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História Lótus Estelar - Eu vou voltar logo pra você


Escrita por: chaootics

Notas do Autor


Hey loves, cheguei com mais um capítulo dessa trama cheia de reviravoltas... Por falar nisso, já estão prontos pra reviravolta que vai ser esse capítulo? Se não estão, se preparem ai! hehehe

Aproveitando pra agradecer sempre e sempre o carinho de vocês e desejar que todos tenham uma boa semana, se cuidem e fiquem sempre saudáveis, ok? Boa semana amores ♡

Capítulo 11 - Eu vou voltar logo pra você


Dohyon estacionou o carro na frente de casa e desceu com Yerin, tinha dito a ela que a levaria para sua casa, não queria deixa-la sozinha em um momento como esse. Quando entrou em casa já passava de uma da manhã, mas sua mãe estava aguardando na sala de roupão.

- Mãe... – ele disse surpreso – O que houve?

- Te vi saindo tarde e fiquei preocupada – ela respondeu e então olhou para Yerin – O que aconteceu?

Dohyon olhou para a garota e achou que era melhor ser sincero.

- Minha amiga teve um problema e eu fui ajudar – explicou – Ela não está se sentindo bem então eu a convidei para dormir aqui... Pode ser, né? O quarto de hóspedes está vazio.

Yerin olhou um tanto sem jeito para a mulher, não era acostumada com esse tipo de coisa.

- Claro – a mãe respondeu e deu um sorrisinho – Você pode ficar confortável... Como é o seu nome?

- Yerin – a garota respondeu.

- Yerin – completou.

Ela agradeceu e Dohyon disse para ela o seguir, conduzindo-a até o segundo andar da casa. A primeira porta do corredor era do quarto de hóspedes e ela ficou boquiaberta quando viu aonde tinha entrado.

- Não brinca? – perguntou – Isso aqui é um quarto de hóspedes?

- Sim, a cama é bem confortável – ele respondeu – Tem televisão também se quiser assistir e aquela porta no canto é o banheiro.

- Uau... – ela sentou na cama e notou o colchão – Sério que isso é um colchão de molas? Nossa eu nunca dormi num desses...

Dohyon sorriu ao ouvir aquilo.

- Então você vai dormir bem confortável hoje.

Os dois ouviram uma batida na porta e a mãe do garoto entrou carregando uma toalha e uma muda de roupas.

- Fiquei pensando que você não conseguiria dormir bem com essa roupa – ela apontou para o vestido justo da garota – Então te trouxe um pijama, não se preocupe que está bem lavadinho – ela brincou.

Yerin encarou a mulher boquiaberta, em alguns momentos podia jurar que estava sonhando.

- Também trouxe uma toalha limpa se quiser tomar um banho.

- Obrigada – ela respondeu sem jeito.

- Se precisar de alguma coisa, meu quarto é o no fim do corredor – a mulher deu uma piscadinha e saiu.

- Essa é a sua mãe? – Yerin perguntou chocada – Tem certeza?

Dohyon riu ao ouvir aquela pergunta.

- A minha mãe é muito legal, o meu pai também... Eu sei que sou bem sortudo.

- Eu tô chocada... Não é à toa que você é todo bonzinho.

O garoto sorriu ao ouvir aquilo, mas sabia que no fundo era triste. Pelo pouco que ela tinha contado mais cedo, sua mãe morreu quando ela era pequena e o pai sempre estava bebendo na rua, o que fez com que crescesse em um ambiente muito desequilibrado. Dohyon sabia que era privilegiado, via o quão ruins eram as famílias de seus amigos, então sempre tentava ser muito grato e fazer por merecer os pais que tinha.

Yerin foi tomar um banho com as coisas que tinha recebido e ficou um tempão analisando o banheiro, tudo estava perfeitamente organizado, o sabonete líquido era de uma marca cara, a água era quentinha e potente, até se sentia uma princesa em um castelo. Não imaginava que aquela noite tão ruim pudesse terminar desse jeito, mas logo lembrou do ex, das coisas que ele disse, das coisas que fez... Tentou segurar as lágrimas, porém não demorou muito para que começasse a chorar debaixo do chuveiro, tentando abafar os soluços para que ninguém escutasse. Não queria chorar por causa disso, daquele homem... Mas sentia que nunca estava livre dele, parecia que iria importuná-la pelo resto da vida... A única coisa que queria era ser livre e feliz.

