História Love is enough - Doze

Aeroporto de Turim, Itália. 

Eu esperava meu voo e de Lorenzo sentada comendo um croassaint e bebendo um suco enquanto Paulo, Álvaro e Lorenzo se divertiam brincando logo a minha frente. Alice não tinha podido vir, mas nós nos despedimos ontem. 

Depois de toda aquela conversa, nós demos uma esfriada. Eu acho que ele quis respeitar meu espaço. Eu havia dito que iria para o Brasil pois precisava resolver algumas coisas e ele concordou simples, mas me pediu que viesse assistir o fim da copa da Itália. 

Flashback on 

Eu terminava de arrumar as malas e organizar tudo, inclusive meus pensamentos. Vejo Paulo, que tinha ido fazer Lorenzo dormir, entrar no quarto e se sentar na cama. 

-Ele dormiu, foi resistente mas dormiu. - ele riu nasalado e eu também.

-Quando ele não quer dormir, sempre deu trabalho. - respondo parando para olhar para ele. 

-Eu queria te pedir uma coisa. - Ele diz meio sem jeito e eu assinto pedindo-o para prosseguir. - Será que você traz o Lorenzo para assistir o fim da copa da Itália? É no outro fim de semana, eu queria muito que ele viesse na nossa primeira final juntos. - Eu sorrio 

-Claro, Paulo. Nós vamos vir sim. - Meio que dou ênfase no “nós” e vejo um sorriso brotar em seus lábios. Eu queria deixar claro para ele que eu também queria fazer o “nós dois” existir, mas eu precisava ir ao Brasil. Precisava conversar com meus pais, enfim. 

-Eu queria poder ir junto, conhecer o Brasil e rever seus pais. - ele fala meio desapontado

-Nós também queríamos que você fosse. Mas não faltarão oportunidades, confia em mim. - Eu sorrio e ele me ajuda a fechar a mala. 

Flashback off 

No momento que nosso voo é chamado vejo Paulo abraçar fortemente Lorenzo, era tão difícil afastá-los novamente. Eles eram tão grudados desde que se conheceram. 

-Cuida da sua mãe para mim, filho. - Ele sussurra no ouvido do Lorenzo que ri e eu também Rio. - Eu te amo, meu filho. Volta logo para o papai tá? Amo vocês. 

-Se cuida, Paulinho. Juízo quando nós não estivermos aqui. - Abraço ele e pego Lorenzo de seu colo. Ele beija minha testa. 

-Eu só tenho olhos para vocês. - ele diz me olhando diretamente. 

-Tchau, Soph. Se cuida! Te amo. Manda um beijo pra sua mãe e pro seu pai. - Álvaro me abraça e beija minha testa. - Tchau garotão do dindo! - ele toca na mão de Lorenzo. 

Terminei o “até breve”, eu odiava despedidas, e segui até o portão de embarque. 

Olhei para um último tchau, não gostava de tornar tudo muito cena de filme, mas eu vivi tantas coisas em tão pouco tempo. Turim era uma cidade mágica para mim, eu podia passar o tempo que fosse que aconteciam milhares de surpresas. Eles estavam rindo um para o outro e olhavam para nós dando tchau com as mãos. 

(...)

Aeroporto Internacional Rio-Galeão, Rio de Janeiro, Brasil.  

Diego ficou de buscar-nos no aeroporto e eu esperava que ele não tivesse esquecido. Eu sai da área de desembarque empurrando um carrinho com as malas e com Lorenzo em cima para facilitar as ações. Habilidades que você adquire quando se torna mãe. Saio em direção ao saguão e logo avisto Diego. Meu irmão era lindo! 

Diego era jogador também, atualmente atuava pelo Flamengo do Rio. 

-Amor do tio! - ele logo pega Lorenzo 

-Nossa! Nem uma recepçãozinha para mim? - reclamo

-Minha irmãzinha linda! - ele beija minha bochecha - Aurora tá fazendo um almoço especial pra vocês, eu mereço.

