História Love me Again - Descoberta

Pov Cebola

                     Duas semanas depois...

- Levanta a bunda dessa cama e deixa de ser preguiçoso homem! - Amanda praticamente arromba a porta do meu quarto logo pela manhã e começa a me bater com um travesseiro pra me levantar

- Da um tempo, Amanda. - resmungo virando a cabeça pro outro lado

- Da um tempo nada! Tem que trabalhar esqueceu? - ela diz

- Estou de folga. - murmuro sem abrir os olhos desde que ela me acordou

- Você nunca tira folga.

- Como você mesma nunca cansou de dizer.. A oficina é minha e eu posso tirar folga quando eu quiser. - ponho o travesseiro por cima da minha cabeça

- Mas a droga dessa folga já durou quase duas semanas e você precisa voltar a trabalhar! - diz

Tiro o travesseiro do meu rosto, finalmente abrindo meus olhos e olhando pra ela.

- Por que você não vai dar uma volta com o seu namoradinho e me deixa em paz aqui nesse quarto curtindo a minha solidão? - digo a ela

- Ótima pergunta! Não sei mesmo o que eu estou fazendo aqui quando poderia estar com o meu Dc me divertindo por ai! Mas pra você saber, nós não estamos namorando exatamente ainda. - ela se senta na cama e eu a olho com atenção

- Esse cara ainda não pediu você em namoro? - eu pergunto

- Não. - ela choraminga - Acho que tem um pouco haver com aquela tal ex namorada dele. Parece que ele ainda não superou totalmente ela e tudo mais. - ela resmunga abaixando a cabeça

- Não fica assim não que ele não vai ser burro de deixar uma garota incrível como você escapar. - a conforto e ela sorri pra mim - E se por algum acaso ele fizer alguma coisa que possa te machucar, eu mesmo dou um jeito de machucar ele também, só que pior!

- Bobo! - ela me da um cotovelada de leve, rindo - Você e sem dúvidas o irmão que eu nunca tive, Cê! - diz me abraçando - Nossa. Como eu queria que nós fossemos da mesma família! Teria sido tudo tão mais fácil pra mim desde o começo. - murmura mas logo desmancha o abraço me dando um tapa no ombro

- Aí! - reclamo pondo a mão no lugar que ela tinha me batido. Ela era louca? Num segundo tá dizendo palavras carinhosas pra mim e no outro me batendo?

- Você tá tentando me distrair sobre o foco principal que é você e não eu! - ela responde a minha confusão se levantando da cama

- Foi você que começou a falar da sua vida e não eu! - me defendo

- Isso não importa. Agora trata de levantar dessa cama, tomar um banho e por uma roupa limpa porque eu já não aguento mais essa melancolia toda de você! Você é um homem ou uma menininha? - ela tenta me provocar

- Uma menininha. - dou um sorriso fraco e fazendo rir um pouco mas logo já voltar pra sua postura séria

- Cebola, ou você levanta dessa cama por bem, ou vai levantar por mal. - a ignoro completamente fechando os meus olhos de novo e tentando voltar a dormir - Ah, vai ser por mal então? Tudo bem. - escuto seus passos se distanciando do meu quarto

Não penso muito na maluca e tento voltar a dormir.

Só que poucos minutos depois não demoro muito pra sentir uma água gelada caindo sobre mim.

- Aí! Que gelado porra! - me levanto num pulo daquela cama

- Eu te avisei! Vá já pro banheiro tomar um banho agora! - ela diz autoritária apontando pro banheiro com a mão, igual minha mãe

- Sim, mamãe. - bato continência a fazendo revirar os olhos enquanto pegava uma roupa qualquer, uma toalha e me trancava no banheiro

Amanda sabia ser insuportável quando queria. E pior que minha mãe ainda, porque pelo que eu me lembro, minha mãe nunca jogou um balde de água pra me acordar em dias que eu não me levantava pra ir pra escola.

Mas acho que ela fez até bem de ter jogado a água em mim pra tomar banho.

Já fazia um bom tempo que eu não levantava daquela cama e não iria sair tão cedo se não tivesse ela por perto.

Minha vida tem estado péssima e eu não aguentava mesmo ficar me comportando que nem menininha como eu mesmo tinha falado, choramingando pelos cantos por causa de uma mulher.

E eu iria parar com isso e voltar a minha vida agora.

Afinal, eu era um homem ou uma menininha? Continuava não muito seguro sobre o homem.