Saiu do banho um tempo depois e encontrou Dohyon já de pijama sentado em sua cama. O pijama dele era cheio de ursinhos e ela até quis rir porque ele parecia um garotinho de oito anos agora.

- Eu não sabia se você ia querer algo, mas preparei um chá... Ele ajuda a acalmar e dormir melhor – disse.

- Para – ela respondeu – Você e a sua família vão me deixar mal acostumada...

- Eu estou preocupado com você – ele confessou.

- Achei que você me odiasse...

- Eu odeio – ele deu de ombros.

Yerin olhou para ele e sorriu.

- Obrigada, garoto virgem – disse e pegou a caneca para beber o chá.

Os dois ficaram em silêncio enquanto ela bebia, mas embora não estivessem falando nada, seus cérebros não paravam de pensar.

- Seria muito chato da minha parte se eu te pedisse mais uma coisa? – ela perguntou do nada.

- Pode pedir.

- Você... Podia dormir aqui comigo? – ela disse um tanto jeito – Eu estou com medo de dormir sozinha... Você pode me zoar sobre isso amanhã...

Dohyon ficou olhando para ela por alguns segundos e então assentiu.

- Eu não vou te zoar sobre isso – ele disse com sinceridade – Não faço ideia das coisas pelas quais você passou...

Yerin assentiu também e deu um sorrisinho.

- Obrigada, Dohyon.

- Oh, me chamando pelo meu nome? - ele perguntou surpreso.

- Quer que eu te chame de garoto virgem, é?

- Eu meio que acostumei.

Os dois riram enquanto deitavam lado a lado na cama de casal. Dohyon ergueu as mãos e bateu palmas, o que fez com que as luzes se apagassem automaticamente.

- Tá brincando? Eu achei que isso só acontecia em filmes – ela disse chocada.

- Você é engraçada – ele riu.

Os dois ficaram em silêncio novamente, dessa vez foi um silêncio mais longo do que o outro, mas não parecia que nenhuma deles ia dormir tão cedo. O quarto não estava totalmente escuro já que entrava uma luz fraca pela janela, o que tornou possível que ele visse o rosto dela, seu semblante estranho como o de quem está tendo lembranças ruins e está segurando suas emoções.

- Yerin... – ele cochichou – Se você quer chorar, chore. Não fique segurando suas emoções, é pior...

- Eu não quero chorar – ela respondeu.

- Você pode confiar em mim...

Ela virou para o lado e o encarou, apesar de ter dito que não queria chorar, seus olhos estavam marejados.

- Você pode confiar em mim – ele repetiu.

Ao ouvir aquilo, ela não conseguiu mais conter as lágrimas e caiu no choro. Dohyon a puxou para perto de si e deixou que ela chorasse em seu ombro, não sabia o que dizer ou o que fazer naquela situação, então apenas deixou que ela chorasse e chorasse, até se cansar e dormir. Ele não conseguia parar de pensar em quantas coisas ruins ela passou, para uma garota forte e decidida como ela chorar daquele jeito, certamente foi muito, muito ruim. E ele se sentia triste também porque por mais que passassem o tempo todo brigando um com o outro, não queria vê-la daquele jeito, não queria vê-la infeliz.

 

Yerin abriu os olhos no dia seguinte e levou um tempo para entender onde estava, até que percebeu que Dohyon dormia pesado ao seu lado. Foi então que as memórias da noite anterior voltaram e ela sentiu a cabeça pesar, tinha chorado por muito tempo nos braços dele. Foi se virar para o lado, mas percebeu que eles estavam de mãos dadas, os dedos estavam levemente entrelaçados agora, mas não tinham se soltado completamente. Ela sentiu o coração acelerar no peito fora de controle, não queria sentir aquelas coisas, mas agora o enxergava perfeitamente ao seu lado, estava tão perto que sentia sua respiração...

Por que estava sentindo aquelas coisas?

Apertou devagar os dedos entrelaçados aos dele e deu um sorrisinho, sabia que sentir aquilo não era certo, mas não queria sair daquela cama, não queria viver fora daquele quarto. Podia ficar ali o dia inteiro o vendo dormir, era toda a paz do mundo que precisava, tudo o que o seu coração queria.

