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História Love me like you do -Romione - Não podemos!


Escrita por: Dralrs

Notas do Autor


Ai gente..
Esse capítulo de hoje foi um dos que mais temi escrever, mas no fim das contas foi o mais fácil.
Hoje veremos as consequências de uma panela de pressão quando explode ;)

Capítulo 12 - Não podemos!


Fanfic / Fanfiction Love me like you do -Romione - Não podemos!

LMLYD cap 12- Não podemos!

Ronald chegou em casa perturbado. Após um almoço revelador com Hermione, o ruivo se despediu dela cordialmente, e cada um seguiu seu caminho. Mas para Ronald, observador do comportamento humano, ficou claro que Hermione terminou a conversa tão perturbada quanto ele. Qual seria o motivo da perturbação? Seria o mesmo que a dele?  Sinceramente esperava que não. Seria mais fácil se apenas ele estivesse apaixonado por alguém que não podia ter.

Por outro lado, era inegável o clima que se estabeleceu entre eles quando mudaram de assunto e sorriram um pro outro, ainda com a mão de Hermione sobre a sua. O gesto foi forte o suficiente para provocar no ruivo a vontade de puxá-la para si e nunca mais soltá-la, para acelerar seus batimentos cardíacos e aumentar sua temperatura. E então se deu conta que há muito vinha apresentando sintomas de um homem apaixonado. Como não percebera antes? Não conseguia tirar ela da cabeça um segundo sequer antes mesmo de saber seu rosto. Se apaixonara primeiro pela voz e pelo caráter de Hermione, e a conheceu mais profundamente do que pensou ser possível antes sequer de encontrar-se com aqueles olhos castanhos e com aquele sorriso iluminado.  Até sonhar com ela o beijando ele havia sonhado!

Não, definitivamente, um psicanalista não se apaixonava por pacientes, ou se apaixonava tinha que sufocar esse sentimento até ele desaparecer. Seria um escândalo, antiético e antiprofissional.

– Você vai furar o tapete da mamãe e ela não vai gostar...– Gina disse ao ver o ruivo andar de um lado para outro da sala nos últimos minutos, assustando-o.

Ele se virou, assustado, o coração na boca.

– Que susto Gina! Eu hein, de onde você surgiu?

Gina riu e revirou os olhos.

– Da cozinha. Estou vendo você cavar um buraco no chão há pelo menos vinte minutos.

Mais tranquilo, Ron suspirou e se lembrou da mensagem suspeita da irmã.

A encarou firmemente nos olhos, e ela manteve o rosto impassível e tranquilo.

– Oi?– Gina o provocou.

– Eu sei o que você tentou fazer, Ginevra Weasley. Não adianta vir com essa ‘Poker Face’ pra mim. Eu sei muito bem que a senhorita armou para eu encontrar Hermione naquele shopping.

Gina sorriu vitoriosa por dentro, mas manteve um rosto confuso diante do irmão.

– Que eu posso fazer se meu bebê me fez vomitar as tripas?– perguntou dando de ombros, ainda fingindo inocência.

– Pra cima de mim, não, Gina. Não estava mal coisa nenhuma.

– Tá bem, não estava, mas não interessa. Fala logo, vai, como foi o encontro?– ela o olhou maliciosamente, já tirando sua conclusão apenas com o tom de vermelho que coloriu a orelha dele.

Ron bufou irritado com a ousadia da irmã.

– Foi normal. E não foi um encontro. Foi um almoço só.

– Normal, sei... Se tá irritado assim, no mínimo descobriu que eu acertei quando disse que estava apaixonado.

Ron passou a mão pelos cabelos, irritado além da conta.

– Vou pegar sua luminária no carro.- disse bruscamente de retirando da sala, fingindo não ter ouvido o que ela havia dito. Não daria o braço a torcer. Não ainda pelo menos.

Gina riu pelo nariz e agradeceu enquanto Ron ia buscar a encomenda.

Harry se aproximou, perguntando com o olhar se o plano dera certo.

Ela apenas assentiu e piscou pra ele, abraçando-o de lado.

– Obrigada!– ela disse ao receber a luminária de um Rony profundamente mal humorado.

O ruivo resmungou um “oi” pra Harry e subiu para seu quarto. Precisava urgentemente de ficar sozinho, colocar os pensamentos em ordem, acalmar a bagunça que era seu coração.

