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História Louca, esperta, amargurada, honesta. - Siga seu sonho, literalmente!


Escrita por: SarahEscritora

Notas do Autor


Está meio confuso, mas é isso aí. rs.

Capítulo 4 - Siga seu sonho, literalmente!


Em meu sonho, Peter estava correndo na floresta. Seu sorriso iluminava tudo e eu estava a seu lado, correndo junto com ele.
Nossos passos eram iguais, sempre cincronizados, era como se voássemos pelo meio das árvores, de tão rápido que corríamos.
De repente ele parou e eu continuei correndo, depois também parei e olhei para trás.
Nós éramos quase adultos, porém ainda tínhamos aquele jeito de criança que nunca podíamos esquecer.
Os olhos lindos dele se prenderam nos meus e Peter me fez um pedido.
"Venha me encontrar Valerie. Eu te amo".
Depois ele sumiu. Eu estava sozinha na floresta.
No chão, sobre a grama, no exato lugar onde ele estivera havia uma pedra vermelha arredondada. Caminhei até lá e me abaixei para pegá-la.
Enquanto fazia isso ouvium uivo ao longe.
Acordei com o som do uivo ecoando pelo ar e abri os olhos.
A realidade da minha vida bateu fundo no meu coração outra vez. Quando ia parar de doer? A dor de não ter minha irmã. A partida do meu pai.
O segredo que ele levou pesava nos meus ombros. E me recordo da partida de outra pessoa, alguém que ao contrário de Lucy e meu pai, pode voltar.
Peter, o meu Peter. No meu sonho ele me pedia para ir atrás dele e dizia que me amava.
Me viro na cama e tento me recordar do rosto dele. Faz uns seis meses que ele se foi, então algo no chão chama minha atenção.
Me ergo sobre o cotovelo e olho melhor, se trata de uma pedra vermelha!
Ela está sobre um papel! O que será tudo isso?
Salto da cama e agarro as duas coisas, trazendo-as para a luz. A janela do meu quarto está aberta e
 - Nossa, o que é isso? - abro o papel e examino o desenho.
Aquilo sem dúvida era um mapa, muito bem detalhado. No canto superior esquerdo havia a minha aldeia, com algumas casinhas e a praça. Seguindo pela floresta, depois havia o grande rio, então havia uma montanha e uma caverna ao lado dela.
Ali havia um X que devia marcar o ponto de chegada.
Tudo aquilo era muito estranho. Como aquelas coisas tinham aparecido de repente no meu quarto? A única coisa que eu sabia era que a pedra era a mesma que eu tinha visto em meu sonho.
Eu podia não entender nada daquilo, porém havia uma pessoa que poderia me ajudar a esclarecer tudo.
Naquela tarde corri para a cabana da vovó levando a pedra e o mapa. Nossa conversa foi breve e estranha.
Expliquei a ela sobre meu sonho com Peter, mostrei a pedra e o mapa. Ela analisou as duas coisas muito bem enquanto eu olhava em volta.
Era bom e familiar ver todos os objetos que eu vira desde pequena. Me senti com mais saudade de Lucy e me assustei quando vovó me chamou.
 - Valerie. Eu tenho uma explicação para isso. Alguém está querendo te ajudar a encontrar Peter.
 - Vovó, isso é magia? E se nessa caverna eu encontrar algo perigoso?
  Você  tem razão querida. Acho que isso você sóvai descobrir indo até lá verificar. A questão é: você vai?
Não respondi imediatamente. Eu poderia me arriscar indo até aquela montanha desconhecida? Iria sozinha? O que eu diria para minha mãe?
De qualquer forma, eu nunca fui de temer o desconhecido. Aquilo até me agradava.
 - Vozinha? Acha que eu vou encontrar o Peter nessa caverna?
 - Não sei minha querida. Se você não for até lá para descobrir vai ficar com essa dúvida.
No fim da tarde volto para a casa. Fico imaginando como vou explicar a mamãe o que quero fazer. Ela não vai entender, eu sei disso.
Henry é meu noivo agora e seria muita maldade e egoísmo da minha parte deixá-lo por outra pessoa.
Ir atrás de alguém sem nem ao menos ter certeza se vou encontrá-lo, é uma loucura. Algo que só alguém que ama demais faria.
