1. Spirit Fanfics >
  2. Love Way - Interativa GG >
  3. 22. Back to the Past - II

História Love Way - Interativa GG - 22. Back to the Past - II


Escrita por: CheryyS2 e Nrs

Notas do Autor


Heyy gente, já chegando aqui com o novo cap ~~ Mas antes já aviso que a primeira parte desse capítulo é o acidente de carro, então caso se sinta desconfortável pule para a 'Quebra No Tempo' ( eu sei que tem gente que fica meio agoniado vendo esse tipo de cena kdk por isso estou avisando)

Bem, é isso, boa leitura 💜

Capítulo 24 - 22. Back to the Past - II


Fanfic / Fanfiction Love Way - Interativa GG - 22. Back to the Past - II

( ... )

O carro das garotas do Mystic seguia em uma velocidade impressionante.

 

Sonae mal enxergava a rua a sua frente, as coisas mais pareciam borrões passando descoordenados pelas janelas do carro. As manchas alternavam entre vermelho, branco e amarelo, obviamente dos carros na estrada. 

 

Assim que saíram da garagem, mais dois tiros foram disparados atrás delas, e felizmente, nada atingiram. O atirador havia mirado a arma para cima, ao invés de atirar diretamente no carro delas. E depois dos disparos, abaixou o boné quase na mesma altura da máscara preta que cobria sua boca.

 

Depois, ele puxou o pano, revelando um sorriso assustador. E ainda rindo, acenou para as meninas enquanto elas se distanciavam.

 

—Ele está sorrindo! Por quê ele está sorrindo?! — Chae choramingou

 

—Sabe pra onde vamos! —Jeong colocou a mão no ombro de Sonae—Dá pra pegar outro caminho?!

 

Sonae piscou várias vezes, pisando no acelerador a cada uma delas. Tinham que chegar ao posto policial, mas pelo visto, o atirador já parecia prever esse movimento. Ele estava sorrindo, quer dizer que já tinha alguém às esperando no posto? E se fossem ao encontro do CEO, lá no centro de eventos? Não, não. Seria ainda mais óbvio, com certeza teria alguém por lá.

 

Sonae não sabia o que fazer, e o som de suas amigas chorando no carro apenas piorava isso.

 

—V-amos para o posto no fim da cidade. —ela falou, meio hesitante— É distante, mas parece mais seguro!

 

As garotas concordaram. Ir para o último posto da cidade era algo que o atirador não poderia prever, afinal, ele era bem mais longe que os outros e geralmente pessoas desesperadas escolhem o que for mais rápido. 

 

E elas também iriam preferir, mas no momento o desejo de se afastar o máximo possível era maior. 

 

Felizmente a rodovia para o fim da cidade era uma estrada sem muitos carros, então podiam acelerar bastante. Ia dar tudo certo, não tinha como estarem esperando por elas no fim de Seul. 

 

—Nae, a curva! —Yuna gritou do banco no carona, fazendo a amiga desviar da mudança na estrada

 

Tinha sido por pouco, mas não era uma curva muito fechada. Na verdade, a estrada toda era bem larga em comparação às da cidade. As meninas do Mystic estavam se acalmando aos poucos conforme avançavam no trajeto.

 

Claro, seu coração ainda estava acelerado, mas pelo menos agora parecia possível saírem sãs e salvas daquela loucura.

 

Uma ironia dramática, eu diria. Pois todos sabemos que o relevo sul-coreano é composto principalmente de cadeias montanhosas cobertas de florestas. A estrada antes tão larga, foi se encurtando conforme elas adentraram em Yongma Pokpo.

 

As árvores se estendiam metros acima do chão, conforme as montanhas também cresciam, comprimindo o carro no meio delas. Sonae ainda estava indo praticamente na velocidade da luz, esperando chegar o mais rápido possível. Ela ainda conseguia escutar os gritos e tiros que ouviram na Rhythmix, deviam mesmo ter ido embora? E as pessoas atingidas? Iriam morrer já que elas não ficaram para ajudar?