– Que merda hein Ronald! A Gina tem razão, estou longe de ser só amigo dela... Os sonhos, a vontade de estar sempre com ela, a atração que senti pela voz dela desde o começo... Como não percebi antes? Nem por Lilá sentia isso de maneira tão forte!– ele resmungava para si mesmo enquanto enfiava a cabeça na pia, como se água pudesse lavar seu sentimento pela jovem paciente.

E pela primeira vez, Ron desejou que a quarta feira nunca chegasse. Estava com medo de continuar a atender Hermione agora que entendia seus sentimentos por ela. Como se manter imparcial na frente da garota por quem havia se apaixonado? Mas como abandonar o caso dela?

Não. Definitivamente não. Sufocaria o amor e continuaria a tratar Mione. Ele era o único com quem ela conseguia conversar aparentemente, e se ele falasse a verdade a ela  tudo seria ainda mais confuso.

Então, tentou voltar à sala e se distrair antes que a mãe viesse atrás dele. Mas nada que fizesse perturbado permaneceu o restante do domingo.

[...]

Hermione chegou em casa completamente atordoada. Não pelo fato de ter quase batido em outro carro na hora de estacionar na garagem do prédio, nem mesmo pelo sinal vermelho que tinha a impressão de ter atravessado. O que havia tirado seu prumo era a constatação, feita minutos antes, de que estava gostando de Ronald não como amigo, mas como homem. A lembrança do encontro com Harry, e a diferença entre as reações que tinha perto de um e do outro deram a ela a certeza de que se apaixonara pelo seu psicanalista.

– Logo ele! Que raiva, não podia ser alguém disponível Hermione? Não posso me envolver com meu psicanalista, só tornaria tudo pior!

Frustrada, se jogou na cama a espera de que o sono pudesse trazer uma solução para seu dilema. Mas era cedo demais para dormir.

Então, fez uma coisa que há tempos não tinha costume de fazer: ligar para os pais.

– Só espero que consiga conversar civilizadamente com eles.

Lembrou-se do conselho de Ron sobre contar que estava fazendo terapia.

– Ah, Ronald, se soubesse que eu me apaixonei por você...

Meditou antes de pegar o telefone, se perguntando por onde começaria a conversar com eles.

Por fim, pegou o aparelho, e discou para uma chamada de vídeo. Precisava olhar nos olhos daqueles que a livraram de um futuro incerto. Por mais que eles a sufocassem, sentia falta dos momentos juntos, dos conselhos... A mãe certamente saberia lhe dizer o que fazer se ela tivesse coragem de contar que estava apaixonada por Ron. Não demorou a atenderem.

Um homem moreno e já começando a ficar calvo, por volta de seus 50 anos, abriu a boca surpreso.

– Boa noite querida!

– Ei papai! – Mione deu um tchau para câmera.

– Como está minha menina? – ele a mirou, atento, e gritou a esposa – Jeane, Hermione está no vídeo!

Mione ouviu a mãe gritar afobada que já estava indo e não pode deixar de sorrir.

– Eu estou bem, pai.

– Tão bem que nem lembra desses velhos aqui, não é...– ele disse brincando mas Hermione não deixou de perceber uma nota de mágoa na voz dele.

Mione ergueu levemente o canto da boca, sem graça, e acenou pra mãe que nesse momento se juntava ao pai no sofá da sala. Fechando os olhos por um instante, se acalmou, e quando abriu os pais a observavam sem dizer palavra. Embora estivessem a quilômetros de distância, sabiam que a filha queria dizer alguma coisa, e tinham aprendido a esperar pra que ela falasse sem pressão.

– Bem, eu estou bem, de verdade. Mas por muito tempo não estive. Não vou entrar em detalhes mas Malfoy e eu terminamos de uma maneira drástica e horrível, e o motivo basicamente foi o meu trauma.– ela começou, olhando de maneira tão incisiva para os pais que eles não tiveram dúvidas de que ela não aceitaria mexer demais no assunto ou mesmo ser questionada.

– E eu então resolvi pedir ajuda profissional. Aquela maluquinha da Luna me convenceu de que um dos profissionais mais indicados a casos como o meu seriam os psicanalistas. Então tem um mês e meio que estou fazendo.

– E melhorou?– a mãe perguntou docemente.

Mione fez que sim com a cabeça antes de continuar.

– Enfim, é como eu disse, agora estou me recuperando de alguns daqueles traumas, principalmente sobre ser tocada. Me sentia mal em abraçar e ser abraçada.

Os pais a olhavam com tristeza.

– E consegui quebrar essa primeira barreira agora, essa semana, quando me encontrei nada mais nada menos que com Harry Potter.