-Vamos logo! - Aurora era a moça que ajudava minha mãe lá em casa desde que eu e Diego éramos crianças. Ela sempre puxou meu saco por eu ser menina. 

-Eba! - bato palminhas  animada 

Eu amava o Rio de Janeiro e suas belezas, era apaixonada por tudo que essa cidade tinha me proporcionado. Minha vida toda foi boa aqui, as praias em dia de semana depois do colégio, a tortura de passar pela praia com aquele solzão mas ter que ir pro hospital estudar. O Rio vai ser sem duvidas minha eterna casa! 

Sinto Diego parar o carro e já vou descendo logo. A porta de casa estava aberta e logo que entro vejo meu pai na sala. 

-Minha filha! Nossa, você está muito linda. - Ele me abraça 

-Tu é muito puxa saco, pai. - Diego diz entrando com Lorenzo no colo

-Coisinha do vovô! Vem aqui - Ele pega Lorenzo de Diego e sai andando em direção à área externa da casa, onde tinha um gramado com piscina e uma área de lazer com mesa, churrasqueira, espreguiçadeiras. Era onde basicamente nos reuníamos aos domingos. 

-E aí, como foram as coisas com Dybala. - Diego pergunta passando o braço pelo meu ombro enquanto vamos caminhando até a cozinha.

-Tudo normal, ele aceitou tudo na boa e ficou tudo bem. - respondo evitando de contar o que aconteceu entre nós. 

-Você sabe muito bem o que eu perguntei. - Diego rebate.  

-Ah, Diego. Nós ficamos, mas nada sério. - Eu fito minhas unhas. - Auroraaaaa!!! - Saio correndo para abraçá-la e fugindo de Diego que gargalhou

(...) 

Casa do pais da Sophia, Ipanema, Rio de Janeiro. 

-É, mãe. Você sabe que agora os pais do Lorenzo não são mais separados né? - Diego começa e eu paro de digitar no celular para olhá-lo incrédula. 

-É mesmo? Tem gente aí que não me conta nada. - Minha mãe se faz de desentendida

-Não sei que Lorenzo é esse que vocês estão falando. - Minha mãe ri 

-Ah, Sophia. Eu te conheço, menina!

-Ah, mãe. Só uns beijos e nada mais.  - Falo tímida e ela sorri 

-Você sabe que eu fico feliz por você não é? Você merece e se for para ser com ele, o pai do seu filho, que seja então. - Ela fala sorrindo 

M- Como vocês vão ficar? - Diego pergunta

-Ah, Di. Eu não sei! - Sou sincera - Eu vou voltar semana que vem, ele me pediu para levar Lorenzo pra ver a final da copa da Itália e disse que podíamos conversar nessa data. 

- Então ele foi legal, poxa. Vai te esperar. - Eu assinto e suspiro. Será mesmo? Eu não duvidava de Dybala não, tinha mais medo mesmo. 

Eu acabei ficando ali pela casa de minha mãe mesmo, eu amava estar com eles. Lorenzo se divertia com Meu pai e os filhos de Diego que haviam chego. Os meus pais por serem médicos, sempre trabalharam a vida toda em prol da vida dos outros, e eu sempre admirei isso, foi isso que me tornou médica, eu trabalhei em ONGs e hospitais públicos, mas com o Lorenzo tudo dificultou um pouco. Mas eu não reclamo, ele foi o melhor presente que Deus pode me dar. E eles trabalham até hoje, meu pai disse que enquanto ele andar, escrever e falar ele irá exercer sua profissão e por isso, era muito difícil encontrar momentos assim com meus pais em dias que não fossem os do fim de semana. 

O Diego era casado e tinha dois filhos, Davi e Matteo. Ambos eram mais velhos que Lorenzo, mas se davam super bem. Só que ele vivia uma “crise” em seu casamento e as coisas estavam bem difíceis, tanto que eu vivia com os meninos lá em casa ou eles ficavam com meus pais. E eu esperava que meu irmão se acertasse com a minha cunhada, de coração. 

