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História Love on the road - Larry Stylinson - Verona


Escrita por: larrievermore

Notas do Autor


Ciao!

Último capítulo em solo italiano! Está cheio de emoções e eu devo confessar que até mesmo chorei enquanto escrevia, provavelmente porque eu estava sensível, mas espero que se preparem e que gostem.

Boa leitura e até as notas finais!

Capítulo 6 - Verona


Fanfic / Fanfiction Love on the road - Larry Stylinson - Verona

  O trajeto de trem até a cidade de Verona levava pouco mais do que uma hora, mas aquele tempo fora suficiente para que o cacheado escrevesse uma excelente matéria sobre os passeios que fizera na última cidade. Seus dedos ágeis teclavam as informações finais sobre preços dos transportes e atrações, estava ansioso para postar esse artigo em questão, pois recebera alguns comentários e notara que as visualizações em seu blog haviam crescido um pouquinho, então tinha o desejo natural de agradar seus leitores.

  Harry chega à estação ainda pela manhã, havia acordado cedo para pegar o primeiro trem do dia e certamente valera a pena, pois ele pôde estender bastante as pernas sem incomodar ninguém e ainda teria a manhã disponível antes de ir almoçar com o namorado.

  Haviam combinado aquele encontro antes mesmo do início da viagem e o cacheado ficava trêmulo de ansiedade apenas ao pensar que logo estaria nos braços do seu amado, os dois eram amigos antes de qualquer coisa e era insuportável passar tanto tempo longe de alguém que ele conhecia desde criança. Às vezes ele até mesmo tinha a ligeira impressão de que poderiam ter confundido amizade com paixão, mas Nicholas espantava aqueles pensamentos com beijinhos por seu rosto que o faziam rir baixinho.

  Era a espécie de relacionamento que aparecia nos filmes de princesas, sem brigas e sem muita emoção, mas eram felizes juntos.

  O albergue da vez ficava um tanto longe da estação, então ele decide ir até a outra parte da cidade de metrô para conseguir levar sua mala sem muitos problemas, pois felizmente era uma hora em que o transporte público não estava muito lotado e ele realmente não estava com vontade de caminhar por uma cidade desconhecida com aquela mala.

  Seus tênis ainda estavam um pouco úmidos por culpa da chuva que pegara na outra cidade, então ele troca-os imediatamente quando chega ao quarto do albergue, sentando na única cama vaga quando os substitui pelas botas que havia levado para a viagem. Sempre é bom ter ao menos um sapato extra e várias meias, pois eram grandes as probabilidades de molhar algum desses itens quando mais precisasse e precisar caminhar com o pé encharcado, aquela era uma dica importante de colocar no blog, inclusive.

  Harry sabia que o albergue ficava próximo ao Castelvecchio, assim sendo, ele decide fazer uma visita ao castelo e museu antes de encontrar com o namorado próximo ao meio-dia, mas descobre que realmente não sabia o caminho certo ao museu quando o aplicativo em seu celular leva-o a uma rua sem saída:

  - Scusi, dove si trova il Castelvecchio? – ele pergunta com a maior educação possível a uma jovem que passava pelo local, havia aprendido a perguntar onde ficavam os lugares em uma pequena aulinha feita pelo namorado, mas esquecera-se que não sabia entender a resposta.

  - Sì, sì. Dritto pela rua. Destra e di nuovo a destra – a garota explica com gestos que indicam que o cacheado deveria seguir reto e então à direita, infelizmente não sabia falar muito em inglês para ajudar, mas ele conseguiu compreender bem graças a sua boa vontade.

  - Grazie mille! – ele tem vontade de abraçar a menina por ser tão simpática, mas os dois apenas sorriem um para o outro antes de seguirem seus distintos caminhos.