– O amiguinho do orfanato?– a mãe a olhou incrédula.

– Ele mesmo!– Mione sorriu ao responder.

O Sr Granger entretanto parecia intrigado.

– Mas querida, ainda não entendo. Você estava namorando...

– O término com Malfoy ampliou o meu trauma e eu voltei a ser a garotinha de 10 anos que atacava quem se aproximasse. Por isso me afastei de todos, inclusive de vocês, me perdoem. Nunca deixei nem vou deixar de amá-los.

 

Eles negaram com a cabeça.

– Não precisa se desculpar, meu amor. A gente sabe tudo que passou, não te julgamos por querer alguma distância física.– a mãe a tranquilizou.

–Mas essa distância não precisa ser emocional, querida!– o Sr Granger concluiu o pensamento da mulher.

Hermione assentiu e algumas lágrimas caíram.

– Estou com saudade de vocês.

– Porque não vem nos ver, filha?– a mãe lhe pedia quase como um apelo.

– Só posso mais no fim do mês, ok?

Os pais sorriram satisfeitos pra ela e os três passaram mais algumas horas conversando sobre direito. Preferindo não entrar no assunto sobre trabalhar com eles, Mione conseguiu ter uma conversa agradável e franca com a família pela primeira vez em meses e ao desligar ela estava bem mais leve.

[...]

A quarta feira havia chegado. Era dia de ver Ronald novamente impecável naquele terno, sentado de pernas cruzadas com o bloco de notas e a caneta na mão, aquele maldito sorriso, e dia de admirar aquele que nunca poderia ter...

– Hermione, filha, está me ouvindo?

A voz grave de Dumbledore a tirou do transe, e a morena corou ao perceber que não tinha ideia do que o orientador estava falando.

– Na verdade não, Dr Dumbledore, desculpe. Onde estávamos?

– Você estava a quilômetros daqui– ele riu bondosamente– eu estava perguntando a senhorita se está preparada para a audiência de conciliação do processo contra a Srta Parkinson que começa em 45 minutos.

Droga Hermione, como pode se esquecer por alguns minutos o que estava fazendo ali? Maldita cabeça apaixonada...

Fechou os olhos e mentalizou a menina insuportável que havia lhe humilhado pedindo desculpas em frente a turma toda.

– Sim, professor. Estou pronta para pedir a ela uma retratação pública e uma gorda indenização. Embora o dinheiro não seja fundamental pra mim já sei o que farei com ele.

O professor sorriu.

– Seria muita intromissão saber?

– Não. – ela sorriu de volta.– Vou doar tudo para o orfanato em que cresci. Só preciso ligar pra meus pais e descobrir qual dos orfanatos da cidade eu estava. Por alguma estranha razão consigo me lembrar. Realmente espero que a gente resolva isso tudo já nessa audiência de conciliação.

O homem a mirou, admirado.

– Bom, temos grandes chances de uma decisão favorável. Não se preocupe.

Hermione torceu os dedos e assentiu.

– Já está na hora de irmos.- o senhor falou olhando o relógio de pulso, e Hermione saiu do prédio da faculdade de direito até o carro do professor. Estava absolutamente focada no que pretendia dizer ao magistrado que conduziria a audiência. Tão focada que sequer viu a atenção que recebia de um ruivo a poucos carros de distância de onde estava.

Ronald Weasley parecia ter se esquecido como ligar um carro, e olhava atentamente sua paciente entrando no carro com o senhor de barbas brancas. Eles se foram e Ronald voltou à realidade, passando a mão pelos cabelos.

Ligou o carro e foi direto para o consultório. Ainda faltava um tempo até o próximo paciente, mas ele sentia que precisava mergulhar na psicanálise para voltar a ser o Dr Weasley e reprimir o Rony irritado por ter um amor quase impossível.

Murmurou um bom dia pra Srta Patil, e se trancou no consultório. Fazendo o que poucas vezes havia feito, deitou no próprio divã e foleou aleatoriamente um dos livros de Freud:

“As emoções não expressas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e saem de formas piores mais tarde”.

O livro caiu da mão dele.

– O universo tá conspirando contra mim! Eu não posso continuar amando Hermione!– bufou desesperado.

O ruivo se levantou, e trocou de livro aleatoriamente, abriu e o arremessou no chão.

“ Estar apaixonado é estar mais próximo da insanidade que da razão” era a primeira frase da página que havia aberto.

Cansado, se jogou na sua poltrona.

