História Love and pain - Kiss me

Capítulo 12 

Eu dormi muito bem, não dormia assim, com tranquilidade a um bom tempo. Abri meus olhos, e deparei-me com os cabelos negros de Alex no travesseiro. Sorri apaixonada, ela dormia profundamente, seu rosto estava ainda virado para o meu lado, e fios tomando conta de seu rosto.  Fiquei um tempo ali, encarando o lindo rosto de Alex diante de mim. Ela dormia com muita tranquilidade, sua expressão era serena e tranquila.

Sem muito me mexer, sai da cama e peguei meu celular, respondi algumas mensagens, e então sai do quarto, fui até o meu, escovei meus dentes, troquei de roupa e fui até a cozinha. Um cheiro ótimo predominava o local.

— Bom dia! — as saudei.

— Bom dia, querida — Red sorriu gentilmente.

— Vim buscar o café da manhã da Alex — falei,

— Certo — ela montou uma bandeja com diversas coisas.

— Obrigada — sorri.

Voltei ao quarto de Alex, e ela estava acabando de acordar, assim que me viu entrar no quarto, sorriu.

— Ei, onde estava?

Sorri fechando a porta. — Pegando seu café da amanhã.

— Nosso, você quer dizer, não? — sorriu colocando seus óculos.

Me aproximei e coloquei a bandeja na cama. — Pode ser.

— Como dormiu?

— Muito bem e você? 

— Bem também — sorriu e iniciamos o nosso café da manhã, tudo estava uma delicia. Como Red sendo a ótima cozinheira que ela é.

Enquanto comíamos conversávamos, Alex era uma pessoa extremamente agradável.  Com o fim do café, ajudei Alex se arrumar para mais um dia. 

— No próximo mês vou começar a usar a piscina.

— Por que só no próximo mês? — encarou-me.

— Quero fortalecer mais seus músculos — expliquei enquanto organizava tudo na grama para nossos exercícios diários.

— Hm... — murmurou.

— Ei, não fique assim. Pensei que confiasse em mim.

— E eu confio... acredite.

— Então, tudo bem — apliquei um beijo em seu rosto.

//

O dia não se passou diferente. Novamente o sol estava mais fraco, pois o dia estava chegando ao fim. Claire brincava com um filhote de cabrito, um pouco mais distante de nós. Já Alex e eu nos mantínhamos na grama, sentadas lado a lado.

— Quero fazer um teste com você — falei pegando uma agulha. Alex franziu o cenho assentindo e usei a agulha em seu pé. — Sentiu? — ela negou. Continuei, mas nada de resultados. Suspirei me sentando ao seu lado novamente. — Alex, vou ser sincera com você.

Ela ajeitou os óculos. — Diga.

— Eu estou muito esperançosa, mas não posso lhe garantir nada. Você tem que estar preparada para qualquer coisa que estiver por vir, entendeu? — disse de maneira séria.

— Eu sei, Piper — respondeu entrelaçando nossos dedos. — Tenho que ter o pé no chão, certo?

Assenti. — Certo.

Ela sorriu e tocou meu rosto com as pontas dos dedos. Nossos rostos estavam próximos. Os olhos de Alex decaíram para os meus lábios, assim como os meus. Meu coração estava disparado. O clima estava ali presente. Nossos olhares conectados. Íamos nos beijar!

— Mamãe! — Claire nos interrompeu correndo ao nosso encontro.

Alex e eu nos soltamos rapidamente.

— Sim, amor?

— Red disse que ia fazer uma sobremesa gostosa. Vamos lá ver?

Sorri. — Tudo bem.

//

Depois de ajudarmos Red com um bolo delicioso de chocolate, fomos para o quarto de Alex, era a hora do seu banho e logo os remédios.

— Claire ficou muito contente em ajudar Red — comentei fechando a porta.

— Sim, eu percebi mesmo. É bom ter criança em casa, anima bastante a casa, assim como a Courtney — sorriu.

Me aproximei dela. — Então minha ideia foi boa?

— Maravilhosa! — ergueu a mão e a peguei em seguida, porém de repente Alex puxou-me, fazendo com que eu caísse sentada em seu colo.

