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História Love at second sight - Moving on


Escrita por: lagerfeld

Notas do Autor


Olá meus amores, tudo bem?
Meninas eu tenho um carinho muito grande por esse capítulo. Ele é muito especial e espero que gostem tanto quanto eu gosto. Boa leitura :)

Capítulo 19 - Moving on


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - Moving on

Point Of View — Charlie

Saio do banheiro com uma toalha ao redor de meu corpo e outra ao redor de minha cabeça, evitando assim que meus fios escuros e úmidos molhem o chão. Apesar das duas toalhas grandes e felpudas, ainda posso sentir gotas d’água deslizarem em uma região ou duas, eriçando os pelos de meus braços. Ao encarar o relógio pequeno em cima do criado mudo dou um pulo para trás, completamente espantada pela forma como as horas parecem ter voado.

Lembro-me de chegar do trabalho às seis e meia, o sol estava se pondo e tive a maravilhosa surpresa de encontrar meus pais e minha irmã já descansados em minha sala de estar. Rio baixinho ao lembrar-me da teimosia de minha mãe, que por um bom tempo insistiu que os três deveriam ficar em um hotel no centro da cidade, assim me dariam mais privacidade. Mas, eu obviamente não deixei que isso acontecesse. Não demorou muito para que eu compreendesse o real significado de sua fala, como se pudesse ler nas entrelinhas ela insinuando que com sua presença aqui Justin e eu não ficaríamos confortáveis.

Não ficaríamos. Não ficaremos. Ao menos ao acredito que não. Não que eu esteja pensando em dormir com ele com os meus aqui.

 Completamente frustrada, eu me permito cair contra o colchão macio da cama, relaxando os braços ao de meu corpo. Suspiro pesadamente.

— Por que ainda não está vestida? — a porta se abre e Haley adentra meu quarto de forma abrupta. Ela me encara por alguns instantes e quando penso que a mesma se sentará ao meu lado e ouvirá de bom grado o meu desabafo, ela se dirige a janela e fita a casa de Justin como se ela fosse feita de doces. — São oito e meia, seu namorado chega ás nove, e levando em consideração o fato dele morar a um metro de distância não acho que ele irá se atrasar. — completa.

— Ele não é meu namorado.

É tudo o que digo ao me levantar e ir em direção ao guarda-roupa tendo em mente que se eu não me vestir nos próximos cinco minutos, não irei conseguir me arrumar de forma adequada, o que me fará questionar minha aparência a cada dez segundos e por fim, me deixará ainda mais nervosa.

Calma, Charlie. Respira.

— Charlie, qual é o problema? — ouço o som de seu corpo chocar-se contra o colchão. Viro-me para poder encará-la. Ela continua: — Não tente negar, sou sua irmã e te conheço por inteira, inclusive reparei na depilação brasileira que fez.

— Haley! — a repreendo, apertando a toalha contra meu corpo.

Ela gargalha alto e caí contra a cama como uma criança travessa. Seu riso ecoa por todo o quarto e parece me atingir tão fortemente quanto à bola de um canhão em filmes piratas, fazendo-me involuntariamente rir junto a ela.

— Tudo bem. — ela abana o ar e limpa os olhos levemente esverdeados como os de nosso pai. Olhos que por muitos anos foram levemente invejados por mim, mas que agora, aprecio a forma como ela realça a beleza jovem de minha irmã caçula.  — Pronto, consegui me recompor, agora pode me contar o que está acontecendo.

— Haley o que são sete dias? Nada. — começo, gesticulando com as mãos. — Eu sei que Justin concordou com esse jantar, mas também sei que ele fez isso apenas para não parecer mal educado. Não quero pressioná-lo, sei que ele não está pronto para uma relação séria e madura. E conhecer os pais da garota é o primeiro passo para tal coisa.

Ao terminar, inspiro profundamente, recuperando o ar perdido devido à a forma exageradamente rápida em que proferi as palavras. Expiro e direciono meu olhar a cama. Balanço a cabeça negativamente ao perceber que Haley está tão interessada em mim quanto eu estava interessada em comer salada no almoço de hoje. Mas, o que eu estava esperando? Que ela realmente ouvisse a minha aflição e me que me ajudasse com bons conselhos? Por favor, estamos falando de Haley, a garota cujo mais longo relacionamento durou duas semanas, e ainda sim, ela se gaba disso.

