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História Love and Darkness (Em revisão e hiatus) - Duas iguais??? -1 de 2


Escrita por: AfroLilith

Notas do Autor


Voltay, babes!!!

Resolvi dividir o capítulo em duas partes, para assim não deixá-los sem atualização por mais de uma semana, okay?

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Capítulo 18 - Duas iguais??? -1 de 2


Fanfic / Fanfiction Love and Darkness (Em revisão e hiatus) - Duas iguais??? -1 de 2


POV CAMILA

Toda expectativa que criamos gera consequências, e nem sempre estamos preparados para enfrentá-las. Todos os cenários que minha mente desenhou não foram capazes de reproduzir a realidade que salta aos meus olhos. Não, não! Definitivamente não era assim que eu imaginava que seria. 

— Keana?! — O nome da mulher salta de meus lábios automaticamente, tamanho era a minha perplexidade. Eu estava perplexa em níveis impossíveis de serem descritos. Dinah parecia tão surpresa quanto eu, o que me fazia duvidar que ela pudesse ao menos imaginar que algo assim ocorreria. E Lauren... Lauren se mostrava indecifrável. Estava claro para mim o seu desgosto por ter sido pega em flagrante, mal conseguindo mover-se tamanha saia justa. Ao menos eu estava podendo conhecer uma versão sua que conseguia demonstrar algum tipo de sentimento. Desde que botei meus olhos nos seus, soube que não estava diante da temível Jauregui, e meu coração saltou emocionado. Era ela, a versão que tanto sonhei conhecer de fato. A versão que por vezes surgia em frações de segundos, revelando-se em meio a escuridão reproduzida por seu lado sombrio. Era a Lauren e não seu arquétipo frio e insensível. Mas aquela cena, nem de longe parecia se encaixar ao que até pouco tempo eu imaginava ser sua forma de conduta, seu caráter. Encaixava-se perfeitamente à conduta da versão já conhecida por mim. Nem de longe eu conseguiria imaginar Lauren sedendo às investidas da fútil e desavergonhada Issartel. As aparências de fato enganam, e as expectativas nos frustram... Vai ver Jauregui e Lauren nem se diferem tanto assim, afinal de contas, no fundo são duas faces da mesma moeda.

— Querida, consigo sentir mais alegria em um velório que ao encontrar você. — Dinah toma a iniciativa de romper o clima indigesto, enquanto eu tento inutilmente fazer o meu corpo reagir e sair da prostração que se encontra, desejando mover-me o mais rápido possível para a saída. 

— Dinah, sempre com sua língua afiada, mon chérie. Se te serve de consolo, não direcionei meus cumprimentos a você, mas sim a Camila. — Keana aproximasse em passos lentos, o ressoar de seu salto alto rompendo o constrangedor silêncio do ambiente. Fita-me com seus olhos brilhando em satisfação. Estava claro o quanto a mulher sentia-se vitoriosa ao me ter tão vulnerável diante de si. Parou de forma audaciosa bem ao lado de Lauren, como se mostrasse para mim que naquele jogo era ela quem mandava. Senti todo o meu corpo arder em uma mistura de ódio, frustração e... ciumes. Meus olhos teimavam em lacrimejar ao notar Lauren completamente imóvel, deixando aquela mulher desclassificada tocar-lhe os ombros. Lutava para que minhas emoções não se expusessem à tal ponto, pois seria humilhação demais render-me às lágrimas. Lauren olhava-me sem piscar. Não eram os olhos frios e acinzentados que tanto vira. Parecia travar uma luta interna, talvez buscando algum tipo de reação, assim como eu buscava. Corri meus olhos para Keana, conseguindo finalmente encará-la de cabeça erguida. Forcei alguns passos, aproximando-me ao ponto de ficarmos bem próximas, tendo Lauren de frente para mim, seu perfume natural  preenchendo os meus sentidos, invadindo-me sem pedir licença. Seu cheiro era doce, e para o meu desespero maior, meu corpo inteiro reagia como se o reconhecesse como seu perfume favorito. Mas ela estava ali, apenas um roupão branco cobria o seu corpo. Céus, ela e Keana... Será que? Ponho os meus olhos nos seus, na busca quase desesperada por respostas, mas ela desvia o olhar, incomodada com a dureza encontrada nos meus, condenando-se. — Par Dieu, chérie! Gato comeu sua língua??? — Falou a mulher em deboche, o que pareceu ser o suficiente para arrancar de Lauren alguma reação.