– O pior que mais uma vez o mestre está certo. Estou quase louco.

O restante da manhã se passou com ele jogado na poltrona, olhando para o nada, refletindo sobre sua vida nos últimos anos, as angústias, tragédias, conquistas, e sobre o relacionamento com Lilá, que ele achava que tinha amado até experimentar o que Hermione Granger fez com ele.

Na hora do almoço pediu para lhe entregarem um sanduíche e pegou o prontuário dos pacientes pra ler enquanto comia. Todos casos simples aquela tarde.

Todos menos o último. O de Hermione.

Tremeu levemente algumas horas mais tarde, ao perceber que a próxima paciente já era ela.

Como não sabia bem qual o próximo passo do tratamento para ela, desta vez não preparou o ambiente. Apenas se recostou na janela, de costas para a porta, deixando que o vidro frio na sua testa resfriasse seu sangue, que esquentava só de pensar ‘nela’.

Ao mesmo tempo que Ron viu seu relógio marcar exatamente 16h, uma batida na porta foi ouvida, e quando ela rangiu, Ronald se virou para encará-la.

O efeito foi imediato.

Ron teve que se segurar para não ir abraçar a garota, que parecia anormalmente sorridente ao se deitar no divã.

Ele retribuiu o sorriso e se sentou também.

– Então, Hermione, como está se sentindo hoje?

–O dia hoje foi realmente magnífico. Venci o processo contra a vaca da Pansy, e vou receber dela o pedido público de desculpas e um gordo cheque. . Mas na verdade a semana toda está sendo ótima. Vou começar do domingo.

O simples sorriso dela abriu um no rosto dele, que se acomodou mais na poltrona enquanto ela dizia, com a voz embargada:

– Conversei com meus pais domingo, pouco depois que saí do shopping– ela falou, ignorando as batidas que seu coração errava ao lembrar de que o motivo dela ter ligado para eles é estar atordoada demais por estar apaixonada pelo homem ao seu lado.

Respirando fundo, olhou diretamente nos olhos dele e continuou:

– Eu contei a eles que terminei com Malfoy, e que estou fazendo terapia.

Ron a ouvia com atenção.

– Muito bem, Hermione. E qual a reação deles?

– Eles estranharam um pouco quando contei que meu trauma sobre ser tocada, abraçada havia voltado. Então expliquei por cima que o término com Malfoy havia provocado essa regressão, e que por isso tinha decidido tratar. Disse que esse trauma estava sendo superado, mas que ainda estava trabalhando em outros.

Rony olhou pra ela com orgulho.

– Falou sobre se sentir sufocada?

Nesse momento, Mione se sentou, e as lágrimas escorreram.

– Isso não consegui fazer. Mas disse que em breve vou lá pra visitar eles, lá pelo fim do mês. Eu estou com tanta saudade...

O ruivo respirou fundo, olhando para ela com pesar. Queria tanto poder aliviar a saudade dela... abraçá-la até que toda a dor dela fosse embora...

Esse era o problema de estar apaixonado pela paciente. A dor dela se tornava maior para ele.

– Só queria poder abraçar eles agora que consigo abraçar pessoas.– ela disse quase num sussurro.

E então o Ron apaixonado venceu o Dr Weasley, dizendo:

– Você pode me abraçar e fingir que está abraçando eles.

Ai ai não, o que você disse Ronald?!, ele se amaldiçoou tão logo as palavras saíram de sua boca.

Droga de inconsciente atrevido!

Hermione o olhou surpresa por um segundo, e então, se levantou.

Vendo que não dava para voltar atrás, o ruivo ficou de pé e abriu os braços para acolhê-la num abraço que, intimamente, ele quis dar desde o momento que ela havia lhe contado sua história.

Ele primeiro esperou ser abraçado. Ao sentir os braços dela o envolvendo, e a cabeça dela tombada em seu pescoço, ele cuidadosamente contornou as costas dela, se segurando pra não afagar os cabelos cacheados e perfumados.

Um corpo estava tão colado ao outro que ambos sentiam as batidas daqueles corações.

E então Hermione se sentiu tão bem, tão relaxada nos braços dele... Quando se deu conta que estava envolta pelo homem que amava, ela fechou os olhos e o abraçou um pouco mais forte, sem saber se algum dia poderia revelar sua paixão por ele.

Ronald deveria ter interrompido mais cedo aquele abraço, mas nenhum dos dois estava mais raciocinando com o cérebro, mas com o coração.