                                          *****

- Pronto, já tomei banho. - falo assim que saio do banheiro já vestido e secando meu cabelo com uma toalha

Amanda se aproxima cuidadosamente de mim, como se temesse alguma coisa, e me cheira, um pouco a distancia.

- Nossa, agora sim tá bom! Tirou aquele cheiro de catinga que estava entranhado em você! - ela diz parecendo aliviada - Quanto tempo você não tomava um banho mesmo? - abro a boca pra responder mas ela levanta a mão pra cima - Acho que eu não quero saber não!

Riu de leve.

- Por mais que você tenha jogado um balde de água em mim, acho que estou feliz com isso. Estava precisando levantar dessa cama, então.. Obrigado. - agradeço ela

- Não precisa me agradecer, eu faria qualquer coisa pra tirar você dessa deprê. Agora vamos de uma vez pra oficina que deve fazer já duas semanas que você não abre ela! - ela me empurra pra fora do meu quarto

E saímos da minha casa rindo com as besteiras que ela falava só pra me alegrar. Sem dúvidas ela é a única pra me fazer parar de pensar na Mônica.

Mas o meu sorriso morre assim que um carro para na casa do lado.

Mônica sai do carro de olhos vermelhos, como se tivesse chorado muito e parecendo um pouco desesperada. Nós nos olhamos por alguns segundos antes dela entrar correndo na casa antiga casa.

Sinto uma súbita preocupação com ela. Por que será que estava desse jeito? Será que Toni fez alguma coisa pra ela?

Sinto vontade de matar ele do jeito mais doloroso ao pensar que ele possa ter machucado ela de alguma forma pra estar desse jeito.

- Vamos Cebola! - Amanda me empurra pra oficina contra a minha vontade, quando na verdade eu queria ir atrás da Mônica

- Amanda espera eu... - tento falar alguma coisa quando entramos na oficina mas ela não deixa

- Você o que? O que iria fazer? Ir atrás dela mesmo depois dela não querer ficar com você? - Amanda diz e eu não respondo, abaixando a cabeça

- Eu sei de tudo que aconteceu mas... Porra eu amo essa mulher! Você mais do que ninguém sabe disso!

- Nem me fale. - ela murmura passando a mão na sua cabeça como se lembrasse dos momentos que eu choraminguei sobre a Mônica pra ela

- Acontece que eu não consigo entender ela! A Mônica diz que me ama mas depois fala que não pode ficar comigo. Isso é sem lógica! - desabafo passando a mão nos cabelos

- Mas ela disse que "não pode ficar com você?" - assento com a cabeça - Mas porque ela disse isso? Era mais fácil ter falado que não queria ficar com você, ou coisa do tipo.

- Eu que vou saber? Nunca vou entender o que se passa na cabeça da Mônica!

- Bom... Mas será que não tem nenhum motivo mesmo pra ela não ficar com você? - Amanda diz de repente - Sei lá né... Pensando bem, porque ela simplesmente não diria um não pra você ou que realmente não queria ficar com você? Em vez disso ela simplesmente diz que não pode ficar com você, como se alguma coisa a impedisse.

- Será que tem algum motivo pra Mônica não poder ficar comigo? - começo a ter um pouco de esperanças de novo

Amanda da de ombros como se não soubesse o que responder.

E eu ia descobrir o que era se tivesse mesmo alguma coisa.

Pov Mônica

Entro com tudo no quarto de Penha sem me importar se ela iria reclamar ou coisa do tipo.

- Não tem porta em casa não, irmãzinha? - ela diz sem tirar os olhos do seu computador

- Penha.. - começo com uma voz chorosa fazendo ela então olhar pra mim

- Ei, o que foi Mô? - Penha pergunta preocupada quando vê o meu estado, fechando o seu computador e se sentando na cama

- Eu... Eu... - não consigo falar me jogando numa poltrona ao lado de sua cama, fechando os olhos - Eu acho que eu estou grávida. - finalmente falo

A boca de Penha se abre num ó perfeito.

Sim. É isso mesmo que você ouviu. Eu achava que estava grávida.

Bom, eu andava meio estranha de fato, vomitando por nada de vez em quando mas eu realmente achava que não era nada.

Só que com o passar do tempo, nessas duas últimas semanas, isso começou a aumentar sem contar o enjoo de coisas que eu costumava gostar.

Meus seios estavam maiores e eu me sentia gorda.

