1. Spirit Fanfics >
  2. Love Business >
  3. Caso indefinido.

História Love Business - Caso indefinido.


Escrita por: umpoucodtudo

Notas do Autor


boooooa noite!


boa leitura =D

Capítulo 13 - Caso indefinido.


Lexa ainda estava raciocinando o que havia acabado de constatar quando tem um estalo de realidade e vai até o quarto de Clarke. Precisava falar com ela. Fecha a porta atrás de si atraindo a atenção da loira que se vira para ver o motivo do barulho repentino.

— Hum ... Anya me falou sobre um imprevisto ... você está bem? Aconteceu algo grave?

Clarke volta a atenção para suas roupas, não ia conseguir encarar aqueles orbes verdes.

— Não é nada demais ... Raven precisa da minha ajuda ...

— Tem certeza? Eu posso ajudar.

— Obrigada, mas não precisa.

Lexa cruza os braços pensando no que fazer.

— Você volta quando?

— Segunda-feira.

— Mas hoje ainda é sexta!

Ela suspira e se vira de frente para Lexa. Observando-a enquanto a mesma fincava as sobrancelhas tentando pensar em como resolveria o que acabara de acontecer.

— Bom, parece que isso não é um problema ... você já tem companhia para o final de semana — no mesmo momento que falou se arrependeu. Praguejou mentalmente sua falta de controle.

— Anya e Costia? Definitivamente não, prefiro a sua companhia.

Clarke aperta os olhos pensando em suas palavras. Não sabia o que concluir, chegou e a ouviu dizer claramente a sua amiga que ela não significava nada. Apesar de estar magoada não podia culpá-la, fora ela mesma que havia pedido isso desde o começo. Sempre dizendo que as duas não podiam misturar as coisas e olha no que deu? Estava ali apaixonada e completamente machucada por ouvir a verdade.

— Você aguenta dois dias ... temos ainda mais dois meses pela frente — fala tentando soar o mais descontraída possível. Lexa se adianta e a segura pelos braços, surpreendendo-a.

— Clarke, o que eu estava falando com a Anya não é verdade — fala e engole em seco — eu quero dizer ... ela estava me enchendo o saco, ela só faz isso e eu só queria me livrar logo dela, eu ... eu me preocupo com você!

Clarke sente o coração dar um salto. Como podia ser tão boba? Como podia ficar feliz com um simples “eu me preocupo com você”? Se livra das mãos de Lexa se afastando o máximo que consegue.

— Você não precisa me explicar nada ...

— Sim, sim eu preciso Clarke!

Ela abre a boca para continuar, mas Raven abre a porta interrompendo as duas. A advogada estava preocupada com a amiga e que poderia estar possivelmente precisando de ajuda.

— Ei loira, vamos nessa?

— Claro, já pequei tudo. Te vejo na segunda Lexa!

A empresária fica estagnada no lugar vendo Clarke e Raven saírem.

Extremamente estressada e pronta para dizer coisas nada boas para sua amiga e Costia, vai até a sala de estar se deparando com o ambiente vazio. Flip era o único que continuava no lugar. O cachorro olhava pela janela observando Clarke ir embora.

Lexa estava tão desolada quanto o animal. Se jogou no sofá pensando na dona dos olhos azuis. Dentro de si não acreditava em Anya. Não acreditava que Clarke estivesse a manipulando. Lembrou da noite anterior e suspirou. Pareceu tão certo que se perguntou se conseguiria dormir com outra pessoa novamente sem que a princesa do gelo invadisse seus pensamentos.

Seguiu para o quarto tentando encontrar uma resposta para suas infinitas perguntas. Se ajeitou entre os travesseiros e o doce perfume de Clarke ainda se encontrava ali. Inspirou profundamente com um sorriso nos lábios. É ela estava ferrada.

Acordou no sábado cedo e a solidão da casa nunca fora mais opressora. Sentiu falta das brigas das duas nas manhãs para disputar a cozinha antes de preparem suas respectivas refeições. Respirou fundo e ao invés de fazer um chá, escolheu o café. Quem sabe isso a deixasse mais perto da loira?

Flip parecia tão desanimado quanto ela. O cachorro estava deitado no tapete sem expressar muita alegria.

— É Flip ela pegou a gente!

Enquanto tomava seu café pensou em Anya e em Costia, na empresa e em toda a loucura que parecia rodear sua vida. Não sabia se poderia continuar com isso. Já tinha vinte e sete anos e apesar de sua extrema habilidade com os negócios acreditava que tinha algo errado. Algo não se encaixava. Olhou para o café surpresa com a ideia que acabará de ter.