É por isso que decido não contar tudo a ela imediatamente. Melhor escrever uma carta e deixar em algum lugar que eu tenho certeza que ela vai encontrar.
Nessa noite preparo uma mochila com roupas, comida e água. Não  tenho ideia do que mais levar e até me sinto ansiosa para sair.
Porém espero a noite estar já avançada.
Deitada na cama eu escuto minha mãe ir se deitar e saio sem fazer barulho.
Desço as escadas sem ruído, com a mochila nas costas, porém, antes de chegar na porta me recordo da carta.
Pego-a depressa no bolso da minha grossa blusa de lã e deixo-a embaixo de um prato na mesa da cozinha.
Eu novamente paro antes de chegar à saída. Dessa vez sinto uma imensa vontade de dar um último beijo em minha mãe.
Deixo então a mochila no chão e vou o mais silenciosamente possível até o quarto dela.
Ela dorme tranquilamente e beijo sua testa com carinho. Prometo no silêncio da noite que vou voltar.
Dessa vez sigo em frente, sem pensar em nada. Pego a mochila e saio de casa.
Assim que começo a caminhar pela rua escura levo um susto quando alguém segura meu braço com firmeza.
 - Onde você vai? - pergunta a voz de Henry. Noto seu tom de voz mais triste que zangado.
 - Eu... eu tenho que ir acampar. - respondo sabendo que ele não vai acreditar.
 - Eu sou seu noivo. Então vou te acompanhar. Não quero que nada de ruim te aconteça.
Só me faltava essa! E se Peter estiver me esperando nessa caverna? E se lá tiver outra pista de como encontrá-lo? Não posso realmente levar meu noivo junto comigo.
 - Me deixa sozinha Henry, vá embora, eu não preciso de você.
Talvez se eu for rude o bastante ele entenda e me deixe ir sozinha.
Caminho o mais depressa que posso e acendo a lanterna que eu trouxe comigo.
 - Eu tenho uma também, posso te ajudar com isso. - ele diz acendendo outra lanterna.
Não respondo nada e lá vamos nós dois.
 -Onde exatamente você está indo?
 - É muito longe. - eu afirmo e Henry segura outra vez no meu braço.
 - Espera Valerie, por favor escuta. Eu vi sua avó essa tarde e ela me disse que você ia sair em uma busca por informações sobre... sobre ele. - Henry não diz o nome de Peter, pois suponho que seja muito difícil para ele.
 - Ela não devia ter dito nada.
Eu entendo por que minha avó fez isso, ela não ia permitir que eu fosse sozinha, nem em um milhão de anos e a única solução era contar meus planos a Henry.
 - Escute, eu já preparei uma carruagem pra nos levar até esse lugar. Você só tem que dizer qual a direção que temos de ir. Além disso podemos chegar lá bem mais dispostos. Ficaríamos esgotados caminhando a noite inteira.
Eu sei que Henry tem razão, mas aceitar sua ajuda significa que vou ficar devendo isso a ele, e eu não quero isso de jeito nenhum.
 - Não quero ir de carruagem Henry. Além disso, por que você vai me ajudar a saber informações do Peter?
 - Eu só quero te ver feliz. - ele diz sem mais explicações.
Suspiro de frustração, pois sei que no fim vou deixá-lo me ajudar, eu quero encontrar Peter e talvez ele esteja me esperando nessa caverna agora mesmo.
Vou deixar para pensar no meu noivado mais tarde, o importante agora é chegar bem na caverna.
Durante a noite cavalgamos sem problema algum. Ao amanhecer entramos na floresta e passamos na margem do rio. Nesse momento, uma das rodas se soltou e caiu dentro da água.
Henry teve de ir resgatá-la e concertar o estrago.
Pela tarde fomos surpreendidos por bandidos que levaram a carruagem embora. Ficamos só com nossas mochilas e um cobertor.
De noite chegamos na caverna finalmente e eu me sentia exausta.
Entramos ali e nos sentamos no chão para descansar. Henry me deu o cobertor e ficamos quietos nos recuperando.
 - Tome, beba um pouco de água. - ele diz me passando a garrafa quase vazia.
 - Devíamos ter pego a água do rio. - eu falo bebendo tudo de uma vez. Depois me sinto mau por não ter deixado sequer um gole para ele.
 - Não deu tempo, estávamos preocupados com a carruagem.