 

 

 

 

Seungyoun estava muito ansioso, hoje iria receber a visita de Byul em sua nova casa pela primeira vez, quase não tinha conseguido dormir à noite por causa disso. Seungwoo tinha ficado horas na cozinha preparando comidinhas saudáveis e fofinhas, era especialista em fazer pandas com arroz e alga, florzinhas com cenouras e bonequinhos de macarrão. Tinha usado aquilo como arma por anos para alimentar Yohan e Dongpyo – especialmente o mais novo que tinha um paladar seletivo – e estava mais do que feliz de poder voltar a fazer aquelas coisas. Seungyoun, no entanto, estava achando aquilo meio sem graça.

- É fofo, mas... Não podemos dar doces a ela? Crianças amam doces – sugeriu.

- Não é certo dar doces para crianças tão pequenas o tempo todo... – o outro o reprimiu – Vamos criar a Byul com bons hábitos alimentares, viu?

- Meus pais me davam doce o tempo todo – ele fez bico.

- E os seus pais são exemplo de alguma coisa? – Seungwoo colocou as mãos na cintura e o encarou.

- Oush – o garoto resmungou.

- Promete que não vai dar doces a ela escondido?

O garoto resmungou mais um pouco e começou a esvaziar os bolsos, tirando de lá uma quantidade imensa de bombons de chocolate, pirulitos e balas.

- Minha nossa senhora aparecida... – Seungwoo pegou tudo correndo e escondeu, deixando apenas um pirulito de morango na mesa – Um e apenas um.

- Sim, pai – o garoto respondeu e guardou o pirulito de volta no bolso.

Naquele instante, ouviram o barulho de um carro estacionando e correram para a porta. Dongpyo, que também estava em casa para recebe-la, saiu correndo do quarto quando ouviu o carro.

Byul chegou no colo da assistente social e estava com os olhos arregalados, olhando para tudo como se estivesse em um mundo novo. Seungyoun abriu um largo sorriso assim que a viu, sempre ficava de coração derretido, não importava quantas vezes a visse. Dongpyo estava se sentindo igual, nunca tinha ficado perto dela assim então estava se esforçando para reprimir alguns gritinhos de amor.

- Byul! – o garoto disse a abriu os braços.

- Quer ir no colo do tio Seungyoun? – a assistente perguntou.

A garotinha assentiu um tanto tímida, então foi passada do colo de um para o outro. Nos últimos tempos, vinha se sentindo tão confortável com ele que vivia falando do garoto no orfanato.

- Byul, você quer conhecer um lugar mágico? – Seungwoo sugeriu.

Assim que ouviu aquilo, era ficou interessada e ergueu os bracinhos para ir para o colo dele. Seungyoun ficou perguntando se já tinha sido trocado assim tão fácil, mas colocou ela nos braços do outro, que a pegou com cuidado e a levou até o quarto que haviam feito para ela no primeiro andar.

- Seungyoun – a assistente social chamou pelo garoto antes que ele fosse junto dos demais – Eu quero te mostrar uma coisa.

Ele ficou esperando enquanto ela tirava um desenho de dentro da bolsa e mostrava a ele. O garoto logo notou o traço refinado e bonito, não era um desenho da filha, mas já tinha visto algo assim antes. O que chamou a atenção mais do que o traço, foi o desenho em si: Lá estava ele, carregando Byul nos braços, em frente a uma casa muito parecida com a que eles viviam. Assim como da outra vez, ele foi pego completamente de surpresa.

- Min desenhou isso há alguns dias... Me assustei quando estacionei aqui em frente e vi a semelhança da casa, não sei como essa criança faz isso... – ela disse chocada – Mas o ponto é que Byul vem carregando esse desenho por todo o canto.

- É sério? – ele sorriu.

- Eu sei que eles são apenas crianças, mas os dois são muito ligados, desde que estiveram juntos pela primeira vez, são inseparáveis... A Byul confia muito no Min, Seungyoun – ela explicou – Desde que ele vem falando coisas boas suas para ela, sinto que ela está ainda mais aberta sobre vocês.

- Preciso agradecer a ele então.

- Min consegue sentir o coração das pessoas, ele sabe que você vai ser um bom pai para Byul, então tem a incentivado para aceitar isso.

Seungyoun sorriu novamente ao ouvir aquilo.

- Eu vou me esforçar muito para ser.

Eles caminharam até o quarto e encontraram Byul brincando com um carrinho em uma pista, enquanto pai e filho a encaravam frustrados.

