- Qual é a sua, Naya? - perguntei mexendo as mãos sem parar, e suando frio.
Ela sentou-se ao meu lado. Todos haviam saído.
- Poxa, eu só quis dar uma turbinada no seu relacionamento mais ou menos com a Di. - ela riu, como se houvesse lógica, e depois notou que não havia. - Sei lá. As palavras simplesmente saíram.
- Acho que está agindo estranhamente. - afirmei, tentando voltar ao assunto e ainda envergonhada por ela referir a Di praticamente como "sem sal" que me rendia apenas um vínculo mais ou menos.
Naya segurou minha mão esquerda, e entrelaçou os dedos.
- Tampinha, eu sempre adorei suas babaquices. - ela suspirou. - Seu jeito de falar, sabe? Eu me preocupo com você, com sua felicidade.
- Obrigada, Nay. - encarei os seus olhos, as pupilas estavam dilatadas, e ela estava com as bochechas levemente rosadas. - Agradeço por se preocupar comigo, mas eu estou bem. Juro.
Com sua outra mão, colocou minha mecha de cabelo atrás da orelha, e sorriu devagar.
- Baixinha e lerda... - concluiu. - Estou dizendo que estou a fim de você. Super a fim. Mais do que isso. - ela olhou profundamente meu rosto, e eu fiquei sem jeito.
Eu estava trêmula, meus lábios estavam levemente tremendo, meu corpo suava frio e eu estava sem saber o que dizer ou fazer.
- O problema é que estou envolvida demais com Dianna. - respondi, tentando não machucá-la.
Ela se aproximou de mim, e eu pude sentir sua respiração calorosa, e então ela beijou docemente bem ao lado da minha boca.
- Se Naya não pode ficar com você, Lea. Tentarei convencer ao máximo Ryan deixar Sant com Rachel. - ela estava saindo do set quando voltou o olhar a mim: - No fim dá na mesma, não é? Você percebe que eu tenho mais fogo, e esquece aquela loira fria.
Posso estar enganada, mas aquela frase me deixou arrepiada.
Voltei para o hotel e não encontrei Dianna por lá, e então liguei para ela. Cinco vezes. E nada. Procurei-a por todos os lados, queria alguém para conversar sobre isso. Foi então que Naya me enviou uma mensagem de texto.
" Gostaria de ir ao shopping comigo? Podíamos tomar sorvete."
Eu estava tão sozinha, adoraria falar com Dianna, porque a amava, mas de qualquer modo... Naya era uma excelente companhia. E eu fui.
- Nossa, Lea Michele por aqui, o que houve? A branquela te dou um bolo, é? - debochou, me abraçando bem forte, e segurando minha cintura enquanto caminhávamos.
- Dianna deve estar ainda surtada. - comentei, e sei que não deveria...
- Louca. Ela é muito bipolar, Lea. - A morena me pagou sorvete e eu comecei a comer.- Sabe, ela está sempre COM TODO MUNDO e COM NINGUÉM, nunca levou nada a sério e eu até assumiria nosso lance e tal.
- Agora ela está só comigo, Nay. Tenho certeza disso, e confio na Dianna.
Naya pegou um guardanapo e limpou minha blusa em que eu derrubei um pouco de sorvete.
- Você sabe que eu sempre estaria com você. - pronunciou Naya.
E então, enquanto a Naya limpava minha blusa, Dianna chegou:
- Eu sempre estarei com MINHA baixinha. - declarou, segurando as minhas mãos.
- Não estava até agora. - gritou Naya no meio do shopping.
- Agora estou, vamos, Lea! - disse, me puxando.
- Ao invés de puxá-la, pergunte com quem ela iria se pudesse escolher. - provocou Naya.
Dianna me encarou e olhou no fundo dos meus olhos, esperando uma resposta, eu lambi meu sorvete e simplesmente falei:
- Combinei de passar a tarde no shopping com a Naya.
Dianna ficou histérica.
- E eu??!
- Você não estava aqui, Dianna. - Naya lambeu meu sorvete ao mesmo tempo que eu para provocar a Di. - E sabe que quem não cuida, perde.
- Vai ficar aí com a Naya mesmo? - Dianna gritou.
- Ela estava comigo quando você não. - respondi e terminei de comer meu sorvete.
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