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História Louvor, Honra e Glória - Louvor


Escrita por: requintte

Notas do Autor


Obrigadinha a todos que leram o primeiro cap <3
São poucos mas vcs moram no meu coração rsrs
Não sei quando vai ter atualização de novo...
Mas segue o bailekkkkk

Capítulo 2 - Louvor


“Oh! Tão grande feito concretizado,
Sofrendo perdido no olhar imperfeito...
Choca todas as dores por ter sido amado,
Convivendo com a dor, ambos sangram.
Gostam de conceito, se ajoelha e prossegue os gritos,
Palavras doces lhes são proferidas...
A bela semente da sorte, é concebida...
Breves canções são cantadas...
Os feitos de cavalheiros bravos,
As promessas que foram efetuadas.”

 

 

Capítulo Dois ─ Louvor.

 

Ao lado do ambão uma mulher apertada em uma saia justíssima dava os avisos da paróquia. Minhyuk não conseguia prestar atenção no que ela falava por conta da criança, no banco em frente ao seu.

Era Rami, sua prima mais nova. Ela tinha um pirulito em mãos e o sugava fazendo um barulho irritante enquanto encarava Minhyuk com aqueles olhos enormes e um laço maior ainda em sua cabeça.

Rami esbanjava a saúde de uma criança de cinco anos dentro de um vestido floral e sapatilhas, como já era esperado de uma Família Tradicional: Seguir a tradição da cidade e nunca, jamais, questionar.

Minhyuk, dentro do seu terno impecável, não tinha o direito de dizer nada. Ocupava o terceiro banco da fileira, um dos tantos destinados a sua família, todos agrupados naquela parte da igreja.

Os Lee, seguindo a ordem de formação, foram a quarta Casa a se mover para Laus, a cidade na qual aquela Catedral se instalava.

A mulher continuava balbuciando alguma coisa sobre os eventos da próxima semana e Minhyuk não prestou atenção. Ela desejou um bom ano novo a todos e o padre encerrou a missa dando a costumeira bênção final.

A banda passou a tocar alguma música natalina, e Rami correu para o corredor central, onde encontrou as outras crianças das outras famílias tradicionais. Ali mesmo, todas começam uma espécie de brincadeira de roda. Ninguém reclamaria, as famílias tradicionais mandavam tanto na cidade quanto na igreja.

Conforme a banda tocava, os bancos iam se esvaziando. Minhyuk foi abordado por um dos homens da Casa Chae durante seu caminho até a saída e, como manda o protocolo, escutou calmamente sobre todos os negócios que eles haviam fechado naquela semana.

A missa acabava e eles futricavam, os que se sentavam nos primeiros bancos da luxuosa Catedral de Santa Inês eram podres de rico.

Quem teria fechado o melhor negócio?

Quem tinha o melhor e mais caro vestido?

Qual filho era mais inteligente e perspicaz?

Era quase uma blasfêmia fazer aquilo dentro do templo sagrado. Afinal, serviam apenas para aquilo.

Quando o cavalheiro o deixou livre, Minhyuk continuou seu caminho até a porta na intenção de esperar pelo resto da família, enquanto os mesmos falavam sobre o quanto suas vidas eram fúteis e inúteis com as outras famílias fúteis e inúteis.

Toda a cidade era fútil e inútil, se importavam demais com a própria aparência para usar suas cabeças para algo, de fato, importante.

Não o leve a mal, Minhyuk, em partes, adorava pertencer àquela família, mas, na maior parte do tempo, odiava ser tratado como uma celebridade apenas porque seus antepassados haviam começado a produzir tecidos e roupas naquela região.

 ─ Minhyuk-ah, como você cresceu! ─ ele ouve uma voz estridente gritar a suas costas.

─ Pois é ─ seu esconderijo havia falhado e o rapaz tinha sido encontrado ─, eu cresci Senhora... ─ por um momento ele realmente não se lembrava de qual família ela pertencia ─ Senhora Kim? ─ ele pergunta incerto.

─ Senhora Chen. ─ ela responde, e juntos caem em uma gargalhada.

