História Love and Death - Desire

– Choi Jun Hong, onde o senhor estava? - A voz de seu pai ecoara como um raio pela grande sala, logo que o garoto fechou a porta atrás de si.

– Dormi na casa de um amigo... - Disse, com certo medo em sua voz.

Sua mãe e seu pai o encaravam com expressões furiosas, sentados lado a lado no grande sofá vermelho na sala de estar, o homem o olhava por cima de seus óculos de leitura, segurando o jornal do dia. E a mulher lia uma revista feminina qualquer.

– Por que não voltou pra casa? - Perguntou a mulher, controlando seu humor.

– Nós ficamos fazendo trabalho até tarde, daí como eu havia levado meu uniforme, dormi lá. - Explicou-se, caminhando até a escada, subindo-a rapidamente.

Jogou-se sobre sua cama, encarando o teto de seu quarto. Bufou irritadiço, por ter que aguentar seus pais o enchendo por ter dormido fora, e também, porque queria estar com Bang.

– Filho, nós vamos ter que viajar novamente... - Disse logo que entrou no quarto do garoto. Seu tom era mais calmo do que antes, e sua expressão mais suave. - Desculpe por sermos severos com você, mas é que você sempre fica fora quando estamos em casa, e nós só queremos passar um tempo com você. - Explicou, sentando-se ao lado do loiro. - Nós te amamos e ficamos preocupados com você.

– Eu sei mãe. É que acostumei a dormir nos meus amigos nos dias que vocês ficam fora, e passam despercebidos os dias que vocês estão aqui... Me desculpe. - A mulher o abraçou, pesarosamente.

Zelo entendia que seus pais eram profissionais famosos em todo o mundo, sabia que eles não tinham muito tempo para ele e aprendeu a viver bem sem eles, principalmente depois de encontrar Yong Guk.

– Tenho que ir, filho... - Disse um pouco tristonha. - Eu te amo. - Depositou um beijo na testa do garoto, saindo do quarto.

O loiro ficou pensando um pouco no que faria o resto do dia, pois, naquele dia, Bang estaria ‘trabalhando’. Ele não se importava muito com o que seu namorado fazia, ele nunca fora violento e nem o influenciara em nada, isso era o suficiente para Choi saber que, de fato, aquele homem o amava, e que só queria seu bem.

– Zelo... – Chamou uma voz conhecida.

– Jongup, o que você está fazendo aqui?

– Vim te ver! – Disse confiante, sorrindo, enquanto sentava-se ao lado do amigo.

Os dois garotos conheciam-se desde muito novos, conviveram a vida inteira, pois, seus pais eram amigos de longa-data. A amizade deles havia mudado desde que Choi conhecera Bang, inconscientemente ele havia deixado sua vida antiga de lado e se dedicava somente para seu amado.

Moon sentia-se abandonado pelo mais alto, que simplesmente o deixara de lado, sem no mínimo uma justificativa. Depois de tanto tempo, ser deixado de lado daquela forma o magoava muito.

– É que eu vou sair daqui a pouco... – Murmurou, coçando sua nuca.

– O que aconteceu? – Questionou, visivelmente irritado com a indiferença do amigo – se é que ele poderia chamá-lo de amigo.

– Nada ué... – Respondeu vacilante, confuso pela repentina mudança de humor do outro.

– Você me abandonou, Zelo. – Constatou, óbvio. – Depois de tanto tempo, você simplesmente me jogou pra escanteio... – Bufou, andando de um lado para o outro, gesticulando enquanto falava.

– Eu não...

– Você sim. – Encarou-o sério, caminhando em direção ao garoto, ainda sentado em sua cama. – Quem é a vadia, por quem você se apaixonou?

Jun Hong engoliu a seco, sentindo-se incomodado pela mínima distancia que seu amigo mantinha de si. Encarava-o furiosamente em silencio.

– Não existe ninguém...

– Eu vim te procurar várias vezes e você nunca estava... Aonde você tem ido, que nem pra casa você volta?

– Desde quando você se mete na minha vida? – Empurrou seu amigo, indignado com tal invasão a sua privacidade.

– Desde quando eu estou preocupado com você!

– Não tem motivos para isso, eu estou completamente bem, como você mesmo pode ver!

– Quem... – Respirou fundo, tentando controlar a raiva contida dentro de si. – Quem é ela? – Indagou novamente, calmamente.

– Não existe ela.

– É ele, então? – Aquelas palavras saíram como tiros, da boca de seu amigo, que o encarava furiosamente.

– Vo-você está... Doido. – Completou, com certa dificuldade. Sentira sua garganta secar, enquanto encarava aqueles olhos furiosos do mais baixo.