  Styles segue as instruções recebidas e chega ao ponto turístico com facilidade, sorrindo ao deslumbrar o belo castelo com tijolos expostos com uma ponte sobre o Rio Adige, um monumento construído por ganância da família que comandava a cidade na época. Era mais como uma tirania e eles decidiram construir o castelo próximo à saída da cidade, para que pudessem fugir com facilidade se fosse necessário.

  Seria bom contar aquela história aos seus leitores, portando ele animou-se ao tirar fotos e conhecer cada cantinho do bonito monumento, mas ele fica ainda mais animado quando saí em direção à praça em que encontraria seu namorado.

  Suas mãos tremem e suam em nervosismo enquanto ele faz o trajeto de pouco mais que cinco minutos, estava apreensivo pelo reencontro que tanto planejaram e não poderia estar mais feliz em saber que logo estaria nos braços do garoto que sempre estivera ao seu lado, nos momentos felizes e nos momentos tristes. A praça em que marcaram o encontro era muito bonita, o cacheado aproveita sua precipitação para fotografá-la e repara na variedade de bistrôs nos comércios ao redor, franzindo o nariz levemente ao pensar no preço que eles pagariam se fossem comer por ali.

  Ele fica próximo do monumento a Vittorio Emanuele, assim como havia combinado para que se encontrassem mais facilmente em meio aos turistas, e passa a vasculhar cada pessoa em busca de encontrar o topete castanho do namorado, mas ele encontra-o primeiro:

  - Mio tesoro! – Nicholas exclama alegremente ao avistar os cachos bagunçados do garoto, caminhando até ele com um enorme sorriso no rosto e abrindo os braços para aconchega-lo em um abraço caloroso ao que ele praticamente corre em sua direção.

  - Nick! – ele é envolto pelo cheiro típico do namorado, que era familiar ao mesmo tempo em que parecia estar completamente diferente do que ele lembrava.

  - Eu senti saudades. – o garoto pouco mais alto murmura contra o pescoço do outro antes de afastar o abraço, segurando seus braços com carinho ao examiná-lo por inteiro, como se confirmasse que era ele mesmo ali. – Você fica mais lindo a cada dia.

  O cacheado abre um sorriso largo diante do elogio e volta para os braços aconchegantes do maior, recebendo um selinho demorado e ficando com as bochechas levemente ruborizadas quando os dois caminham de mãos dadas para um dos diversos bistrôs nos arredores da praça, o qual Nicholas diz ter a melhor carpaccio de todo o território italiano. Eles conversam sobre algumas bobagens, pois ligavam um para o outro praticamente todos os dias para contar as novidades, então não tinham muito assunto para colocar em dia.

  A amizade entre os dois sempre esteve em primeiro lugar, acima até mesmo do namoro, e eles eram confidentes um do outro. Parceiros na vida desde que eram crianças. Harry nem ao menos conseguia lembrar-se de como era a vida sem o maior ao seu lado e não queria pensar em como seria viver sem seu grande amigo. 

  Seus dedos entrelaçados separam-se ao que os dois chegam ao restaurante, ficando numa das mesas próximas à porta quando Nicholas fala com a garçonete de modo que o cacheado percebe que ele era um cliente assíduo. Ele pede os dois pratos iguais de carpaccio ao que o menor concorda, embora um pouco contrariado por ser algo completamente fora de seu paladar costumeiro e até mesmo estranhando aquela escolha de prato. Nicholas conhecia-o tão bem durante uma vida inteira e, após poucos meses separados, ele sugere que o outro gostaria de comer carne crua?! 

  De repente ele percebe o modo como os olhos do maior pareciam inquietos e como ele torcia os dedos no colo enquanto batucava suavemente o pé.

  Harry franze o nariz suavemente, notando que havia algo de errado para que o castanho ficasse nervoso daquele jeito e estendendo a mão para segurar a sua com carinho. Seus olhos encontram-se no momento em que seus dedos encostam-se e ele engole em seco quando visualiza todo o carinho do cacheado, eles sempre foram um time, mas ele não podia mais seguir com aquele relacionamento:

  - Tesoro, lembra do que você disse quando começamos a namorar? – ele pergunta receoso, havia preparado todo um discurso em sua mente, mas agora o momento chegara e parecia completamente ridículo, então ele decidiu apenas seguir o que seu coração mandasse.

