História Love and Hate - Capitulo 22

Minho's part:

Embora eu soubesse que Jonghyun pretendia declarar seus sentimentos a Key, devo dizer que fiquei realmente impressionado e muito orgulhoso da forma como ele fez isso, sem se importar com o que as pessoas iriam pensar. E eu me senti incrivelmente feliz em ver que meu amigo tinha finalmente aberto seu coração para alguém. Faça-o feliz, Key.

Depois da escola, eu e Taemin resolvemos deixar os dois um pouco sozinhos e passar o dia juntos. Fomos a uma sorveteria para conversar sobre coisas aleatórias.

- Amor, você não achou a coisa mais fofa o que Jong disse ao Key? - tá, nem tão aleatórias assim.

- Sim! Eu espero que dê tudo certo para eles.

- Vai dar.

Depois de tomar nossos sorvetes, nós decidimos caminhar um pouco pela cidade, e por algum motivo sentia que estávamos sendo observados. Tentei ignorar, deve ser só minha imaginação.

Quando já estava anoitecendo, lembrei de algo.

- Tae... - comecei um pouco receoso – Sabe, meus pais foram para o Japão visitar uns familiares há alguns dias, acho que voltam só depois de amanhã...

Ele me olhou um pouco confuso, tentando entender o que eu queria dizer. De repente, senti que meu coração quis sair pela boca.

- Hum... Continue, Minho. - ele disse me incentivando a seguir em frente.

- B-bom, não sei, eu estava pensando se você, é... Se não quiser não tem problema. - aish, eu pareço uma menina.

- Do que você tá falando? - eu não acredito que ele não entendeu, vou morrer de nervosismo.

- É que, como eu vou ficar sozinho... Queria te perguntar se você não quer passar essa noite comigo... - falei de cabeça baixa, morrendo de vergonha, e pude sentir meu rosto esquentar. Olhei disfarçadamente para Taemin e ele estava do mesmo jeito que eu. Será que eu o ofendi?

Mas para minha surpresa, ele veio até mim lentamente e tocou meu rosto ao mesmo tempo em que olhava em meus olhos com toda a sua doçura.

- Eu vou.

Taemin's part:

Eu fiquei realmente muito chocado com o convite de dormir com Minho em sua casa, mas de certa forma eu sentia que era o que eu deveria fazer. Então liguei para minha mãe para avisar e seguimos para lá. Eu não sei, apesar de estar sendo um dia ótimo, como sempre são os dias em que nós passamos juntos, alguma coisa estava muito estranha.

Mas esqueci dessa sensação quando entrei no quarto dele e senti meu coração acelerar. Ele disse que tomaria um banho e depois me emprestaria uma roupa sua para que eu pudesse tomar um também.

Quando eu saí do banho, senti um cheiro muito bom e fui até a cozinhar ver o que era. Ele cozinhou para mim, ai que amor.

- Ah, Tae! Vem aqui ver o que eu fiz para você, eu espero que você goste. - era ramen, e estava delicioso.

- Nossa! Eu nunca tinha comido tanto! Então quer dizer que além de lindo, você é prendado? Já pode casar! - rimos com o comentário.

- Só se for com você. - ele disse, para então me beijar.

Começou com um beijo calmo e lento, mas logo ele aumentou o ritmo. Sua língua explorava minha boca como se fosse a primeira vez, ele passava a mão delicadamente por meu cabelo enquanto a outra passeava lentamente pelas minhas costas. Nossas respirações já não davam mais conta e precisamos nos separar, mas por pouco tempo. Ele me puxou levemente em meio ao beijo para que eu ficasse de pé e nós fomos nos arrastando pela casa batendo em alguns objetos. De alguma forma chegamos ao quarto e quando percebi eu já estava deitado com Minho por cima de mim. Eu estava nervoso, e podia sentir que ele também estava, mas nós confiávamos um no outro. Ele então se separou para tirar minha blusa, logo em seguida tirando a sua também. Quando senti sua pele na minha, uma sensação de paz passou por todo o meu corpo e naquele momento eu realmente entendi que ele era minha alma gêmea. Nós nos abraçávamos em meio ao beijo como se quiséssemos nos fundir, pude perceber que ele queria isso tanto quanto eu.