 

—NAE! —Jeong gritou, apontando para um tronco caído na estrada

 

No mesmo instante, Sonae pisou no freio, mas para a sua surpresa, tudo o que ele emitiu foi um estalo mudo. Elas ainda estavam na velocidade de 80km/h e aumentando perigosamente em direção ao tronco, em uma descida íngreme.

 

 —Vira o carro!! —Chae gritou, com mais lágrimas se formando nos olhos

 

Mas virar pra onde? A esquerda elas tinham rochas enormes da encosta da montanha, que perfurariam o metal facilmente. A direita, tinham árvores enormes, com troncos grossos o bastante para amassar a lataria em segundos. Isso sem contar a estrada curta e sufocada pelas duas enormes montanhas ao seu lado.

 

Elas iam bater, não havia saída. 

 

—Segurem!! —Nae cerrou os dentes e esperou o impacto

 

A parte da frente do carro foi a primeira a se chocar e empurrar as meninas para frente, com uma grande onda de choque. O baque também fez com que o carro desse um tranco muito forte para trás, e a gravidade o puxou para baixo fazendo ele rolar pela ladeira. 

 

O carro capotou e elas não souberam contar quantas voltas ele deu. Mas cada vez que o carro se chocava com a estrada, vidros estilhaçavam e o barulho do metal sendo amassado as fazia se encolher lá dentro. O alarme disparou, um dos pneus rolou floresta adentro e tudo que Sonae ouvia eram as meninas chorando.

 

Chae e Jeong estavam com sangue escorrendo pela testa e os olhos abertos, porém, sem piscar e fitando o nada a sua frente. Seus cabelos se estendiam bagunçados acima de seus rostos, já que o carro havia parado de cabeça para baixo.

 

Sonae ouviu um som abafado, como o de um apito no ouvido. Que logo foi interrompido por um braço quebrando o vidro do carona, onde estava Yuna. Sua amiga foi puxada pelo pulso, com uma força impressionante.

 

—NAE, ME AJUDA! —Yuna gritou, choramingando —É ele! 

 

Nae se inclinou o máximo que pode para segurar a amiga, mas o sasaeng fazia ainda mais força do lado de fora. Sonae passou os braços em torno da cintura de Yuna, sentindo o ombro latejar.

 

No meio disso, elas sentiram o cheiro do gás GNV vir da traseira do carro. A nível de informação, o GNV é um gás natural, com um cheiro bem característico, que pode ser usado como combustível. Porém, caso seu tanque sofra traumas e ele seja liberado para o contato com oxigênio, o GNV inflama e ao pegar fogo gera uma explosão. 

 

—O carro vai explodir! —Yuna gritou, com as lágrimas escorrendo e se misturando a fuligem de seu rosto—Sonae, vai embora!
 

—Não! —a outra soluçou, ainda agarrada a Yuna—Não posso te perder também!

 

As duas sabiam que Chae e Jeong estariam correndo desesperadas caso pudessem, mas infelizmente, nem mesmo os gritos de Yuna as acordaram. 

 

—Jeong-ah! —Sonae choramingou—Acorda, por favor! Chae, me ajuda!

 

Nada aconteceu, as duas meninas continuaram de olhos vidrados e pelo visto, sem previsão de mudar. Elas estavam em um sono daqueles, sabe? Do qual nunca se acorda.

 

—Nae, sai daqui! —Yuna chorava, com o braço quase sendo arrancado pelo sasaeng do lado de fora.  

 

Ele não iria desistir. Era um maluco, um doente da cabeça que ficaria até o fim tentando agarrar Yuna.

 

—Mesmo se não explodir, o carro vai cair da ladeira! —Yuna falou, soluçando—Só vai embora!
 