Sentiu o impacto do corpo de Jongup contra si, fazendo com que os dois caíssem sobre sua cama, e por fim, os lábios de seu amigo selarem os seus de forma urgente.

Moon era mais forte que seu amigo, então não fora difícil imobiliza-lo. Sentira o mais alto tentar se desvencilhar de si, mas faria isso até que o outro percebesse que ele era a pessoa certa para sua vida. – Você quer isso tanto quanto eu... Pare de lutar por um simples compromisso idiota. Eu sei que você gosta de mim, Zelo. – Choi estava completamente confuso pelas inúmeras informações que ainda não assimilara de forma correta.

Os punhos do mais alto eram presos pelas mãos ágeis de seu amigo, seus rostos estavam perigosamente próximos, de forma que ambos sentiam suas respirações. Jun Hong encarava o mais baixo de forma confusa, sabia que aquilo era ridículo, principalmente pelo fato de que ele era comprometido, mas não conseguia se soltar.

Desde pequenos, Moon sempre teve certo controle sobre seu amigo, mas nenhum dos dois entendia isso muito bem. Sempre conseguira o que queria do mais alto e sempre o recompensava por isso, de alguma forma.

O mais baixo aproximou-se novamente dos lábios do outro, mas desta vez não teve resistência. Sentia o outro se entregar ao beijo, correspondendo cada movimento que ele fazia, deixando sua língua adentrar naquela cavidade úmida e tão desejada. Conduzia aquele beijo com maestria, acariciando o rosto do mais alto, enquanto suas línguas se completavam.

Separaram-se de forma lenta, em busca de ar. Zelo encarou os olhos negros de seu amigo, esquecendo-se de tudo a sua volta.

Jongup ajoelhou-se sobre a cama, tirando sua camisa, revelando seu corpo definido e luxurioso aos olhos do outro. Sorriu ao perceber aquele olhar sobre si, desabotoando sua calça, enquanto os olhos do mesmo seguiam seus movimentos.

– Você quer? – Soou sedutor, umedecendo seus lábios. O outro somente concordou, sem tirar os olhos daquele corpo, agora, tão desejado.

Arrancou seus tênis e ficou em pé sobre a cama do mesmo, enquanto o outro continuava somente acompanhando seus movimentos com os olhos. Abrira o zíper calmamente, torturando o garoto abaixo de si. Abaixara a calça, revelando a boxer branca que usava. O garoto deitado mordera o lábio inferior, reparando que a boxer de seu amigo, colada no corpo do mesmo, revelava um esboço de seu pênis.

Choi sentia seu membro reprimido pedir-lhe atenção. Seu amigo sentou-se sobre si, roçando seu bumbum na ereção aparente do loiro deitado, recebendo um gemido em resposta.

A camisa do mais alto fora tirada bruscamente pelo outro, que logo atacou seu pescoço frágil, dando-lhe chupões e mordidas, enquanto suas mãos desciam até o cós da calça do outro, desabotoando-a rapidamente. Tirou-a rapidamente, junto de sua boxer, deixando o garoto completamente nu.

Jongup admirava aquele corpo magro, porém lindo aos seus olhos. Roçou suas ereções, recebendo gemidos do menor, como resposta.

Ignorava as marcas roxas no corpo do garoto, sabia que ele estava se envolvendo com alguém, mas fez suas próprias marcas, em todo o corpo de Zelo.

Moon encarou o garoto abaixo de si, vendo-o delirar com cada caricia que ele aplicava-lhe. Sorria satisfeito, enquanto avançava para o membro do mesmo, abocanhando de uma vez só, tirando um gemido alto de Choi, deliciando-se com cada centímetro daquele membro rijo.

O mais alto virou-se para o outro, empinando sua bunda lisa para o outro. – Me fode, Jongup... – Murmurou de forma sexy, mordendo o lábio inferior.

Não hesitou a em atender ao pedido do amigo, correu até sua mochila pegando uma camisinha, pondo-a em seu membro. Pôs-se atrás de Jun Hong, atiçando-o com seu membro, passando em volta da entrada do garoto, vendo-a se contrair, enquanto continuava a provoca-lo.

Lubrificou seu pênis com um pouco de saliva, posicionando-se para – finalmente – penetrar o outro. O fez de uma vez só, sentindo seu membro sendo abraçado por aquela cavidade quente e tão aconchegante. Gemeu junto ao amigo, ao sentir-se dentro dele.

Zelo não havia sentido dor, já estava acostumado com o membro de Bang, que era maior que o do amigo, até mesmo por ser mais velho e seu desenvolvimento estar completo.

