver se ele me entendia e, para a minha surpresa, riu de mim, ou da minha cara, não sei. Ele estava sorrindo de orelha a orelha, enquanto se sentava no chão para ver os furos que fiz na calça quando caí.

— Acho que não são dos piores machucados, garoto — Riu ele, afagando minha cabeça com uma das mãos.

Fiquei tão irritado com aquilo, nem sei o que estava passando na minha cabeça para ser tão infantil assim, mas mordi a mão dele, fazendo-o derramar lágrimas de dor.

— C-calma! Eu não estava rindo de você, ri do que você me disse — Ele fez uma pausa, lambendo os dedos que acabei de morder — Acho engraçado você querer praticamente que eu suma.

Mas o que estava acontecendo aqui? Fechei a cara, sendo um pouco rude com ele e sem demonstrar minhas emoções. Teria continuado assim se ele não tivesse feito sinais em retribuição, que diziam:

"Você tem um ótimo gosto."

Então me lembrei daquela cena dele se lambendo no mesmo lugar em que mordi e senti meu rosto esquentar rapidamente, me movendo para trás, suando frio. Eu acabei de encontrar o estranho mais pervertido do mundo, tenho um azar enorme. Sem falar que, droga, já era meia noite! Havia passado meu aniversário com um estranho completo que só queria me provocar e o pior era que estava conseguindo. Digam ao mundo que Min Yoongi finalmente sentiu raiva de alguém.

— Vou repetir a pergunta, me responda, mesmo que em sinais — Disse ele. — Você está bem?

"Sim", essa foi a minha resposta, relutante.

— Sério? Não me parece bem, seu rosto está vermelho! — O garoto debochou da minha cara. — Vamos, o que está fazendo na Torre Eiffel sozinho?

"É o meu aniversário... Só queria passar ele aqui."

— Interessante! Quantos anos está fazendo? — Ele sorriu, dessa vez, mais suave. — Parabéns!

"20..."

— O que?! Você tem vinte anos?! Está brincando?! Pensei que tivesse menos de dezoito! Já ia chamar a polícia para te ajudar a encontrar seus pais.

Meus pais? Engraçado, era para eles já estarem aqui nesse horário. Será que a neve tinha bloqueado a passagem tão rápido assim? Só fazia vinte minutos desde que começou a nevar.

Bom, por mais estranho que seja, tudo que queria agora, ela sair de perto daquele ser que nem sabia quem era. Todos os pais ensinam a nunca falar com estranhos, se bem que eu não estava tecnicamente falando.

— Agora que eu me toquei, não sei seu nome. O meu é Taehyung, mas pode me chamar de Tae ou Hyung, como preferir — Falou ele, me mostrando como o chamava por sinais. — E o seu?

"Min Yoongi e não te dou permissão para me chamar por um apelido."

Não sei se achava aquela cena um tanto estranha, mas ele chamou um táxi para mim que, para a minha surpresa, era o mesmo de antes. Ficamos nos encarando, nós três e tentando entender o porquê de não termos notado antes que já nos conhecíamos.

Talvez o destino estivesse brincando com a minha cara. Talvez nada faça sentido. E talvez seja apenas um presságio. Porém, de uma coisa eu tinha certeza, aquela noite ficaria marcada para sempre nas minhas memórias mais estranhas de vida, tais como as memórias do acidente e da minha perda total de voz.

Nos meus pensamentos mais profundos e sem nenhum sentido, tinha toda a certeza do mundo que, um dia, iríamos nos ver novamente.

Já em casa, cheguei vendo meus pais sentados de frente para a televisão, assistindo um tipo de novela romântica até demais para o meu gosto depois de hoje.

Eles não notaram que estava os encarando até que chegou o comercial e pararam de olhar a televisão.

— Querido?! Já é meia noite? — Perguntou minha mãe, arregalando os olhos. — Nossa como o tempo voa!

"Não, não é meia noite."

— Ainda bem! Temos tempo de ir na Torre — Ela sorriu.

"São uma da manhã."

Eles me olharam passados, não conseguindo encontrar palavras para descrever o quão arrependidos estavam por terem me deixado comemorando os primeiros minutos do meu aniversário sozinho, ou quase sozinho.

— Sinto muito, filhote — A mais velha veio me abraçando. Acho que nunca gostei muito de abraços. — Ainda pode abrir seu presente.

Ela me entregou uma nova ferramenta de fala... Espera... Essa era a ferramenta de fala que podia dizer tudo que estava pensando, simplesmente era a mais nova tecnologia que iria revolucionar o mundo. Fiquei um um pouco mal por ter culpado eles.

Coloquei a ferramenta no meu braço, como se fosse uma luva de metal, mas não pesada.

— Sinto muito por culpar vocês — Não era a minha voz, mas, pelo menos, conseguia me comunicar com eles de um jeito mais fácil.

Aquela tinha sido uma noite longa, muito longe. Tudo que fiz, foi deitar e cair no sono.


Notas Finais


Obrigado por lerem! Espero que tenham gostado, amiguinhos. Desculpem os errinhos.


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