Ir embora? Igual ela fez na Rhythmix? Apenas salvar sua vida e deixar os outros a própria sorte? Sonae jamais teria coragem de fazer isso outra vez. Como poderia viver sabendo que deixou mais gente inocente morrer?

 

—Cuida da Yura por mim, tá bom? —sua amiga tentou abrir um sorriso, mas ele obviamente não era natural 

 

—Yuna! Não solta! —Sonae gritou, ainda agarrada a amiga com toda a força que tinha

 

—Desculpa, Nae… —Yuna murmurou, já esgotada—Por favor, não me odeie.

 

Sonae não entendeu de imediato, mas a amiga já tinha planos maiores para aquela tragédia. Yuna rapidamente chutou a trava do cinto de segurança com a pouca força que ainda lhe restava, e como a porta do carro estava aberta, a gravidade se encarregou do resto. 

 

Como Sonae já não estava mais presa pelo cinto de segurança, acabou caindo e rolando por vários metros na ladeira, só parou quando bateu em uma pedra na beira floresta. Obviamente esse impacto não foi pequeno, e embora estivesse longe do carro, seu corpo ardia com vários arranhões e machucados.  

 

A última coisa que viu antes de fechar os olhos, foi um grande clarão vermelho.

 

 

∆ Quebra de Tempo ∆  Centro médico de Seul; Hospital Universitário ∆  Cinco anos atrás ∆

 

 

Sonae abriu os olhos bem devagar, tentando entender onde estava.

 

Tinham algumas macas ao seu lado e uma bolsa de soro ligada ao seu braço. Também podia ver alguns curativos pelo próprio corpo, fora vários machucados já cicatrizados e enfaixados.

 

—Nae! Ah, graças aos deuses! —a voz de Kwan preencheu seus ouvidos e ela recebeu um abraço confortante

 

—Oppa…? —ela falou, com a boca seca 

 

Kwan estava com um terno preto e o cabelo escuro penteado para o lado. Além da expressão aliviada e até mesmo algumas lágrimas acumulando nos olhos. 

 

—Desde que te encontraram que eu tenho passado todas as noites aqui. —ele colocou a mão no próprio peito—Nossa, que bom que você acordou!

 

Sonae piscou, entendendo que estava no hospital. 

 

—O show… —ela colocou a mão na testa, com as lembranças voltando em um clarão —Oppa, as meninas…. o acidente… sasaeng! Temos que ir...! —ela disse, tentando sair dos lençóis

 

Mas Kwan curvou as sobrancelhas, pegando as mãos de Sonae e respirando fundo.

 

—Nae… —ele falou, alisando a mão dela, como se tentasse passar tranquilidade— Nós não podemos mais ajudá-las. Isso foi há dois meses… 

 

—Dois… meses? 

 

Kwan assentiu, olhando fundo em seus olhos.

 

—Eu nunca desisti que fosse acordar, juro. —ele falou, com um pouco de tristeza — Mesmo depois que a empresa parou de pagar seu tratamento, eu peguei do meu próprio bolso para te manter aqui. —ele falou calmo— É um milagre terem te achado. Estava há uns dez metros do carro, desacordada na beira da floresta. 

 

—Na floresta?

 

—Os cães da polícia tiveram problemas por causa do cheiro forte de GNV. Mas graças a Deus te encontraram com vida. —ele aperta forte as mãos dela

 

—Yuna…? Chae…?

 

Kwan balançou a cabeça, mas a olhava profundamente, como se procurasse as palavras.

 

—Não tem um jeito fácil de te falar isso, Nae… —ele colocou as mãos na bochecha dela, secando algumas lágrimas que já escorriam— Chae e Jeong morreram, os médicos disseram que foi antes da explosão. E Yuna… ela estava até a cintura pra fora do carro, mas pelo visto não teve tempo de fugir.

 

—Fugir? Ela…  estava sendo sequestrada…! —Sonae balbuciou —O sasaeng, pegaram ele? 