E então quando Hermione se afastou levemente e ergueu seu olhar para ele, nenhum dos dois teve consciência de que suas testas se aproximavam perigosamente, tão perigosamente que podiam sentir o calor um do outro. Seus olhos eram nublados de desejo e tudo que fizeram foi fechá-los e deixar fluir o fogo que os devorava, fogo suficientemente forte para fazer que as bocas se encontrassem e as línguas executassem uma dança que parecia milimetricamente coreografada e treinada até a perfeição.

Enquanto estavam ali, unidos pela paixão devoradora já não eram mais psicanalista e paciente, mas dois jovens traumatizados se reconstruindo, embora não soubessem bem disso. Tudo o que queriam era continuar ali pra toda a eternidade. Não saberiam dizer quem começou o beijo e quem retribuiu. Apenas saberiam que o beijo era repleto de significado, de desespero já que não sabiam se seria o último.

O beijo terminou por falta de fôlego, mas ambos se afastaram um do outro assustados, como se a interrupção do doce contato tivesse os trazido de volta de outra dimensão.

Ron foi até sua mesa e agarrou a beirada, ficando de costas para Hermione.

– Hermione, foi o melhor beijo da minha vida. Mas não podemos, somos psicanalista e paciente.– ele disse com a voz embargada.

Estava afogado em angústia por não ser livre para amá-la. Quer dizer, por ter medo de amá-la.

Hermione percebeu que ele chorava, e seu coração se quebrou.

– Ah, Ronald, eu também. Nunca fui beijada desse jeito; não sei o que aconteceu, mas me apaixonei por meu amigo, que por uma crueldade do destino é o meu psicanalista.

Então é recíproco! – ele pensou surpreso, e isso doeu ainda mais.

Ronald se acalmou e se virou para olhá-la.  

– Queria tanto poder amar você... – disse desolado.

A morena concordou com a cabeça, também chorando.

– Eu entendo que não podemos ficar juntos. Mas independente de qualquer coisa que tenha acontecido hoje, Ronald, no caso de eu não voltar pra próxima sessão, quero que saiba que você é a melhor coisa que me aconteceu, e que nunca vou deixar de ser grata a você por me ajudar a superar meus problemas.

– Não me agradeça por isso. É meu trabalho.

Ela sorriu, e acenou um tchauzinho, que ele dolorosamente retribuiu.

Mas ao vê-la caminhar para a porta, suas emoções mais uma vez falaram mais alto, e ele a segurou pela mão.

– Espera, Hermione.

O pedido foi o suficiente para que a morena perdesse completamente o controle, e sem saber o que estava fazendo, não apenas se virou como segurou nos ombros dele e o beijou, ele passando a responder depois de alguns segundos de choque. Um beijo um pouco mais calmo que o primeiro, mas tão cheio de desejo quanto. Involuntariamente uma das mãos de Ron desceu para as costas e a empurrou novamente, aproximando ainda mais os dois, enquanto ela apertava mais e mais forte os ombros dele.

 Ao se separarem, embora ofegantes já não estavam assustados.

– Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Eu te ataquei!- murmurou constrangida.

Ela disse e Ron deixou escapar uma risada, e ambos riram alguns segundos, nervosos.

– Bem, a culpa foi minha. Eu te segurei.– ele disse rindo para disfarçar o imenso desamparo que sentia naquele momento.– eu te segurei para te implorar que se não pudermos ficar juntos ao menos continue sendo minha amiga.

– Não conseguiria não ser sua amiga, Rony. Independente do que aconteça com essa paixão.

Ele sorriu aliviado e ela o abraçou forte.

– Rony, eu... Preciso de um tempo pra entender o que está acontecendo, o que significa estar apaixonada por você. Eu realmente não sei o que fazer.

Ele assentiu.

– Eu também. Temos que pensar se estamos prontos para amar de novo. Nós dois estamos traumatizados, com medo de nos machucar mais e machucar o outro. Temos que decidir se lutamos por esse amor ou o deixamos morrer.

Ela anuiu.

– Eu te ligo quando tiver uma resposta. Mas não vou te dizer um prazo certo.

Ela disse e ele balançou a cabeça, concordando.

– Até!

– Até!– ela forçou um sorriso e saiu, deixando um ruivo pregado na poltrona, confuso, e  com a sensação que seus lábios nunca tinham provado nada tão doce.

 

 


Notas Finais


Então, a panela explodiu rsrsrsrs
PODEM GRITAR ROMIONE IS REALLL
Ah não, pera, eles disseram que vão pensar ...
Até semana que vem, queridos!


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