  - Eu disse que a sinceridade deveria ser a base do nosso relacionamento e que você não era um bom cozinheiro. – os dois riem baixo com a menção daquele comentário bobo feito pelo cacheado quando os dois não passavam de adolescentes entrando na faculdade. – E também que o nosso namoro nunca poderia sobrepor nossa amizade.

  - Sim, foi exatamente isso, mas agora eu cozinho muito bem.

  - Sinto falta do cheiro de queimado pela casa, acho que preciso de um novo namorado que queime a comida – o cacheado faz uma brincadeira, mas o maior sente um frio na barriga. 

  - Harry, mio bello tesoro, você sempre foi o meu melhor amigo e eu sempre te amarei de uma maneira muito especial, mas eu preciso ser sincero do modo que prometemos sempre ser e dizer o que eu sinto. – a voz do garoto falha no momento em que ele fita os olhos verdes do cacheado e fica embargada quando ele torna a falar as palavras que jamais encontraria um bom modo de dizer. – Eu não acho que possamos continuar esse namoro...

  - Nick... Por quê? – as palavras escapam com um suspiro, o menor não consegue pronunciar mais do que isso e não consegue acreditar que estava realmente acabando daquela forma.

   - Nunca estivemos realmente apaixonados um pelo outro, embora tenha amor mútuo entre nós, mas eu apenas percebi isso quando me apaixonei de verdade – ele explica com certa vergonha de ter encontrado a paixão em alguém enquanto o cacheado estava longe, mas era a verdade e ele não mentiria neste ponto da relação. Além do mais, ele não o traiu em momento algum com o belo italiano que conhecera no intercâmbio.

  - Você está apaixonado por outra pessoa? – a pergunta escapa antes que ele possa evitar e ele sente uma enorme inveja daquela paixão, embora soubesse que era verdade.

  - Sim. – sua voz falha novamente quando ele nota as lágrimas grossas que o cacheado evitava derramar naquele momento, sabia que o amigo sempre fora honesto quanto aos sentimentos e que deveria estar muito magoado para contê-los daquela forma. – Eu sinto muito, desculpe, mas eu precisava ser honesto com você. Eu não quero perder sua amizade.

  - Você nunca me perderia, mas eu realmente preciso ficar sozinho nesse momento – ele levanta com cuidado para não chamar atenção para si.

  - Você sempre será o meu tesoro. – Nicholas levanta junto dele, aconchegando o cacheado em seus braços mais uma vez num abraço apertado que lhes parece o mais significativo de todos já compartilhados por eles. – Eu te amo.

  - Te amo para lua e de volta – aquele era o modo próprio deles de amar e aquelas palavras fazem com que eles percebam que a amizade deles jamais acabaria, mesmo quando Harry deixa o bistrô com lágrimas escorrendo por suas bochechas, deixando o amigo para trás da mesma forma. Nicholas chora com dois pratos diante de si.

  O cacheado caminha para longe do restaurante com lágrimas embaçando a sua visão, estava completamente perdido e desmoronando com a sensação de estar completamente sozinho numa cidade desconhecida enquanto precisa de um abraço. Logicamente ele estava muito triste pelo término do namoro, mas ao mesmo tempo sabia que era a verdade e que jamais foram apaixonados um pelo outro, então havia um pouco de alívio junto da tristeza, como se finalmente estivessem livres para conhecer aquele tipo de amor.

  Mais lágrimas grossas molham seu rosto e ele fica envergonhado por estar chorando pelas ruas de Verona e atraindo alguns olhares indiscretos quando vai para uma ruela vazia.