 

—Já temos alguns suspeitos detidos… mas precisávamos que você acordasse para dar depoimento. —Kwan passou os braços em volta da cintura de Sonae— Mas não precisa fazer isso agora, eu sei que deve ser difícil. Tem que se recuperar primeiro. 

 

Sonae abria e fechava a boca, com um nó na garganta. 

 

Elas tinham mesmo morrido? Era culpa dela, se não tivesse acelerado tanto… e Yuna? Sonae devia ter segurado ela melhor… ela morreu sozinha na explosão? Não conseguia pensar em nada mais terrível. Chae era a mais nova, sua família havia vendido tudo que tinham para ela debutar… e agora já era. Chae nunca nem chegou a subir em um palco. Porque acelerou tanto? Sonae deixou o medo dominar e isso foi  erro fatal.

 

E as pessoas na Rythnmix? Teve um tiroteio e Sonae fugiu sem nem ver quem foi foi atingido. Fugiu como uma covarde, mas e se precisassem de ajuda? Eles agonizaram até a morte sem ninguém para ajudá-los?  Ela tinha que ter sido mais forte…. Meu Deus, e o funeral? Sonae além de covarde e egoísta não pôde comparecer à cerimônia? Não pode nem se despedir, se é que suas amigas iriam querer sua presença por lá. 

 

Sonae era covarde, egoísta e medrosa. É isso, sem tirar nem pôr.

 

—Ei, ei! —Kwan chamou, acariciando seus cabelos—Antes que venha com alguma loucura, a culpa não foi sua. 

 

—Como pode saber? Não estava lá —Sonae fungou

 

—E precisava estar? Eu te conheço, sei que fez de tudo para salvá-las. —Kwan disse confortante, deixando que Sonae deitasse em seu ombro —Acho que anda se culpando demais. Tem coisas que não podemos prever, está além de nosso alcance, entende? 

 

Sonae não respondeu, apenas deixou que Kwan a envolvesse em um abraço. Ela não queria chorar de novo, mas era inevitável que sentimentos negativos a invadissem. Acabaram passando um bom tempo assim até que Sonae se acalmasse. 

 

Ela não podia deixar de se sentir culpada, senão pelas meninas, por Kwan.

 

Ele havia passado dois meses indo ao hospital para vê-la? Pagou o tratamento do próprio bolso? Como poderia lidar com isso? Embora Hyeon fosse o CEO, ele era bem rígido até com próprio filho. Kwan havia ido contra ele e ficado ao seu lado? Já que Hyeon era contra, Lee provavelmente havia tirado o dinheiro dos fundos da própria faculdade. 

 

Agora sentia que tinha uma dívida com ele também, e com as meninas do Mystic, com os funcionários na empresa… tinha com eles aquele tipo de coisa que não se pode consertar.

 

—Desculpa por isso, vou tentar te reembolsar… 

 

—Não precisa. —ele apertou mais forte— Não fiz isso por dinheiro, fiz porque gosto de você. Acho que até mais do que imagina. 

 

Obviamente Sonae não estava com muita cabeça para conversar, mas alguma coisa naquela frase lhe despertou certa curiosidade. Quando levantou o rosto, viu Kwan com os olhos matejados pela primeira vez desde que se conheceram, ainda na escola.

 

—Só te acharam duas semanas depois do acidente. Pensamos que a explosão tinha te atingido pior que as outras, já que era o banco do motorista. —Kwan suspirou, passando a palma da mão embaixo dos olhos — Não tinha corpo, Nae. Sabe como me senti? 

 

A jovem não respondeu. Kwan fazia seu coração acelerar facilmente, mas o medo de que ele hesitasse novamente em assumir alguma coisa era ainda maior que isso. 

 

—Olha, eu não estou muito bem, Kwan… —ela suspirou —Então já deu com os joguinhos, tá? 