Minhyuk odiava interpretar aquele papel, mas era o único jeito de não manchar o nome de sua família, pois era só para isso que servia: ser um bom troféu para que os Lee possam exibir.

─ Você era muito pequeno quando tudo aconteceu, não o culpo por não se lembrar.

A senhora não me culpa? ─ sorri de lado ─ Fico feliz com isso. ─ e solta outra gargalhada, para distrair a senhora.

─ Ouvi que está na faculdade. ─ ela agarra um dos braços de Minhyuk e o conduz para uma caminhada ─ Isso mesmo, foque nos estudos e esqueça dessas velhas chatas que só querem casar bem as suas filhas. ─ dessa vez quem gargalha é a mulher. ─ Você está trabalhando? ─ ela fala parando de caminhar, levantando as orbes a altura do menino.

Minhyuk odiava ter que responder aquelas perguntas. Obviamente, ela só queria compará-lo a algum dos filhos que tinham a mesma idade que a sua e ver o quão bom Minhyuk era. Era só com isso que eles se importavam.

─ Sim estou ajudando na Essenziale.

─ Você está trabalhando realmente muito duro Minhyuk-ah! ─ ela fala voltando a puxá-lo pela fachada da Igreja ─ Às vezes eu me pergunto se ele estaria fazendo tão bem quanto você.

Ele ia perguntar a quem a senhora estaria se referindo quando Rami e sua trupe passaram correndo pelas escadas da catedral berrando a plenos pulmões. Quase se distraiu da senhora, contemplando a alegria das crianças.

─ Seu irmão tinha a sua idade quando tudo aconteceu. ─ ela para de caminhar, também fissurada pelas crianças ─ Olhando para você agora, nem parece que faz parte do lado amaldiçoado da família.

─ Como?

─ Primeiro o seu pai traiu a sua família. ─ os dois olhos enormes voltam a prender Minhyuk ─ Depois Minseok-ah se mostrou um... ─ não termina a frase, e o outro pensou que ela estivesse prestes a soltar um palavrão ─ Me pergunto quando é que você vai se rebelar contra a sua família também. Dizem por aí que a sua mãe só ficou grávida de você para que o seu pai não a largasse. ─ dessa vez, Minhyuk não acompanha, ela ri sozinha ─ Mas parece que não deu certo. ─ coloca um chapéu sobre a cabeça e passa a descer as escadas da catedral uma por uma.

─ Isso foi... ─ ele fala para si mesmo, vendo a mulher se afastar ─ Indelicado. ─ termina estalando a língua e colocando as mãos dentro dos bolsos da calça.

Novamente, escuta o barulho de Rami e sua trupe se aproximando e lembrou-se que a menina tinha apenas cinco anos, quase berrou para que ela parasse de correr naquela velocidade absurda antes que caísse escadaria abaixo.

Foi seguindo lentamente os passos da menina pelo pátio. As crianças pareciam estar brincando de pega-pega. O vestido de Rami balança suavemente conforme seus passos, juntamente com o cabelo que esvoaçava no ar.

Ela estava apenas correndo, mas carregava consigo toda a graça dos Lee. Ato no qual Minhyuk pensou nunca ser capaz de mostrar.

─ As pessoas falam demais ─ ouve a voz de tia Sora em suas costas ─, você tem que aprender a se defender logo.

─ Sim ─ ele responde sem olhá-la nos olhos ─, tia Sora. ─ completa se lembrando do que a mãe costumava dizer ─ Vamos para casa todos juntos?

─ Mais tarde, sua mãe tem assuntos a tratar com as outras senhoras. ─ olha para baixo ─ Sobre hoje à noite.

─ Entendo.

Minhyuk sabia exatamente do que a mulher estava falando. Aconteceria, naquele mesmo dia, a Festa de Abertura, como a tradição mandava.

Todo primeiro dia do ano, desde que a cidade foi instituída, as pessoas celebravam com festa o novo ano. Em tempos remotos, pedia-se por prosperidade, saúde e boas colheitas, aquilo que hoje se resumia a uma festa, e vários burgueses bêbados.