  Ele queria simplesmente sumir, mas nunca negaria que desejava do fundo de seu coração que o amigo fosse feliz, mesmo que isso não o incluísse. Ele jamais negaria a felicidade à única pessoa que sempre esteve ali para ele, enxugando suas lágrimas no pior momento de sua vida e enchendo-o de positividade para enfrentar a vida de cabeça erguida. Seria sempre o seu melhor amigo e agora, mais do que nunca, tinha receio de que perdessem a essência de sua amizade por causa do relacionamento mal sucedido. Ele queria não estar chorando tanto, mas parecia impossível conter quando ele percebeu que em nenhum momento fora apaixonado pelo rapaz que namorou por anos.

  Parecia horrível pensar que ele estava aliviado e chorando daquela forma após o término, mas ele finalmente tirara a culpa que carregava em seus ombros por não sentir aquela euforia descrita nos livros ao beijar seu namorado.

  Seus passos apressados o levam para longe do restaurante e ele quase não consegue ver o caminho por conta das pesadas lágrimas que inundavam seus olhos, sem deixar que ele veja um desnível nos paralelepípedos, então ele tropeça mais uma vez, batendo tão forte na pedra quadrada que o seu dedo dói. Inconscientemente ele espera ser amparado por braços fortes, mas não é isso que acontece dessa vez, ele apenas esbarra em um jovem e vai ao chão junto dele, deixando que seu corpo amorteça a câmera ao que os dois caem:

  O destino realmente sabia o que estava fazendo:

  - Pelo amor de Deus, Harry! – ele reconhece a voz do Louis de imediato, sendo envolvido por seu perfume amadeirado e sentindo-se confortável em seus braços quentes mesmo que estivessem no chão duro da ruela, ele provavelmente estava enlouquecendo mesmo, ainda mais porque não saiu de seus braços quando o menor faz com que eles sentem. – Por que você está sempre caindo ao meu redor?!

  Harry abre a boca para responder, mas, ao invés de palavras, saí um soluço baixinho que atenta o mais velho sobre o pranto do garoto:

  - Hey, você se machucou quando caiu? Está tudo bem? – ele pergunta atencioso, deixando que o cacheado aconchegue-se em seus braços quando percebe seus ombros tremendo.

  - Nada está bem... Acabou tudo... E eu estou sozinho... E ainda perdido... – Harry murmura em meio aos soluços baixinhos que escapavam por entre seus lábios, sentia-se um grande idiota por estar chorando daquela forma diante do mais velho, mas tinha a impressão de que podia confiar nele e nem ao menos conseguia controlar o pranto.

  - Você não está sozinho, eu estou aqui para você – o menor fica surpreso com a situação toda, mas segura o garoto em seus braços e consola-o enquanto acaricia seus cabelos tão macios quanto imaginara que seriam.

  - Desculpe. Desculpe, eu sou tão bobo – ele lamenta a sua fraqueza, erguendo a cabeça pela primeira vez e deixando que o outro veja seus olhos avermelhados e molhados por lágrimas.

  Louis não pode deixar de pensar no quanto ele era bonito quando chorava, mas ainda assim preferia ver o seu sorriso com covinhas e ter seus olhos brilhando por felicidade, não pelas lágrimas que ainda o inundavam. Ele realmente fora cativado pelo garoto e percebeu isso apenas no momento em que enxugou o rastro molhado em suas bochechas, sentindo a pele macia e desejando beijá-la suavemente.

  - Não precisa pedir desculpas, está bem?! – Louis levanta-se do chão desconfortável com um impulso e estende a mão para ajudar o maior a fazer o mesmo, que não hesita em receber ajuda e limpa a calça quando fica de em pé novamente. – Você já almoçou?

  - Ainda não – ele confessa com as bochechas ruborizadas, estava com vergonha por ter chorado daquela forma diante do menor e de ter o incomodado com suas lamentações. Era quase surreal que ele havia encontrado alguém tão gentil a ponto de apenas ajudá-lo sem questionar seus motivos e sem julgar como a maioria faria.