 

—Sim, eu queria falar sobre isso também… —ele se aproximou, umedecendo os lábios — Não que seja alguma surpresa pra você. 

 

Sonae sente as bochechas corarem com a aproximação. Ela esperou que como sempre Kwan recuasse com o gesto, mas ele continuou avançando, mesmo que com cautela. 

 

—Seu pai não vai gostar disso… Nem a Haneul… e os fãs… —ela olhou para baixo, repetindo de cor as desculpas que ele sempre lhe dizia

 

Mas dessa vez Kwan pareceu ignorar tudo isso, revelando muito mais segurança do que antes. 

 

—Pela última vez, Nae. —ele riu fraco, segurando seu rosto —Se eu estou aqui, é por você.

 

 Sonae não teve tempo de vir com algum desvio e também não queria pensar em mais coisas ruins. Então decidiu apenas aproveitar o momento, fechando os olhos e deixando os lábios de Lee encostarem nos seus completamente. Algo que acabou evoluindo para algo mais profundo, só que diferente das outras vezes que Kwan havia lhe beijado. 

 

Antes era sempre se esgueirando nos corredores da empresa, e Kwan mostrava muito mais desejo do que carinho de fato. 

 

Sonae não sabia se ele havia ficado assim pela possibilidade de perdê-la, mas existia uma enorme diferença em Lee. Já tinha experimentado muitos sentimentos diferentes naquela relação, desejo, alegria, paixão e até um pouco ciúmes. 

Mas com o amor era a primeira vez. 

 

Quando se está nesse tipo de momento nada mais importa, nem mesmo os repórteres ao lado de fora, o pai dele… Ou Haneul na porta da clínica, assistindo a tudo aquilo. 

 

—Hm, já vi que acordou bem, Sonae. —a loira arqueou uma sobrancelha para a cena —Está pronta para falar com a polícia. 

 

Aquilo não tinha sido uma sugestão, mas tudo bem, mesmo que fosse um momento especial eles ainda tinham problemas a resolver. Todos esperavam para que Sonae esclarece os acontecimentos daquele dia.

 

—Eu vou chamar o detetive e avisar as enfermeiras. —Kwan falou, pegando sua mão e depositando mais um beijo ali—Volto logo. 

 

Sonae assentiu, com as lembranças ruins do acidente voltando em um clique. Não, ela tinha que parar de remoer isso… senão não poderia fazer um bom trabalho com a polícia. 

 

Não era hora de chorar, tinha que ser forte, ao menos por enquanto. 

 

~^~

Sabe, quando saiu do hospital Sonae não foi recebida com flores, nem nada do tipo. Muito pelo contrário, a maioria ali parecia decepcionada com sua melhora.

E ainda por cima, a análise da polícia havia sido inconclusiva, já que a versão de Sonae não batia com seus documentos. 

 

—Muito bem, vamos começar, sim? Eu vou ser bem direto.  —o detetive falou, calmo — Sua versão não me parece verdadeira, Sonae-ssi. 

 

—Mas por que não?

 

—Bem, em primeiro lugar, se o sasaeng havia causado o tiroteio na empresa, como poderia ter tentado pegar Yuna na montanha? Ele se teletransportou por acaso? 

 

—Não. Eu, bem, talvez ele tivesse nos seguido de carro…

 

—Mas você disse que a estrada estava deserta.

 

—Sim, é… —Sonae suspira—Ele deve ter nos seguido em silêncio, talvez a pé? Escondido na mata.

 

—Mas você mesma disse que estavam andando muito rápido. Não tem como ele ter seguido vocês a pé…. a menos que não estivessem tão rápido assim.

 

—Estávamos! —Sonae apela com o detetive —Talvez fosse mais de um sasaeng, sei lá!
 

—Você está se contradizendo. —o detetive levantou as sobrancelhas— Você disse que só tinha um atirador.