Lee Sora acompanhou Rami com os olhos. A menina atravessou a frente da igreja e em alguns segundos já estava no estacionamento localizado a esquerda de Minhyuk. A senhora pôs-se a descer demoradamente os degraus. Minhyuk ouviu o barulho dos saltos tilintando e a viu acenar para que também descesse.

Ventava forte, e Sora teve que segurar firme o grande chapéu que adornava sua cabeça. Minhyuk preferiu segurar o terno a ter de fechar os botões enquanto descia pelas escadas o mais rápido possível.

─ Chama ela pra mim?

─ Claro. ─ Minhyuk respondeu sem questionar.

Lee Rami estava, agora, no final do estacionamento já perto do pavilhão onde os fiéis costumavam celebrar suas festividades. Ao notar a presença do mais velho, a menina voltou a correr.

Sem muita escolha, Minhyuk tira o terno e o deixa ali mesmo, sobre as pedras, no chão do estacionamento. Mais uma vez, estava com preguiça de abotoar todos os botões antes de entrar no jogo de Rami.

Então correu atrás da menina. Por incrível que pareça, o rapaz era deveras lento para o seu tamanho e logo foi deixado para trás. Os suspensórios e a calça social atrapalhavam um pouco, mas, ainda sim, Minhyuk voltou a ser criança.

Todas as vezes que o rapaz conseguia segurá-la, e ela se debatia até ser solta, rendiam diversas gargalhadas da parte de ambos. Quando Rami e sua trupe contornaram a frente da igreja, Minhyuk sentiu o olhar da família queimar em suas costas.

Pelo menos alguém daquela família deveria tratar Rami como criança e não como um objeto, como fazem com Minhyuk e todos os outros primos.

Por meio segundo, ele pensou ter perdido Rami de vista. Estavam nos fundos da Igreja e ele sentia o suor lhe correr pela testa. Colocou as duas mãos na cintura e escutou uma risadinha contida vindo de trás do único carro presente ali. Fingiu não ter notado nada e segurou o suspensório fazendo uma expressão exagerada de decepção.

─ Essas crianças de hoje em dia correm muito rápido ─ ele fala um pouco alto demais ─, aish! ─ ele dá alguns passos na direção do sedan prata ─ Como eu vou explicar para a Tia Sora que perdi uma menina catorze anos mais nova que eu? ─ ele dá a volta pelo carro e caminha lentamente pelas costas de Rami.

Na pontinha dos dedos, ele se aproxima mais e num rompante pega a menina no colo e sai correndo de volta à frente do prédio.

─ Você me enganou então não vale. ─ ela fala, ainda no colo de Minhyuk, enquanto subiam juntos a escadaria da frente da Catedral.

─ Eu sou mais velho então eu decido o que vale ou não. ─ responde e tem o braço mordido pela menina insolente que aproveita a brecha para correr para os braços da mãe.

─ Omma ─ manhosa, ela chama ─, o Minnie-Oppa não sabe brincar.

─ Ele não deveria brincar ─ Sora lhe responde seca ─, é grande demais para isso. ─ ela estava desapontada ─ Deveria estar ocupado com a honra da família ao invés de se sujar todo brincando de pega-pega, onde está o seu terno? ─ pergunta vendo a camisa social branca com algumas manchas de barro.

─ Eu o deixei no estacionamento.

─ Péssimo exemplo. ─ ela fala, sínica ─ Deveria se afastar de Rami por algum tempo, e tentar virar alguém decente. ─ suspira deixando a menina no chão ─ Sua mãe vai ficar sabendo disso.

Ao ver os passos se tornarem mais abafados, Minhyuk soca o ar e se segura para não xingar a tia de todos os palavrões que conhecia. Já estava acostumado com os tratamentos, mas todo mundo tem um limite.

Voltou até o estacionamento e recolheu o terno no chão. Preferiu não vestí-lo novamente e esperar no carro, até que sua mãe retornasse e pudesse os conduzir de volta para casa.

