Pov Mônica
Eu já dava a volta por uma rua pela décima vez.
A rua onde o Toni estava eu não conseguia encontrar. Eu ficava dando voltas pelas ruas mas sem nunca encontrar o lugar.
Até que decido ir por uma outra rua que dava pro mesmo caminho que o GPS estava indicando.
Eu andei um pouco e então.. Achei o lugar.
Eu nem podia acreditar nisso.
Era um galpão e parecia ser abandonado. Não tinha nenhum vizinho que pudesse ouvir alguma coisa ou alguma alma viva pelas ruas.
Era o lugar perfeito para o Toni fazer tudo que quisesse com o Cebola...
Sinto um arrepio ao pensar isso.
Na verdade eu era uma covarde.
Estava cheia de ódio do Toni enquanto vinha até aqui pensando em vários modos de matar ele. Mas agora que eu cheguei aqui.. Eu sei que não teria coragem de matar ninguém. Por mais que odiase a pessoa como odeio o Toni.
Mas eu tinha que tentar fazer alguma coisa.
Não podia deixar o Toni matar o Cebola.
Ouso um grito vindo de dentro do galpão e me desespero, saindo do carro na mesma hora.
Ponho a mão na minha barriga, rezando pra que tudo desse certo e não acontecesse nada com nós dois e o Cebola.
Respiro fundo antes de abrir lentamente a porta do galpão e entrar silenciosamente lá pra que Toni não me percebesse.
- Doeu é? - Toni da aquela risada de psicopata dele - E isso daqui? Doí também?
Cebola da outro grito de dor.
Quando olho, vejo que Cebola estava de pé do chão, com os braços presos por correntes no teto.
Seu olho esquerdo estava roxo e a boca vermelha de sangue. Seu corpo tinha um pouco de sangue também, principalmente em seu ombro que sangrava um tanto demais e havia um pequeno furo na camiseta como se ele tivesse levado um tiro ali.
Meu coração se aperta ao vê-lo daquela forma.
Toni solta uma gargalhada.
- Mas sabe.. Como eu sou muito bom, vou ligar para querida de novo. Quem sabe eu deixo ela falar com você uma última vez. - ele continua rindo daquele jeito louco enquanto pegava o celular
Entro em pânico, pegando meu celular do bolso que meu vestido tinha e tentando desbloquea-lo rapidamente pra tirar a droga do som.
Meus dedos tremiam tanto de nervoso que eu não conseguia acertar a senha e então...
O celular começa a tocar em alto e bom som uma música que eu tinha colocado como toque de celular.
Meu corpo todo gela.
Burra! Quem é que vai atrás do bandido e se esquece de disligar o celular? Só a idiota aqui.
Os olhares de Toni e Cebola param em mim.
- Querida... - Toni não disfarça sua surpresa, enquanto desligava o celular encerrando a ligação - Que surpresa vê-la aqui.
Dou um passo pra frente com a coragem que eu não tinha, não vendo mais motivo pra ficar escondida agora que ele sabia que eu estava ali.
- Posso saber como nos achou? - ele estava relaxado, como se minha presença ali não fosse nada demais
Respiro fundo.
- A Irene colocou um rastreiador em você antes que fugisse com o Cebola. - respondo
Ele ri.
- Deveria ter imaginado. Ela é inteligente. - ele ri achando aquilo divertido
- Ela está no hospital e fora de risco de vida só pra você saber! - não controlo a minha raiva - Você não conseguiu matar ela.
- Até é bom que ela não tenha morrido. Não era minha intenção matar ela. Ela só acabou aparecendo no lugar errado a hora errada. - ele da ombros como se não fosse nada demais
Eu odiava ele cada vez mais.
- Solta o Cebola. - digo
Toni começa a gargalhar.
- Você não lembra da ligação que eu fiz pra você querida? - ele ainda ria mas não me deixa responder - Eu te disse que se eu não podia ficar com você, então o seu querido Cebolitos também não ia ficar.
Ele tinha um jeito e um olhar doentio agora e com isso eu sabia que ele iria fazer qualquer coisa.
Reprimo a vontade de chorar.
- Por que você continua fazendo isso? Me fazendo sofrer cada vez mais... - mordo os lábios
- Porque eu amo você querida. - ele me diz
- Se você realmente amasse não me machucaria assim. Porque quem ama não machuca a pessoa amada. - minha voz sai chorosa pelo choro que estava reprimindo - Por favor, para com isso. Me deixa em paz.. Deixa a minha família e meus amigos em paz. Você pode viver longe daqui.. Encontrar uma garota que realmente ame, construir uma família com ela... - ele me interrompe bruscamente
- Eu não tenho vida longe de você! - berra me fazendo dar um passo pra trás por medo
- Mô... S-Sai daqui... - quase não consigo ouvir a voz fraca de Cebola, mas o ignoro
Eu não iria embora daqui sem ele!
- E por isso... - Toni continua, como se não tivesse ouvido a voz de Cebola - Que depois que eu matar ele, eu vou me matar para assim ter paz e me encontrar com você depois da sua morte. Assim seremos felizes pra sempre. - ele sorria agora sem parar
Mesmo sabendo que ele não iria me matar, senti um arrepio com isso.
- Você não vai matar ele! - falo
- Sinto muito querida, mas não vai ser possível ele continuar vivo. - Toni pega uma arma - Mas não vai doer. Prometo que atiro no coração. Será rápido e ele nem vai sentir nada...
- O Josh está vindo pra cá com a polícia. Eles vão te prender! Você não vai conseguir fugir. - tento de algum modo para-lo
Droga. Por que não avisei a Josh que estava vindo atrás do Toni?
Eu sou uma burra idiota achando que podia resolver tudo isso sozinha.
Toni se vira lentamente pra mim, sorrindo.
- Eu sempre sei quando está mentindo, querida. - ele sorri pra mim e olha pra Cebola de novo que mal conseguia se manter em pé - Adeus Cebola.
Num ato de loucura, corro até Toni tentando tirar a arma da sua mão fazendo com que ele acertasse uma bala em uma das luzes do galpão.
Eu e Toni ficamos brigando, um tentando tirar a arma do outro.
Nisso, eu consigo derrubar ele no chão e quase tiro a arma dele só que ele consegue me derrubar no chão enquanto brigavamos pela arma.
Eu não sei quem, mas um de nós dois acaba apertando no gatilho no meio da briga.
O barulho do tiro ecoa por todo o galpão.
Entro em choque.
- MÔNICA! - Cebola grita o meu nome
Espero pela dor que não vem e então abro os meus olhos encontrando Toni com os olhos arregalados, pra depois ir os fechando lentamente.
Eu estava paralisada sem conseguir me mecher.
Ele morreu.
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