— Obrigada por me ajudar, é bom saber que posso contar com você.  — o sarcasmo se faz presente em cada palavra dita.

— Me desculpe, por favor. — pede com uma expressão unicamente infantil, sabendo que assim não conseguirei manter o desapontamento. — Lembra-se do motoqueiro que eu estava namorando?

— Aquele que deixou a mamãe de cabelo em pé? — ela assente.

— O próprio! Ele não para de me mandar mensagens pedindo para voltarmos. É hilário ver um homem como ele implorar por algo. — ela ri e novamente eu balanço a cabeça negativamente. — Mas, voltando ao seu falso problema... Eu acho que está exagerando. Sim, uma semana é pouquíssimo tempo, mas e daí? — Haley se levanta da cama e caminha até mim. — Eu vi o cara pela janela e mesmo estando longe percebi que ele é um gato, então, por favor, não sabote as coisas entre vocês.

Haley sai do quarto me deixando sozinha com meus pensamentos em conflito. Mas, assim que percebo a falta de mais dez minutos nos trinta que me restava, decido ignorar a confusão em minha mente e começar a me arrumar. Como qualquer mulher em minha situação, o nervosismo influencia na escolha de minha vestimenta. Experimento cinco vestidos e nenhum deles parecem bons o bastante. Por fim, visto um macacão azul marinho tomara que caia, com recortes bonitos que marca minha cintura e alonga minhas pernas.

Ao afastar-me do guarda-roupa e dar alguns passos em direção ao móvel branco que me serve de penteadeira, vejo as luzes da casa de Justin se apagarem uma por uma. Não demora muito para que eu veja o loiro sair pela porta da frente e imediatamente me apresso. Não faço uma maquiagem exagerada, pois além de não ser nenhuma guru de beleza, o clima quente não me permite fazer uma pele carregada. Coloco alguns braceletes, calço um Scarpin preto e por fim passo um batom rosa dando destaque aos meus lábios.

Quando estou próxima à escada, prestes a descer o primeiro degrau, sou pega pela súbita do medo que me arrepia por inteiro. Respiro profundamente e me ponho a andar. Na metade do caminho ouço as quatro vozes familiares se misturarem e agradeço mentalmente por isso.

Deus me livre de um silêncio constrangedor.

— Até que enfim, pensei que tivesse morrido lá em cima. — a fala de Haley se sobressai, assim que apareço na sala de estar e me torno o centro das atenções. Mamãe lhe lança um olhar severo, que logo suaviza quando minha irmã faz uma careta.

— Desculpem o atraso, mas minhas roupas decidiram encolher justo hoje. — sorrio.

Meu olhar se estagna em Justin e não importa o quanto eu tente desviar minha atenção para encarar meu pai, ou dizer o quanto mamãe está bonita no vestido preto, porque minhas tentativas são em vão. A única coisa em que consigo me focar no momento é em como estou feliz por ele estar aqui, além é claro, do fato dele estar lindo com uma camisa preta, com as mangas arregaçadas até os cotovelos, exibindo algumas de suas tatuagens.

— Não tem problema querida, ainda temos meia hora antes de o restaurante cancelar nossa reserva. — diz mamãe, fazendo com que eu finalmente consiga mudar o foco de meu olhar.

— Acredito que eu não precise apresentar vocês, certo?

— Acho que não. Mas, ainda temos um jantar pela frente e quero saber mais sobre o rapaz com quem você tem andado. — apesar do tom de voz grosso, meu pai é um amor, incapaz de fazer mal a uma mosca.

— Ah, quase me esqueci. — Justin se pronuncia, chamando minha atenção novamente para si.

Em um movimento rápido ele se vira e inclina o corpo em direção ao sofá. Ao retornar a posição ereta, noto dois buquês de flores, cada um em uma de suas mãos. O mais bonito deles é um buquê de lírios na cor branca e azul. E o outro são flores silvestres, lindas e coloridas, mas não tão charmosas quanto os lírios.

— As coisas aconteceram tão rápido hoje na clínica que acabei me esquecendo de lhe entregar isso. — ele estende em minha direção o buquê de lírios. Pego as flores e imediatamente levo-as até minhas narinas, inspirando seu perfume inebriante. — Comprei hoje cedo, então me desculpe se estiverem um pouco murchas.

— Elas são lindas, Justin. Lírios são as minhas flores favoritas. Obrigada. — sorrio largamente.