 

—E tinha!—ela suspira

 

—Isso não faz sentido. Ele podia atirar em vocês lá KJO, mas preferiu mirar a arma para o alto, certo?

 

—S-sim…

 

—Mas então porque te perseguir na floresta? Se ele podia ter matado vocês já na empresa, porque deixar vocês escaparem só para tentar de novo no bosque? —o detetive balançou a cabeça— É contra-produtivo. 

 

Sonae passa as mãos nos cabelos.

 

—Olha, eu sei que não faz sentido, mas não estou aqui para dar uma explicação completa. Estou aqui para falar o que eu vi! 

 

—Não sei não… —ele beberica o café— E tem mais. Se o sasaeng realmente tentou pegar Yuna, então onde estava o corpo dele quando o carro explodiu?  

 

—E-eu…

 

—Eu digo onde estava: dentro das suas mentiras, Sonae. —o detetive se inclinou— Nós temos uma versão mais convincente do caso. Quer ouvir? 

 

A garota se encolheu, sem saber o que dizer. Já havia sido atualizada do que a polícia sabia até ali. Embora a identidade do atirador fosse um mistério, apenas uma pessoa havia morrido no tiroteio daquela noite: o motorista que as levaria para o centro de eventos. Além disso, um guarda florestal ( que pelo visto, tentava ajudar as meninas com o carro) também havia sido gravemente ferido. 

 

Algo que não fazia muito sentido considerando o relato de Sonae. Por isso, a garota até entendia as várias especulações do detetive, embora não quisesse tanto ouvi-las. 

 

—Vou começar com duas coisas. —o homem falou— Primeiro, foi justo você que decidiu dirigir e levá-las para fora da empresa. 

 

—Sim… —Sonae respondeu baixo 

 

—E acelerou em uma velocidade perigosa, colocando elas em risco. 

 

—Foi uma emergência!

 

—Sim, sim. E no final,  você foi a única sobrevivente. —ele arqueou a sobrancelha—Não acha conveniente demais?

 

A garota se calou, embora estivesse furiosa por dentro. 

 

Ela não tinha argumentos contra aquilo, sua história, mesmo que verdadeira, era cheia de furos e mistérios. Não só para a polícia, mas para os repórteres e fãs, a outra versão parecia mais convincente.

 

Era mesmo muita coincidência que justo quem causou o acidente tenha sobrevivido, e isso quase ilesa. Sonae nunca foi a central do Mystic, talvez tivesse inveja das outras? Algumas bocas chegaram a suspeitar que ela e Haneul haviam armado aquilo juntas.

 

—Felizmente eu tenho o álibi dos staffs. Que bom que eu fui em outro carro —Haneul falou, suspirando—Mas isso não te ajuda muito. 

 

—Não… —Sonae confessou—Vou ser investigada por causa disso, mas decidi cooperar com a polícia durante esse tempo. Sabe, para não deixar as coisas ainda mais difíceis… 

 

—Bom pra você. —Haneul disse fria—Pelo menos agora está pensando nos outros. 

 

Nae apenas respirou fundo. 

 

Já fazia um tempo que sua amiga tinha começado a juntar os pontinhos e criar as próprias teorias. Ainda mais com Sonae suspeita pela polícia, Neul tinha dificuldade de escolher em quem confiar. 

Fora, claro, aquela cena ridícula no hospital. Quer dizer, se ela estava boa o bastante para bancar a vítima com Kwan,  também estaria para esclarecer o caso. 

 

—Eu quero ficar do seu lado, Nae. Mas é estranho demais toda essa história. —Haneul cruza os braços —Ainda mais quando lembro que foi você que impulsionou quase todas as nossas decisões daquele dia… 

 

—Mas tem que acreditar em mim, Neul! —Sonae interrompe —Por mais louco que seja… 

 

—Como Kwan faz? —a outra arqueou a sobrancelha —Me parece óbvio que a paixão atrapalha a cabeça dele. Mas eu sei que hoje em dia não podemos simplesmente confiar em rostos bonitos… entende isso, não é? 