As estocadas frenéticas do mais baixo tiravam gemidos incessantes do outro, que sentia o outro dentro de si, e delirava por este motivo. Moon mordera o ombro do amigo, tirando-lhe um grunhido de dor, misturado com o prazer que sentia. Aumentava o ritmo de seus movimentos, tirando o fôlego do garoto em baixo de si. O som daqueles corpos se chocando ecoava por toda a casa.

Era selvagem.

Era prazeroso.

Ambos gemeram mais alto, chegando ao ápice juntos, o que deixava aquilo duas vezes mais prazeroso. Jongup ainda não estava completamente satisfeito, virou o outro de frente para si, segurando suas pernas, e por fim, penetrando-o novamente.

Aquilo parecia tão insano, o garoto contorcia-se de prazer, enquanto movimentava-se freneticamente dentro do outro, que continuara gemendo alto.

Sentia a cavidade em volta de seu membro, duas vezes mais quente que na primeira vez, sentia seu próprio sêmen tocar seu pênis, o que – estranhamente – o deixava mais excitado. Sentia que o menor contraia aquela região, dando mais prazer ainda a ele.

Sentia como se seu corpo não quisesse parar de movimentar-se daquela forma rápida e bruta, o som de seu corpo se chocando com o do outro soava como sua musica preferida, e os gemidos do outro deixavam aquilo ainda mais perfeito.

Desfez-se dentro do mais alto novamente, desta vez, quase gritando de tanto prazer que sentira.

Caiu exausto sobre Choi, respirando ofegante, sentia seu corpo amortecido e completamente saciado de seus desejos carnais. O mais alto tirou-o de cima de si, colocando-o ao seu lado, cobrindo o mesmo com um edredom que havia aos pés de sua cama, adormecendo ao seu lado.

–x-

Acordara sentindo as caricias do garoto que havia lhe dado prazer a algumas horas, aquelas mãos macias eram tão confortáveis, não queria abrir seus olhos, só queria continuar sentindo aqueles toques por mais algum tempo.

O sorriso esboçado em seu rosto indicava que ele já havia acordado e que estava gostando das caricias que eram aplicadas em si. Jongup admirava o rosto angelical de seu amigo, sorrindo para o mesmo. Suas mãos percorriam aquele rosto perfeitamente desenhado, sentia aquela pele macia e que parecia uma peça linda de porcelana.

– Te machuquei? – Indagou num sussurro, aproximando seus rostos, roçando a posta de seus narizes.

– Não... – Murmurou, sentindo o perfume do outro invadir suas narinas, tomando seus sentidos. – Eu adorei. – Sorriu novamente.

Moon tomou seus lábios de forma lenta e calma, sentindo o outro lhe corresponder da mesma forma.

– Vamos tomar um banho... – Sussurrou perto de sua orelha, causando-lhe um pequeno arrepio.

O garoto assentiu, abrindo seus olhos, enquanto levantava-se de sua cama.

Seu celular tocara, que o fez correr até sua mochila, pegando o aparelho e vendo que ligava para ele.

Bang.

Ao ler aquele nome em seu celular, seus olhos se arregalaram e logo suas lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. A realidade batera a sua porta, mostrando o quão errado havia sido o que acabara de acontecer.

– Zelo... Vem logo! – Gritou, manhoso.

Choi não conseguia se mover, nem tem qualquer ação. Simplesmente encarava o visor de seu celular enquanto chorava. Sentia-se sujo. Ele só poderia ser a pior pessoa do mundo, traiu Bang e nem ao menos lutou contra isso, se entregou tão facilmente ao amigo.

Esqueceu que Yong Guk existia.

– Zelo por que você não foi tomar banho comigo? – Indagou ainda manhoso, enquanto secava seus cabelos loiros.

O mais alto secou suas lágrimas rapidamente, virando-se para o outro, com uma expressão fria em seu rosto.

– Isso não podia ter acontecido...

– Zelo...

– Vá embora, Jongup. – Disse seco, cortando o mais baixo. – Não quero te ver aqui quando sair do banho, okay?! – Completou, passando pelo garoto, caminhando em direção a seu banheiro.

A água quente caia sobre seus ombros, enquanto suas lágrimas escorriam livremente por seu rosto. Senti-a tão sujo por ter traído seu namorado. Bang sempre estivera ao seu lado nos momentos bons e ruins, nunca o abandonara e sempre fora compreensivo contigo.

Queria gritar. Bater em si mesmo. Tirar sua própria vida. Não se sentia digno de continuar vivo, nem de estar na presença de seu amado.

Amado...

Sim, amava-o, mas havia se esquecido disso quando se entregara a Moon.

Lavou-se, tentando tirar aquela sujeira de seu corpo, mas não conseguira. Aquilo não estava em seu corpo, mas sim em sua alma.