— Eu deveria beber mais café — diz antes de se levantar decidida ir até o seu pai. Já estava mais que na hora de contar para ele tudo que estava acontecendo — vem Flip, vamos dar uma volta.

Na casa dos seus pais eles ouvem com atenção a gravidade do problema relacionado ao processo. Nenhum dos dois fala nada assim que ela termina de contar. Após alguns segundos intermináveis de silencio seu pai diz:

— Costia é mesmo capacitada para isso?

— Eu não faço ideia, só sei que ela é uma grande ajuda com relação aos honorários.

— O que Clarke acha disso? — Sua mãe pergunta — você não contou a ela?

— Mãe, eu e a Clarke achamos melhor mantermos nossa vida pessoal longe dos negócios — mente descaradamente. Afinal, só estavam juntas por causa de negócios.

— Eu entendo Lexa, mas vocês estão casadas, e o casamento é o pacote todo não só as partes boas.

— Não vejo como ela saber vai ajudar, enfim. Eu achei que vocês precisavam saber, até porque eu estou de saída da empresa.

Silêncio. Total silêncio. Seus pais não pareciam nem mesmo respirar.

— Desculpe falar isso assim, mas é o seu legado pai. Não o meu, eu sinto muito, mas não acho que consigo continuar mais. Eu fico até tudo se resolver e depois disso estou fora.

— Você já me parece decidida, não acho que vá mudar nem mesmo se eu implorar — Henry fala observando com orgulho sua filha.

— Não está decepcionado?

— Todos precisamos encontrar nossos caminhos Lexa, eu e sua mãe vamos te apoiar em tudo que decidir fazer.

A morena sorri aliviada e abraça seus pais. Estava surpresa pela forma como eles agiram. Confessava que não imaginava que tudo fosse correr tão bem assim. Acaba por passar o resto do dia com eles. Evita falar sobre Clarke da maneira mais sutil que encontra.

Quando deposita a cabeça no travesseiro a noite sente um peso enorme sair de suas costas e a sensação era boa demais para ser verdade. Só precisava resolver as coisas com Clarke e tudo acabaria bem. Pelo menos é o que dizia para si mesma.

 

[**]

 

— Clarke você não pode ficar aqui a semana inteira, vai ter que encará-la — Raven dizia enquanto tomava seu café matinal.

— Não sei se consigo Rae, ela disse que se preocupava comigo e eu já estava feliz! Céus! Como fui ficar tão mole?

— Você está apaixonada, é normal!

Clarke bufa assoprando a franja para cima. Olha para o novo celular que havia comprado no dia anterior. A segunda-feira nunca havia chegado tão cedo como dessa vez.

— Pelo menos ela trabalha o dia inteiro, eu só preciso evitá-la a noite.

— E de manhã!

— É, e de manhã.

— E nos finais de semana.

— Raven! Não está ajudando.

— Desculpe, só estava pontuando as coisas. Enfim, eu preciso ir. Me ligue se precisar de ajuda.

A loira assente e se despede da amiga. Seus olhos voltam a correr para o visor do celular a fim de ver o horário. Sabia que Lexa saía para trabalhar lá por sete e meia, então iria esperar o relógio virar oito horas para ter a certeza de que não a encontraria na casa quando chegasse.  

O que não deu nada certo, pois assim que fechou a porta atrás de si e se virou para tomar um bom banho paralisou ao ver a morena sentada no sofá.

— Você não tinha que estar no serviço? — Foi a primeira coisa que conseguiu dizer. Nem ao menos se lembrou de dizer um bom dia.

— Eu estou desempregada e você?

Clarke estava completamente surpresa com a resposta. Não consiga pensar no que poderia ter acontecido para ela não estar mais trabalhando na empresa do próprio pai. Com certeza não fora nada bom.

— Eu não preciso ir todos os dias, como assim desempregada?

— Decidi sair, bom ... vou precisar ir algumas vezes até resolver todo esse lance do processo, mas depois disso estou definitivamente fora.

Clarke aperta os olhos enquanto busca em sua mente a respeito do tal processo. Se lembra sobre Anya ter falado a respeito.

— Hum ... Anya comentou sobre ah ... vocês estarem com problemas sérios, eu até informei que Raven poderia ajudar, mas ela não pareceu muito interessada.

Lexa é quem estava surpresa. Jamais pensou que Clarke fosse tentar ajudá-la, com algo tão pessoal, como a empresa do pai dela.

— Sério? Anya não me disse ... — respirou fundo, sua amiga estava realmente a irritando, mas decidiu pensar nisso depois — você acha que Raven conseguiria dar um jeito?

