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História Louco amor (Camren) - Capítulo 18


Escrita por: pantera-chan

Notas do Autor


Povo lindo essa fanfic acabara no cap29
 

Capítulo 21 - Capítulo 18


    - Veja, Camz! Olhe para mim! Não estou caindo, nem estou com medo! - Com os cabelos presos em duas maria-chiquinhas, Lissy sorria, enquanto trotava com Clue, em volta do curral.

  - Está se saindo muito bem - sorriu Camila, acompanhando a menina com o olhar. - Agora fique firme na sela, solte um pouco as rédeas e faça-a andar, está bem?

  Lissy apertou os lábios, concentrada, e seguiu as instruções, vendo a égua diminuir o passo. Olhando para Camila, sorriu mais uma vez, com os olhos brilhando.

  - E agora?

  - Perfeito. Agora por que não a vira e conduz na outra direção?

  - Posso andar a meio galope, depois?

  Camila estava surpresa com desempenho de Lissy. A menina logo percebera que era mais fácil manter-se na sela com um passo mais acelerado.

  - Sim.

  - Oba! - Ansiosa por agradar, Lissy virou a égua e deu-lhe o comando para trotar.

  Camila acompanhava os progressos da menina, aproveitando o sol pálido de outono, que lhe aquecia o rosto, e o ar doce e perfumado de Montana. Um tanto surpresa, percebeu que estava relaxada, o que era quase um milagre, já que os últimos sete dias haviam mudado totalmente sua visão de mundo, sem falar na imagem que tinha de si mesma.

  Agora sabia que, com a pessoa certa, era possível sentir intensamente a paixão. Que apenas um toque, uma palavra, um olhar podiam transformá-la numa mulher ardente.

  A ideia era tão empolgante quanto perturbadora. Ainda assim, sentia-se confortada pela ideia de que Lauren parecia tão afetada por ela quanto se sentia. Mais de uma vez, naquela semana, Camila erguera o olhar de uma tarefa doméstica, durante o dia, e a vira parada na porta. Com a desculpa de pegar o celular, trocar de camisa ou beliscar alguma coisa, sempre achava um jeito de tocá-la. E então, uma coisa levava a outra...

  Camila estremeceu ao relembrar o prazer, mesmo sabendo que, como tudo na vida, tinha seu preço. O dela era reconhecer que a ideia de viver apenas o momento era bem mais fácil na teoria do que na realidade.

  E culpava Lauren por isso. Porque naquela semana, não só demonstrara ser uma amante poderosa e criativa, como também revelara uma lado terno e carente, sob a aparência distante.

  Camila imaginava o que aconteceria se Lauren deixasse de lado toda a reserva. Muitas vezes, nos últimos dias, não só pensara nela, mas também desejara procurá-la, durante o dia.

  Não que tivesse a intenção de fazer isso. Tinham concordado em deixar as coisas fluírem, sem cobranças nem pressão. Por outro lado, ela estava assumindo o controle da própria vida, e não queria cometer o erro de depender de alguém para ser feliz.

  Também não esquecera a promessa de ajudar Lissy. Embora o relacionamento entre mãe e filha tivesse melhorado bastante, já que ela ficava em cada mais tempo, Lauren raramente tomava a iniciativa de falar com a filha. Camila sabia que era ridículo, mas se não fosse tão estranho para alguém forte, diria que Lauren tinha medo de dizer, ou fazer, alguma coisa errada. Especialmente porque a vira observando Lissy muitas vezes, com uma expressão de ternura nos olhos verdes.

  Vindo do outro lado do estábulo, Lissy trouxe Clue, trotando.

  - Camz?

  - O que foi?

  - O que acha que minha mãe vai dizer, quando me vir montando?

  - Não sei, querida. Mas acho que vamos descobrir logo. - Cobrindo os olhos para proteger-se do sol, avistou a picape que se aproximava pela estrada. - Lauren foi checar o caminhão que o sr. Hansen tem para vender, mas pelo jeito já está de volta.

  - Mas não estou pronta! - exclamou Lissy, olhando preocupada o veículo que se aproximava.

  Camila aproximou-se da menina, tocando de leve a perna esguia.

  - Relaxe, Lissy. Sabe o que está fazendo. E seu pai vai ficar contente. Eu prometo.

  A menina observou Camila, preocupada, e então, como se ganhasse confiança, respirou fundo e assentou.

  - Está bem.

  - Agora, venha. Vamos cumprimenta-la. - E com um sorriso reconfortante, começou a andar na direção da cerca, com Lissy atrás dela.

  Alta e decidido, Lauren desceu da picape. Os olhos verdes pousaram em Camila por um instante, mas logo voltaram-se para Lissy. Por um instante, o corpo dela enrijeceu.

  A menina acenou, fazendo a égua aproxima-se.

  - Veja, mamãe! Estou montando!

  - Está mesmo! - Ela começou a andar na direção da filha, enquanto Camila passava pelo portão e a acompanhava. 

  O sorriso hesitante de Lissy ficou ainda mais largo.

  - Está surpresa?

  - Com certeza.

  Lissy olhou para Camila, que fez um gesto de cabeça, encorajando-a.

  - Quer ver tudo que sei fazer?

  - Claro.