CHEGA KEANA!!! — Lauren gritou fazendo Keana retirar as mãos de seus ombros. Eu saltei assustada com o seu grito rouco e firme. Por um instante notei um escurecer sombrio e gélido em seus olhos que fez desaparecer seu verde claro e intenso. — A senhorita Issartel já estava de saída! — Falou olhando para Keana com fúria. — Dinah, acompanhe Keana até a saída do condomínio e certifique-se de que todos saibam que sua entrada aqui está terminantemente proibida. — Olhei para Dinah completamente atônita com aquela súbita reação de Lauren. Já a loira sorriu satisfeita, caminhando até Keana que emudeceu-se, mal sabendo onde enfiar a cara. 

— 
Vamos, Keana! Seu showzinho acabou! — Falou Dinah ao indicar a saída para a mulher. Keana recompôs sua pose de superior, fingindo indiferença, mas não ousou desacatar a ordem proferida. Lançou-me um ultimo olhar desdenhoso para em seguida sair feito furacão porta à fora, sendo acompanhada de perto por Dinah. Pus-me a observar Lauren, que pareceu mais calma, arriscaria dizer que estava indiferente, como se tudo estivesse dentro de sua normalidade. Balancei minha cabeça, finalmente abandonando o meu estado letárgico, decidida a não permanecer nem mais um minuto sequer naquele lugar, virei-me caminhando até a porta. 

— 
Aonde pensa que vai? — Falou-me Lauren, com sua voz dura, porém calma, surpreendendo-me com sua proximidade. 

— Embora! — Disse olhando-a nos olhos, numa tentativa de parecer segura, para em seguida ver minha falsa segurança cair por terra, ao ter suas mãos envolvendo meus braços.

— 
Você fica, babe! — Disse colando seu corpo ao meu, imprensando-me à porta.

— 
Lauren... me solte! — Minha voz denunciava o quanto aquele contato me afetava, incendiando o meu corpo como um inferno. E isso me assustava com a mesma medida que me irritava.

— 
Ah, Camila... não faz ideia da saudade que senti... — Falou deslisando o nariz em meu pescoço e, céus, senti todo o meu corpo estremecer com o contato intimo. Era vergonhoso o quanto aquela mulher conseguia despertar e mim desejos insanos com um toque apenas.

— 
Lauren, não! — Reuni forças numa tentativa de afastar seu corpo do meu empurrando-a, e apesar de ser mais forte, ela não ofereceu resistência, soltando-me de seus braços, então escapei de seu aperto. Recedendo em resposta um suspiro audível. 

— 
Corrija-me se eu estiver errada, docinho, mas... até onde eu saiba, você veio aqui para me ver, certo? — Lauren caminhava a passos lentos em minha direção. Seu semblante carregado de ironia e luxúria me trazia lembranças desconfortáveis, fazendo-me recuar a cada aproximar. Observava a mulher à minha frente, tentando enxergar as diferenças entre ela e sua outra personalidade, e para a minha total desilusão só enxergava o mais do mesmo, fazendo um sinal de alerta ressoar em minha cabeça, fazendo-me crer que tanto ela quanto sua outra personalidade dos infernos não mereciam qualquer tipo de afeição. Caminhei para o outro lado, longe dela. Dessa vez eu não aceitaria ser uma marionete em suas mãos, mesmo que o meu corpo clamasse por seus toques firmes e indecentes. Se ela quisesse uma marionete já havia em sua vida mulheres satisfeitas em desempenharem tal papel patético. Ela tinha Keana a seu dispor como uma boa cadela adestrada. Céus! Lembrar daquela mulher fazia todo o meu sangue ferver em ódio e despeito. No fundo elas se merecem, era isso!