— Olha, ela é a melhor advogada que eu conheço e não digo isso por ser minha amiga. Eu não sei se ela conseguiria resolver, mas tenho certeza de que se ela não pegar o caso vai indicar alguém extremamente bom.

— Eu vou falar com ela, obrigada!

Clarke assente com um leve aceno de cabeça. Estava a meio caminho do seu quarto quando Lexa diz:

— Será que podemos conversar sobre sexta-feira?

— Sexta-feira? O que temos para conversar? — Pergunta de forma cínica. Não sabia se conseguiria falar sobre o que aconteceu. Nem mesmo estava preparada para encontrá-la. Se vira para poder olhar, mesmo a contragosto, a morena que parece desconfortável.

— Ah ... eu não ... sabe, as coisas ... ficaram meio ... estranhas — fala entre pausas colocando as mãos nos bolsos.

— Estranhas? Digo, foi realmente tudo muito ... repentino, eu precisei ... ajudar ... Raven e sai depressa, espero que não tenha causado uma má impressão na sua ex.

— Claro, foi isso, tudo muito ... repentino. Fica tranquila, nenhuma má impressão registrada — caminha lentamente — então estamos ... bem? — Pergunta ao parar tão próxima da loira que a vê engolir em seco.

— Com certeza, estamos ótimas, por que não estaríamos? — Clarke diz tudo muito rápido. Estava nervosa, ainda mais com tamanha proximidade da empresária. Seu coração começava a se acelerar.

Lexa travava uma batalha interna, não sabia se estavam realmente bem, se era mais fingimento ou se arriscava a conversar a respeito. Era sempre tudo tão confuso quando se tratava de Clarke. Decide não falar, normalmente isso funcionava com elas. Se inclina devagar até alcançar os finos lábios. Porém, Clarke se afasta dizendo:

— Estou menstruada!

Era mentira, claro, mas foi a única coisa que sua mente conseguiu pensar no momento. O que ela poderia fazer? Autopreservação era difícil. Sabia que não conseguiria resistir, então só poderia evitar.

Lexa junta as sobrancelhas surpresa com a notícia dada tão abruptamente. Sem contar que sua intenção era apenas beijá-la, nada além disso. Contudo, entendeu o claro aviso.

— Hum ... certo, que tal se vermos um filme?

— Eu preciso ir até a empresa — dispara quase que no automático fazendo Lexa levantar apenas uma sobrancelha.

— Você disse que não precisava ir todos os dias ...

— É, eu sei, mas ... é algo rápido, só vou resolver algumas coisas ... podemos ver o filme depois, não?

Lexa a fita por alguns segundos. Não precisava ser um gênio para ver que Clarke estava fazendo de tudo para evitar sua companhia. Talvez devessem realmente conversar afinal.

— Claro, depois para mim está bom — concorda, mesmo que não estivesse realmente de acordo. O problema é que ela parecia travar diante a princesa do gelo. As palavras simplesmente não saiam.

— Ótimo, eu preciso ir ...

Clarke que iria tomar um banho, nem mesmo se lembra de o fazê-lo. O mais rápido que consegue segue para o seu carro, se deixando suspirar ao sentar na segurança do automóvel. Ia precisar inventar outro jeito de evitar Lexa, se não quisesse contar que estava apaixonada, ainda mais agora que a morena estaria o tempo todo em casa.

Respirando fundo ela liga o carro. Bom, parece que Raven ia precisar aguentá-la, por mais um dia inteiro.

 

[**]

 

Clarke enrolou o máximo que conseguiu para voltar para casa. Apesar de ter falado em ver o filme depois, não tinha a intenção nenhuma de realmente assistir. Ficar duas horas junto de Lexa lhe causava inúmeras coisas ao mesmo tempo. Era horrível como estava se sentindo descontrolada. Já estava detestando estar apaixonada.

Estacionou na garagem atrás do carro de Lexa e ficou no mínimo uns dez minutos parada dentro do automóvel, esperando a coragem surgir. Porém, duvidava muito que isso fosse acontecer. Respirou fundo antes de seguir para dentro da casa.

— Pelo jeito tinha bastante coisa para resolver mesmo — Lexa fala assim que a vê atravessar a sala. Estava debruçada sobre a bancada de mármore da cozinha. Com seus cabelos ondulados soltos e uma postura descontraída enquanto comia jujubas olhava atentamente para Clarke.

— É ... muitas coisas, vou precisar ir amanhã novamente.

— Hum ...

Olha para as balas de goma, escolhe as laranjas e vermelhas antes de caminhar até a loira.

— Por que eu acho que está me evitando?

— O que? Eu não ...