  - Podemos almoçar juntos novamente e depois comer um sorvete, ou um gelato, eu não sei direito qual é a diferença entre os dois – o mais velho sorri de uma forma que é impossível negar o convite, então o cacheado assente com a cabeça.

  - Obrigado – Harry segura a mão do menor para evitar que ele vá antes que possa agradecer propriamente, embora não encontrasse palavras para expressar sua gratidão, aquele contato inesperado faz com que ambos fiquem arrepiados, mas os dois ignoram aquela sensação ao olharem um para o outro.

  - Por amortecer a queda?! Oh, não precisa agradecer por isso.

  - Yeah, amortecer a queda foi bom, mas obrigado por não me deixar sozinho quando eu precisava de alguém – ele abre um sorrisinho de lado ao falar, mas o menor ainda percebe a sinceridade e a seriedade nas suas palavras.

  O menor dá seu melhor sorriso para o garoto e mantém suas mãos unidas quando o guia até o restaurante em que estava planejando almoçar, com uma bela fachada em madeira pintada num tom escuro de verde e um interior bastante iluminado com toalhas xadrez nas mesas no melhor clichê que os dois já haviam visto. Os dois gostam imediatamente do estabelecimento, mesmo que fosse um enorme piegas.

  Seus olhares encontram-se quando eles decidem juntos por apenas um prato simples de tortellini, mas eles não encontram exatamente o que falar quando a garçonete deixa-os a sós para atender os clientes de outra mesa.

  Harry ainda estava envergonhado por ter desabado diante do mais velho, enquanto o outro estava realmente curioso para entender melhor o motivo do choro, mas mantinha distância para não invadir o espaço pessoal do cacheado. Eles ainda estão calados quando seus pedidos chegam à mesa, mas Harry certamente fica um pouco menos emburrado quando finalmente enche seu estômago vazio, puxando assunto sobre as cidades que visitaram no dia anterior e contando bastante sobre as coisas que o menor já havia visto em seu blog, mas ele ocultara aquela informação pelo prazer de ouvi-lo falar apaixonadamente sobre viagem.

  A tortellini estava deliciosa, mas a conversa dos dois estava fluindo tão bem que não deram muita atenção à massa quando pagaram a conta para irem embora, caminhando sem rumo certo pela ruela e falando sobre seus planos para o dia quando, acidentalmente, chegaram ao assunto sobre o qual o menor queria saber mais:

  - Eu tinha todo o roteiro do dia planejado para fazer com o meu namorado, bom, meu ex-namorado, mas agora eu estou totalmente perdido sobre o que fazer – ele fala com um suspiro chateado no final e o mais velho finalmente compreende tudo sobre o que estava acabado e sobre o garoto estar sozinho na cidade, mas não pode negar que uma parte dele ficou cheia de esperança com a notícia daquele término.

  - Eu sei que sou apenas o cara que veio para a Itália por impulso e nem sabe planejar um roteiro de viagem, mas podemos ver o lado positivo para tirar proveito da situação – o mais velho abre um sorriso para o garoto.

  - E qual é o lado positivo disso?! – Harry nem ao menos tenta retribuir o sorriso quando para de caminhar, mas o menor apenas revira os olhos azuis diante da falta de fé do outro.

  - O lado positivo é ter a liberdade para visitar o que quiser e quando quiser! – ele agita os braços em animação, fitando o cacheado enquanto os dois caminham e notando que ele parecia muito melhor agora. – Por exemplo, eu sei que você gosta muito de arte, mas no seu roteiro não incluía nada relacionado a Romeu e Julieta, então você pode simplesmente esquecer o planejamento e fazer o que acha melhor.

  - Okay, você está certo, realmente há um lado positivo. Eu não consegui incluir a Casa de Julieta no roteiro por causa do tempo, mas agora eu não tenho mais tempo certo!