Então adormecemos. Eu sentada com as costas contra a parede e Henry colocando sua cabeça no meu ombro.
No meu sonho vejo uma mulher lindíssima.
Ela usa um vestido azul brilhante, seu cabelo é castanho-claro e sua voz é profunda e bela. Ela diz que é uma princesa do futuro que possui um dispositivo chamado "máquina do tempo".
Essa máquina porém não existe no meu tempo, de modo que era necessário magia para alterar o tempo e fazer alguém viajar para outro lugar na história.
Ela precisava de cinco pedras mágicas para abrir um portal no tempo.
Como ela só tinha quatro delas, poderia apenas me levar para o futuro, onde alguém que eu amava muito estaria me esperando.
Esta pessoa fora em busca da quinta pedra, assim ela poderia abrir outro portal e nos trazer de volta do futuro.
 - Como eu posso ter uma prova de que tudo isso está acontecendo de verdade? - pergunto teimosamente e ela ri. Não parece incomodada pelas minhas palavras.
 - Quando você e Henry acordarem vão encontrar uma mesa com um banquete, roupas limpas e uma fogueira para esquentá-los. Após se vestirem e comerem vão para o fogo e deixem a pedra vermelha no chão formando com as demais um quadrado. Em seguida vão ver uma névoa azulada surgir. Essa é a cor do portal, entrem na névoa e serão levados para o mesmo local onde Peter está.
 - Tem certeza?
 - Tolinha, faça o que eu disse e não duvide, ou você vai encontrar o fim de tudo na dúvida.
O sonho se desvaneceu.
 - Valerie! Acorda! - diz Henry ansioso.
Abro meus olhos atordoada. Olho em volta. e para minha grande surpresa tudo que a princesa do meu sonho disse está aqui.
A fogueira no canto mais afastado, a mesa com comida e as roupas. É incrível e assustador.
Henry não pensa em nada e já começa a comer o que vê pela frente. Eu aproveito ssua concentração na comida e troco de roupas. Em seguida também como alguma coisa.
 - Isso tudo é muito louco. - comento e ele concorda.
 - Não tem problema, eu estou gostando muito.
Nós dois rimos e imagino quando vou encontrar Peter. Devo ser a noiva mais infiel do mundo inteiro, estou sentada aqui com Henry enquanto penso onde estará Peter.
Onde será que ele tem de ir buscar essa quinta pedra?
Descubro que Henry teve o mesmo sonho que eu e parece que a princesa não se incomodou em eu ter trazido Henry comigo.
Após a refeição Henry também coloca as roupas limpas e brindamos pela nossa sorte com enormes e refrescantes copos de água.
 - Bom, vamos as instruções da princesa. - falo ansiosa.
Coloco a pedra vermelha no chão e a névoa aparece.
 - Vamos Henry. - falo dando um passo para perto da névoa e ele não se move.
 - O que foi?
 - Eu não vou com você, Valerie. - ele diz com um suspiro. - Sei que lá você vai encontrá-lo e eu... eu acho que prefiro ficar aqui. Já te trouxe em segurança até a caverna. Daqui pra frente acho que é seu dever continuar, não o meu.
 - Eu entendo.
Caminho até ele e o abraço forte.
 - Obrigada por se importar comigo Henry. - Não precisa me agradecer Valerie. - ele suspira outra vez e me aperta forte contra seu peito. - Espero que Peter esteja bem. Será que você vai encontrá-lo assim que chegar nesse outro lugar? Será que terá que enfrentar algum desafio até chegar onde ele está? Talvez eu deva ir com você para te proteger.
 - Ora, Henry, até parece que eu sou alguma garotinha tola que não sabe se defender.
Ele sorri, pois sabe que eu não sou assim.
 - Pensando bem, acho que se vou entregar ao Peter a minha vida que é você Valerie, devo garantir que ele a encontre  sã e salva. Melhor eu ir com você. Quando o encontrarmos, deixarei que sejam felizes juntos, eu prometo.
 - Você tem certeza do que está dizendo Henry?
 - Eu tenho certeza absoluta. Vamos logo, antes que essa coisa não funcione mais. - ele diz e juntos entramos na névoa.


Notas Finais


A personagem da princesa é de uma outra fanfic que estou escrevendo.


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