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História Love Me Anyway - Both Sides Now


Escrita por: SkyWithDiamond

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 26 - Both Sides Now


Fanfic / Fanfiction Love Me Anyway - Both Sides Now

Alex parou o carro bruscamente, por conta do impulso Sam foi jogada para frente, mas parada pelo o cinto de seguranças, Sam imediatamente olhou para a mulher ao seu lado para ter a certeza de que estava tudo bem com ela, os cabelos da agente haviam se bagunçado com aquela situação inesperada, a ruiva olhou para a CFO para ter a mesma certeza de que Sam estava bem. Era notável a respiração ofegante em ambas.

- Você está bem? - perguntou Alex preocupada.

Sam concordou com um simples balançar de cabeça, ainda era difícil falar depois daquele susto.

- O que aconteceu? Você cochilou por um segundo? - indagou tentando se entender como uma viagem tranquila havia levado as duas àquele susto.

- Um esquilo… Ele apareceu do nada e cruzou a pista, eu não poderia passar por cima, eu tive que parar - explicou-se ainda apavorada ao imaginar que poderia ter causado um acidente.

Sam gargalhou alto, ela não poderia acreditar que tudo aquilo foi por conta de um indefeso animal, Alex olhou para a CFO, se perguntava por que raios Samantha estava gargalhando quando elas quase que sofreram um acidente.

- É bom saber que você é daquelas pessoas que em momento de angústia reage assim - retrucou apontando para o sorriso da CFO, os olhos quase se fechando por conta do grande sorriso em seu rosto.

- Nós quase morremos por causa de um esquilo, seria uma morte trágica e sem sentido - Sam voltou a gargalhar e Alex pareceu se acalmar.

A noite já havia chegado, as duas havia parado aquela longa viagem apenas para comerem algo no caminho, ou quando Sam insistiu que precisava usar o banheiro. Em nenhum momento Alex deixou Sam pegar o volante, não porque não queria que a mulher soubesse para onde estavam indo, mas porque não queria que Sam se cansasse durante a viagem.

- Alex, acho que isso deve ter sido um aviso, é melhor pararmos em algum lugar e descansar - Sam olhou para o céu através de sua janela, ela não precisava arriscar para saber que era muito tarde - Você precisa descansar e eu preciso esticar minhas pernas - pediu tentando se espreguiçar naquele banco.

- Estamos perto, dez minutos no máximo…

- Então me deixa dirigir, você já dirigiu por horas.

- Estamos chegando, eu já passei horas sem dormir em missões, dirigir por algumas horas não é nada - Alex voltou a direcionar o carro e as duas seguiram novamente.

A alguns metros daquele quase acidente, Sam leu a placa de “Bem-vindo à Midvale”

Kara ouviu a campainha e mesmo não sendo necessário, ela usou sua super velocidade para chegar mais rápido, ao abrir a porta Lena sorriu, Kara por outro lado não parecia tão feliz assim, ela analisou a CEO, procurando por algum indício de agressão, mas ao seu olhar superficial Lena estava perfeitamente bem.

Lena não precisou de um convite, como se fosse sua própria casa ela entrou no apartamento e Kara fechou a porta atrás de si.

Lena olhou pelo o local e não encontrou nenhum sinal de Alura ou Ruby.

- Elas foram jantar com Winn, abriu essa nova lanchonete em National City e Ruby estava louca para ir - respondeu como se tivesse lido os pensamentos de Lena.

A CEO parou surpresa, mas não questionou.

Kara ajeitou a lateral de seu óculos e se aproximou da mulher.

- Você me assustou com aquela ligação… O que houve?

Lena ainda não sabia como dizer que teve um encontro com a versão má da mulher a sua frente, Kara se aproximou ainda mais e as duas estavam próximas demais, Lena ainda tinha dificuldade em ter Kara tão perto de si e mesmo assim intocável.

- Algum progresso sobre essa outra Kara?

- Estamos no escuro, não sabemos o que ela quer, como podemos combatê-la, sobre isso ainda nenhum progresso, mas Brainy está tentando formular versões de kryptonitas e

- Você só pode está brincando - retrucou não tão feliz, não estava acreditando no que DEO estava planejando - Kara, eles vão usar essas versões de kryptonita em você? - Kara não respondeu, ela não precisou, estava escrito em seu rosto - Você vai servir de cobaia? Kara! Isso pode matar você.

- Já sabemos o que a verde, negra e vermelha fazem. Minha mãe tem conhecimentos de mais algumas cores, porém não sabe o que elas podem simbolizar, e como não temos mais nenhuma kryptonita aqui na Terra, Brainy está tentando recriá-las. Sim, eventualmente eles vão ter que testar em mim para saber se poderemos usar contra a outra eu.