— Não se atreva a ousar me tocar novamente! Eu fui uma tola, Lauren! Meu Deus, como pude me iludir tanto assim pensando que... que... você é, droga... Como eu me odeio!!! — Sim, mais do que decepcionada com ela, eu estava decepcionada comigo mesmo. Era frustrante ter criado tantas expectativas para ao final descobrir que fui uma tola sonhadora.

— 
Hum... me conte mais sobre estes... pensamentos, darling. — A calma e frieza em sua voz me irritava. Lauren agia como se nada tivesse acontecido. Servindo-se uma dose de whisky fitou-me, arqueando uma das sobrancelhas, como se estivéssemos em uma conversa pouco importante. Era puro Descaso!

— 
Para o inferno, Lauren!!! Não deixarei que você ou a sua outra versão me faça de idiota. Céus! Como eu pude acreditar que seria diferente com você?

— Não me ofenda, Camila! Não somos iguais! — Falou entredentes, lançando-me um olhar furioso. Parecia que eu havia dito o maior dos absurdos, me fazendo soltar um riso nervoso. Eu estava perplexa com sua desfaçatez. Não sei o que me deu, talvez tenha sido fruto do enorme desgosto. Caminhei em sua direção com meu dedo enriste, ficando frente à frente com a mulher por quem havia cogitado a possibilidade de viver um recomeço. A minha vontade era agredi-la, com palavras e com meus punhos. 

— 
São iguais sim! Me iludi com essa conversa de que eram diferentes. Acreditei que pudesse haver uma versão que não fosse repugnante, mau caráter, egoísta e vazia. Mas o que vejo é uma versão piorada da que já conheço. Mas sabe de uma coisa, Lauren? — A encarei com meus olhos ardendo de ira. — Foi melhor assim. Encontrar aquela mulherzinha aqui, em seu apartamento me poupou de descobrir o seu mau caratismo tardiamente.

— NÃO somos IGUAIS!!! — Agarrou-me pelo pulso em um aperto forte, assustando-me com sua reação agressiva. Tentei mover meu braço, o que a fez aumentar ainda mais o aperto.

— 
Solte-me! — Não era possível que essa era a sua melhor versão. Por Deus, não podia ser... — Está me machucando, Lauren! — Ela seguia com seu olhar furioso e temi por minha integridade.

— 
Lauren... Lauren, Lauren... Que saco!!! Eu vou te provar que NÃO somos iguais, babe! — Fitou-me desafiadoramente, soltando uma risada tão familiar aos meus ouvidos, fazendo-me recordar da pior noite de toda a minha vida. Lutei contra seus braços que já se apossavam de meu corpo, proferindo palavrões nunca antes manifestados em minha boca, tentei golpeá-la com a mão que soltou-se de seu aperto, mas ela se mostrava irredutível. Sentindo minhas forças se esvaindo, implorei entre soluços para que me soltasse, o choro que tanto tentei sufocar já não mais se conteve. Elas eram iguais... A dor por constatar que eu havia me iludido, fazia-se maior que a dor que senti quando a sua outra personalidade tentou me violentar. Eu não passava de um fantoche em suas mãos. Provavelmente elas tinham um acordo em que ambas poderiam se aproveitar da tola esposa. Sentia meu coração rasgar em pedaços. Céus, Dinah, cadê você?


— Solte ela AGORA, Jauregui!!!