  - Então vamos à Casa de Julieta! – o mais velho anuncia com um belo sorriso brilhando em seu rosto, um sorriso tão cativante que se torna impossível para o cacheado não retribuir, deixando as covinhas à mostra quando os dois voltam a caminhar.

  Louis logo percebe que adorava simplesmente ouvir o garoto mais jovem falar sobre coisas das quais ele gostava, com sua voz rouca recebendo um novo tom de excitação enquanto ele cita trechos de livros e de músicas clássicas, e como seus olhinhos brilhantes a cada vez que o menor entendia alguma de suas referências. Eles tinham uma espécie de ligação e ambos conseguiam sentir isso, mas apenas ignoraram aquele sentimento enquanto seguiam para o próximo destino do passeio.

  Aquela cidade era simplesmente fantástica, com surpresas agradáveis por todos os cantos, e os dois ainda passam por uma basílica no caminho, tão bonita que rende diversas fotografias para o blog do cacheado. Louis pensa que ele é adorável.

  E torna-se ainda mais adorável quando eles finalmente chegam à Via Cappello, pois seus olhos verdes brilham ainda mais e seus lábios rosados ficam levemente erguidos num sorriso surpreso. Estava encantado por finalmente conhecer aquele local que se parecia em muito com o que ele imaginara ao ler a peça, mas que era ainda melhor – ele gostava de imaginar que a história havia realmente se passado ali, naquele balcão, mas sabia que a construção havia sido feita após o sucesso do romântico livro.

  Seu sorriso aumenta ao que ele olha em direção ao mais velho, que já o fitava com um sorrisinho enquanto admirava sua felicidade:

  - Ó Romeu, Romeu! Por que és, Romeu? Renega teu pai e recusa teu nome; ou, se não desejares, jura-me somente que me amas e não mais serei uma Capuleto – o cacheado recita com um enorme sorriso satisfeito, dramatizando de forma quase cômica e deixando o menor de queixo caído diante daquela recriação da cena do balcão.

  - Não está esperando que eu complete, não é?! – ele dá uma risadinha e o maior revira os belos olhos verdes antes de continuar.

  - Somente teu nome é meu inimigo. Tu és tu mesmo, sejas ou não um Montecchio. Que é um Montecchio? Não é mão, nem pé, nem braço, nem rosto, nem outra parte pertencente a um homem – Harry continua a dramatizar até o momento em que o mais velho não suporta manter a expressão séria e explode em uma gargalhada alta, um riso tão gostoso que acaba contagiando o outro garoto também.

  Louis fica imensamente feliz ao deslumbrar o sorriso do cacheado, pois não fazia muito que ele chorara em seus braços e ele ficava ainda mais lindo quando ria.

  A empolgação do maior torna-se ainda mais evidente quando ele comenta sobre algumas curiosidades envolvendo o ponto turístico, como os diversos bilhetes de amor colados nas paredes com chicletes ou a lenda de que tocar no seio direito da estatua de Julieta traria felicidade no casamento, mas ele silencia quando os dois entram na casa, que abrigava uma espécie de museu com vestuário e itens antigos. Harry tirava tantas fotos que seu cartão de memória estava ficando cheio, mas ele diminui o ritmo quando eles chegam ao balcão:

  - Verona é realmente um local trágico – o cacheado confessa baixinho enquanto observa a estátua por outro ângulo.

  - Para mim esta cidade é mais do que o final trágico, pois também é o início de uma grande história de amor, uma história que ficou marcada! – Louis comenta com um sorriso ardiloso, atraindo a atenção do maior e piscando para ele enquanto fita seus lindos olhos. – Romeu e Julieta foram a exceção, não a regra!

  - Talvez – ele retribui com um sorriso ladino, ficando com o rosto levemente corado quando seu coração passa a bombear o sangue mais rápido.