- E o que vai acontecer se uma delas for mais nocivo que a kryptonita verde? Isso pode matar você - Lena por um breve momento se perguntou como aquela agência secreta conseguia ser tão estúpida em questão de inteligência.

- Lee você está exagerando… - o apelido carinhoso pareceu acalmar Lena por um momento - Eles não vão me matar…

- Isso é ridículo! - respondeu com um pouco de fúria, porém não o bastante para explodir de raiva.

Kara tentou tocar no braço de Lena para obter sua atenção novamente, porém Lena recusou, não porque estava com raiva, mas porque Black Supergirl havia deixado sua marca na CEO, as marcas da pressão que Kara havia feito ainda estavam em seus braços e um toque poderia acentuar o incômodo em Lena.

- Eu… - Lena sentiu um aperto em seu peito ao ver a expressão desapontada de Kara por Lena ter recusado o toque - Eu tenho um plano, foi por isso que vim até aqui.

- Oh… Claro - respondeu tentando sorrir e fingir que estava tudo bem.

- Há um modo de obtermos todas as respostas, o que Lex e essa Supergirl pretendem fazer, o que querem e o que irão usar para tentar conseguir alcançar o que querem - Lena caminhou até o sofá e sentou-se na ponta, Kara acompanhou a CEO ficando ao seu lado - Com isso podemos impedir que você sirva de cobaia e podemos acabar com tudo antes que a cidade esteja em total perigo.

- Sério? Como faremos isso Lena? - Kara estava ansiosa, ela deveria ter previsto que Lena salvaria a todos novamente.

- Usando um agente duplo - informou cautelosamente, ela sabia que quando chegasse as reais palavras, Kara iria surtar.

- Algo me diz que Lex não aceita novos membros e outra, provavelmente ele já deve ter todos os dados de quem trabalha para a segurança especial da cidade. - informou o óbvio.

Kara esperou Lena sobrepor sua argumentação, mas a CEO continuava a olhar fixamente para a ex, como se contasse o segredo apenas pelo o olhar. Kara imediatamente levantou do sofá ao entender tudo.

- Lena, não!

- Kara é o único jeito! - respondeu levantando e ficando diante da outra, Kara cruzou os braços como se bastasse para obter uma resposta - Lex não recusaria, esse é o momento perfeito, Lex vai acreditar que estou do seu lado, principalmente agora que ele sabe que eu descobri sobre sua identidade, eu direi que estou magoada e que passei a odiar você assim como ele fez com Superman - Kara continuava com sua expressão séria - Eu vou me infiltrar, vou descobrir tudo o que ele planeja e então você pode acabar com tudo isso.

- Ele pode machucar você…

- Lex jamais faria isso - assegurou conhecendo seu irmão.

- Ela pode machucar você…

Lena engoliu a seco, Kara jamais poderia saber das marcas que haviam em seus braços.

- Se vocês duas compartilham dos mesmos sentimentos, ela não fará isso comigo.

- Mas ela é uma versão má de mim, ela é inescrupulosa Lena! Rao… - Kara suspirou - Eu não tenho ideia do que eu seria capaz de fazer se ela encostasse em você.

Lena sorriu, sabia que não era o momento, mas sorriu.

- Eu estarei do lado deles, ela não terá motivos para se voltar contra mim. Confia em mim, por favor - pediu necessitando ouvir de Kara uma boa resposta.

- Eu confio Lena, eu confio, mas você não pode me pedir para concordar com esse seu plano, nada nele me parece seguro, porém eu não tenho o direito de dizer o que você deve ou não fazer, e conhecendo você, provavelmente já deu o primeiro passo desse plano.

Lena sorriu, Kara estava certa, o primeiro passo da CEO foi demonstrar para Black Supergirl que realmente havia ficado balançada com toda a história de Kara não confiar seu segredo. Lena sabia que isso daria confiança a Black Supergirl de que havia obtido sucesso com sua semente maligna.

- Ao menos me deixa falar com J’onn, podemos colocar escutas em você ou

- Kara, Lex notaria isso, assim como qualquer outro dispositivo que eu venha a usar para passar informações à vocês. Ele vai vasculhar meu apartamento, a L-Corp, CatCo e todos os lugares em que eu e você temos em comum, ele terá a certeza de que você e eu realmente não temos mais nada, então ele vai acreditar por completo.

- Como eu saberei se você estiver em perigo?

