Shinwoo ouviu o som de seu corpo e de Nana atingirem a caçamba com um baque surdo, e imediatamente o ar deixou os seus pulmões: estavam perdidos, haviam sido descobertos e se já tivessem tido qualquer chance de escapar daquele lugar, tudo havia ido por água abaixo com aquele acontecido.
Min Ho prendeu a respiração e fechou os olhos, tentando presumir o que estava por vir. O guarda com certeza havia ouvido e agora estava preste a descobri-los em sua quase fuga. Em uma fração de segundos ele olhou para o buraco. No fim da descida de metal ele avistou o rosto de Yoona, contorcido por uma mistura de agonia e desespero. A seu lado, Seulong empunhava a faca proto para atacar.
Mas antes que qualquer ação pudesse ser tomada, um novo som retumbou em seus ouvidos. O som desta vez, não vinha da caçamba de metal, mas do lado oposto, provavelmente do grande salão do palco. Primeiramente foram sons fortes e alarmantes, como de porta sendo empurradas e coisas sendo lançadas. Depois alguns tiros e por fim, os sons dos gritos daqueles que ainda permaneciam no grande salão.
- Estamos sendo atacados! São soldados norte-coreanos! – o segundo soldado gritou, com sua voz se distanciando gradativamente e logo os sons dos passos dos soldados correndo se misturaram ao som infernal que vinha além das portas.
- Olhem! – Lime gritou no fim do beco, apontando o céu desesperada- são... são aviões... e parecem... parecem que estão atacado – antes de terminar a frase sua voz estava arranhada com as lágrimas do desespero. Seu cabelos azuis se agitavam em volta de seu rosto, em quanto alternava olhar pros seus companheiros de fuga, e para o céu ameaçador.
Min Ho e Seulong deslizaram pelo braço, indo se juntar com o grupo amedrontado no beco que agora não parecia nada convidativo.
- Ah – gritou Nana, quando tentou caminhar e sentiu dor um de seus tornozelos, que havia torcido com a queda – Ah está doendo!
- Acha que pode andar? – Shinwoo perguntou,tentando apoiá-la com um braço.
- Não sei... está doendo... – lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Um tremor de terra que seguiu um estrondo alto e pouco distante fez com que muita poeira caísse sobre eles, fazendo-os tossir e tampando suas visões por algum tempo.
- O que faremos agora? – Yoona encarou Min Ho, com desespero nos olhos – não podemos morrer aqui – ela tentava segurar o choro e o desespero, enquanto Yuri permanecia agachada, agarrada firmemente a seus próprios cabelos. Lime chorava silenciosamente, andando de um lado para outro.
- Temos que sair daqui e encontrar um lugar seguro. Mais cedo ou mais tarde seremos encontrados aqui, e tudo terá sido em vão – disse Seulong, olhando além das paredes.
- Mas ela não pode correr! E se formos vistos atravessando a pista de pouso? – perguntou Shinwoo, ainda apoiando Nana.
- Ela vai ter que dar um jeito meu amigo.
- O que? – perguntou Yoona, achando aquilo ridículo.
- Se não concordar, pode ficar com ela – disse Seulong, claramente nervoso e agitado.
- Não podemos simplesmente ajudá-la? – sugeriu Lime, visivelmente tremendo dos pés a cabeça.
Um novo estrondo ecoou pelo céu laranja, e dessa vez pareceu mais perto. As paredes do beco tremeram. A poucos metros o som de um avião aterrissando pode se ouvir.
- O que? – Yuri levantou-se, com os olhos vermelhos – isso é um avião? Eles estão pousando aqui?!
- Não – lime gemeu, colocando a mão na boca.
- Vão! – Nana gritou – vão e me deixem aqui!
- O que está dizendo? – perguntou Yoona, caminhando até ela – está dizendo para que a deixemos aqui? Se eles não te encontrarem no mínimo você morrerá de frio aqui!
- Não me importo. Apenas vão e me deixem aqui – Nana se desvencilhou dos braços de Shinwoo, dando alguns passos mancos para trás – Eu ficarei bem. Agora vão.
Lime começou a chorar mais uma vez, e Yuri a abraçou, enquanto seus próprios olhos enchiam de lágrimas.
- Isso não... – a voz de Yoona falhou. Apesar de não querer aceitar a sugestão de Nana, se não partissem naquele exato momento, seriam capturados, na melhor das hipóteses. E Nana não tinha condição de dar ao menos um passo sem chamar a atenção de qualquer soldado a quilômetros.
- Vai ficar bem? – Min Ho perguntou gravemente, se colocando ao lado de Yoona. Está virou-se de costas, tentando impedir que Nana visse o soluço que tomava conta de seu corpo. Ela teria alguma chance de ficar bem?
- Sim. Ficarei – Nana sorriu e uma lágrima desceu por seu rosto, como um último adeus. Shinwoo deu um passo em sua direção, mas Min Ho segurou seu braço, olhando fixamente em seus olhos – Agora vão.
Yoona se aproximou de Yuri e Lime, e Yuri segurou sua mão com força.
- Não se preocupe, ela vai ficar bem – Yuri disse, quase para que si mesma.
* Fim do quarto capítulo.
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