  Respirando fundo, endireitou os ombros frágeis e cuidadosamente virou a égua, conduzindo-a para outro lado. Depois de andar um pouco ao longo da cerca, fez o animal trotar. 

  Lauren observava, silenciosa, mas Camila não deixou de perceber como ficou tensa, quando Lissy pareceu desequilibrar-se.

  - Tem certeza de que é seguro?

  Apesar do tom brusco, Camila percebeu a preocupação na voz dela.

  - Não se preocupe. Ela sabe o que faz.

  Como se percebesse, a menina endireitou-se, firmando-se na sela, e Lauren relaxou. Apoiando um braço na cerca, fitou Camila.

  - Há quanto tempo isto está acontecendo?

  - Algumas semanas.

  - Então, naquela noite, no escritório, quando me pediu um cavalo para montar...

  - Era para Lissy - completou ela, observando a menina.

  Por alguns instantes, Camila percebeu que Lauren a observava, mas não se virou. Por fim, ela também olhou para a filha.

  - Você fez um bom trabalho.

  - Obrigada. Mas Lissy quem merece todo o crédito. Ela se esforçou muito para superar o medo de cavalos.

  - Posso ver que conseguiu. - inesperadamente, Lauren hesitou. - Esqueci de dizer como estou orgulhosa dela?

  Era tão raro que ela compartilhasse pensamentos ou sentimentos, que Camila sentiu a emoção dominá-la, e num impulso, apertou o braço dela.

  - Fico muito feliz.

  Por um momento, pareceu surpresa. Mas logo deu de ombros. Ainda assim, Camila notou que corava, ficando ainda mais evidente por causa da pele clara, e isso a perturbou de tal modo que sentiu-se grata quando Lissy chamou.

  - Camz! Posso galopar agora?

  - Vá em frente - respondeu, tentando recuperar a calma, antes de falar com Lauren. - Voltou cedo. O que achou do caminhão dr Hansen? É o que você procurava?

  - Não sei. Hansen não estava lá. O filho se machucou no skate, e tinha levado o garoto para a cidade no caminhão.

  - Será que o menino está bem?

  - Acho que sim. Hansen deixou um recado, pedindo que eu voltasse amanhã. - Franzindo a testa, ela passou o dedo por um prego que estava colocado no pilar, junto à cerca. - Pensei que você e Lissy poderiam ir junto. Depois jantaríamos na cidade.

  Surpresa com o convite, Camila piscou, antes de responder.

  - Sinto muito, Lauren - disse, com pesar. - Mas Dinah me telefone, pedindo para ir com ela a Missoula. Eu concordei.

  Por um instante, algo surgiu no rosto dela, perecendo desapontamento, ou desgosto, mas ao falar a voz estava calma.

  - Entendo. Quem sabe, uma outra vez.

  Lissy parou perto delas, dirigindo-se a Lauren.

  - Viu o que eu fiz?

  - Sim - respondeu, meio sem jeito. - Foi muito bem.

  O rostinho de Lissy revelou toda a decepção que sentia diante da falta de entusiasmo da mãe.

  Camila não podia acreditar. Era evidente que Lauren percebera também, e não sabia como agir.

  - Foi muito bem, querida - disse para a menina. - E sua mãe acabou de me dizer como está orgulhosa de você.

  Lissy olhou para a mãe, ansiosa.

  - Disse mesmo?

  Percebendo que acabava de ter uma segunda chance, ela repetiu, firme:

  - Sim. Estou muito orgulhosa de você. Posso ver que se esforçou bastante para conseguir.

  - Oh! - O rostinho de Lissy ficou corado de prazer.

  O silêncio teria sido desconfortável se Camila não interferisse, mas uma vez.

  - Escute, meu bem, preciso ir para casa preparar o jantar. Por que não dá uma última volta com Cloe e depois a leva de volta para a cocheira?

  - Tenho que fazer isso? - perguntou a menina.

  - Tem, sim.

  - Está bem. - E com um último sorriso tímido para a mãe, virou a égua e afastou-se.

  Lauren observou-a, e só quando travessara o curral, voltou-se para Camila.

  - Obrigado.

  - Não é tão difícil - respondeu Camila, sorrindo. - É só conversar com ela.

  - É, acho que sim - disse, parecendo pouco convencida.

  Por um momento, observou-a, achando que não ia gostar do que pretendia dizer, mas certa de que devia fazê-lo.

  - Quanto a amanhã...

  Os olhos dela brilharam com algo que poderia ser um toque de esperança.

  - Sim?

  - Se não puder cuidar de Lissy, eu a levarei comigo.

  Lauren parecia não acreditar no que tinha ouvido, e logo ficou muito séria, quase carrancuda.

  - Não. É seu dia de folga. Daremos um jeito - disse, dando uma olhada no relógio. - Preciso ver um bezerro que está doente. Nos vemos no jantar.

  Camila não sabia se ficava contente ou aborrecida. Antes que pudesse decidir, ela se afastou, entrou na picape e desapareceu.

  Mas, de repente, sentiu-se satisfeita por ter aceitado o convite de Dinah. Além de ser muito bom para Lauren e Lissy passarem um tempo juntas, Camila também precisava de um tempo sozinha. Porque, apesar de sua intenção de simplificar as coisas, simplesmente deixando acontecer, seus sentimentos por Lauren nada tinham de superficial.

Continua...



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