***



POV DINAH JANE


Planejar de forma minuciosa qualquer tarefa a mim designada sempre foi o meu ponto forte. Então, quando Camila entrou em contato comigo, não tive dúvidas de que esta seria uma das missões mais satisfatórias. Desde que a conheci, vi em Camila o elo que faltava para que Lauren finalmente pudesse se conectar com seu 'Eu' fragmentado. Foram anos acompanhando sua luta, passando de tratamento em tratamento até alcançar o mais próximo do que podemos denominar cura. Não há cura para o seu transtorno, mas há como controlá-lo reconectando as personalidades em uma só, fazê-las convergir. Lauren e Jauregui haviam entrado num acordo que garantia uma espécie de paz entre elas. Ambas chegaram a conclusão de que era necessário afastar Michelle para que pudessem seguir unidas, deixando as dores passadas para trás. Desde então, Lauren tem conseguido manter Jauregui sob controle. Ou melhor... parecia ter conseguido. Antes eu conseguia reconhecer de imediato quem era quem, pois quando Jauregui se manifestava tudo mudava, até mesmo o modo de caminhar. Depois que fundiram em uma só, pude perceber o quanto soava mais agradável tê-las em uma só, visto que Lauren se tornava mais confiante, porém sem perder sua característica leveza, sempre perceptível em seus iluminados olhos verdes. O humor juvenil de Lauren, combinado com o sadismo da Jauregui, torna Lauren uma irresistente conquistadora, dessas capazes de fazer qualquer mulher molhar a calcinha sem sequer ser tocada. Porém, algo mudou, e tenho pra mim que foi com a chegada de Camila na vida de Lauren. Em algum momento Jauregui decidiu que o acordo estava desfeito e, deste modo voltou a se tornar ativa, mas... tem algo de diferente em suas ações... ela está mais dissimulada.


Encontrar Keana no apartamento de Lauren estava completamente fora dos meus planos. A reação de Camila, ou melhor, a falta de reação de Camila, deixou claro o quão confusa e decepcionada ela estava. Não a culpo, pois sei que não é tarefa fácil entender a loucura que é ser Lauren Michelle Jauregui, e se deparar com Keana no apartamento de Lauren, provavelmente aguçou nela revolta, até mesmo ciumes, pois ela sabe bem o quanto Keana deseja ter Lauren para si. Keana persegue Lauren desde que se conheceram, porém Lauren, diferente de Jauregui, nunca quis absolutamente nada com a senhorita Issartel. Jauregui adora usar Keana como um brinquedinho sexual, e Keana parece bastante satisfeita em ser usada como um brinquedo. Como Jauregui mesmo já disse, Keana não passa de uma “real doll”, ou seja... boneca sexual humana. Keana não saber que Lauren tem TDI torna tudo ainda mais complicado, visto que a personalidade alvo de sua fixação é apenas uma versão sádica de Lauren. Assim que notei a indigesta presença de Keana no apartamento de Lauren, percebi que Lauren estava encrencada e clamando por socorro. E Lauren clamando por socorro significa uma coisa... Se não houver alguém para ajudá-la ela recorrerá ao seu lado nada agradável... Jauregui! Esse recorrer beira o inconsciente, algo que ela vem tentando controlar após compreender que, sempre que a situação exige dela autoconfiança, ela tende a se recolher amedrontada, e então Jauregui surge como salvação. E foi o que vi se materializar diante dos meus olhos, mas tive dúvidas de que Camila perceberia a mudança de uma para a outra, visto que ela ainda não está familiarizada com tais ocorrências. Mas eu precisava resolver primeiro o problema chamado Keana, para depois ajudá-la com a presença nada agradável de Jauregui. Demorei um pouco para retornar ao apartamento, pois Keana decidiu discutir comigo quando me ouviu instruindo os seguranças e o porteiro a não deixá-la entrar no condomínio. É uma mulher fútil e insuportável! Apesar de Lauren ser a moradora mais poderosa, tenho lá minhas dúvidas se conseguirá de fato manter Keana distante. Keana é uma mulher ardilosa e sabe usar sua posição social para obter o que quer.

— Solte-a, já disse! — Jauregui me lançou um olhar fulminante, mas soltou Camila, que por sua vez parecia ainda mais confusa. Sim, realmente ela não sabia que não estávamos mais diante de Lauren, e sim de sua versão nada dócil... Durante esse tempo todo de convivência aprendi que, se tem uma coisa que pouco funciona com Jauregui, essa coisa se chama descontrole. Ela se nutre do descontrole dos outros, é seu ponto forte. Lauren se descontrola, ela assume o seu lugar. Perdemos o controle, ela vence a queda de braço. Mas eu precisava agir imediatamente e de forma firme, autoritária, para depois recuperar o controle total da situação. Livrar Camila de sua coerção era prioridade.