- Tenho certeza de que irá encontrar um jeito de descobrir - Lena finalmente havia vencido aquela discussão, ela pôde ter a certeza pela forma como Kara suspirou se deixando vencer.

- Eu sei que não eu não tenho direito de pedir nada, mas eu preciso que você me prometa algo.

- Eu não vou me deixar consumir pelo o lado negro da força - gargalhou fraco.

- Me promete que no momento em que ficar perigoso demais, você aborta essa missão. Lena, eu quase perdi você quando lutamos contras as Worldkillers, eu não posso arriscar quase ou perder você de novo.

- Você sabe que não posso prometer isso, especialmente para você - Kara arqueou uma sobrancelha em questionamento - Se tudo ficar perigoso demais, é aí que eu tenho que permanecer firme, porque será quando você mais precisará de mim, estamos juntas até o fim de tudo - algo naquela sentença fez Kara sorrir - Mas eu prometo que terei cuidado.

- É o máximo que vou ganhar, não é mesmo?

Lena sorriu.

- Você sabe que sim.

As duas compartilharam um momento singelo com sorrisos, em outras ocasiões elas terminariam aquela conversa com um beijo, mas ainda não estavam cem por cento confortáveis em sua situação.

- Hum… é melhor eu ir.

- Está tarde, você pode dormir no meu quarto, eu durmo aqui na sala - sugeriu, não era porque estava tarde, mas porque não queria deixar Lena sozinha.

- Eu preciso resolver outro assunto, realmente tenho que ir - admitiu querendo desesperadamente ficar.

- Precisa de uma carona?

- Por mais que voar seja uma oferta irresistível, eu vou ter que recusar. Nos falamos em breve… - Kara concordou e acompanhou Lena até a saída.

Quando Lena virou-se para dar uma última despedida, Kara a pegou desprevenida e a abraçou, Lena nunca se sentiu tão segura em um outro lugar a não ser nos braços de Kara.

- Você continua se arriscando para me ajudar - Kara a soltou para poder olhar nos olhos da CEO - Acho que tenho minha heroína particular.

Lena corou e Kara guardou aquela cena para sempre em sua mente, poucas vezes ela vira Lena Luthor corar com algo, era sempre Kara que sentia suas bochechas esquentarem por algum comentário.

- Me manda uma mensagem quando chegar ok? Vai me fazer me sentir mais aliviada - pediu a loira sabendo que só conseguiria pregar os olhos em um bom sono quando Lena chegasse em segurança em casa.

- Claro, tenha uma boa noite Kara.

Lena sorriu por fim e caminhou ao elevador, Kara observou a mulher entrar na caixa metálica para só então entrar de volta ao apartamento.

Alex saiu do carro, o sorriso gigante em seu rosto deixou Sam desconfiada. Alex abriu a porta do lado da CFO convidando-a a sair, porém, Sam olhou ao redor, elas haviam saído da estrada e entrado em um caminho no que Sam poderia afirmar ser um bosque, ou uma floresta, de qualquer forma ela sentia calafrios ao lembrar que já assistira diversos filmes de horror em que se ambientava em locais como aquele.

- Sam?

- É essa a hora em que você me mata e usa meu corpo para rituais satânicos? - questionou ainda incerta. Alex girou os olhos com a pergunta - Alex, onde estamos? Eu realmente não me sinto segura por aqui.

- Confia em mim - pediu não em tom de brincadeira, nem mesmo sorrindo para tirar o medo de Sam - Eu jamais deixaria algo acontecer com você.

Sam não duvidava daquilo. A CFO finalmente saiu do carro e Alex pode travar o veículo. Em um ato de proteção, Alex segurou a mão de Sam e seus dedos se entrelaçaram, a ruiva deu um sorriso para a CFO que pôde se acalmar.

- Essa é minha cidade natal - comentou - Midvale - as duas continuaram a andar, estava escuro, mas a luz da lua era suficiente para clarear o local por onde passavam - Eu admito que não fui a melhor criança ou adolescente, mesmo depois de Kara entrar em minha vida as vezes eu ainda me sentia sozinha, e eu meio que tinha um refúgio para quando o mundo fosse cruel demais comigo - Sam ouvia atentamente a história, porém não abaixava sua guarda para possíveis ataques de animais - Costumava ter essa cabana abandonada por aqui, eu sei que parece assustador e tudo, mas eu sempre me refugiava nela, era algo perigoso, mas eu me sentia tão segura…

Alex parou seus passos consequentemente obrigando Sam a fazer o mesmo, a CFO a olhou.