Depois da conversa com a Senhora Chen e de lidar com o temperamento da tia, foi inevitável para Minhyuk não pensar no passado. Mesmo sob o capô da Toyota Hilux e no sol quente, ele fez as contas. Já fazia quinze anos que tudo havia acontecido.

Mesmo depois de todos aqueles anos, Minhyuk ainda era visto como aquele que deveria recuperar o respeito do pai e reestruturar o seu lado da família.

Não é uma história que você irá gostar de ler.

Lee Joonjae, o patriarca da família Lee, teve quatro filhos homens. A população de Laus gostou desde que os homens eram aqueles que deveriam trazer sustento para a família. Como sempre, a tradição arcaica da cidade, tomando conta de todos os envolvidos.

Dos quatro filhos, de longe o mais velho era o que mais trazia problemas. Justamente Lee Jaemin, o pai de Minhyuk. Tais problemas nem eram tão imorais, a cidade que encontrava erros em tudo que viesse a sair do padrão.

A moda Hippie foi algo que abalou as estruturas da cidade. Paz, amor, e muita maconha. Naquela época, Laus havia se tornado a capital do tráfico naquela região e Sunah, mãe de Minhyuk, era a rainha de tudo aquilo.

Seus pais eram devedores e deram a menina como forma de pagamento pelos entorpecentes ─ drogas comuns na década de sessenta ─ e, aos quinze anos, já estava envolvida com o chefe do tráfico.

Tudo isso não era visto com bons olhos pela população, mas ninguém fazia nada, e as drogas dominaram a cidade. Até que o governo as tornou ilícitas e todo aquele império desabou e o marido de Sunah foi morto pela polícia.

Sem que ninguém soubesse, Yang Sejong acobertou todas as drogas de forma que a lei não viesse a incomodar os viciados. Contudo os Yang foram os únicos beneficiados com a proibição das drogas.

Por exemplo, com a maconha extinta, os Lee não poderiam mais utilizar a moda Hippie em alguma de suas coleções e caso buscasse por algo novo, ninguém compraria. O banco dos Im acabou vindo a falência.

Como se ainda não pudesse ficar pior, Lee Jaemin, o queridinho de todas as senhoras de Laus, um ano depois, anunciou noivado com a menina prostituta que havia se tornado esposa do maior traficante já conhecido, e também que ela estava grávida ─ Sunah.

Se a Essenziale já estava vendendo pouco, aquilo foi a gota d’água. Para que a família não passasse fome, o segundo filho, Jaehwa foi forçado a se casar com Yuhye, filha dos donos de Prudence, uma empresa concorrente do mesmo ramo.

A Essenziale teve que vender, para a concorrente, parte de suas ações, e ainda cerca de três marcas de moda adulta, que eram as únicas que os Lee ainda conseguiam produzir.

Aquele casamento é, até hoje, uma das melhores memórias do povo lauseano, sendo retratado até mesmo em um dos livros históricos.

A honra dos Lee quase foi reerguida. Até que o ano de 2001 chegou. Foi descoberto, da pior forma o possível que, há algum tempo, Jaemin abusava de suas subordinadas, isto é, as costureiras de mais baixo nível dentro da empresa. Os Lee não falaram nada a respeito, apenas deixaram a poeira abaixar.

Novamente, a Prudence veio para salvar a Essenziale. Outras tantas marcas foram perdidas, e a multinacional se reduziu a apenas uma facção de esquina. Lee Joonjae realmente considerou expulsar Jaemin da família.

Tal fato apenas não aconteceu porque a casa de Jaemin foi invadida no ano seguinte, e Sunah quase perdeu a vida. E Jaemin nunca mais foi visto desde então ─ a teoria mais aceita, diz que o homem teria sido sequestrado e morto nesse mesmo dia.

Algum tipo de vingança envolvendo as gangues que protegiam a população mais pobre. Ninguém pareceu se importar muito na época. Nem mesmo a mídia deu atenção para o caso de Lee Jaemin.

Cinco anos depois, foi dado como desaparecido, e dez anos depois como morto. As pessoas continuaram sem se importar.

Todos pareceram se esquecer que os Lee existiam ─ se lembrando apenas no começo de cada ano, na Festa de Abertura ─ e os anos passaram e as crianças cresceram.