— Jauregui??? — Camila exclama incrédula, enquanto Jauregui solta um riso rouco e baixo, se divertindo com a confusão.

— Não tem graça, Jauregui! Lauren não vai gostar nada desse comportamento seu.

— Sim! A bonita não se apresentou corretamente, é? Interessante... — Afirmo para Camila, que arregala os olhos lacrimejados, atônita, levando as mãos à boca.

— Ah, Dinah! Me poupe dos seus sermões... Eu e Camila estávamos apenas... matando a saudade, né docinho? Aposto que ela está louca para continuarmos o assunto que começamos. — Buscar sensibilidade em Jauregui é mais difícil que transformar água em vinho. Camila abria e fechava a boca assustada e completamente incrédula. Enxugou com as mãos seu rosto molhado pelas lágrimas, respirando fundo em uma clara tentativa de se recompor. Me aproximei dela envolvendo-a em um confortável abraço. Ela precisava sentir-se protegida, pois sua ultima vez com Jauregui causou-lhe muita dor. Não estava em meus planos submetê-la a tal sofrimento novamente, e eu precisava consertar essa merda toda logo, ou não me perdoaria.

— Dinah, me tire daqui, por favor! — Meu coração se apertou ao me deparar com seus olhos amedrontados. Eu precisava desfazer aquela enorme confusão, ou as chances de fazer aquela merda dar certo escorreriam pelo ralo.

— Calma, Camila. Jauregui vai se comportar. — Disse cruzando meus braços, mostrando-me séria para Jauregui, que me olhou torto.

— É, Camila... prometo me... comportar. — Disse, lançando seu típico sorriso sínico e sentando no sofá. Cruzou as pernas de forma calma, bebericando uma dose de whisky de forma despretensiosa. Era o momento de agir. Precisava mostrar para Camila que poderíamos lidar com a situação se mantivéssemos a calma. Era aceitável que ela quisesse ir embora, mas eu precisava contornar a situação e consertar a cagada feita, trazendo Lauren de volta. Fiz um sinal para ela e me aproximei o suficiente para que pudesse pedir-lhe um pouco mais de paciência.

— Quero ir embora, Dinah! Pensei que estava preparada para o que viesse, mas não posso. Ela...

— Eu te entendo, mas, escute-me por favor. Eu sei lidar com este tipo de situação, está bem?

— Dinah... Lauren... era ela antes? Foi ela quem atendeu a porta?

— Sim, foi.

— Mas, então...

— Eu sei que é confuso, mas por favor deixe-me lidar com a Jauregui e então...

— Vocês sabem que eu estou aqui ainda, né? — Diz soltando um riso em deboche. — É muito feio ficar de fofoquinha pelos cantos. Tsic tsic tsic... Não é uma atitude que condiz com a postura aceitável de uma advogada tão renomada, Dinah. — Algo me dizia que não seria fácil reverter a situação, e entrar no joguinho dela era tudo que não poderíamos fazer.

— Ouça, Jauregui! Viemos para ver Lauren, então... será que você poderia facilitar?

— Que indelicadeza... — Disse, sorvendo o restante da bebida em seu copo. — Eu até poderia... facilitar, mas foi a própria Lauren quem me chamou, então... — Levantou pondo-se a caminhar em nossa direção, o que fez Camila recuar um passo e se proteger atrás de mim. Me odiei por colocá-la novamente em confronto com a mulher que quase a violentou... ficarei bem aqui.

— Dinah, por favor, eu...

— Ela não fará nada. — Sussurrei para Camila, garantindo-lhe que a protegeria.

— Lauren te chamou para que lidasse com o seu brinquedinho.

— Hum... e estou lidando, oras.

— O quê??? Eu não sou o seu brinquedo! — Indignada com o que ouvira, Camila gritou em protesto, arrancando de Jauregui uma gargalhada satisfeita. Olhei para Camila e vi fúria em seus olhos. Arriscaria dizer que a pequena estava prestes a voar na garganta de Jauregui tamanha era a sua indignação. Devo confessar que uma parte de mim desejava ver a pequena arrancando aquele sorriso presunçoso de Jauregui com as unhas. Porém, sei bem que quem arcaria com as consequências seria a coitada da Lauren. Aproximei-me de Jauregui ficando cara a cara com ela. Precisava agir logo, antes que o descontrole tomasse conta de vez da situação.