Mas eu só fui me tocar hoje cedo quando acordei sentindo outro forte enjoo e vomitando tudo que eu tinha no estomago.

Com isso foi como se alguma coisa ligasse na minha cabeça e eu fui ligando os pontos.

Me lembrei da minha primeira gravidez, que por mais que não tenha durado muito, eu senti esses mesmos sintomas de agora.

E também como mágica me lembrei que a minha menstruação estava atrasada. A quase TRÊS meses!

Fiquei quase uma hora chorando sem parar com a minha possível descoberta.

Eu não podia estar grávida! Não queria.

Já sofri demais quando perdi o meu primeiro filho e pensar no que me aconteceria caso eu perdesse esse também... Não quero nem pensar! Seria capaz de me matar se alguma coisa de ruim acontecesse com ele também.

Sem contar o Toni. Ele iria me matar ao descobrir primeiro que eu fiquei com o Cebola e depois por descobrir que eu carrego um filho dele na barriga.

Isso não podia ser verdade.

- Você tá... - sou acordada dos pensamentos por Penha voltando a falar, com a mão na boca - Eu não acredito.. - ela da uma pausa fazendo uma cara de nojo - Eu vou ter um sobrinho que é filho do Toni.

Me mecho um pouco desconfortável na poltrona.

- Bom, na verdade... Se eu estiver mesmo, é do Cebola. - falo

- Do Cebola? Mas como você tem certeza que é dele? Bom.. Pode ser do Toni também, não? - diz meio confusa

Mordo os lábios, olhando pra baixo.

- É que eu e o Toni.. Nós nunca... - tento falar alguma coisa e ela entende arregalando os olhos novamente

- Você e o Toni nunca transaram!? - ela praticamente berra

- Isso Penha! Fala mais alto que os vizinhos lá da esquina ainda não escutaram direito! - dou um sorriso irônico a ela

- Tá, desculpa. Mas como? Vocês moram juntos a dois anos e nunca aconteceu.. Nada? - ela ainda estava sem acreditar

- Não Penha. Eu nunca quis dar esse passo com ele, agora será que podemos voltar ao foco? - pergunto, não querendo falar sobre a minha vida sexual, o que era logicamente impossível se tratando da irmã que eu tinha

- Tá legal, voltando ao foco! - ela diz - Olha, mas se você não queria engravidar, por que não usou nada pra isso não acontecer?

- Estávamos num momento de reconciliação! Como iriamos lembrar de uma coisinha simples dessa? - resmungo, jogando minha cabeça no encosto da poltrona - Vai dizer que isso nunca aconteceu com você e o Josh?!

- Já mas... Ai, meu Deus! Será que eu não tô grávida? - bate a paranoia nela

Reviro os olhos.

- O foco sou eu Penha! - a lembro mais uma vez

- Ah é! Tá! - volta ao assunto - Mas e você já fez no teste? - ela pergunta

Tiro o teste de farmácia que tinha comprado da bolsa.

- Não. Só corri pra uma farmácia e depois vim direto pra cá. - respondo

- E tá esperando o que pra fazer ele então?! - ela diz

- Eu estou nervosa. E se der positivo? Eu... - não consigo falar, abaixando minha cabeça e tentando não voltar a chorar

Penha segura minhas mãos pra me passar confiança.

- Olha irmãzinha, quanto mais rápido você fizer ele, mais rápido isso acaba.

Assento me levantando um pouco tremula da poltrona e indo pro banheiro do seu quarto fazer o teste.

Vejo as instruções na caixa de como fazia o teste e o faço, ficando sentada no vaso pra esperar o resultado.

Ok, um risco é negativo e dois é positivo. E vai dar negativo.

Isso só é o estrese que eu tenho passado ultimamente. E vai ser só isso. Eu não posso estar grávida. Não tão cedo de novo e num momento como esse.

Da os cinco minutos de espera pro resultado ficar pronto e vou até a pia onde estava o teste, e toda tremendo seguro o teste olhando o resultado.

Ponho uma mão na boca, com meus olhos ficando úmidos pra mim começar a chorar.

Saio do banheiro.

- E aí? Qual é o resultado? - Penha pergunta assim que eu saio do banheiro. Mas eu não consigo responder, com as mãos que seguravam o teste ainda tremendo - Mônica! Qual foi o resultado? - Penha insiste mais uma vez, nervosa

- Deu... Ele deu.. - as lágrimas começam a cair pelo meu rosto - Deu positivo.