— E senhora Dawson, me desculpe por comprar flores tão simples. — ele encara minha mãe, sem qualquer resquício de timidez, e lhe entrega o buquê restante. — Mas os mercados eram os únicos lugares que vendem flores abertos quando saí do trabalho.

— Não seja bobo rapaz, elas são lindas. Obrigada. — assim como eu, minha mãe sorri largamente. Muitos dizem que temos o mesmo sorriso e neste momento não posso discordar. — E, por favor, me chame de Mary.

Ele sorri.

— Oh, é claro que eu não ganho flores. Ninguém nunca se lembra da Haley. — mamãe balança a cabeça em negativo.

— Me desculpe Justin, mas essa filha bateu a cabeça quando caiu do berço. — Justin ri, assim como meu pai. E Haley franze o nariz.

Com muito cuidado para não estragar o buquê muito bem arrumado, eu puxo um lírio azul pelo caule e estendo na direção de minha irmã, que fica completamente surpresa com o meu ato, mas logo sorri bobamente.

— Agora que todas nós temos nossas flores, nós podemos ir. — Haley se levanta, e assim como nossos pais, caminha em direção à porta.

— Me desculpa pelo atraso. — digo baixinho ao aproximar-me de Justin.

— Não tem problema. Valeu a pena esperar por você. — ele sela meus lábios em um beijo rápido.

• • •

Quando o relógio marca exatamente nove e quarenta da noite, Justin estaciona a caminhonete em uma das vagas do estacionamento privado do Charleston Grill. Quando o jantar em família foi marcado, muito antes que eu tivesse citado o nome de Justin na conversa, sem pensar no que isso resultaria, foi uma confusão para escolhermos o lugar perfeito. Mamãe, que está focada em sua nova dieta, apesar de não precisar, se recusara a ir a um lugar onde não pudesse pedir algumas folhas de alface. Haley, com seu paladar típico de uma adolescente queria ir a uma hamburgueria. E papai, bom... Papai consegue ser mais carnívoro do que qualquer animal feroz, então depois de longas ligações que não serviram para nada, eu sugeri o Charleston Grill, onde mamãe pode comer sua salada juntamente a uma porção de carne, branca se ela preferir. Haley se conformou, contanto que ela pudesse pedir uma porção de batatas fritas, e papai... Apesar de não poder tê-lo visto no momento, eu sabia que seus olhos estavam brilhando.

Saio do carro e ao dar a volta no próprio me encontro com Justin. Ele sorri e estende sua mão em minha direção. Por alguns instantes eu a encaro, sem saber ao certo porque simplesmente não a segurei de imediato. Mas, ao perceber o quão ridículo pareço, eu junto minha mão a sua. Ele entrelaça nossos dedos e fecho meus olhos por alguns rápidos instantes, deliciando-me com tal ato simples, porém extremamente carinhoso. É incrível como seu galanteio sulista me encanta até mesmo nas coisas mais simples.

O nervosismo de antes aos poucos se torna mínimo, quase inexistente. Mas não posso e não consigo evitar a sensação de animação que percorre cada veia de meu corpo, como se estivesse em nosso primeiro encontro. Ou pior, como se nós fossemos dois adolescentes indo ao baile de formatura.

Assim que entramos no restaurante de mãos dadas como um casal, eu vejo meus pais conversando com um homem, aparentemente não muito mais velho do que eu ou Justin. A roupa formal e o crachá com seu nome, Fred, entregam que o mesmo trabalha no restaurante e imediatamente percebo que algo está errado.

— Papai, qual é o problema? — pergunto me aproximando do mesmo, sem afastar minha mão da de Justin, que a segura firmemente, fazendo-me pensar que assim como eu, ele não quer que isso acabe.

— Cancelaram nossa reserva. — ele diz de forma frustrada.

— Me desculpe senhor, mas estão dez minutos atrasado. — explica o rapaz.

— Com licença senhor Dawson, mas acho que consigo resolver isso. — diz Justin, atraindo a atenção de todos para si.

Ele intercala seu olhar entre meus olhos e nossas mãos unidas. Não demora muito para que eu entenda e com o meu consentimento ele se afasta, sorrindo de lado e seguindo com o rapaz para um lugar onde eu deduzo que conversar seja mais fácil.

Não demora muito para que os dois voltem e uma vez próximo a nós, ele diz:

— Tudo resolvido.

