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História Love Ive Found In You - Átomos, Koishiteru.


Escrita por: Lovebug

Notas do Autor


Capítulo não tão grande :3
Divirtam-se :)

Capítulo 25 - Átomos, Koishiteru.


Fanfic / Fanfiction Love Ive Found In You - Átomos, Koishiteru.

 

Charlie ouvia a voz de Tom bastante distante, quase etérea. A luz do sol penetrando a cortina branca das portas de vidro a fazia ficar enjoada, e algo cortava seu cérebro em fatias enquanto tentava focalizar a imagem do homem em sua frente, que continuava a falar.

-...E eu deveria ter sido mais gentil...-finalmente Charlie conseguiu entender parte de seu discurso.

-Desculpe, mas do que está falando mesmo? –falou entre um bocejo e apoiou as duas mãos em cada lado da cabeça, na certeza que o mundo pararia de girar em seguida. Nada feito.

-Da nossa... da... do que fizemos ontem, no carro. –a voz dele parecia desconcertada, e o hálito de bebida alcoólica dançava com o ar gélido que o quarto mantinha.

-Ah, isso. –bocejou novamente. –Você gostou? –perguntou, em um tom cômico.

-Mas que pergunta dos di... –o rosto de Tom adquiriu um tom rúbeo, e Charlie sorriu. -Mas é claro que... céus, Li! –sorriu.

-Desculpa, eu não resisti. –Charlie sorriu e puxou mais o lençol até se cobrir novamente. Tom continuava em pé em frente à cama, somente de boxer. Seu cabelo parecia ter sido atingido por uma descarga elétrica, e com um último suspiro Charlie fechou os olhos.

-Charlie... –Tom a chamou, e ela grunhiu em resposta. –Eu precisarei sair, nesse estado horrível e... fique aí dormindo de qualquer forma. –Charlie abriu os olhos e levantou-se da cama, correu aos tropeços até Tom que já estava na porta do banheiro e o abraçou por trás, sua cabeça não chegava a seus ombros, mas mesmo assim tentou alcança-los, nas pontas dos pés.

-Hiddleston, é falta de educação deixar uma mulher na cama. –murmurou e escutou Tom sorrir.

-Então venha comigo. –Tom puxou a morena pelo braço e selou seus lábios, depois pareceu pensativo e respirou fundo antes de continuar a falar. –Eu não consigo pensar direito depois de...

-Acabar com a garrafa de Vodka? Nem eu. –comentou. –Minhas pernas doem, entende?

-Céus... –Tom decidiu ficar da mesma cor que o antigo cabelo de Charlie e pendurou a cabeça para trás, encarando o teto.

-Então não me deixe naquela cama a sós, Tom. –Charlie colocou os braços em torno do pescoço do maior e ele em volta de sua cintura, a mulher ainda estava nua, mas sequer se lembrava disso.

-Não irei. –sorriu. –Como você consegue esconder isso, debaixo daquelas roupas? –pela primeira vez, Charlie ouviu Tom dirigir-se a ela como um homem se dirige a modelos ou quem sabe a Megan Fox. –Quero dizer...

-Quando emagreci não quis me desfazer das roupas, então não fale mais nada senão enfio minha cabeça dentro de um buraco... –Charlie engasgou-se com o comentário e beijou seu queixo.

-Fizemos coisas mais comprometedoras ontem, um comentário sequer sobre seu corpo não muda nada... –o loiro sorria enquanto falava e abriu a porta do banheiro, entrando com Charlie.

Com a tentativa de curar a ressaca, os dois mergulharam na hidromassagem e fecharam os olhos. Tom passou inúmeros minutos com a cabeça encostada em uma toalha enrolada e Charlie em seu ombro, e Tom tinha certeza que ela havia caído no sono. E isso o fez sorrir.

-Amor? –Tom sussurrou no ouvido de Charlie e assustada, a garota acordou.

-Quem morreu? –bocejou. –Ainda estamos aqui?

-Você dormiu. E não quis acordá-la... –passou seus longos dedos nos ombros da namorada, fazendo massagem em seus músculos tensos. –Gosto de te ver dormindo. –e passou para seu pescoço, e Charlie inclinou a cabeça para o lado, deixando os dedos de Tom fazê-la querer passar a tarde toda naquele mesmo lugar.

-Hum, eu não quero ir embora amanhã. –a voz de Charlie mostrava uma preguiça enorme, e Tom apenas desceu as mãos até sua cintura e a puxou contra ele, encostando seu queixo no topo de sua cabeça. –Está vendo por que não quero ir? –sorriu.