— Camila não é seu brinquedinho e você sabe bem do que estou falando. Então, Jauregui... — Segurando o seu queixo a fiz me olhar nos olhos para que não restassem dúvidas quanto ao que iria lhe ordenar... — ... você já cumpriu o seu papel. É hora de entregar o leme para que Lauren governe a embarcação. Ela é a capitã deste navio, não você. —  Minhas palavras entraram em seus ouvidos como canção de ninar, fazendo-a recostar sua cabeça em meu ombro feito criança adormecida. A abracei acariciando seus longos cabelos. Lancei à Camila um olhar por cima do ombro. Camila mal conseguia respirar, perplexa com a cena à sua frente. A fera adormecida estava mais para um gatinho dorminhoco. Era preciso aguardar alguns segundos para o seu despertar. Embora Camila olhasse estarrecida para a cena, como se estivesse presenciando algum tipo de mágica ou bruxaria, trata-se somente de conexões. Com o tempo e proximidade com as três personalidades, tornou-se inevitável criarmos conexões emocionais. Antes de Ally e eu, somente dona Angélica e a doutora Elisabeth conseguiam se conectarem à elas ao ponto de saberem como controlá-las. O único segredo está no afeto. Afeto que  liga Lauren às pessoas que foram, e às que são importantes em sua vida. Lauren aprendeu a amar embarcações com o homem que mais amou em sua vida... seu avô. Tudo que se refere à navegações é capaz de trazer Lauren ao controle.

— Terra à vista, capitã! — Falei ao ouvir um suspiro de quem acabara de despertar.

— Ah... oi, err... o quê...? — Segurei em seu rosto pálido, encontrando seus olhos verdes perdidos, confusos.

— Shiiiiiu.
.. Está tudo bem, Laur. Está tudo bem...

— Dinah? Eh... ela, Camila... Eu... Ah! Não sei... acho que sonhei com... Camila??? — Ao se deparar com Camila completamente estática em sua frente, senti Lauren quase perder a sustentação das pernas. Não sabia se ria da situação, ou se a amparava para que não caísse. Fiz as duas coisas, pois sou dessas. A levei até o grande sofá branco da sala-de-estar, encorajando Camila a sentar-se também. Mesmo exitante, Camila atendeu ao meu pedido ao perceber que o pior havia passado, sentando-se do lado esquerdo de Lauren enquanto eu ocupava o direito. Lauren insistia em encarar os próprios pés, ainda buscando organizar seus pensamentos. Efeito Camila!

— Oi, Lauren...

— Oi, Ca... camz...

— Certo... voltamos ao ponto inicial, mas dessa vez sem a presença indigesta de Keana.

— Ah, oh, sim! Keana! Onde ela está??? — Levanta a cabeça como se buscasse pela visita indesejável em todos os cantos. Fazendo Camila mudar de confusa e curiosa para, confusa e irritada. Vendo que alguém estava prestes a morrer com apenas um fuzilar de olhos castanhos, resolvi que era hora de dar um pouco de espaço para elas.

— Jauregui convidou Issartel a se retirar. Eu mesma a levei até o olho da rua. E a propósito... foi um enorme prazer! Agora, se me derem licença, irei preparar refrescos para nós. — Disse ao me levantar. Segui para a enorme cozinha decidida a levar mais tempo no preparo dos refrescos que o necessário, rezando para que Lauren finalmente consiga soltar ao menos uma frase sem gaguejar.

Que Deus nos ajude...
 

...pensei!




***

 

 


Notas Finais


Próximo capítulo será 100% Camren.

O que não significa que teremos refrescos. sauhsauhsuhah

Comentem o que estão achando, o que desejam para a história, etc e tal.

Amo-vos e adoraria poder atualizar com mais frequência, porém nem tudo é como desejamos.

kisses


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