Lexa cruza os braços ainda observando os olhos azuis. Não ia deixá-la fugir, não dessa vez.

— Clarke ...

— Não íamos ver um filme? Eu vou tomar um banho, por que não vai escolhendo? — Interrompe a morena. Ela não fazia ideia de como entrar em uma conversa sem que acabasse confessando seus sentimentos.

Lexa vê Clarke lhe escapar pelos dedos mais uma vez. Ela parecia ter o dom de fazer isso. Respirou fundo e tentou manter a calma. Sabia que algo estava acontecendo e provavelmente por sua causa. Seria sensato arriscar e correr o risco de Clarke se fechar ou até mesmo fugir de vez? Lembrou que ainda tinham dois meses e pouco pela frente, talvez só devesse aproveitar por hora ...

— Então, o que veremos?

Clarke aparece vestindo uma blusa de moletom, cabelos molhados, short curto e meias brancas. Tentou colocar a roupa mais desproporcional possível, qualquer coisa que afastasse a tensão sexual que existia entre elas. O que ela não sabia é que não havia nada que pudesse desfazer essa tensão entre as duas.

— Pensei em um suspense que lançou esses dias atrás.

A loira joga os ombros concordando com a escolha. Procura se sentar longe o suficiente de Lexa, sob o tapete onde pode acariciar livremente o pelo de Flip que repousava a cabeça em suas pernas.

— Você enfeitiçou meu cachorro!

Clarke sorri e abraça o animal o apertando com os braços.

— Ele que me ganhou! Vamos precisar ter guarda compartilhada quando nos separarmos ...

— Não, não vamos porque o cachorro é meu e sempre foi.

— Mas ele me prefere!

— Claro que não, Flip vem — chama o husky que a ignora completamente.

Lexa revira os olhos e Clarke sorri com o canto dos lábios. Porém um relâmpago chama atenção do cachorro que corre para o quintal. Parece que a chuva era o maior amor dele afinal. Lexa precisa se levantar para abrir a porta para ele passar. O que foi uma boa desculpa para mudar de lugar ao voltar. Se sentou ao lado de Clarke que se remexeu inquieta.

— Ele sentiu sua falta final de semana.

— É mesmo? — Pergunta tentando se fazer de indiferente, com os olhos vidrados na televisão.

— Uhum, mas não posso culpá-lo, você realmente faz falta ...

Clarke sente o coração acelerar consideravelmente. Nem ao menos arriscar olhar para o lado, sabia que não resistiria. Abaixa a cabeça.

— Lexa ...

— Não Clarke, escuta. Seu perfume estava por toda minha cama, foi quase impossível conseguir dormir. Minha mente ficava a todo momento me trazendo lembranças da nossa noite quinta. Não sei o que aconteceu, estava tudo perfeito. Foi uma das melhores noites que tive, mas fico perguntando se tudo não passou de um sonho ou uma invenção louca da minha cabeça — com a ponta dos dedos segura levemente o queixo dela virando seu rosto para poder encará-lo — me diga que não foi um sonho, porque na sexta foi como um pesadelo. Então veio o final de semana e comecei a pensar que foi a noite de quinta que havia sido um sonho e que os dias seguintes fora real.

— Quinta foi realmente bom, não foi coisa da sua cabeça nem mesmo um sonho. Mas a realidade é que estamos em uma situação completamente louca, por minha causa eu sei, na minha cabeça a ideia do acordo era simples. Não imaginei que ia acabar ... — ela para de repente. Não sabia como continuar, nem mesmo se deveria — virando essa confusão toda.

— Por isso está me evitando? Por que está confusa?

— Talvez nós devêssemos só ... terminar esses meses que faltam sendo apenas, sócias.

— Sócias? — Lexa levanta as sobrancelhas — é isso que somos? Sócias?

— Eu não sei o que somos Lexa, eu não sei de nada!

— Eu digo o que somos — fala a encarando — somos ótimas juntas, melhor do que imaginávamos e isso nos assustou, porque não fazíamos ideia de que as coisas seriam assim.

Clarke não sabia o que responder, estava surpresa pelas palavras de Lexa. Pela forma como foi tão sincera.

— Não precisamos ser nada além do que já somos, podemos continuar assim sem definição e eu não me importo nenhum um pouco, desde que você não fuja de mim — Lexa acaricia seu rosto de leve — por favor Clarke, podemos ser o que quiser, mas não fuja ...

Os olhos azuis fitam os esperançosos verdes. Um pequeno sorriso nasce no canto dos seus lábios enquanto ela segura em sua mão e entrelaça seus dedos.

— Eu não vou, prometo!


Notas Finais


olha, acho q agora vai :p


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...