-Pequenos detalhes horríveis que mereciam ser descartados, não acha? –perguntou. –Eu poderia passar a eternidade aqui. E passaria, mas não seria muito higiênico.

-Nada higiênico. –Charlie gargalhou e em relutância, saíram até o quarto e quando a mulher pensou em procurar uma roupa para vestir, seu celular começou a tocar “Bulletproof Heart” –o que seria seu alarme- e Tom agarrou o aparelho eletrônico e o desligou, franziu o cenho duvidoso com a música e observou a namorada vestir uma de suas camisas e apanhar uma balinha de menta de dentro de um potinho de vidro em cima da mesa.

-Você sabia que isso me seduz? –Tom arqueou a sobrancelha e Charlie o encarou confusa. –Quando você veste minhas roupas. –completou.

-Eu consigo seduzir alguém? –Charlie engasgou-se com a balinha e tossiu três vezes antes de finalmente respirar.

-Seus ataques também são sensuais, senhora. –Tom gargalhou e a puxou para um beijo. Seus lábios se encaixavam perfeitamente e suas línguas tocavam uma a outra com lentidão e curiosidade, como se fosse o primeiro beijo que compartilhavam. O ar não acabou tão rápido quanto das últimas vezes, mas quando o fez, se separaram ofegantes e sorriram em uníssono, como um casal de idiotas.

-Deveríamos procurar um médico. –Charlie levou os dedos até os lábios de Tom e limpou um vestígio de protetor labial que ela estava usando.

O resto do dia se passou um tanto rápido, pois Tom saiu para sua reunião com Luke e deixou Charlie no grande quarto-apartamento sozinha, e para passar o tempo, a mesma começou a desenhar coisas aleatórias, inclusive uma versão sua e de Tom em HQ, escreveu uma mensagem no canto da folha e colocou dentro da pasta preta que ele sempre levava, para quando ela voltasse a Londres no outro dia, ele pudesse encontrar.

Quando Tom voltou, a lua já estava brilhando no céu noturno e a paisagem maravilhosa com luzes dos prédios fez Charlie ir sentar-se na varanda, encarando toda aquela agitação de cidade grande com brilho nos olhos.

-Trouxe comida. –a voz de Tom anunciou-se e Charlie virou-se para trás e viu o namorado trazer duas sacolas de papel, onde provavelmente haviam sanduíches. –Desculpe a demora.

-Senti saudades. –respondeu. –Isso foi excessivamente grudento, mas senti. –sorriu e Tom sentou-se na cadeira ao seu lado, entregou-lhe um saco e de lá tirou uma caixinha com um sanduíche e uma porção de batatas fritas que tanto amava.

-A saudade ainda vai nos matar. –Tom falou e mordeu um pedaço de seu sanduíche.

-Ou a bebida. –disse, e Tom sorriu.

-Coisas da vida. –respondeu, e ficaram em silêncio até acabarem a refeição, Tom buscou refrigerante e dividiram uma lata, observaram o céu noturno e Charlie começou a balbuciar teorias e curiosidades do Universo que estudava e Tom apenas ficava admirando a voz da mulher expressar tanta alegria com aquilo. –Você nunca vai falar sobre sapatos, não é? –sorriu.

-Só se fizerem uma nave espacial com o formato de um. –Charlie piscou o olho e Tom puxou-a para sentar-se em seu colo, pois as cadeiras eram um tanto grandes.

-Você não existe. –sorriu alegremente e suspirou, como um adolescente apaixonado.

-Existo, em carne e osso. Átomos, células, tudo que tenho direito. –Charlie encostou sua nuca no ombro de Tom e entrelaçou suas mãos, ambos encaravam o céu e suas respirações estavam lentas e reguladas. –Quem sabe, milhões de anos atrás não éramos parte de um material só, e hoje nossos átomos se encontraram novamente?

-Então lutaremos para que na próxima vez nossos átomos se encontrem novamente. –Tom respondeu lentamente, e com a resposta, Charlie não pôde deixar de corar.

-Tom Hiddleston, me prometa que nunca deixará seus átomos pomposos distantes dos meus. –a mulher mantinha os dedos entrelaçados nos dele, e depois de alguns segundos, Tom respondeu.

-Koishiteru. –falou lentamente, como se lutasse para não errar a pronúncia. –Significa que quero passar o resto da minha vida com você, certo? –sorriu, e Charlie virou sua cabeça de lado, encarando o fundo de seus olhos claros, que reluziam com a luz do luar. –Assim nossos átomos nunca...