- Foi assim que me senti quando Reign estava em seu controle. Era perigoso ficar ao seu lado, mas eu nunca me senti tão segura com alguém como eu me sinto com você, Sam - Sam não conseguia formar uma palavra, estava muito focada nas sessões que aquela pequena declaração havia lhe causado - Enfim - as duas voltaram a andar - Anos depois de ter saído de Midvale eu voltei, resolvi visitar meu lugar favorito, mas já não estava mais lá… Foi então que resolvi fazer isso - as duas pararam novamente.

Alex apontou para frente e Sam pôde ver a pequena e linda cabana, estava em ótimo estado, parecia ser cuidada diariamente por alguém. Apesar de não ter entrado, Sam poderia imaginar que seria um lugar bastante aconchegante.

- Ninguém sabe sobre isso, a não ser Kara é claro, mas além dela ninguém tem conhecimento disso. É um lugar importante, e eu queria compartilhar com você.

Sam não deixou Alex falar mais uma palavra e a beijou, a ruiva não conseguiu deixar de sorrir contra o beijo inesperado, mas não se atreveu a arruinar aquilo, sua não subiu para os cabelos da CFO deixando seus dedos emaranharem nos cabelos alheios. Sam terminou aquela ação, mas não soltou a ruiva, seus olhos se encontraram na escuridão daquela noite, Sam estava séria e aquilo preocupou Alex.

- Você me faz sentir especial…

- Você é, eu só gosto de reafirmar - respondeu dando um rápido beijo na ponta do nariz da CFO.

Sam sorriu e se afastou um pouco. As duas caminharam em direção a cabana e Alex usou sua chave para abrir a moderna instalação no meio daquelas árvores.

Lena viu que faltava apenas um andar para chegar ao seu objetivo, ela checou seu estado na tela do celular e voltou a guardá-lo no bolso do sobretudo.

- Você consegue, Lena! - se incentivou.

A mulher saiu do elevador, caminhou até um dos muitos computadores dali, Lillian pulou da cama surpresa com a visita. Lena desativou o campo de força e finalmente se virou para a mãe, foi então que a matriarca ficou ainda mais surpresa, os olhos de Lena estavam avermelhados e era notável que ela havia chorado, seu olhar era de dor e Lillian ficou curiosa.

- Sai daqui! - ordenou com fúria.

- O que está ocorrendo? - Lillian estava livre, porém não dava um passo para sair de sua prisão.

- Sai daqui, eu não vou mais segurar você.

- Achei que iríamos trabalhar juntas.

Lillian viu a lágrima de Lena descer de um dos olhos, ela não lembrava de ver sua filha tão quebrada assim.

- Você estava certa… - Lena tentou sorrir, um sorriso melancólico que não tinha nada de felicidade - Eles não se importam. Kara nunca se importou…

Lillian pareceu desconfiada, ela precisava de uma estória completa.

- Eu encontrei com a outra Supergirl, ela… - Lena tentava não demonstrar tanta dor, ela queria que parecesse real - Ela me contou a verdade.

- Que verdade? - indagou ansiosa.

- Ela me disse que nunca acreditou realmente em mim, que nunca confiou em mim…

Lillian saiu de sua prisão e abraçou a filha, Lena não esperava por aquilo, não esperava aquela reação. Lillian sorria vitoriosa. Lena se soltou da mulher e enxugou suas lágrimas.

- Você está livre, eu não preciso de você aqui ou da sua ajuda para salvar Supergirl. Ela morreu para mim - Lillian reconhecia aquele olhar, era o mesmo olhar quebrado que Lex tinha ao descobrir sobre Superman.

- Você não sente isso, você não quer acabar com Supergirl - comentou tentando provar que a filha ainda sentia algo pela a outra.

- Eu nunca disse que acabaria com ela, eu só não me importo mais - Lena olhou fixamente para sua mãe, a desafiando a discordar - Seus documentos continuam no cofre, você não precisa voltar para prisão, está livre.

- Eu avisei, desde o princípio eu alertei que esses kryptonianos não se importam, eles nunca amariam um Luthor - afirmou - A dor vai te tornar mais forte, minha querida, mas a raiva… Ela pode criar coisas grandiosas… - Lillian caminhou para o elevador.

Lena cruzou os braços ainda demonstrando sua insatisfação com o que acontecera.

- A Mansão Luthor continua no mesmo local - informou.

O elevador se fechou e Lena pôde finalmente respirar aliviada depois do tenso teatro. Se ela iria se tornar uma agente dupla, ela teria que fazer direito. Primeiro fazendo com que Lex e Lillian acreditassem em sua revolta com os Supers, depois se aproximando cautelosamente de Black Supergirl, para só então receber o convite para participar daquele plano dos Luthor’s.

