História Love Will Never Be Easy - Traição

Por algum motivo Adrien sentia aquele não seria um bom dia. Não dormira bem por conta do evento que teria a seguir, também era difícil comer por estar ansioso. Sua mãe ao seu lado, apertou sua mão sobre a mesa e lhe deu um sorriso reconfortante. Adrien retribuiu e decidiu fazer aquilo de uma vez, antes que a ansiedade o corroesse por dentro. Afastando da mesa, Adrien seguiu para o escritório do pai, com sua mãe em seu encalço.

-Pai, eu preciso conversar com você. -O loiro disse, após entrar, com sua mãe fechando a porta atrás de si, se aproximando cautelosamente do filho.

- Estou ocupado no momento. Se for algo importante, por favor seja breve. -Gabriel disse, sem ao menos olhá-los.

- Sinto muito, mas precisarei de sua total atenção agora pai. -Adrien disse firme e Gabriel pode finalmente subir os olhos de seus papéis, para o filho.

- Pois então? - Ele questionou e Adrien engoliu seco. Sua mãe atrás de si, acariciava suas costas em sinal de conforto.

"Esta tudo bem".

- Eu estou saindo com... -Adrien juntou forças para finalmente dizer, mas foi interrompido abruptamente.

- O que diabos é isso no seu pescoço!? E seus feromonios desapareceram... Não me diga que isso é... - Ele questinou e os olhos se abriram mais em indignação.

- Sim pai. É isso mesmo que o senhor está pensando. Eu estou saindo com alguém já faz um tempo e recentemente essa pessoa me marcou. -Suspirou, sentido um peso nas costas sumir por finalmente não ter que precisar esconder mais seu relacionamento. -Estamos em um ótimo relacionamento e...

-Seu pequeno desgraçado! -Interrompeu-o novamente, com fúria nos olhos ao se levantar, assustando-os. -Sempre sendo um depravado e se relacionando com as pessoas pelas nossas costas. Manchando o nome da família Agreste! O plano era você se casar para que ao menos uma vez na vida você fosse útil ou coisa do tipo. Para que ao menos pare de ser uma vergonha na família.

-Gabriel! -Emilie disse.

-Na intervenha Emilie! Por todos esses anos eu tive que fingir que você não saia com qualquer um na rua, tive que fechar meus olhos para as suas fugas impetulantes. E agora você me aparece marcado por um qualquer da rua!? -Gritou, se voltando ao filho.

- ELE NAO É UM QUALQUER! -Gritou.

- Então o que ele é? Um empresário famoso? Um CEO? Alguém pode de algum jeito nos beneficiar?-Gabriel questionou, olhando nos olhos esmeralda do filho, que estavam todos banhados de lágrimas de raiva e de decepção. -É claro que não.

Ele disse voltando à sua mesa, parecendo mexer em uma das gavetas de baixo de sua mesa. Deslizando uma pasta pela mesa.

-O nome dele é Derek. É filho de um dos CEO's que já fizeram parceria com a empresa. Ele é um alfa dominante e futuro herdeiro da empresa deles. Vocês irão se ver na semana que vem e você irá se certificar de que ele irá te fazer uma marca por cima dessa que você tem aí. Logo providenciaremos o casamento.

- Eu não irei me casar com ninguém a força! -Gritou batendo na mesa.

- Não seja teimoso! -Revidou no mesmo tom. -Você irá sim se casar com que eu mando, pois enquanto morar debaixo do meu teto, fará as minhas vontades. Caso contrário, você esta sujeito a deixar está casa.

- Você não vai expulsar o meu filho! -Emilie interviu novamente, até então furiosa.

- Eu posso. Eu tanto posso, como vou. Afinal de contas, eu sou o chefe da família. - Ele disse.

- Mas eu também tenho lugar de fala! Afinal eu sou sua esposa. - Ela disse, ambos erguendo o queixo para falar.

- Você é apenas uma ômega, nunca terá lugar de fala. Não interrompa, isso é uma conversa de pai e filho. -Ele disse.

- Ah, claro. -Emilie diz, baixando o tom, mas o encarando severamente. - Eu não sou nada mais do que apenas uma ômega para você, não é?

- Como?

- Claro, eu não sirvo para nada. Nem como sua companheira eu sirvo mais, não é? - Emilie continuava.

- Do que está falando Emilie? -Questionou.

- Por todo esse tempo, eu apenas fiquei ao seu lado para mostrar a sociedade que você é um alfa padrão de respeito, com sua esposa ômega e um filho que seria herdeiro de seus bens. - Ela continuou, o ignorando. - Parece que nem a nossa situação sexual está estável, não é mesmo? Afinal de contas até uma beta é bem melhor que eu.

- Emilie eu não sei o que está falando. -Tentou interrompe-la.

- Pois eu digo! -O interrompeu. -Se você se atrever a expulsar o meu filho. Eu também sairei.