-Acabei de perder meu útero. –Charlie murmurou, sentindo que iria chorar, mas segurou-se. –Quero dizer... céus...

-Responda algo antes que eu pense que você não deseja passar o resto da vida ao meu lado. –Tom falou apreensivo e Charlie não sabia ao certo se o beijava ou começava a chorar.

-Não quero passar o resto da minha vida com você, quero passar o resto de todas as vidas que restarem, e se formos ao purgatório, lutaremos juntos. –Charlie decidiu não fazer nenhuma das duas alternativas, e acabou sendo bom, pois Tom entendeu perfeitamente todas as referências e sorriu.

-Somente o necessário. –murmurou o loiro, que beijou a testa da namorada e em seguida fechou os olhos, ainda mantendo nos lábios um sorriso.

-O necessário. –Charlie o respondeu e ambos passaram a noite acordados, conversando, cantando, falando sobre as estrelas, até mesmo sobre a Teoria das Cordas. E então, livros, HQs, filmes, Shakespeare, e como dentistas eram extremamente intimidadores. Por fim, a noite passada.

-Acho que deixei meu lado Loki florescer na hora errada... –Tom continuava a insistir que foram longe demais, mas logo se contradizia e falava que era normal.

-Acho que comprarei mais Vodka. –Charlie falava como se nada temesse, e quando o assunto morreu, ambos fecharam a porta de vidro e deitaram para assistir qualquer programação. Por sorte, passava a reprise de Supernatural.

Tom –por ter passado horas em reunião- foi o primeiro a adormecer, e Charlie continuou a assistir o seriado enquanto mexia nos cabelos dourados e encaracolados de Tom, que estava com a cabeça sobre sua barriga.

 

***

O casal que caminhava em direção ao saguão de embarque parecia estar indo em direção a cadeira elétrica, pois a mulher chorava e o homem portava uma cara de tristeza eterna, e um assessor um tanto irritado com aquilo andava atrás deles, segurando em mãos um celular.

-Tom, Charlie, vocês não estão indo se divorciar. –Luke tentava acalmar os dois, mas a única coisa que conseguia era fazer a morena que usava uma touca laranja caminhar mais devagar e mais apreensiva.

-Duas semanas, Luke. –Tom maneirou com a cabeça e parou de caminhar assim que chegaram a uma parte mais reservada do lugar. Charlie apertava a mão de Tom sentindo o suor frio descer e as lágrimas junto. Claro que ela mesma achava aquilo um exagero, mas as lágrimas caiam automaticamente. Lágrimas solitárias, aperto no coração, saudades adiantadas, vontade de abraça-lo e nunca mais se soltar...

-Eu... eu mandarei abraços para todos, pode deixar. –Charlie falava com a voz embargada, tentando esconder o pranto. –Você, cuida dele. –abraçou Luke, que sorriu e deu três tapinhas em suas costas.

-Ele é grandinho, sabe se virar. –o rapaz franziu o cenho e encarou o casal em sua frente. –Vocês são paranoicos.

-Sentimos saudades, é diferente. –Tom rebateu, e beijou a mulher com vontade, fazendo seu amigo se sentar numa poltrona ao lado e resmungar algo entre “Eu acho isso fofo, mas é extremamente incoerente” e “Se pudesse mataria os dois”.

-Tom, deixe-a ir! –Luke exclamou, sorrindo.

-Espere um pouco. –murmurou entre o beijo e finalizou-o com um selinho. –Pronto. –respirou fundo e beijou a testa de Charlie, que o abraçou e soltou sua mão, indo caminhando até a porta onde se despediria de Tom pelas próximas duas semanas. Acenou com sua mão direita e seguiu caminho.

 

 

Talvez a viagem de várias horas fizera Charlie se esquecer até de como se respirar, mas quando pôs os pés em terra firme, respirou fundo e caminhou com a cara mais mal humorada possível pelo saguão do aeroporto, indo em busca de um taxi qualquer. Mariana havia saído em turnê com Bill pelo mundo –uma turnê somente deles dois, no caso- pois sua banda estava parada para descanso, e antes de se casarem, decidiram viajar pelo mundo até estarem cansados o bastante para não quererem por os pés para fora de casa, e por isso não teria ela para conversar durante um bom tempo.

-Hey, idiota! –uma voz chamou Charlie e ela torceu para ser uma ilusão. –Oh física de fraudas, está surda? –não era uma ilusão, afinal. Segurando-se para não estrangular a pessoa que estava a chamando, Charlie se virou e encarou os olhos verdes de Johnny com certa repugnância e depois arqueou a sobrancelha.

