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História Louco Amor (Versão Larry Stylinson) - Capítulo 1


Escrita por: Houisforevers2

Notas do Autor


Olá amores,
voltei com o primeiro capítulo.
Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 3 - Capítulo 1


Harry Styles gemeu ao sentir as primeiras gotas de chuva escorrendo sobre seus cabelos e face. Zonzo, levantou a cabeça e a sacudiu, tentando clarear a mente. Então, recordando os eventos dos últimos minutos, entrou em pânico.

O avião caíra, mas ele sobrevivera!

Percebeu então que se agarrava a um tecido. Piscando, reconheceu o blazer azul-marinho transpassado do homem que o salvara. Ele se mostrara rude e autoritário, mas também forte, ágil e esperto. Engolindo em seco, retraiu-se e mordiscou o lábio tentando estancar as lágrimas.

O pânico se intensificou quando se deu conta de outro fato. Estava vivo e ileso, porque aquele homem o protegera com seu próprio corpo. Após serem arremessados para o alto pela força da explosão, aterrissara em cima dele, e ainda sentia os braços másculos em torno da sua cintura.

Mas o piloto estava de olhos fechados, com os cabelos castanhos colados à testa bronzeada. Sem poder evitar, analisou-lhe os traços. Tinha sobrancelhas arqueadas, espaçadas. O nariz era reto e parecia arrogante. Lábios de contorno bonito coroavam o queixo barbeado, duro como se o tivessem fundido em ferro. Finíssimas rugas de expressão adornavam os cantos das pálpebras cerradas.

- Oh, não! - exclamou Harry, finalmente se dando conta da gravidade da situação. Voltou o rosto para o céu, em súplica. - Por favor... Que ele esteja bem!

Deslocando-se de cima do corpo inerte, sentou-se na areia e deslizou as mãos para dentro do jaquetão do piloto, lhe apalpando o peito. Estremeceu aliviado ao constatar que ele ainda respirava. Preocupado, quis sentir a pulsação também. Ao encontrar o pulso, inspirou profundamente, agradecido. O coração dele batia forte e regular.

Mas por que a água da chuva não bastava para reanimá-lo, como bastara a ele? Talvez ele não tivesse desmaiado só por conta da explosão. Beliscou lhe as bochechas pálidas. Nenhuma reação.

Aflito, esticou-se para puxar a bolsa de viagem, que fizera questão de salvar. Somente ao abrir o zíper da tampa, reparou no tronco de árvore ali próximo, as bordas duras. Delicadamente, colocou a mão sob a nuca do piloto e a retirou, constatando que a mesma estava manchada de sangue.

Nesse momento, parou de chover. Uma vez lavada a atmosfera, alguém fechara as comportas do céu. A pouca distância dos sobreviventes, os destroços do jatinho ainda fumegavam, mas já se podia considerar o fogo extinto. Enchendo-se de coragem, Harry ergueu a cabeça do piloto inconsciente e introduziu a bolsa por baixo, para servir de apoio. Afastou as mechas dos cabelos dele até localizar o ferimento. Apesar do galo grande, o sangue escorria de um corte pequeno. Não obstante, era preciso estancar a hemorragia, mas como o faria sem dispor de gelo?

Levantou-se, descalçou as botas e deu um passo na direção das ondas marinhas. O tornozelo torcido protestou, arrancando-lhe gemidos de dor. Cerrando os dentes, mancou até a faixa de areia molhada e encharcou uma tira de pano com a água salgada. Voltando para junto do ferido, começou a limpar o corte em sua cabeça.

Sem poder evitar, recordou as horas intermináveis que passara no hospital, cuidando de Gemma. Se bem que, no caso da irmã gêmea, pudera apenas lhe segurar a mão, até ver sua luz se apagar para sempre.

Com um tremor, mas sem emitir um som, deixou as lágrimas rolarem. A tragédia pertencia ao passado, porém lhe aguçava a percepção da vida, a dádiva preciosa que Gemma perdera.

Chorava de tristeza, sim, mas também de alegria, imensamente grata por estar respirando ainda. Naquela manhã, em Sydney, não dedicara um pensamento à vida. Apenas dera seguimento a sua existência frenética, necessitando de intensa atividade ao seu redor o tempo todo.

Sempre viajando a negócios, nunca se dera conta, até aquele momento, que relegara tudo o mais a segundo plano, dedicando-se exclusivamente à Styles Designs. Já não recordava a última vez que contemplara o céu azul por puro prazer, que se expusera à chuva só para agitar as poças de água, que se regozijara com uma brisa morna lhe banhando o rosto.

- É que não percebia. - sussurrou, como se pedisse desculpas.

Com a morte de Gemma, sócia-fundadora, a empresa entrara em uma má fase. Para Harry, a luta para mantê-la aberta e, depois, fazê-la prosperar equivalera a um escudo a aliviar seu sofrimento, a brandir contra o mundo.