— Como fez isso? — pergunto o encarando fixamente.

— O dono do restaurante é um velho amigo do meu pai. — sorri de lado, constrangido ou talvez chateado por lembrar-se do pai. Aposto na segunda opção.

Fred nos guia para nossa mesa, e no caminho sei que minha mãe quer perguntar sobre seu pai, posso ver isso em seus olhos, e normalmente não me importaria com tal coisa, afinal é normal que minha mãe queira saber sobre a família do homem com quem tenho me relacionado, mas desta vez me importo. E assim que seus lábios se movem, eu a encaro de forma repreensiva, o que é suficiente para fazê-la juntar os lábios novamente.

O lugar é lindo, simplesmente divino. As paredes são de madeira escura, envernizada e com um brilho excepcional. A decoração é toda em tons claros, que se contrasta com o interior do restaurante; as cadeiras são ovais, confortáveis, e com uma flor igualmente clara na parte traseira; a mesa é redonda, com um arranjo de flor pequeno no centro, e muitos talheres ao lado de cada prato, deixando nítida a elegância, que quase impregna nossa pele. São quatro ambientes diferentes e três deles com a mesma proposta, exceto pelo quarto; uma varanda muito aconchegante com poucas mesas e velas ajudando na iluminação. No salão principal uma banda, trajando smoking branco, toca um jazz suave que ecoa por todo o lugar.

Surpreendi-me completamente quando o garçom trouxe o cardápio e me deparei com uma grande variedade de opções. Para mim o restaurante era uma luxuosa churrascaria, mas estava enganada. As opções são muitas e isso agradou a todos. Mamãe optou por frutos do mar, Haley conseguiu o seu hambúrguer, papai, Justin e eu nos rendemos às carnes suculentas que circulam pelo salão em bandejas brancas.

— Então rapaz, é dono de seu próprio negócio? — pergunta papai, servindo-se um pouco mais de vinho.

— Sim, senhor. Começou com um negócio pequeno, mas estamos crescendo.

— Isso é muito bom, realmente muito bom. Parabéns. — eles sorriem um para o outro.

— Justin, a lancha atracada no pequeno cais é sua? — o tom de voz de Haley é animado, e corta Justin antes que ele possa agradecer ao meu pai.

O jantar naturalmente esta se tornando um jogo de perguntas e respostas, onde Justin é o competidor e eu sou o prêmio da noite. E ao invés disso me deixar envergonhada, faz com que eu ria, pois é realmente engraçado ver os três lhe fazendo sequências de perguntas, enquanto ele tenta responder a uma delas, já se preparando para a outra. Justin por sua vez também parece estar se divertindo, em momento algum a expressão tranquila esgueirou-se de sua face, e a cada cinco minutos ela lança-me um largo sorriso, como se soubesse o quanto eu adoro ver suas bochechas em evidência.

— Sim. Nós podemos dar uma volta amanhã se você quiser.

— Claro! — sua felicidade é tanta, que só falta a própria pular da cadeira.

— Tudo bem se nós formos depois do almoço? — ele beberica sua cerveja. — Preciso buscar minha irmã no aeroporto amanhã as onze, mas tenho certeza de que ainda poderá aproveitar o sol. — completa e ela assente, ainda muito animada. — Você vai conosco, certo? — pergunta a mim.

— É claro que sim, não vou te deixar sozinho com essa louca. — Haley mostra a língua.

— Charlie está certa, Justin. — afirma mamãe. — Se você passar muito tempo sozinho com Haley, no dia seguinte irá desistir do relacionamento com mina filha mais velha.

— Mamãe! — Haley se faz de ofendida e imediatamente é abraçada por mamãe, enquanto todos riem, incluindo a própria Haley.

O garçom volta a nossa mesa pouco depois de todos se recomporem das risadas e pergunta se vamos querer sobremesa. Nós como meros mortais não resistimos às saborosas variedades de doces, e cada um pede uma para si, inclusive minha mãe que não se importa de furar a dieta quando vê a foto da torta de frutas vermelhas.

— Charlie. — todo o meu corpo estremece ao ouvir a voz tão conhecida de Lucas.

O olhar de todos na mesa se direciona em minha direção, mas não para mim, e sim para o corpo que imagino estar atrás de minha cadeira. Justin parece apreensivo, e segura minha mão se forma protetora. Demora alguns instantes para que eu me recomponha e consiga me virar para encará-lo. E quando finalmente o faço, solto o ar que até então não percebi estar preso.

