História Love Me Like You Do - Love or desire?

  Era mais um dia frio de inverno e eu não fazia a mínima questão de sair da cama. Passei, praticamente, o dia todo deitado, ouvindo música, dormindo e, como de costume, comendo sopa. Minha mãe sempre faz sopa para nos aquecer e dessa vez não foi diferente. Tudo estava tranquilamente bem, até meu celular vibrar em cima da minha barriga. Ergui o mesmo e estranhei ao ver que a mensagem era de Hoseok. Sem hesitar, desbloqueei a tela e abri sua mensagem.

  Olá Jiminie! Me desculpe por interromper seu dia relaxante mas estou com problemas. Min Yoongi e Taehyung tiveram uma briga séria, então, preciso que vá até Tae acalma-lo. Se ele perguntar sobre o Yoongi, diga que está comigo. Vá o mais rápido possível. Obrigado. :)

  Fiquei pensando se iria ou não, já que, estava com preguiça de sair da minha zona de conforto. Claro que estava curioso em saber o motivo da briga, mas teria que interromper meu dia relaxante. Logo decidi ir ao lembrar do quão próximo os dois eram e pensar na possibilidade do meu alaranjado estar mal. Levantei-me depois de uma briga interna, que na qual eu tentava me levantar mas o corpo parecia não responder aos meus comandos.

                          ***

  Depois de um pequeno trajeto, que fiz, para chegar até a casa de Tae, encontrei a porta aberta. Entrei, já tirando os sapatos e a fechei. Subi, lentamente, as escadas e pude ouvir soluços vindo de um quarto que logo me recordei ser o de Taehyung. Caminhei até o cômodo e me deparei com tudo revirado no chão, inclusive Tae que chorava enquanto abraçava suas pernas.
  Ao perceber minha presença, Taehyung ergueu sua cabeça e me encarou. Seus olhos vermelhos e inchados, por conta do choro, transmitiam uma tristeza enorme e senti um aperto em meu peito ao vê-lo nesse estado. Meu, frágil, Kim Taehyung. Andei com passos lentos, em sua direção, o abracei e seu choro aumentou.
— Está tudo bem Tae. -disse baixo, apertando-o contra meu corpo e acariciando seus cabelos.
— Ele me odeia Jimin. -soluçou. — Ele não vai mais olhar na minha cara. Eu perdi meu melhor amigo. -voltou a chorar, segurando forte em minha camisa.
— Hey, calma. -beijei seu ombro. — Ele gosta de você Tae... Não vai te deixar. -suspirei. — Que tal me contar o motivo da briga? -ele assentiu e respirou fundo.
— Eu contei a ele que transamos. -arqueei as sobrancelhas. — Ele ficou com tanta raiva. Nunca o vi daquele jeito. -levantou-se parecendo lembrar de algo. — Ele saiu daqui correndo, preciso ir atrás dele. Ele pode fazer algo sem pensar. -disse desesperado e eu segurei seu rosto.
— Ele está com Hoseok. -acalmou-se. — Ele me mandou mensagem dizendo que vocês tinham brigado. Pediu para que eu viesse te acalmar.
— Eu não sei o que vai ser de mim sem o Yoongi. -disse esfregando as mãos no rosto.
— Espera ele esfriar a cabeça e depois tenta conversar. -mantive meus olhos nos seus. — Ninguém pensa direito com a cabeça quente. -ele assentiu cabisbaixo e selei seus lábios com um beijo calmo e reconfortante.

                 POV TAEHYUNG

  Ao mesmo tempo que me sinto mal, me sinto leve por ter contado sobre o acontecimento. Era horrível estar escondendo isso dele é tão agonizante. Eu já esperava que ele reagisse mal a tudo isso, mas nunca pensei que seria desse jeito. Suas palavras me magoaram muito, mas estou ciente de que quando Yoongi explode diz tudo sem pensar. Parte disso também era culpa minha. Se eu não tivesse transado com Jimin, nada disso teria acontecido. Não estou dizendo que me arrependo, porque foi uma das melhores experiências que ja tive, porém... ações geram reações e nem sempre elas são boas.
  Estava deitado, com Jimin, refletindo sobre tudo. Ele me aconselhou a esperar Yoongi esfriar a cabeça para conversarmos e era exatamente isso que iria fazer. Falar com Yoongi, naquele estado, só pioraria as coisas já que ele continuaria me dizendo coisas horríveis e eu retrucando. Eu o amo, como amigo, e não sei como ficarei se ele decidir me abandonar. 
  Outra coisa que eu não parava de pensar, envolvia Jimin. Ele estava preocupado e me tratou como um bebê. Se ele não tivesse aparecido, acho que estaria enlouquecendo nesse exato momento. Quando estou com ele, me sinto tão bem e quando ele me abraça, é como se nada pudesse me atingir e me machucar. Me sinto protegido nos braços de Park Jimin.
— Obrigado. -agradeci ainda sentindo sua mão em meu cabelo.
— Pelo que? -questionou confuso.
— Por vir, pela companhia e por cuidar de mim. -expliquei.
— Não precisa agradecer. -respirou fundo. — Estarei aqui quando precisar.
  Suas palavras me abalaram. O motivo? Desconheço. Só conseguia sentir meu coração batendo desesperado, uma felicidade interna e um frio na barriga. Isso só pode significar uma coisa e eu não quero nem pensar nessa hipótese.
— Você já se apaixonou? -a pergunta saiu antes que pudesse impedi-la.
— Não. -disse simplista. — E você?
— Sim. -encarei-o. — Eu vivo apaixonado.
— Pode parecer estranho, mas dá para ver isso em seus olhos. -seu rosto tomou uma expressão séria. — Está apaixonado pelo Yoongi? -gargalhei ao escutar sua pergunta.
— Não. -recuperei o ar. — Sou apaixonado pela vida, pelas surpresas que apenas ela nos dá, sendo boas ou ruins.
— Não acredito nessas coisas. -seu olhar transmitia sinceridade.
— Você não acredita no amor? -arqueei as sobrancelhas.
— Não acredito em amor, paixão e toda essa coisa que envolve romantismo. -fitou o teto. — Somos apenas humanos com desejos que precisam ser saciados.
— Discordo totalmente. -protestei incrédulo. 
— Posso explicar meu ponto de vista? -assenti. — O que sentimos não é amor e sim desejo. Assim como seu coração não sente nada e sim o seu cérebro. Amor é apenas uma ilusão ou uma historinha para enganar quem tem aquelas típicas sensações que identificam como uma "paixão". -virou-se para mim. — Se passarmos bastante tempo com alguém e esse alguém passar a fazer parte de sua rotina, seu corpo se acostumará com tal presença. Se essa pessoa ficar um dia longe, você sentirá a tal "saudade" mas não...é apenas seu corpo entrando em abstinência. Afinal, seu corpo se acostuma tanto que você sente vontade de vê-la mais vezes. É como um vício.
— Isso se chama amor, Jimin. -revirei os olhos.
— Continuo achando que é desejo. -debochou.
— Um dia, ainda vou mudar sua opinião sobre isso. 
— Boa sorte. -desafiou-me.