Pousando a cabeça do piloto na bolsa de lona, mancou novamente até a areia molhada e encharcou novamente a compressa improvisada. Voltou para junto do ferido e refrescou seu rosto com a água salgada fria, os dedos finos e elegantes em contraste com as feições angulosas.

- Viva, por favor! - rogou desesperado. - Por favor, acorde!

Como que atendendo às preces, o piloto gemeu, menos pálido agora. Ele contorcia o semblante, movia as pálpebras, mas não despertava.

- Ei! - chamou Harry, dando tapinhas no queixo dele.

Segurando-o pela nuca, posou-lhe a cabeça na areia para poder abrir a bolsa que tanto se empenhara em salvar. Estava pesada por causa das caixas de presentes que levava, belos conjuntos de garrafas de vinho ou rum com queijos e biscoitos. Provavelmente, o rum reanimaria o ferido mais depressa. Aninhando a cabeça do piloto no seu colo, abriu uma das garrafas com os dentes e deixou correr um pouco da bebida sobre os lábios dele.

O homem tossiu, engasgado, e abriu os olhos azuis.

- O que... Pensa que está fazendo? - protestou acusador.

Raivoso, Harry fez beiço. Aquele piloto era mesmo rude! Como podia tratá-lo assim, depois de tudo o que ele fizera para ajudá-lo?

- Tentando reanimar você. Eu teria chamado a Cruz Vermelha, mas é que estou sem moedas para o telefone público.

O piloto se ergueu abruptamente e então agarrou a cabeça com as duas mãos, gemendo alto. Apesar da tontura, insistiu em se levantar, parando um pouco de cócoras antes de esticar as pernas. Avaliou os arredores e então deteve o olhar sobre os destroços fumegantes do jatinho.

- Conseguimos. - murmurou a voz embargada de emoção. - Conseguimos. Dirigiu-se ao passageiro, que o fitava emburrado. - Quanto tempo fiquei apagado?

Harry se concentrou.

- Não sei bem...

- Mais ou menos. - rosnou o homem. - Uma hora? Dez minutos? Dez segundos?

- Uns dez minutos. - replicou, de má vontade. O sujeito era mesmo grosseiro!

O piloto se sentou no mesmo tronco de madeira que o ferira, apoiou os cotovelos nos joelhos e o queixo nas mãos.

Harry apreciou o céu, espantado com o brilho do sol, após a chuva. Tinham no máximo mais três horas de luz diurna. Olhou para o companheiro, que refletia na areia.

- O que foi que aconteceu?

Louis lhe dirigiu os gélidos olhos azuis.

- O jatinho foi pego por correntes de ar em meio a uma tempestade. Aí, o sistema hidráulico falhou. Por sorte, consegui baixar os trens de pouso manualmente. - Expressou desdém. - Na fuga, se você não tivesse torcido o pé, eu não teria tido de carregar seu peso morto e teríamos nos afastado mais da explosão!

Percebendo que não adiantava discutir com o sujeito, Harry engoliu a irritação e tentou ser prático:

- Deu para emitir um SOS?

- Não. Havia muita estática nas ondas de rádio.

Desolado, Harry fechou os olhos.

- Mesmo assim, virão nos buscar, não é? Íamos reabastecer no Taiti...

O piloto deu de ombros e começou a vasculhar os bolsos.

- Vamos ver o que tenho aqui que possa ajudar na sobrevivência, caso não nos resgatem até o anoitecer.

Ele tinha um canivete, modas de vários países, um isqueiro descartável e um maço de cigarros. Sem pressa, acendeu um deles. Observou a fumaça subir e então apertou o maço na mão.

- Vou sofrer quando se acabarem. - Então, dando-se conta de que tinha companhia, ofereceu os cigarros. - Desculpe, não sou nenhum cavaleiro andante a me desmanchar em cortesias.

Harry recusou.

- Não, obrigada, não fumo. Considerando que você não queria que eu trouxesse minha bolsa, eu nem deveria informar que tenho cigarros ingleses aqui comigo.

- Acabou de dizer que não fuma.

- E é verdade.

Só então Louis reparou no anel delicado que o passageiro usava no dedo anular da mão esquerda.

- São para a esposa ou para o marido, então?

Com certeza, Harry não queria dar detalhes de sua vida àquele mal educado.

- Não, são para um amigo.

O piloto deu de ombros.

- E o que mais tem nessa bolsa mágica?

- Duas caixas para presente, com garrafas de bebida, queijo e biscoitos, kit de costura com tesoura, fio de lã, água mineral e kit de mini ferramentas. - Vendo-o surpreso, explicou: - É que eu desenho joias.

O homem riu sarcástico.

- Garoto, você não dá ponto sem nó, hein? - Como o outro não respondia, procurou ser gentil. - Está bem, desculpe-me por ter criticado você por trazer essa bolsa e por estar com botas caras e delicadas. Vamos fazer as pazes?