Minseok ─ o primeiro filho ─ era um pouco mais racional e entendia em partes os motivos de sempre serem destratados dentro da família, enquanto Minhyuk passava horas chorando por conta dos olhares tortos e a pressão exercida pela mãe. Os dois precisavam obrigatoriamente serem melhores do que os outros primos.

Por esse motivo, Minseok sempre foi como um escudo para Minhyuk. Defendia o dongsaeng o máximo possível e se tornando, dessa forma, uma espécie de herói para o irmão mais novo.

Quem o olhasse o veria como um rapaz forte, que sempre batalharia pelo orgulho da família. A cidade inteira o amava e aqueles que não o amavam, sentiam inveja, pois, de todos os ângulos possíveis, era visto como perfeito.

Porém, as más línguas diziam que aquele lado da família era amaldiçoado e estavam certos. Quando Minseok atingiu maioridade, tudo foi por água abaixo e ele se tornou sinônimo de vergonha para os Lee.

Chegava em casa bêbado, era deveras violento com desconhecidos, ocasionalmente ia preso, passava dias fora de casa e voltava como se nada tivesse acontecido e quando questionado sobre algo, acabava por expor os segredos e corrupções dentro da Essenziale.

Foi expulso de casa, mas ninguém realmente esperava que ele fosse embora, mas foi o que aconteceu. Não deixou nenhum escrito, nenhuma despedida, nada, apenas desapareceu. E nunca mais foi visto desde então.

Uma estranha mania de família. Um baque e tanto para Minhyuk. Com dez anos na época.

Sorte que nessa época, a empresa já estava estabelecida novamente no mercado. Apenas com as vendas externas, conseguiram contornar a situação. Mas a língua das pessoas, isso nunca ninguém seria capaz de parar.

Minhyuk carregava o fardo de limpar o nome da mãe prostituta, do pai vergonhoso e do irmão revoltado. Agora, com vinte anos, se perguntava se merecia esse tratamento.

Saiu de dentro da Toyota Hilux e entrou na casa em Goyang ─ bairro nobre ─ que dividia com a mãe. Se colocou debaixo do chuveiro e esperou que a água levasse toda a confusão contida dentro de si.

Tinha tantas personalidades que às vezes não sabia quem era. A tarde veio e passou, fez tudo no automático e num instante já era noite e deveria se arrumar para o maior evento que aquela cidade conhecia.

Em frente do espelho do próprio quarto, Minhyuk fecha demoradamente as abotoaduras da camisa social tentando forçar um sorriso no próprio rosto. Suas tias sempre lhe diziam que posava melhor quando sorria.

Ele queria saber quando é que as pessoas parariam de julgá-lo.

Tirou o único terno da Empório Armani de dentro do closet e o vestiu. Aquela era de longe a peça mais sofisticada que possuía, e a tinha apenas para a Festa Anual de Abertura, a única vez no ano que concordava em aparecer junto a família como se fossem perfeitos.

Não se orgulhava daquele Armani. Custava mais caro do que a renda anual da maior parte da população lauseana. Passou perfume e pendurou um broche de raposa do lado esquerdo do peito.

Desde pequeno tinha aquele broche com as iniciais moldadas. Era prateado e curvilíneo, mantendo a cauda em evidência. Seu pai dizia que deveria ser usado em momentos especiais e que a raposa o protegeria.

Se a memória não lhe falhasse, Minseok possuía um parecido, porém no formato de cão e o seu pai com um lobo. Jaemin lhe disse outrora que seu avô era uma ave, mas nunca vira Jaejoon utilizando nenhum broche parecido.

Era triste ainda ter que conviver com as memórias dos outros dois.

Sorriu fraco para o espelho e se arrependeu por não ter colocado maquiagem. Trabalhar na Essenziale e concluir a faculdade era um tanto desgastante.

Desceu as escadas e se deparou com a mãe lhe aguardando no pé da escada. Ela usava um vestido longo verde oliva e uma echarpe num tom levemente mais claro. Seu cabelo jogado apenas para um lado lhe dava um ar elegante, mas o olhar que direcionava a Minhyuk era deveras tenso.