- Não diga bobagens. - Ele diz.

- NÃO! Não me desafie, Gabriel! -Disse apontando o dedo para ele.

Gabriel hesitou por um momento, encarando os olhos raivosos da esposa, desviando o olhar para olhar para o filho, que olhava um ponto fixo no chão, parecendo estar longe, mas ainda sim, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Não pensava de modo algum acabar com a sua família por um simples erro do filho, mas ainda sim, a situação feria seu orgulho. Gabriel, por fim nada disse e fechou os olhos, com dor, voltando a fazer seu trabalho. Emilie bufou e levou o filho para fora do escritório.

-O que a senhora quis dizer com "até uma beta é melhor que a senhora"? -Adrien questionou, quando chegaram ao seu quarto.

Emilie respirou fundo e o puxou para um abraço, deitando-o em seu colo.

-A não muito tempo, eu descobri que seu pai está me traindo. - Ela disse e Adrien a olhou assustado.

-Traindo? Como assim?

-Descobri que nas minhas viagens para eventos beneficentes ou de caridade, ele e Natalie "ficavam". Descobri quando um evento foi cancelado de última hora e eu tive que voltar mais cedo. Eu ouvi algumas coisas no nosso quarto, e disfarcei fingindo chegar depois para ver que ambos havia saído as pressas do quarto. Eles deram a desculpa que Gabriel havia perdido o tablet do trabalho e que Natalie só estava o ajudando a procurar.

-E o tablet sempre fica no escritório dele. -Adrien pensou alto.

-Exato. -Suspirou, acariciando os fios loiros do filho.

- Mãe... Eu não sabia. Eu sinto muito.

- Esta tudo bem, meu filho. Se eu continuo aqui ainda, é para te dar apoio.

- Eu não pensei que a reação dele fosse tão dura. Acho que eu ainda tinha esperanças que, por ser meu pai, ele ficaria feliz por mim, nem que fosse um pouco. Ele mal me deixou falar sobre o Luka... - Ela o ouviu fungar.

- Seu pai não tem jeito. Alguma hora vocês poderão conversar sobre isso com calma, mas no momento ele está de cabeça quente. Não fique com rancor dele. - Emilie disse e Adrien a abraçou mais forte. Ambos se consolando até o fim da tarde.

-Quem diria que os nossos show seriam um fracasso desse jeito. -Juleka reclamou.

-É. O máximo que conseguimos foi algumas garotas que acharam o Luka bonitinho. -Alix disse, se sentindo frustrada.

-Pensem pelo lado positivo, se dermos sorte, as garotas vão espalhar o show para outras e outras pessoas, e ai vamos fazer bastante sucesso. -Rose disse, os acompanhando, enquanto andavam para fora do estabelecimento.

-Você é muito otimista Rose...

-Já eu sou realista. Só eu enxergo que o nosso empresário está passando a perna na gente? -Alix disse.

-Gente, eu juro que estou fazendo de tudo para conseguir mais audiência! Estou postando os covers de vocês agora mesmo nas redes sociais. Tenho certeza que desse jeito vocês não vão "flopar" no próximo show, contem comigo. -O jovem empresário disse, nervoso e atrapalhado, enquanto corria atrás da banda.

-Espero que sim. Nós confiamos em você logo de primeira, então você deveria nos ajudar também. -Ivan disse.

-Claro me perdoem galera. Eu vou dar o meu melhor! Mas vocês também deveriam dar o seu melhor, compondo músicas originais e tudo mais. Eu falo com as minhas parcerias e criamos o clipe na hora, certeza que ficarão populares muito rapidamente. - Ele dizia, enquanto digitava algo rapidamente no celular.

-É claro. Vamos conversar sobre isso mais tarde, agora vamos refletir em como o nosso progresso até agora foi um desastre. -Jule disse, empurrando os outros para fora. -Ele tá enrolando a gente!

- Eu ainda não acredito que contratamos um empresário novato. -Ivan disse.

- Se me permitem lembrar, foi tudo culpa da Rose. -Alix disse.

- Ei! Ela não teve culpa! Ela só ficou muito ansiosa com a banda e acabou aceitando o primeiro empresário que viu pela frente. -Juleka a defendeu.

- Tinha que ser justo um novato? -Alix questionou.

- Ele me convenceu dizendo que tinha muitos contatos! Me desculpem! -Chorou.

- Não briguem com ela, ela não tem culpa! -Discutiram.

- E você Luka? Tá bem quieto. -Ivan perguntou.

- Estou pensando sobre o que ele disse, sobre compor músicas originais. Pode ser que dê certo. Eu já tenho algumas melodias compostas, podemos adaptar para a banda e usar.

- Mas isso vai dar certo mesmo? -Jule questionou.

- Tem que dar. Afinal, estamos investindo nisso. -Luka disse, dando um suspiro cansado.