 

—Não posso culpá-la —Sonae admitiu, meio amarga—Mas então… está do lado deles? 

 

—Estou do lado da justiça. —Haneul corrigiu —Quero apenas o que for certo, Sonae. —ela suspirou— Não que você pareça dar muito valor a essas coisas...

 

Fim de conversa, como sempre Sonae não tinha argumentos para rebater. Pouco a pouco, Haneul se distanciou mais e mais. Até mesmo quando a polícia terminou com Sonae, inocentada por falta de provas, todos  estavam muito desconfiados. O tempo foi se arrastando em meio a vários boicotes e especulações da mídia, além de que novas pistas não surgiam e os poucos envolvidos vivos, não tinham  mais nada a dizer.

Até que pelo bem da empresa ( ou pelo próprio bolso), Hyeon decidiu abafar o caso completamente. O departamento de polícia arquivou tudo para quando tivessem melhores condições de investigação, e o tempo foi apagando o pouco que restava.

Hyeon também renunciou do cargo de CEO e ameaçou fechar a RythMix, mas foi impedido por Kwan, que assumiu o seu lugar. A empresa foi repaginada e renomeada. 

 

Kim Chae, Jiang Yuna e Oh Jeong. As meninas do Mystic: KJO.

 

Todas fora Sonae, a qual ninguém queria homenagear naquele momento delicado. E também Haneul, que depois de tudo desistiu da vida artística, pois não queria ser uma idol marcada. 

A nossa mais nova vice-presidente se empenhava junto com Kwan para tentar desvendar o caso, ou ao menos, conseguir algumas respostas. 

 

Mas obviamente, no meio disso Haneul acabou descobrindo algo que Lee não fazia a menor ideia. Essa coisa acabou lhe estendendo os pontos de vista e foi uma jogada que mudou o tabuleiro inteiro. Realmente, fora uma grande coincidência que Haneul estivesse no lugar certo e na hora certa para ver aquilo.

 

Diante desse novo cenário,  Haneul não sabia bem o que fazer. Devia falar com Kwan? Com Sonae? Com a polícia? Depois de muito pensar, ela preferiu guardar aquilo pra si e tomar as próprias decisões quanto a isso. No fundo, ela ainda sentia que era a única sóbria naquele caso. Sonae ainda estava muito emocionada com o acidente, tinha medo de como ela reagiria. E Kwan tinha o trabalho de CEO nas mãos, além de ser bem influenciado pela bruxinha, por mais que não admitisse.

 

Haneul se via como a última realmente focada e empenhada no caso, então se alguém tinha que tomar as rédeas, certamente seria ela. A vice-presidente resolveria tudo a sua própria maneira e não estava aberta a discussões.

 

—Já estou cansada de como tudo é sobre eles.  Que fiquem juntos então!  —ela resmungou para si mesma— Agora é a minha vez de jogar e vou assumir sozinha a partir daqui.

 

Decidida e confiante, Haneul pegou certos documentos na sala de Kwan e os escondeu na bolsa. Seu coração nada tinha a ver com a investigação, tinha que ver as coisas mais friamente se queria resultados. Portanto, agora Neul faria simplesmente o que achava correto.

 

Se para o bem ou para o mal… já é outra história. 

 


Notas Finais


Fim~~★

E aí? O que acharam desse capítulo? Suas teorias foram confirmadas? Possuem alguma explicação para os furos na história de Sonae? Qual o motivo para Kwan e Sonae terem se distanciado de novo no presente? E mais importante, o que foi que Haneul descobriu e guardou segredo? Contem tudo pra gente, vamos amar ler 💜

(( ainda não tive tempo de revisar o capítulo, então desculpe qualquer erro))
((Aliás, lembrando que se você quer sua personagem de volta na repescagem, tem que nos avisar aí nos comentários ~))


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...