  - Você deveria tirar uma foto aqui no balcão para o blog, expor esses lindos cachinhos – mais um comentário que o deixa embaraçado, mas ele aceita a sugestão do menor e deixa que ele faça a fotografia enquanto tenta conter a timidez.

  Já estava escurecendo quando eles deixaram a encantadora Via Cappello, caminhando calmamente pelas ruas enquanto conversam sobre seus clássicos literários favoritos. Eles passam diante da não-tão-famosa Casa de Romeu, mas o cacheado tira uma única fotografia para postar no blog antes de seguirem seu caminho sem falarem muito, mas era um silêncio confortável, assim como a presença um do outro parecia confortável e certa, como se eles fossem antigos conhecidos.

  Verona ficava deslumbrante no pôr do sol, com as luzes acendendo nas praças e casas de acordo com que a escuridão noturna que tomava conta da cidade, então os dois apenas sentam em alguns bancos públicos e observam a beleza das construções.

  Seus dedos pareciam ter imãs que se atraiam um para o outro enquanto eles estavam sentados no banco de bandeira, ambos desejando inconscientemente o toque na pele do distinto enquanto tentavam conter suas vontades instintivas. Era o que parecia certo e eles não tinham vontade de questionar aquilo, apenas estavam satisfeitos em serem dois rapazes aproveitando o pôr do sol em Verona, ouvindo uma baixa música ao vivo que vinha de longe enquanto apenas sentem a presença alheia. Aquilo era bom o suficiente para os dois no momento e ficaram daquele jeito por algum tempo, mas alguém precisava partir o silêncio, por mais confortável que fosse.

  - Eu não estou com a mínima vontade de dormir nessa cidade – o maior confessa, ele sabia que teria dificuldades para dormir sabendo que Nicholas estaria nos braços de outra pessoa em algum lugar daquela cidade. Desejava o melhor ao amigo, mas não conseguia aguentar esse pensamento naquele momento.

  - Então vamos embora daqui! – Louis diz simplesmente, sem nem ao menos perceber que estava oferecendo sua companhia ao garoto como se fossem acostumados a viajar juntos.

  - Quer mesmo viajar por dez horas comigo? – seu tom de voz carrega uma pontada de descrença e ironia ao mesmo tempo, mas o menor não se abala ao assentir com a cabeça, sabia seu roteiro, então ele apenas decide confiar naquele rapaz de olhos azuis quando pega seu celular para pesquisar no site das ferrovias qual era o próximo horário para lá. – O próximo trem parte em duas horas, tem certeza que quer fazer isso?

  - Sim, eu realmente gosto da sua companhia. É quase como um guia particular! – ele brinca, arrancando uma risada baixa do cacheado ao que ele assente com a cabeça.

  - É sempre um prazer. – Harry sorri docemente e suas belas covinhas levam o fôlego do mais velho ao que ele apenas retribui o sorriso da melhor forma. – Eu ainda preciso buscar minhas coisas no albergue, podemos nos encontrar na estação em uma hora?

  Louis concorda com a cabeça, então os dois combinam o ponto de encontro próximo aos guichês de compra de passagens antes de separarem-se para buscarem seus pertences nas distintas hospedagens, cada um indo para um lado com passos apressados para evitarem eventuais atrasos, afinal ambos eram britânicos e prezavam a pontualidade.

  O cacheado fica bastante satisfeito ao que consegue convencer o gerente do albergue a cobrar menos por não ter passado a noite, mas ainda assim toma banho rápido e troca de roupa antes de chamar um táxi para levá-lo a distante estação com aquela mala pesada. Ele estava com a estranha sensação de ansiedade que deixava sua voz trêmula e fazia suas mãos suarem, pensava que era pela viagem inusitada, mas sente uma pontada de vergonha ao constatar que aquelas sensações aumentam quando ele chega à estação e deslumbra o rapaz mais velho já o esperando.