Lena sorriu, nunca pensou que um dia usaria o que seu irmão ensinou, como manipular pessoas.

Lena havia tirado cópias dos documentos e estudos de sua mãe, e guardou os originais no mesmo lugar de onde tirou. A verdade é que aquela não era uma batalha entre Super’s e sim entre Luthor’s.

- Então… - Alex encheu sua taça de vinho, as duas estavam sentadas na grande cama confortável, uma ao lado da outra, ambas com uma taça de vinho na mão, pelas contas de Alex, era a quinta rodada - Eu já contei sobre praticamente tudo da minha vida e a única coisa que recebi foram comentários maldosos e gargalhadas.

- Não é culpa minha se suas tragédias são cômicas - disse sorrindo mais do que o normal, Sam nunca fora boa em aguentar muito álcool em seu sistema.

- Então me fala de você, quero saber sua cor favorita e apesar de saber que é vermelho eu preciso ouvir de você - Sam arqueou uma sobrancelha em questionamento - Me conta da sua vida, dos seus medos, das suas conquistas. Eu quero aprender tudo sobre você… - Alex pôs sua taça na escrivaninha de madeira, aliás, tudo ali parecia ter sido produzido pelas próprias árvores que cercavam aquela cabana.

Alex se deitou de bruços e deixou suas mãos segurarem seu queixo, enquanto ela olhava para Sam a CFO sorriu ao ver o quão adorável Alex parecia. Seu sorriso gradativamente se fechou, seus olhos focaram na coloração dentro de sua taça.

- Eu sempre me senti sozinha, não tive irmãos, as crianças na escola eram malvadas, Patricia nunca foi uma pessoa próxima o bastante de mim, claro, ela nunca deixou faltar nada, mas eu sempre sentia uma distância entre nós duas, minha adolescência não foi diferente… - Sam deu de ombros - Então eu tive Ruby, e eu prometi a mim mesma que jamais deixaria minha filha se sentir como um dia eu me senti, Ruby foi a melhor coisa que me aconteceu.

Alex alcançou a mão de Sam e lhe passou conforto, a CFO voltou a olhar para a agente e Alex percebeu a emoção em seus olhos.

- Você é uma mãe incrível Sam, e eu sei o quanto Ruby ama você e tem admiração. Você não está mais sozinha, além de Ruby você tem aos nossos amigos, você tem à mim e eu garanto que não vou a lugar algum.

Sam sorriu e uma lágrima escapou de seu olho, Alex não sabia se era uma lágrima de felicidade ou uma de mágoa pelo o que a CFO contara.

- Minha cor favorita é vermelho, na escola eu venci um concurso de soletração, na faculdade me formei em primeira da turma, minha música favorita de todos os tempos é You’re My Sunshine, minha música favorita atualmente é Universe and U da KT Tunstall, essa música me faz lembrar de nós - Alex sorriu ao ver Sam corar violentamente com aquela confissão - Adoro assistir reality show de competição culinária, quase fiz uma tatuagem quando estava completamente bêbada, já discuti com um grupo de mães em um dos jogos de futebol de Ruby.

Alex gargalhou.

- Por favor, me diga que alguém tem essa gravação - pediu tentando imaginar Sam brigando com um bando de mães.

- Eu fui suspensa por dois jogos.

- Eles podem fazer isso? - questionou curiosa.

- Alex, uma coisa que você precisa saber sobre mães e escolas, é que sempre há uma abelha rainha entre elas e se você a irrita, ela é capaz de tudo. - Alex voltou a gargalhar com a insatisfação de Sam ao contar aquilo.

- Bom, agora elas vão pensar duas vezes antes de enfrentar você, eu sou uma agente secreta.

- Você não pode prendê-las só porque eu não gosto delas - apontou achando bobo o comentário da agente.

- Diz isso para o meu distintivo.

Foi a vez de Sam gargalhar, a mulher deixou sua taça no chão e se aproximou para dar um rápido beijo na ruiva que não se importou com o breve selinho.

- Você ainda tem medo… - não foi uma pergunta, foi uma afirmação que pelo o tom de Alex era doloroso demais tocar no assunto.

- De quê?

- Ficar sozinha, você ainda tem medo - afirmou, Sam ficou calada, se perguntou como Alex era capaz de ver por cada camada que ela colocava para disfarçar seus sentimentos - Você não acredita em mim quando digo que não deixarei você?

- Alex, não é isso.

- Então o que é? Sam, me fala o que está acontecendo, porque eu consigo sentir que ainda tem algo incomodando você e se for algo em relação a mim eu preciso saber…

Sam hesitou, e por um momento Alex achou que a CFO não iria compartilhar suas angústias.