- Não acredito que ela tá brincando com o Hot Wheels da Emma – Dongpyo cruzou os braços na cintura – Ela recusou a minha Barbie, é a Barbie butterfly! Ela tem asas de borboleta!

- Ela tem uma boneca lá no orfanato, a Byul gosta de tudo, não se preocupe – a assistente deu uma risadinha – Aposto que ela gostou do carrinho porque é amarelo.

- Ah, espera! Eu tenho uma Barbie de vestido amarelo, vou buscar – o garoto respondeu e saiu correndo.

Seungyoun riu e sentou ao lado dela para vê-la brincar com o carrinho. Assim como a assistente tinha dito, ela tinha gostado mais do amarelo e estava muito interessada em vê-lo descer pela rampa do brinquedo.

Ela passou a tarde inteira brincando com eles, jantou a comida fofinha e saudável de Seungwoo e ganhou o pirulito de sobremesa. Como a assistente já imaginava, não estranhava mais nenhum deles, até com Dongpyo tinha se enturmado bem, por mais que vez ou outra ele desse uns gritinhos que a assustavam. Ela se sentia confortável ali com eles, talvez fosse porque Seungyoun não fosse de fato um estranho, de algum jeito eram próximos por terem o mesmo sangue.

Quando a noite caiu, Seungwoo convidou a assistente para tomar um chá antes de ela ir embora. Aproveitou a oportunidade também para falar com ela sobre a dúvida que tinha.

- Você acha que a Byul pode vir morar conosco logo? – perguntou.

- Creio que sim – a mulher estava positiva – Vi que criaram um ambiente muito bom para ela aqui, sinto também que ela está confortável com vocês, acho que quanto mais rápido ela mudar, melhor.

- Isso me deixa muito feliz – o homem sorriu.

- Só precisamos monitorar os comportamentos agressivos dela... Ela bateu em um dos meninos essa semana, sem motivo algum...

Seungwoo ficou pensativo quanto a isso, sabia que por mais que Byul fosse adorável e gentil, não podia ignorar seu trauma nem deixar para depois. Assim que começasse a viver com eles, a levaria ao psicólogo, quanto mais jovem conseguissem ajuda-la, menos sofreria no futuro.

No quarto, Seungyoun estava agora brincando com as barbies de Dongpyo, nunca achou que brincaria com uma dessas na vida, mas até tinha achado engraçado aquilo de brincar de casinha.

Byul, que estava com a boneca de vestido amarelo em mãos, usou a perna dela para chutar a perna da boneca que estava nas mãos do garoto.

- O que você fez? Me chutou? – Seungyoun fez uma voz fina para fingir que era a Barbie falando – Você não pode me chutar, estou ferida, estou com dor... – ele fez bico.

A garotinha olhou para ele, mas não se mexeu.

- Byul, você não pode chutar as pessoas, não é certo – ele continuou, agora com a sua voz normal – Ela está sentindo dor.

Ela o encarou, mas continuou sem reação.

- Quando machucamos alguém, precisamos pedir desculpa – ele continuou e mostrou a boneca para ela – Peça desculpas a ela.

- Desculpa... – ela respondeu sem jeito.

- Isso, e agora um beijinho no dodói – continuou e mostrou a perna da boneca.

A garotinha se aproximou e deu um beijo na perna da boneca como ele tinha pedido.

- Muito bem – Seungyoun sorriu – Agora vamos continuar sem chutes, tá bom?

Byul assentiu e pegou sua boneca para recomeçar a brincadeira. Os dois se distraíram com as coisas de cozinha que Dongpyo tinha, era tudo tão perfeito que parecia mesmo uma cozinha em miniatura. Byul estava brincando com o fogãozinho quando uma proposta escapou dos lábios do garoto.

- Byul... – a chamou para atrair sua atenção – Você gostaria de viver aqui comigo?

A garota olhou para ele, mas não respondeu.

- Nós podemos brincar todos os dias, podemos passear juntos e comer comida gostosa – sugeriu – O que você acha?

Ela assentiu aceitando a proposta, mas logo voltou a mexer no fogãozinho, mudando seu foco de atenção. Mas para Seungyoun aquela era a melhor resposta do mundo, tinha concordado em morar ali com eles, agora estavam a apenas um passinho de viverem juntos para sempre e mal podia esperar por esse dia.