— Jesus, Alex! — cai na risada surpresa com seu gesto.

Ela riu envolvendo minha cintura com suas mãos, nossos rostos bem próximos. Minha boca secou e meu coração disparou. Agora não tinha ninguém para nos interromper. O mesmo clima de antes se instalou entre nós.

As mãos de Alex foram diretamente para o meu rosto, enquanto seus olhos para os meus lábios. — O que acha de continuarmos de onde havíamos parado?

— Pensei que quisesse ir devagar.

— E estamos. Não estamos?

— Sim, estamos — sorri.

Alex sorriu de volta, e levei minhas mãos até sua nuca, aproximando-me mais dela. Ela foi quem teve a iniciativa de puxar-me de encontro aos seus lábios. Eles eram macios e gentis. Sua mão foi até minha nuca, aprofundando mais o contato. Seus dedos se engrenharam em meio aos meus cabelos, sua língua penetrou em minha boca, buscando mais contato. Nossas línguas se encontraram e travaram uma batalha árdua. O beijo foi se tornando mais urgente, as mãos de Alex tomaram vida própria, nossas línguas estavam em uma sincronia perfeita. Aos poucos meus pulmões pediram por oxigênio. Nos separamos, e nossos olhos se abriram e o sorriso bobo surgiu em nossos lábios.

— Acho que eu estou fodida — murmurou Alex com a mão em meu rosto, seus olhos conectados aos meus.

Achei graça do seu comentário. — Por quê?

— Porque eu estou completamente apaixonada por você, só por isso.

— Bom, sendo assim eu também estou fodida — abracei-a, e Alex envolveu seus braços ao redor de mim, abraçando-me de volta.

— Que bom que estamos juntas nessa então — ela riu colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

Sorri assentindo. — Sim, estamos juntas.

۞

Alguns dias se passaram. Piper estava pegando pesado nos exercícios, porém segundo ela, minhas pernas estavam cada vez mais fortes, o que poderia resultar em algo muito bom futuramente. Eu continuava a tomar os remédios e ir as minhas consultas, e a cada consulta que eu ia, os resultados melhoravam, porém mesmo com essas boas noticias, ainda sim, havia a possibilidade de eu não voltar a andar.

Eu estava trabalhando cada vez mais nas coisas que antes eu fazia, coisa que eu poderia estar fazendo mesmo sem andar, porém me enclausurei, mas aos poucos eu estava me adaptando a esse estilo de vida, e até aceitando-a. Não era o fim ainda, mas eu sabia também que o grande motivo disso tudo e da mudança de meus pensamentos era Piper. Ela fez com que eu enxergasse as coisas de outra forma. De uma forma mais otimista, que minha vida estava somente no começo.

— Bom dia! — Piper adentrou meu quarto com um enorme sorriso no rosto.

Sorri de volta. — Bom dia... que alegria é essa? Em me ver ou algo assim?

Ela riu. — Sim e não.

— Sim e não?

— Hoje começa os exercícios na piscina! — deu uns pulos de felicidade.

— Isso quer dizer que...?

— Que logo poderemos fazer o teste das barras novamente.

— Certo — ajeitei meus óculos. — Mas vem cá. Chega mais perto — ergui minha mão, e então Piper se aproximou, sentando-se de frente a mim na cama. Levei sua mão ao meus lábios. — Se eu não conseguir voltar a andar... que se foda! Eu não me importo mais, sério. Eu consegui enxergar o que realmente importa, e o que importa é que eu estou viva.  Viu? Não precisei de terapias — brinquei.

Piper riu e se aproximou de mim, colando nossos lábios. — Fico feliz por você. Sempre é bom manter o pé no chão mesmo, só ainda sim, te peço: não perca as esperanças, sempre é bom tê-las, tá bom?

Assenti. — Tudo bem — sorri de canto. — Agora vem aqui — a puxei para perto de mim, colando nossos lábios mais uma vez.

Nossas línguas não demoraram a se encontram de uma forma faminta, cheia de volúpia.  Sues braços foram para o arredor de meu pescoço, e as minhas para suas costas, subindo e descendo, fazendo-lhe uma caricia.