  Naquele momento ele observa-o melhor, mantendo uma distância segura enquanto nota a beleza de seu nariz e de seus cabelos umedecidos erguidos em um topete desleixado. Suas mãos eram venosas e pareciam pequenas em comparação ao último lançamento de celular que ele segurava, mas o cacheado tem vontade de segurá-las, assim como tem o ímpeto de desejo de tocar suavemente seus lábios finos, apenas para sentir a textura.

  Além de seus olhos belos azuis expressivos, que pareciam com o céu de casa e o fascinavam de uma fora inexplicável, apenas parecia certo.

  Mas ele espanta aqueles pensamentos no momento seguinte, sacudindo levemente os cachos molhados quando segue em direção ao mais velho e sorrindo para ele quando seus olhares encontram-se. Tomlinson abre um sorrisinho libidinoso ao erguer as duas passagens que comprara para eles e acaba rindo quando o cacheado faz uma pequena careta com um misto de descontentamento e incredulidade, mas o menor sentia uma estranha vontade de mimar o garoto e ele não tinha o hábito de privar-se de suas vontades:

  - Como agradecimento por ter sido meu guia, não apenas dessa vez, mas também nas outras em que eu estaria completamente perdido sem você – sua justificativa aparenta aliviar um pouco da culpa que o cacheado sentia ao aceitar a passagem.

  - Você não precisava ter feito isso – o maior fica com o rosto levemente ruborizado em timidez, mas ainda sorri docemente ao dizer. – Mas obrigado.

  - Não há de quer – a estranha sensação de ansiedade retorna diante do sorriso que Louis lança ao mais jovem, mas ele disfarça ao desviar o olhar para os horários dos próximos trens que brilhavam em um painel. Ainda teriam um tempinho antes de precisarem embarcar e a movimentação naquele horário era consideravelmente menor do que nas diurnas, então não havia muitas pessoas na estação e estava um ótimo ambiente para uma janta improvisada.

  - O que acha de se despedir da Itália com uma focaccia?! – Harry sugere ao notar que um dos bistrôs da estação vendiam os pãezinhos com um ótimo preço.

  - Não há modo melhor! – ele sorri ao assentir com a cabeça e eles seguem para o bistrô, comprando duas focaccias bem quentinhas e sentando-se juntos num dos bancos de espera para degustarem o alimento. Louis queima a língua com uma das pedras de sal grosso que cobria o pãozinho, enquanto o cacheado mal consegue vencer algumas mordidas antes de precisar beber água.

  Os dois riem bastante da infeliz escolha de lanche que fizeram, seguindo para o trem no exato momento em que ele chega à estação e acomodando-se em seus confortáveis assentos. Louis não era acostumado a viajar de trem, mas tinha certeza de que seria uma viagem agradável junto do cacheado.

  Havia muitos métodos melhores de despedirem-se do país, todavia, eles escolheram um modo péssimo e tiveram de deixar a Itália com a boca salgada, mas ambos em paz. 


Notas Finais


Primeiramente eu gostaria de dizer que, no dia em que eu terminei de escrever esse capítulo, eu inventei de comprar uma focaccia num supermercado daqui e eu detestei! Portanto tratei-a sendo essa coisa salgada insuportável, mas preciso avisar que não tenho certeza, pois nunca comi uma focaccia genuinamente italiana.

Prosseguindo, eu também gostaria de deixar claro que eu vou atacar qualquer pessoa que falar mal do Nick, pois ele é um amorzinho (o meu amorzinho). E que ele se importa de verdade com o Harry por serem grandes amigos, inclusive, sua escolha foi em prol da felicidade de ambos.

Eu vou dormir agora pois estou cansadinha da faculdade, mas espero que tenham gostado e que me esperem até a próxima atualização!

Beijinhos de sorvete e all the love. -B.

(P.S. Eu decorei esse diálogo de Romeu e Julieta)


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