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História Love is on the Radio 5 - Edição 7 Pecados - Noite Estrelada por Casdlm20



Notas do Autor


Desculpa a demora para postar, mas vou não explicar o motivos, vocês são leitores não meus amigos. E de qualquer forma, se tiver algum amigo meu lendo, já sabe os motivos. Se tiver erros de português peço desculpas. Se estiver meio difícil de entender, peço desculpas, mas nada que faço tem sentido mesmo. Não é metade do queria fazer, mas é quase o dobro do consigo fazer. Vai estar uma merda de qualquer jeito, então só lê aí, eu não sei o motivo para estar escrevendo isso, já que eu mesmo sempre pulo. Obrigado pelo convite para participar e desculpa a demora.

Capítulo 8 - Noite Estrelada por Casdlm20


Fanfic / Fanfiction Love is on the Radio 5 - Edição 7 Pecados - Noite Estrelada por Casdlm20

 Meu mundo mudou quando aquela porta se abriu, quando entrou pela primeira vez em meu consultório, era apenas mais alguém buscava ajuda para entender melhor seus próprios problemas e como resolvê-los. Em outras palavras nossas situações eram completamente semelhantes, o que me tornava a pessoa mais inadequada para o seu caso, porém em quanto outros desistiram de você, eu me mantive forte, tinha algo em você que me cativou. Talvez fosse o tênue brilho que trazia da sua conturbada juventude, os olhos que deviam demonstrar a esperança de um longo e próspero futuro permaneciam sempre olhando constantemente para o vazio. Através da janela entreaberta para as altas montanhas, que criavam longas sombras nos quentes que acompanham todo o verão, eu me lembro de um dia quando estávamos caminhando ao redor do lago, e sentados em um dos bancos de madeiras permanecemos em silêncio, pude perceber que você prestava atenção a todos os detalhes ao nosso redor. As flores vermelhas que se assemelhavam a chamas, as nuvens mudando de forma, e ao céu azul que logo começou mudar a própria cor, e quando chegou as seis horas da noite todos começaram a sair de seus trabalhos para voltarem para suas casas e então descansar, você os olhou como se sentisse grande apreço por todos, como se quisesse oferecer algo para suavizar seus rostos cansados e marcados pelas dores quais sempre fazem questão de manchar nossas vidas. Quando comecei a arrumar minhas coisas para que fossemos embora, em um momento de distração te perdi do meu campo de vista, mesmo não sendo uma criança, eu era responsável por você. Após alguns minutos de procura, ouvi sua voz pela primeira vez no dia, você me chamou e então me deitei ao seu lado na grama, eu queria saber o que se passava em sua mente, já que quando me passaram seu caso me disseram que um dos pontos em que eu deveria me focar era em sua preguiça, mas a forma como que você olhava para a noite estrelada acima de nós, demonstrava um certo amor por tudo ao seu redor, ao mesmo tempo em que nossas consultas você me dizia estar cansado de tudo. Que sentia como se fosse alguém estranho para todos que faziam parte de sua vida, inclusive seus pais.

Ao longo dos meses pude perceber uma melhora considerável em seu estado, mas certas ações permaneceram, talvez fossem suas características próprias, tal como os olhos que refletiam tudo o que viam, ou o olhar que continuava admirando as belezas ao nosso redor, e que agora eu também posso vê-las, como eu disse, sua presença mudou minha vida. Suas palavras também mudaram, agora ninguém mais entendia o que queria dizer, nem mesmo eu, você começou a se queixar que ninguém lhe ouvia, e na realidade não sabiam como, você realmente tornou-se mais difícil de se compreender, passou dias sem aparecer, na verdade fugiu de casa. Um dia faltando pouco tempo para o inicio do inverno, eu estava caminhando de manhã e te encontrei observando as árvores e as flores que possuíam tons depressivos e tristes, mas ainda assim permaneciam belas para seus olhos. Obviamente lhe levei para a casa, sua mãe me agradeceu mas com grande desconfiança, e seu pai parecia estar de certa forma desapontado que voltara. Quando você apareceu na minha porta mais tarde, me agradeceu de forma confusa como vinha fazendo, na universidade de psicologia ensinam muitas coisas que são essenciais, mas por outro lado, não ensinam como saber quando o paciente está realmente curado, talvez porque quando se trata de problemas mentais não existe realmente uma cura, se houvesse, dificilmente teria feito grande parte do que fizera. Em um momento de dor, você entrou na cozinha e usando uma faca cortou a própria mão. Naquela noite sua mãe gritou comigo, que tudo o que eu fizera fora em vão, afinal, você não melhorara de fato.

O inverno chegou com o vento, e sempre que olhava para as montanhas pensava em o que estaria fazendo no hospital para onde lhe mandaram, se continuava admirando os rostos cansados, ou se os remédios já haviam lhe transformado em uma sombra do que costumava ser. De qualquer forma, o que realmente importava era que não voltasse a se machucar fisicamente, já que não infelizmente não havia como se curar por dentro. Quando voltara, eu pude ver que estava bem na medida do possível, mas ainda permanecia descontente por não te ouvirem. Sua vida ficou mais difícil após a perda das mão, todos passaram a te tratar como um pedaço de lixo, como se você não fosse relevante, como se sua dor não fosse o suficiente. Uma tarde, eu estava voltando para a casa quando te vi saindo machucado da pequena floresta, como se fora espancado, mas quando tentei de alguma forma ajudar, você me empurrou e correu mancando para a casa, como se houvesse algo lhe incomodando na cintura, talvez fosse algum ferimento. Ao longo do dia, as nuvens mudaram de forma, e o céu mudou de cor pela última vez para seus olhos, pois naquela noite, usando a arma que roubara mais cedo, você tirou a própria vida.

Eu fui ao seu velório, com fotos de quando você ainda era criança, penduradas nas paredes, seus olhos fechados não podiam mais observar o mundo. Durante o enterro compareceram muitas pessoas que para mim eram estranhas, porém acho que você as conheceu, todos tentavam consolar seus pais que choraram durante todo o tempo. Mais tarde, quando voltei para casa, me sentei na mesa da cozinha e comecei a escrever essa carta. Você conseguia ver tudo, inclusive a escuridão na alma das pessoas, a mesma escuridão te levou. Barry, eu deveria te dizer que esse mundo não foi criado para pessoas maravilhosas como você. Eles não te escutavam, e não sabiam como, afinal não conseguiam te amar, mas ainda assim você amava tudo e todos. E quando perdeu toda a esperança naquela noite estrelada, você se matou. Agora eu entendo, você escondia todo o sofrimento de sua sanidade até de si mesmo, e quando pedia ajuda ninguém lhe ouvia, inclusive eu mesma, mas você tentou se libertar. Mas nunca te escutamos.

Com amor, Caitlin



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