─ Quando você vai aprender? ─ ela começa antes mesmo que o rapaz terminasse de descer as escadas ─ Ouvi falar que esteve brincando de pega-pega hoje mais cedo ─ ela continua falando em um tom neutro ─, quando vai crescer e se tornar um homem?

─ Desculpa.

─ Minhyuk você já tem vinte anos ─ ela suspira ─, amadurece logo!

Desculpa.

─ Quanto mais o tempo passa, mais as suas desculpas se tornam vazias.

Ele nada responde, não sabia que personalidade adotar. Conversar com a Senhora Chen era mil vezes mais fácil. Era só concordar com tudo o que ela dizia, e quando desgostasse de algo, bastava gargalhar e se comportar feito um tolo.

─ Você vai estragar tudo novamente. ─ ela olhava para Minhyuk com desgosto ─ Venha aqui para que eu possa arrumar essa gravata.

Minhyuk tinha vontade de responde-la, tinha vontade de dizer que ela não tinha o direito de falar com ele nesse tom e jogar na sua cara que ela tinha mais culpa do que ele naquela questão.

Era quase ridículo. De todas as noras Lee era a mais impura e talvez merecedora de todo aquele rancor. Quando o pai desapareceu, Lee Sunah não fez nada, resolveu declará-lo como morto e encerrar a investigação. Quando o irmão começou a agir de forma estranha, fora ela quem sugeriu interná-lo ao invés de tentar entender o que se passava por sua cabeça.

Mas Minhyuk não conseguia. Ele não tinha essa coragem.

─ Então o que quer que eu faça? ─ o menino perguntou.

Alguma coisa! ─ ela aperta mais a gravata ─ Está sendo difícil para todo mundo, você vai continuar aí, fazendo as coisas do jeito que bem entende?

─ Então o que eu fiz de errado?

Se defenda. ─ interrompe e arruma sua franja platinada ─ Defenda a família. ─ deposita uma das mãos em seu rosto ─ Do jeito que nem o seu pai, nem o seu irmão foram capazes de fazer.

─ Tudo bem.

─ Se alguém perguntar, dê respostar rápidas e objetivas. ─ ela instrui, se afastando do menino ─ Olhe nos olhos das pessoas e ande reto, desse jeito você parece indefeso.

─ Desculpe. ─ fala ajeitando as costas.

─ Sorria um pouco mais. ─ ela sorri de lado ─ Eu vou repetir pela enésima vez, você é um dos herdeiros Lee então aja como tal. ─ Minhyuk concorda com a cabeça, cansado da afirmação ─ Já me falaram sobre a maneira na qual você trata os seus subordinados na Essenziale ─ suspira se referindo a arrogância típica do filho ─, custa muito tratar a imprensa da mesma forma?

─ Não.

─ É tudo para o seu bem.

Então ela levanta a barra do vestido e sai porta afora sem esperar por Minhyuk. Ele arruma mais uma vez as abotoaduras e respira fundo pensando sobre qual personalidade adotaria para o primeiro dia do ano.

 

 

Capítulo Dois ─ Louvor.

 

 

“Não podemos negar que são jovens de coragem!
Sempre enaltecendo e bem-dizendo,
Com o olhar puro e um rifle não mão,
Tenta atirar em você mas perde a direção...
E mancha a terra seca com o sangue alvo,
Em pleno sol do meio-dia,
O tecido usado, acabou sendo lavado com lágrimas...
Ou talvez o suor que fez a camisa, grudar nas costas...
Mas não pode culpar o sol por vê-lo queimar,
Por vê-lo derreter-se agonizante...
Por vê-lo afogado em suas próprias dores...
Critico cliché primaveril.
Embebedou-se com sua ideologia infantil.”


Notas Finais


Próximo cap as coisas vão começar a acontecer de verdade...
Vou começar a escrever as notas conforme eu escrevo porque realmente não lembro o que deveria escrever kkjjkjkkk
Bjs *--*
Até o proximo cap!!


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