- Taemin... - ele me chamou – Eu te amo tanto, você é a melhor coisa que já me aconteceu.

Meus olhos se encheram de lágrimas e meu coração pareceu falhar por um segundo.

- Eu também te amo, quero passar o resto da minha vida com você.

Ele sorriu daquela forma que tanto me cativava, o mundo parou por um instante, foi mágico. Mas a realidade veio de repente e caiu como uma pedra.

- Minho, nós- olhei assustado para a porta e encontrei quem eu menos esperava ver, o pai dele – MAS O QUE É QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?!

Minho deu pulo para trás quase caindo no chão.

- P-pai, o que você tá fazendo aqui? - ele disse muito assustado.

- Eu e sua mãe voltamos um pouco antes e é isso que eu encontro? ESSA NOJEIRA NA MINHA CASA!

- Eu vou embora. - me limitei a dizer, peguei minha blusa de cabeça baixa mas tive coragem de olhar para ele e ver o quanto ele me achava repugnante. Aquilo acabou comigo.

- Taemin, não! Vem aqui! - Minho tentou ir atrás de mim mas seu pai o empurrou forte, fazendo com que ele caísse. Fiquei assustado com a reação e a única coisa que eu pude fazer foi dizer que eu o amava. Saí de lá com o coração despedaçado, sentindo vontade de chorar, e sabendo que agora mais do que nunca ele iria precisar de mim. Eu não vou te abandonar, meu amor.

Minho's part:

Eu não acredito que eles chegaram antes, não acredito que fiz Taemin passar por isso. Não acredito.

- Pai, eu-

- VOCÊ É UMA VERGONHA! - meu pai gritou e logo em seguida me deu um tapa no rosto. Olhei para ele e pude enxergar o ódio que ele estava sentindo de mim. Aquilo foi como uma facada em meu peito, eu não queria que fosse assim. Então olhei para o corredor e vi minha mãe sentada no chão chorando, você não vai me ajudar, omma? - Eu quero que você escute bem o que eu vou te dizer Minho, você vai largar esse... Não sei, esse bicho que você trouxe aqui e eu vou arrumar uma esposa para você! Filho meu não é menininha, entendeu? - ele disse sério. Senti então a raiva tomar conta de mim, me levantei e o empurrei com força. Ouvi minha mãe gritar desesperada, mas ignorei.

- Eu amo ele, pai! E eu vou ficar com ele, nem que para isso eu precise ir embora daqui!

- Então pode ir! Eu não quero nunca mais olhar para sua cara!

Eu então, peguei minha blusa que ainda estava jogada no chão e saí do quarto, parei em frente a minha mãe esperando que ela me pedisse para ficar, mas nem isso. Desolado, me dirigi até a porta e antes de sair disse que voltaria no dia seguinte para pegar minhas coisas, ao sair ainda pude ouvir meu pai gritando:

- Não se atreva a vir quando eu estiver aqui!

Caminhei um pouco pela rua e de repente toda a raiva e a tristeza que eu tinha dentro de mim saiu. Chorei como nunca antes. A sensação que eu tinha era que meu chão tinha desabado e todo o meu mundo estava indo para fundo me arrastando junto. Eu nunca quis ser uma decepção, nunca quis ser um fardo, só conseguia pensar no olhar dele, tão cheio de ódio. Será que eu realmente só seria seu filho se eu gostasse de mulheres? Onde estão todas aquelas vezes em que ouvi “Eu te amo, meu filho”? Não. Isso não é amor. A única coisa que eu queria era ser aceito pelas pessoas mais importantes da minha vida, queria que eles lutassem pela minha felicidade. Mas estava tudo acabado. Se eles tinham vergonha de mim, então eu viveria sem eles. Eu posso fazer isso.

                                                                X

Depois de muito chorar, acabei percebendo que havia chegado na casa de Jonghyun. Resolvi bater na porta e pedir para dormir lá. Mas não me dei conta de que eu deveria estar assustador, e quando ele abriu a porta seus olhos se arregalaram de espanto.

- O que aconteceu, Minho? Meu Deus!

Ele me puxou para dentro e eu o abracei, para então voltar a chorar.