Desta vez, foi Harry quem deu de ombros, e tirou de dentro da sacola de viagem uma bolsa menor, de couro. Despejou todo o conteúdo sobre a lona da bolsa maior.

Curioso, o piloto se achegou.

- Carteira, caderneta de telefones, lenço com monograma, o que é isto?

- Brilho labial. - esclareceu Harry, com infinita paciência.

- Ora, mas vai ser muito útil!

- Você também não tem muita coisa que preste.

- Passaporte, outro produto de maquiagem, caneta, mais maquiagem, pente, chaves, bloco de anotações, mais maquiagem...

- Quer parar? - ralhou Harry, irritado. - Isto é base, isto é corretivo e isto é protetor labial. Entendeu?

Louis ergueu os olhos, espantado, e continuou:

- Outra caneta, um lápis, selos postais, remédio para cólicas... Ah! Você é fértil e está naqueles dias! Daí a hipersensibilidade.

- Não sou hipersensível! - Harry tomou os objetos. - E não estou naqueles dias!

- Espere aí. – Louis lhe afastou a mão. - Finalmente, algo útil. - Pegou uma lixa metálica de unha.

Harry desdenhou:

- Claro, dá para serrar as grades da cadeia, se formos presos.

O piloto o fitou exasperado.

- Não sei o que vai ser de nós, mas uma ferramenta metálica é sempre útil.

Com um arrepio, Harry recordou que, uma hora antes, lixava as unhas de forma indolente. Agora, o acessório poderia ajudá-los a sobreviver. A ideia era assustadora.

Louis guardou o objeto no bolso.

Harry fechou a bolsa de couro e a guardou dentro da bolsa de viagem.

- Por acaso, sabe onde estamos? - indagou, pois detestava o silêncio.

- Por acaso, sei. Estamos a leste da ilha Pitcairn, sul do Taiti.

O passageiro expressou frustração.

- Mas e esta ilha? Não tem nome?

- Duvido. Estamos num pequeno atol, numa das milhares de ilhas criadas pela ação vulcânica ao longo do espinhaço que se ergue do fundo do Pacífico. Tendo em mente que esse oceano cobre um terço da superfície terrestre...

- Oh... - Harry estava apreensivo. - Quer dizer que...

- Não, não estou dizendo que jamais seremos encontrados. Só que pode demorar algum tempo. A tempestade nos desviou do curso e as equipes de busca têm milhares de quilômetros de água e areia para percorrer.

Inconformado, Harry desabafou:

- É tudo culpa sua! Sendo piloto, devia poder fazer alguma coisa! – Não contente com o ataque verbal, partiu para a agressão física, esmurrando-o no peito. Ele não se defendeu. Harry escorregou de joelhos na areia e baixou o rosto. - Desculpe.

Louis pôs a mão em sua cabeça.

- Também peço desculpas. - Levantou-se o ajudando a fazer o mesmo. Então, seguiu na direção do mato alto que se encontrava depois da faixa arenosa.

- Aonde você vai? - indagou Harry.

Louis se voltou.

- Tomar providências, ora. Logo vai escurecer.

Harry se apressou atrás dele.

- Espere! Vou com você. - Não foi muito longe. Seu tornozelo torcido cedeu após o terceiro passo.

O piloto meneava a cabeça.

- Fique onde está. Não se preocupe que acharei algo que você possa fazer.

- Se você andar mais devagar, eu consigo acompanhar.

Louis analisou a atitude do outro, e sorriu.

- Está com medo de ficar sozinho, não é?

Harry reagiu indignado.

- Não seja ridículo. Só quero fazer a minha parte...

- Imagino que tenha medo do escuro, então.

- Ah, fique sabendo que aos dois anos eu já não tinha medo do escuro.

Louis parecia cansado da discussão.

- Está bem, senhor...

- Styles - informou ele. – Harry Styles.

Louis estendeu a mão bronzeada.

- Muito prazer em conhecê-lo, Sr. Styles. Louis.

Apertar aquela mão foi o maior erro de Harry. Em um movimento planejado, o piloto se abaixou e encaixou-o pela cintura em seu ombro, para que conseguisse lhe carregar feito um saco de batatas! Harry estava rubro de ódio.

- O que pensa que está fazendo, seu troglodita?

- É simples: você insiste em vir comigo, só que, nesse seu passo manco, tão cedo, não chegaremos à parte alguma. Sendo assim, será do meu jeito.

De cabeça para baixo, batendo o queixo nas costas dele, Harry cerrava os dentes.

- Era só o que me faltava! Como se não bastasse ter sofrido um desastre aéreo, caí nas mãos de um homem das cavernas!

Louis riu sonoramente.


Notas Finais


E aí, gostaram?
Espero que sim.
Beijos, e até o próximo.


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