 

 

 

 

Eunsang se virou na cama e olhou para a própria mão, estava tão fraca que estava quase transparente. O mesmo valia para o resto do corpo, em sua cabeça já sabia que aquele era seu último dia ali.

- Eu vou voltar amanhã, né? – perguntou.

Wooseok deu um sorrisinho para confortá-lo.

- Vai dar tudo certo.

- Já que hoje é meu último dia, podemos fazer algo que eu não vou esquecer aqui? – perguntou e apontou para o coração.

- Você tem uma sugestão?

Eunsang assentiu e sorriu, tinha algo em mente.

 

Fizeram uma lista dos lugares mais bonitos do planeta e os visitaram juntos, desde cachoeiras até montanhas nevadas e a aurora boreal. Os olhos de Eunsang brilhavam ao ver tudo aquilo e estava mais do que feliz de estar ao lado da pessoa que amava. Wooseok prometeu que fariam tudo aquilo de novo quando ele estivesse vivo, mesmo que levasse mais tempo e fosse caro, viajariam para todos aqueles lugares e recriariam aquelas memórias. No final do dia, terminaram juntos assistindo a um pôr-do-sol laranja e cor-de-rosa na praia, que revigorou seus corações e fez Eunsang relembrar que o mundo é um lugar lindo e que vale a pena estar vivo de novo.

Quando voltaram para casa, estava tão cansado que o ceifador o carregou nas costas até a diretoria de seu tataravô, queria se despedir antes de voltar. Dongwook estava trabalhando em uma pilha papeis como sempre, quando os viu entrar.

- Sua volta está próxima – o ceifador chefe falou assim que o viu.

- Sim, eu vim me despedir... – o tataraneto respondeu – Mesmo que vamos continuar nos vendo e nos falando, não vou mais poder vir aqui...

- Graças a deus – Dongwook sorriu – Não quero te ver aqui tão cedo, viu? Volte lá e tenha uma vida plena.

- Eu vou – ele prometeu – Não vou te desapontar de novo, tataravô.

- Você nunca me desapontou – o homem confessou e levantou para abraça-lo – Estou orgulhoso de você.

- Obrigado – ele sorriu – Obrigado por me apoiar.

- Eu ainda não estou de acordo com isso – disse e apontou para os dois – Mas contanto que estejam felizes...

- Nós estamos – Wooseok respondeu e Eunsang assentiu – Nós vamos ser muito felizes.

Dongwook concordou, não tinha como discutir com eles, então só esperava que estivessem certos. Se despediram e voltaram para a casa do ceifador, o garoto achou estranho pisar ali pela última vez, tinha se acostumado tanto com aquele lugar que até o chamava de lar agora.

Jantaram no sofá e assistiram a um filme na televisão, riram juntos e curtiram aqueles momentos até o fim. Depois deitaram agarradinhos na cama, havia um ar melancólico no ar, mas sabiam que a separação seria apenas momentânea e aquilo os confortava.

- Estou com medo de acordar lá e estar te odiando – Eunsang confessou.

- Tudo bem – o outro respondeu – Eu posso fazer você me amar em um estalar de dedos.

- Convencido.

Wooseok riu e deu um beijo na testa dele.

- Me diga que você me ama do mesmo jeitinho que me disse aqui e eu tenho certeza que não vou resistir – confessou.

- Eu vou – o ceifador assentiu – Vou dizer que te amo todos os dias.

Eunsang sorriu e se aninhou no peitoral dele, queria que aquela noite nunca acabasse, mas ao mesmo tempo estava tão cansado que sabia que seus olhos logo o levariam dali.

- Eu vou voltar logo pra você – murmurou – Logo vamos estar juntos de novo.

- Sim – o ceifador concordou e alisou os cabelos dele – Logo vamos estar juntos.

O garoto sentiu o cansaço o arrebatar e pegou no sono, indo para um mundo muito longe dali, onde não havia o medo do que ia acontecer no dia seguinte, onde estava bem e seguro.

Achou que ia acordar em um quarto de hospital, mas para sua surpresa abriu os olhos no meio da noite e ainda estava no quarto de Wooseok. Ficou observando o amado dormir e se perguntou por que tinha acordado do nada, quando uma ideia lhe veio em mente. Sentou na cama aflito e sentiu que precisava muito fazer aquilo antes de partir.