Nos separamos, porém mantemos nossas testas juntas. Com nossos olhares conectados. Os sorrisos em nossos lábios foi inevitável. Estávamos felizes, e isso estava cada vez mais estampado em nossos rostos, em nossas expressões. Eu estava me sentindo como um adolescente. Como se eu nunca estivesse apaixonado antes. Meu primeiro amor.

//

Os exercícios na piscina eram mais complicados, já que minhas pernas não me sustentavam, mas Piper sabia muito bem o que estava fazendo. Eles não eram fáceis, como todo exercício não é no começo, já que os músculos de minhas pernas não estão acostumados. A água deixava minhas pernas mais pesadas, por tanto mais difícil de executar os exercícios. Claro que foi dolorido e cansativo.

 — Bom, primeiro dia de exercícios na piscina finalizado. Você se saiu muito bem — Piper estava diante de mim, com seu rosto bem junto ao meu.

Sorri. — Fui mesmo ou está querendo me agradar?

Ela negou. — Foi sim, muito bem — garantiu cobrindo seus lábios junto aos meus.

Minhas mãos foram de imediato até sua cintura enquanto nosso beijo se tornava mais fervoroso. Meus sentidos estavam aguçados, há tempos que eu não me sentia assim: completamente viva, meu corpo estava vivo novamente, eu estava excitada. O beijo cessou, estávamos ofegantes e afetadas pelo contato.

— Eu estava pensando... — murmurei abaixando meus olhos. 

— Sim?

— Eu gosto de você, sabe... gosto muito, Piper — falei acariciando seus cabelos.

Ela sorriu. — Também gosto de você, Alex.

— O que acha de fazermos uma viagem? Passarmos um tempo somente nós duas, Red pode cuidar muito bem de Claire. 

— É uma ideia tentadora, de verdade.

Assenti. — Eu sei — sorri de canto.

— Vou pensar sobre esse assunto com carinho.

— Pois pense mesmo, por favor — dei uma piscadela, fazendo-a cair na risada.

— O que você quer com isso? De ficarmos sozinhas? — arqueou as sobrancelhas em questionamento.

Sorri de modo sugestivo. — Isso só o tempo irá nos dizer.

— Qual é! — riu dando um leve tapa em meu ombro. — É sério. Fala.

— Você gosta de mim, eu gosto de você.

— Sim — concordou.

— Eu desejo você, Piper e estou mesmo sendo extremamente sincera agora.

Os olhos de Piper dilataram no mesmo instante. — Eu também, Alex. Eu também.

Meu coração disparou e minha boca secou. — Sério? Mesmo que eu esteja presa nessa cadeira e-

— Shiu! — calou-me com seu dedo em meu lábio. — Isso não tem nada haver com o desejo que eu sinto. Não importa se você está presa na cadeira, ou não. Você é uma mulher atraente, Alex — disse Piper. — Eu vou pensar sobre a viagem, ok?

Assenti. — Tudo bem.

— Bom, enquanto isso podemos ficar nos beijos, o que acha? — riu fazendo com que eu risse também.

Dei de ombros. — Me parece uma ótima ideia — a puxei para mais próxima de mim, colando nossos lábios, porém esse beijo já iniciou de uma forma diferente, as línguas se procurando com urgência, volúpia presente, assim como a excitação de nossos corpos evidente no contato com a água. 

Usando as peças de banho, o contato de pele a pele estava levando meus pensamentos e instinto à loucura. O desejo tomava conta de minha mente e meu corpo a cada instante que se passava.

O local da piscina era um lugar mais reservado, então aqui tínhamos bastante privacidade. Levei minhas mãos até o laço da parte de cima de seu biquíni, porém quando iria abri-lo, Piper me impediu parando o beijo.

— Alex! — arregalou os olhos. — Pensei que a viagem fosse para isso.

Ri. — Desculpe, mas é que você me deixa louca. Sinto muito.

— Céus! — maneou a cabeça em negativa. — Você é um tarada!

Cai na risada. — Não nego, baby.

Piper riu e abraçou-me, a envolvi com meus braços aplicando um beijo em sua testa. Meu coração se aquecia. Eu estava completamente apaixonada e me sentindo verdadeiramente amada por alguém, e isso não tinha preço.