- Você vai me achar insegura e patética por pensar isso.

- Eu jamais acharia isso.

Sam voltou a olhar para a agente, suspirou, ela tinha que falar agora.

- Eu sei o quanto foi difícil para você quando Maggie e você terminaram, eu sei o quanto doeu, eu vi sua dor, e algo assim não é fácil de se superar… Algo dentro de mim ainda afirma que seu coração ainda está com ela, e que por algum motivo eu estou aqui só de passagem, e por mais que eu queira ficar ao seu lado mesmo que por um tempo, mesmo que seja por enquanto Maggie não aparece, eu sei que vou ficar devastada.

De tudo o que pensara Alex nunca havia chegado naquela possibilidade. Sam parecia angustiada com a falta de respostas.

- Maggie me ajudou a descobrir quem eu realmente era, ela é alguém importante para minha vida, mas acontecemos muito rápido, foi algo verdadeiro, porém no fundo, mesmo não admitindo sabíamos que algo não estava certo. Sim, foi difícil a separação, mas porque eu achava que se não fosse com Maggie não seria com mais ninguém - Alex saiu de sua posição e sentou ao lado de Sam, ela beijou sua têmpora e a CFO abaixou seu olhar - Um dia Kara me disse que eu teria tudo, eu não acreditei porque sabia que era só uma forma dela tentar amenizar as coisas, mas ela estava certa, eu estou prestes a ter tudo. Uma mulher que eu amo, uma filha incrível, uma família… - Sam olhou para Alex e a agente enxugou as lágrimas da mulher - Eu jamais entraria em um relacionamento só para curar minha dor, eu não estou com você para esperar Maggie voltar. Eu segui em frente Sam, acredita em mim quando digo que eu já não consigo me ver em um relacionamento sem você nele.

Sam chorou ainda mais, ela não conseguia formular uma palavra. Alex a abraçou, se deitou na cama e deixou a cabeça da CFO descansar sobre seu peito, uma mão foi à cintura de Sam a segurando ali, a outra subiu para seus cabelos fazendo um leve carinho, Alex não se importava de sua noite terminar assim, era necessário aquela conversa e ela só esperava que Sam entendesse seu ponto.

Alex sorriu com algo, até que começou a cantar, sua voz era mais suave do que Sam pudesse imaginar.

A fire burns

Water calms

You cool me down

When I'm cold inside

You are warm and bright

You know you are so good for me

With your child's eyes

You are more than you seem

You see into space

I see in your face

The places you've been

The things you have learned

They sit with you so beautifully  

Alex conhecia bem a letra de Universe and U, por coincidência a música que fazia Sam lembrar das duas. A agente continuou cantando, Sam quase que podia ouvir a melodia além da voz de Alex.

You know there's no need to hide away

You know I tell the truth

We are just the same

I can feel everything you do

Hear everything you say

Even when you're miles away

'Coz I am me, the universe and you

A letra da canção parecia perfeita para elas, e Alex só havia percebido agora, seus dedos nunca paravam o carinho gentil nos cabelos da CFO, Sam estava no paraíso, ela podia ficar assim por horas, dias.

Just like stars burning night

Making holes in the night

We are building bridges

You know

When you're on your own

I'll send you a sign

Just so you know

I am me, the universe and you

Alex terminou a canção com um sorriso, Sam levantou seu olhar, seus olhos fixaram nos de Alex e agente perdeu por rápidos segundos a respiração com a tamanha intensidade daquele ato.

- É cedo demais para dizer que eu te amo? - questionou Sam não tendo ideia do que aquela sentença havia causado em Alex.

- Por favor, fala…

Sam sorriu.

- Eu amo você, Alexandra Danvers.

Alex respondeu com um beijo inesperado, Sam não soube exatamente como aquilo aconteceu, mas meticulosamente Alex conseguiu ficar sobre a CFO, as duas não quebravam o beijo por nada, Sam precisava de Alex e aquele momento parecia o ideal. A agente quebrou o beijo apenas para poder olhar novamente nos olhos de Sam, Alex sorriu.

- No caso de você não ter entendido, eu também amo você Samantha Arias.

Sam levou suas mãos para dentro da blusa da agente, ela pôde sentir o abdômen firme da mulher, Alex sorriu orgulhosa com a surpresa de Sam, a CFO sorriu para logo voltar a beijar a agente.

Lillian entrou em sua mansão, Lex que estava discutindo com Black Supergirl parou ao ver sua mãe parada diante dele, Kara olhou para a mulher com curiosidade. Lillian finalmente estava no comando de tudo, Kara cruzou os braços e Lillian se aproximou de Supergirl.