Foi até o hospital com o resto das forças que tinha e encontrou Junho e Yohan dormindo nas poltronas do quarto, enquanto seu corpo em coma repousava no leito. Olhou para a caneta azul que estava em cima da mesa e a pegou depressa, caminhando até onde estava. Virou sua mão esquerda e escreveu na palma dela: “Acredite no Wooseok”. Sabia que quando acordasse e visse aquilo escrito com sua própria caligrafia, não duvidaria de nada que ele dissesse, acreditaria em tudo o que viveram quando estava em coma.

Com o coração mais tranquilo, voltou para o quarto e para o encontro do amado, que ainda dormia profundamente. Sorriu ao olhar para ele ali pela última vez e murmurou um “eu te amo”, antes de fechar os olhos e adormecer, sumindo dali para sempre.

 

 

 

 

Eunsang abriu os olhos e tudo ao seu redor parecia mais brilhante do que era acostumado. Ouviu barulhos altos de carros na rua em frente ao hospital e vozes distantes, sentiu um cheiro forte de produtos de limpeza. Sua cabeça estava pesada e o corpo doía, não lembrava de ter se sentido daquele jeito antes.

Olhou para os lados tentando identificar onde estava, mas logo ouviu um “Eunsang!” e virou em tempo de ver Yohan o encarando surpreso, assim como Junho.

- Ele acordou, vou chamar os enfermeiros – o mais velho disse e saiu para fora do quarto.

Junho deu um largo sorriso e correu para o lado dele, pegando em sua mão para ver se ele estava bem. O garoto ainda estava confuso quando dois enfermeiros vieram em sua direção.

- Vocês podem sair por um instante? – um dos enfermeiros pediu – Precisamos ver como ele está.

Eunsang viu quando os dois saíram do quarto e os enfermeiros começaram a lhe fazer perguntas óbvias como qual era o seu nome, quantos anos ele tinha, quantos dedos estavam mostrando a ele... Respondeu tudo certo, mas não entendeu por que estavam lhe perguntando tais coisas.

- Onde eu estou? – quis saber.

- Você está no hospital – um dos enfermeiros explicou – Esteve em coma por um mês, garoto.

- Nossa... – ele achou aquilo esquisito – Um mês? Por quê?

- Você tentou se suicidar – o enfermeiro foi sincero – Mas estamos felizes que sobreviveu.

Assim que ouviu aquilo, Eunsang sentiu as últimas memórias voltando, a formatura dos amigos, a solidão, a tentativa de suicídio no banheiro... Parecia que aquilo tinha sido há algumas horas... Como podia ser que um mês tivesse se passado?

- Você vai precisar fazer alguns exames – o enfermeiro continuou – Voltamos logo.

Os dois saíram do quarto e o deixaram ali sozinho com os pensamentos que fervilhavam em sua mente. Se sentia tão estranho, parecia que alguma coisa não estava certa, mas não entendia o que era.

Wooseok se aproximou quando o viu sozinho e deu um sorrisinho, tinha esperado longe dos olhos de Junho, já que ele podia vê-lo. Estava feliz e aliviado que tudo tinha dado certo e que ele tinha acordado bem, ali naquela cama era o mesmo Eunsang de sempre, só um pouco mais pálido.

- Ei – disse e sorriu – Como você está?

Eunsang virou o rosto e deu uma olhada pela janela, dali do quarto via um pouco do movimento na rua.

- Olha, eu sei que você está chateado comigo, mas eu tenho muitas coisas para te contar quando você estiver se sentindo melhor, tá bom? – o ceifador continuou.

O garoto deu um suspiro, fazia poucos minutos que tinha acordado, mas já estava com tédio ali na cama.

- Eunsang? – Wooseok achou esquisito a forma como ele não o olhava no rosto, entendia ele estar chateado, mas a forma indiferente como estava agindo estava machucando – Eunsang, por favor – pediu – Olha pra mim.

O garoto deu uma olhada pelo quarto e o ceifador sentiu como se ele estivesse olhando através dele, como se... Como se não o estivesse vendo.

- Eunsang! Eunsang! – gritou desesperado.

Ele continuou não demonstrando nenhum sinal de que o via e o ceifador ficou completamente apavorado.

- Ah não... Ah não – murmurou.

Não podia ser verdade, mas estava acontecendo ali diante dele... Eunsang não o via, não podia mais vê-lo ou ouvi-lo... Será que era consequência do coma? 



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