— Oi, Charlie. — tudo piora quando Amber surge ao seu lado, trajando um vestido branco o suficiente para marcar a pequena barriga saliente. A princípio não me importo, mas der repente meus instintos femininos notam que a saliência é justamente no ventre e não tenho outra reação a não ser levar as mãos até a boca.

— Ela está grávida. — afirma Haley, quebrando o silêncio angustiante que se formou.

— Sim, a pouco mais de três meses. — completa Amber.

Minha cabeça começa a girar e sou obrigada a apoiar os braços na mesa, ao mesmo tempo em que relaxo a cabeça contra os mesmos. Como se não bastasse ele ter me traído, ainda vai ter um bebê com ela. E pra piorar, ela está linda. Por que Amber não pode simplesmente ficar horrível durante a gestação? Por que ela precisa ficar com esse brilho na pele e esse sorriso que me dá nos nervos? Argh! Não importa, nenhuma dessas coisas fará com que eu me sinta melhor.

— Podemos conversar um instante? — demora um pouco para que eu volte ao estado normal e consiga entender que a pergunta é para mim.

Encaro minha mãe e em silêncio ela me encoraja a ir, apenas ao me encarar. Em passos lentos Lucas e eu nos afastamos de todos, até estarmos do lado de fora do restaurante, onde é possível sentir a brisa. Paramos um de frente para o outro e sinto que ele está tão desconfortável quando eu, ou talvez um pouco mais.

— Não sei o que dizer primeiro... Peço desculpa?

— Você já fez isso três meses e meio atrás. — minha voz sai um pouco mais rude do que gostaria, e isso me incomoda.

Apesar de Lucas merecer minha grosseria e talvez uma bofetada na cara, não sinto essa necessidade, o que me leva a pensar que talvez eu não esteja tão chateada quanto antes, tampouco abalada. Não, não é possível. Mulheres levam no mínimo um ano para se recuperar de um trauma como aquele, sei disso, pesquisei na internet.

Mas, então porque estou tão indiferente a isso? Claro, descobrir que ele vai ter um bebê com Amber foi um soco no estômago, mas já passou.

— Quando nós nos separamos, eu não planejava ficar com Amber, mas então ela descobriu a gravidez e... — ele suspira e passa a mão no cabelo. — Eu errei com você, Charlie, e pode ainda não acreditar, mas realmente me arrependo. Não podia e não posso deixar a Amber sozinha em um momento desses, então nós resolvemos tentar.

— Eu entendo. — e realmente entendo. — Não estou dizendo que te perdoo e acredito que jamais perdoarei. Você me machucou demais, Lucas, e sempre terei a marca desta ferida em meu coração, mas... — levo uma mecha de meu cabelo para trás da orelha e involuntariamente desvio meu olhar, encarando a parte interna do restaurante.

Mais precisamente a mesa onde se encontram minha família e Justin. Sorrio. Sorrio por ver que a breve situação desconfortável com meu ex-noivo não estragou nosso jantar. Sorrio por ver que meu pai parece realmente gostar de Justin, enquanto minha mãe encontra-se perdidamente encantada com o possível genro. Sorrio por perceber que hoje é o dia em que eu involuntariamente segui em frente e decidi não transformar o fiasco do meu quase casamento em um grande drama. Lucas me machucou, me feriu, e essa ferida estará sempre presente em meu coração, mas apenas para me lembrar de que apesar dos momentos ruins, eu sou capaz de encontrar a felicidade novamente.

O encaro.

— Faça um favor a mim. Faça um favor a Amber, mas principalmente... Faça um favor ao bebê que ela carrega. — ele me encara fixamente, atento a cada palavra dita. — Não cometa o mesmo erro outra vez, Lucas, esta é sua segunda chance.

Ele parece surpreso com minhas palavras, mas sorri de lado. Em um movimento rápido sinto seus lábios macios contra minha bochecha. Ele se afasta.

— Você é extraordinária, Charlie Dawson. Espero que seja feliz com o mecânico.


Notas Finais


Para quem estava se perguntando o que aconteceu com os lírios, ai estão eles. E adianto que os lírios tem uma importância muito grande nessa história :) Caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso me incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. Beijão e até o próximo capítulo <3

TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=DoQ3VBlhrok


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