-O que diabos você está fazendo aqui, Kitaro? –falou calmamente, analisando a situação por completo. Johnny, a pessoa que mais odiava sair de casa estava bem ali, no aeroporto. Usando uma camisa do Metallica, coturno, uma jaqueta que parecia uma cópia barata das que Bill tinha e seu cabelo cinza caído em seu rosto fino e pálido. Tudo isso de uma vez.

-Vim te buscar, se não percebeu. –fingiu um sorriso e começou a caminhar, e Charlie o seguiu contragosto, pois não estava muito feliz em ter que aguentar o mau humor dele até o NOC.

-Está me levando para o abate, Johnny? –Charlie perguntou momentos antes de entrar em seu carro, a van que levava quase todos do NOC para a universidade.

-Só agradeça. –revirou os olhos e ligou o carro, e saiu em disparada. Charlie sentiu saudades de Tom aquele momento, pois mesmo com sua falta da paciência nas ruas, não se comparava a Johnny. Tanto que em poucos minutos atravessaram toda a cidade e já estavam em frente ao prédio em ruinas do NOC, onde Charlie levou sua mala para dentro e perguntou onde foram parar os 26 moradores.

-Estão em excursão. Todos. –Johnny pendurou as chaves no cabide improvisado onde se guardavam todos os tipos de objetos, inclusive as chaves reserva dos quartos. –Agradeço aos deuses, sejam lá quem for por ter um momento a sós. –seus olhos verdes deram uma volta nas órbitas e ainda confusa, Charlie subiu os corredores apertados até seu quarto, onde estava tudo intocável. Guardou as roupas da mala no armário embutido e foi tomar banho, o que não durou muito pois estava tão frio que sentia na alma.

Quando saiu, se trocou rapidamente e colocou suas habituais quatro blusas e desceu as escadas, indo até a cozinha procurar algo para comer.

-Seu namoradinho está bem? –Johnny perguntou, e Charlie arregalou os olhos. Ele não costumava se importar com ninguém.

-Pra que quer saber? –rebateu.

-Curiosidade. –falou sem emoção.

-Ele está bem. –Charlie revirou os olhos e encheu uma xícara de chá. Apoiou a xícara na mesa de madeira e bocejou, viu o rapaz de cabelos cinza se aproximar com seus olhos quase neon e arquear a sobrancelha quase transparente, como se esperasse alguma reação da mulher. –O que foi? Envenenou meu chá?!

-Estou te observando.

-Percebi.

-É fascinante.

-O que diabos é fascinante, Johnny? –Charlie deu um passo para trás, não querendo ser a próxima cobaia de testes do homem.

-O jeito com que você saiu daqui três dias atrás com feições cansadas e hoje volta como se estivesse em um tratamento ultra intensivo. –seu sorriso era algo um tanto intimidador. –Amor, Charlie?

-Muito amor, Johnny. –Charlie deu ênfase na primeira palavra e agarrou sua xícara, bebericando um pouco.

-Interessante. –Johnny pegou a xícara das mãos da mulher e a encostou contra a parede. Charlie murmurou algo e suspirou fundo, prestes a dar um tapa no colega de prédio.

-Johnny, que raios está acontecendo com você? Bebeu? –começou a balançar as mãos na frente dos olhos do homem.

-Estou tentando analisar você de perto. –falou como se fosse algo perfeitamente normal.

-Mas que porra... –Charlie indagou e se curvou, saindo do espaço entre a parede e os braços de Johnny. –Quer morrer?

-Por que vocês reagem assim? –suspirou. –Tento fazer essa experiência de mudança de humor há anos, mas nunca conheci alguém que amasse outro alguém.

-Como assim nunca conheceu? Você vivia onde? –Charlie pegou a xícara de chá e continuou a encarar Johnny.

-Não importa. –revirou os olhos e pegou uma maçã na fruteira sob a mesa. –Perguntei a Jess quando retornar. –e saiu de sua companhia, cantarolando alguma música em um idioma desconhecido.

-Doido. –Charlie balançou a cabeça negativamente e subiu até o quarto.

Ficou imaginando se era realmente verdade a história de Johnny nunca ter conhecido alguém que amasse outra pessoa, e em seguida outro pensamento lhe veio a cabeça. Será que Tom já encontrou o desenho dentro de sua pasta? 


Notas Finais


Comentários? :3


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