Eu estava mexendo em meu celular deitada em um sofá redondo perto da piscina trocando mensagens com Paulo até que o mesmo me ligou por FaceTime.

-Oi, princesa. Já to com saudades de vocês. - ele fez um lindo beicinho e eu quase chorei (Não disse por onde). 

-Paulo, não faz nem 24horas. - eu digo rindo e ele me acompanha. 

-Onde está meu pequeno? 

-Está brincando com meu pai e com os filhos do Diego. Lorenzo! - eu digo gritando para chamar sua atenção. - Seu pai, filho. - Viro o telefone e ele sorri para Paulo. 

-Oi, filhao. Você está se divertindo? - Paulo fala e Lorenzo faz uma careta, acho que ele não estava 100%  habituado ao espanhol, apesar de sempre ter convivido com Álvaro e eu ensinar. Ele ainda tropeçava no português. Eu e Paulo acabamos rindo também.  

-Papi! - Ele disse sorrindo e Paulo riu dando um tchauzinho com a mão

-Fala to me divertindo, papai. Mas to com saudades. - eu digo e o Lorenzo repete. 

Eu e Paulo continuamos a conversar, ora com Lorenzo ora sem Lorenzo. Ele me fazia bem, ele era engraçado, alto astral. Nada tinha tempo ruim com Paulo e eu adorava isso nele. 

(...) 

 Apartamento da Sophia, Leblon, Rio de Janeiro, Brasil. 

Mensagem de texto de Paulinho ��: Boa noite, meus amores. Durmam com Deus. Eu amo vocês. - recebida 

Mensagem de texto de Paulinho ��: Imagem

Mensagem de texto de usuário: Boa noite, Paulinho. Dorme com Deus também. A gente te ama. 

Mensagem de texto de usuário: mensagem de voz 

Só ali fui perceber que o nome dele estava assim nos meus contatos desde que eu o conheci. Inclusive foi ele quem colocou, apesar de o contato dele ter ficado bloqueado por um bom tempo, depois ele quem não mandava mais nada. Não o julgo, afinal, eu o bloquei por quase 1 ano. 

Ele tinha me enviado uma foto linda, era ele de cabelos molhados sem camisa e sorrindo. Sempre que nos despedíamos para dormir ele me mandava uma foto. Eu mandei um áudio do Lorenzo se despedindo. Quando eu fui olhar Lorenzo já dormia, então me deitei para tentar dormir também. 

Eu acordei e tinha um cheiro incrível de café em minha casa, estranhei já que Marina, minha ajudante, estava de férias. Olhei para o lado e Lorenzo não estava ali, meu coração acelerou e eu sai do quarto seguindo o cheiro. Tinham varias flores pela casa fazendo uma rota até minha cozinha americana, onde encontrei Paulo na ilha fazendo algo no fogão enquanto mantinha Lorenzo em cima do balcão. Eles estavam distraídos e não tinham me visto ainda.

Resolvo abrir a porta afim de chamar a atenção do dois. 

-Mamãe. - Lorenzo me chama e Paulo se vira na hora. 

-Oi, meu amor. Você acordou. - Meu amor? Que isso, gente. Há muito tempo que Paulo não me chama assim. O que estava acontecendo. 

-Oi, bom dia! - digo animada tentando disfarçar a confusão. 

-Eu não aguentei de saudade e vim atrás dos meus amores. - Paulo se explicava e eu assenti 

Nós três tomávamos café e quando eu olhei, Paulo estava ajoelhado no chão e me dizia coisas que eu não conseguia entender. Ele tinha uma caixinha em mãos com um lindo anel, e Lorenzo não prestava atenção em nada. Eu não conseguia reagir, não me mexia. Eu não conseguia reagir. 

-Sophia, você quer se casar comigo?