- Mamãe? Como saiu? - questionou completamente surpreso.

Lillian o ignorou e continuou a encarar Supergirl.

- Você encontrou com minha filha? - questionou desconfiada.

- Ela e eu tivemos uma conversa - respondeu ainda de braços cruzados e uma expressão de poucos amigos.

- O que disse à ela?

- Contei que a Kara que ela costumava conhecer era uma farsa, falei que Kara não confiava nela e só estava ao seu lado porque era conveniente - Kara não sabia porque estava respondendo a mulher sem nenhum questionamento.

- E ela acreditou em você? - Lillian precisava confirmar o que viu no dia anterior com a filha.

- Ela tentou ser forte, tentou não demonstrar que havia ficado com raiva e magoada, mas eu conheço Lena, ela não iria parecer fraca diante de mim.

Lillian imediatamente voltou para seu filho, ela sorriu com não sorria há tempos.

- O que houve, mamãe?

- Sua irmã finalmente abriu os olhos - Lillian gargalhou ainda não acreditando em tamanha vitória.

- Cada vez mais acredito que Lena é a única pessoa sã na família de vocês - comentou Kara ao ver Lillian ainda gargalhar.

- Lena me libertou, ela estava devastada, me contou que a preciosa Supergirl nunca acreditou nela, ela me entregou todos os estudos sobre os kryptonianos sem questionar. Eu nunca vi Lena com tanta fúria assim…

- Mamãe, você tem certeza?

- Querido… - Lillian segurou o rosto do filho - Eu jamais achei que um dia você ficaria contra Clark e aqui está você, prestes a destruir o Superman. Lena finalmente alcançou essa mesma mágoa, mas precisamos ser cautelosos - alertou. Lillian voltou para Supergirl e se aproximou - Você deu o primeiro passo querida - Lillian rondou a jovem - E preciso que dê os próximos, Lena está quebrada e eu preciso que você esteja lá por ela, apesar de você e a outra terem o mesmo rosto, algo me diz que sua escuridão alimentará a de Lena. Quando menos esperarmos Lena estará aqui ao nosso lado.

- E se eu não quiser fazer isso? - questionou não gostando das ordens.

- E por que não faria, querida? Lena estaria ao seu lado, não é isso que você quer? Lena inteiramente sua? - as palavras de Lillian eram como veneno que alimentava a loira - Faça-a uma visita, esteja sempre presente.

Kara concordou ainda com a imagem de ter Lena apenas para si. Kara voou, saindo dali e Lillian sorriu, Lex se aproximou da mulher, ele ainda parecia desconfiado.

- Por que você insiste tanto em trazer Lena para isso? - Lex entendia que Lena seria fundamental para domar Black Supergirl, mas ele sabia que havia mais do que sua mãe havia contado.

- Eu passei anos estudando Alura, as armas e venenos kryptonianos e mesmo assim eu nunca fui capaz de reproduzir a única kryptonita que pode matar definitivamente os Super’s. Você não tem ideia da capacidade da sua irmã, Lex. Se há alguém capaz de conseguir produzir uma kryptonita branca esse alguém é Lena e agora mais do que nunca é nossa chance.

- Passou por sua mente que Lena pode está fingindo?

Lillian sorriu.

- Você foi o que sempre conseguiu me enganar e manipular Alexander, Lena nunca foi capaz disso. Eu sei exatamente quando ela está mentindo para mim - Lex confiou em sua mãe, ela tinha um bom argumento - Agora eu vou tomar um bom banho e descansar um pouco, depois voltaremos ao trabalho.

Lex observou sua mãe desaparecer em algum lugar daquela mansão.

Kara entrou no laboratório, Brainy estava de costas e alguém havia apresentado os fones de ouvido a ele, o garoto fazia seus experimentos enquanto dançava quase que roboticamente. A loira sorriu e deu uma olhada nos frascos com líquidos coloridos em cada um. A loira pegou o frasco com líquido vermelho, a cor vibrante chamou sua atenção.

- EI! NÃO! -  o grito de Brainy fez Kara se assustar, deixando um pouco de líquido cair em sua mão, a loira imediatamente enxugou - Isso são experimentos, o que você acabou de pegar é kryptonita vermelha! - Brainy tomou da não da Super e pôs no local de origem.

Kara olhou para sua mão, o líquido já não estava ali, a loira sentiu algo estranho, ela sentia a adrenalina em seu corpo, Kara fechou os olhos por alguns segundos, quando os abriu Brainy conseguiu ver o rápido risco de raio vermelho nos olhos da Super.

- K… Kara? - chamou desconfiado.

Kara apenas sorriu para o jovem.

- Volte ao trabalho - disse batendo no ombro do garoto.

- Então… Você é mãe de Kara? - questionou Ruby ajudando Alura com o almoço. Alura iria fazer seu melhor prato, iria fazer Kara lembrar um pouco de Krypton.

As duas estava na modesta cozinha do apartamento de Kara, ela e a jovem Arias estavam se dando melhor do que Alex poderia imaginar.

- Sim, querida - respondeu com um sorriso.

- Minha mãe disse que Kara é Supergirl, então você é tipo, uma Superwoman? - perguntou entregando os vegetais cortados.

Alura sorriu com a pergunta.

- Não, querida. Eu sou apenas a mãe dela, Super Mãe talvez…

- Mas se existe uma Supergirl, deve haver alguma Superwoman, certo? - Ruby realmente estava curiosa sobre toda aquela estória de super heróis.

- Em Krypton? Não que eu lembre de algo…

- Em National City? - indagou.

Alura sorriu e com a animação da jovem para saber mais.

- Bom, é uma cidade cheia de heróis, quem sabe um dia aparece alguma Superwoman…

Ruby sorriu, ela nunca poderia se cansar de descobrir mais sobre aqueles moradores especiais da cidade.

- Agora me passa os cereais - pediu apontando para o final da mesa.

Alex sorria mesmo de olhos fechados, ela e Sam haviam compartilhado de algo único e intenso na noite passada, Alex imaginou que seria algo grandioso, mas nada se comparou com a realidade. A ruiva tinha sua cabeça descansando sobre o peito nu de Sam, os braços de Sam descansavam nas costas nua da agente. Alex abriu os olhos, olhou para Sam e sorriu, a agente procurou pelo o lençol tateando ao lado, porém não havia nada sólido, Alex achou estranho e quando finalmente se deu conta do que estava acontecendo ela se agarrou ainda mais a Sam.

Elas estavam flutuando, quase chegando no teto da cabana. Alex estava sobre Sam e as duas não tocavam o colchão, Alex engoliu a seco e voltou a olhar para Sam se perguntando como diabos aquilo estava acontecendo.

- Jess, eu sei que estamos no fim de semana, mas preciso de um favor seu - Lena falava ao celular enquanto andava para atender a porta - Os arquivos estão na primeira gaveta da minha sala, eu preciso que você guarde com você e só entregue por um pedido meu - Jess confirmou sem nenhuma relutância - Obrigada Jess, me lembre do seu aumento no final do mês.

Lena desligou a ligação e abriu a porta, ela sorriu ao ver Kara.

- Kara v - Lena parou suas palavras ao ver para onde o olhar de Kara estava.

Kara olhava fixamente para as marcas nos braços de Lena, estavam mais claras, mas ainda sim era possível perceber as marcas da agressão.

- Quem fez isso em você? - questionou e foi quando se perguntou se realmente era sua Kara - Lena!

- Kara, isso não foi nada, eu

Kara tocou no braço de Lena, mas diferente da outra, era de forma gentil, ela analisou e voltou para Lena, ela tinha um olhar firme e quase que vazio, como se houvesse fúria naquela versão.

- Foi ela, não foi? - questionou.

Lena segurou o rosto da loira e observou os olhos da mulher, ela podia jurar que viu alguma risca vermelha.

- Kara, eles fizeram algo com você? Kara?

Kara tirou as mãos de Lena de seu rosto, seus olhos seguiram para algo atrás da CEO.

Do outro lado flutuando na varanda de Lena, estava Black Supergirl, ela viu a interação das duas e tudo o que mais queria era ter uma visão limpa para acertar Kara com seus raios lasers. Lena não esperava por aquilo, não esperava pela a aparição das duas e para continuar com seu plano ela virou-se para Kara e a empurrou.

- SAI DAQUI! - ordenou esperando que Kara entendesse.

Kara ignorou Lena.

- Kara… - sussurrou tentando impedir que uma catástrofe acontecesse.

Kara correu em direção a outra e ao pular da varanda conseguiu segurar Black Supergirl, Kara a jogou contra o prédio diante do apartamento de Lena, ela não pensou nas consequências, havia danificado algum apartamento. Black Supergirl voltou intacta, Lena correu para a varanda e viu as duas poderosas mulheres prestes a entrarem em uma batalha.


Notas Finais


Quando eu fiz Kara cantando pra Lena, me pediram pra fazer algum capítulo da Alex cantando pra Sam Universe and U, então tá aí <3.
Bjors


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