História Love You Goodbye - It's cold outside

"Mesmo que todos dissessem que ela era forte

 Eles não sabiam que ela mal conseguia continuar"

Eu não sabia muito bem o que estava acontecendo, não sabia onde estava. 

Apenas sentia o frio em meus pés e a terrível claridade que me irritava.

Mas apesar de tudo eu não conseguia levantar, nem mesmo abrir os olhos, estava tão bom. Era como sonhar acordada.

Então de longe escutei um ranger estranho é uma brisa gelada se chocar contra meu rosto por fim me fazendo abrir os olhos de vez.

Pisquei algumas vezes ainda confusa, e com certa dificuldade encarei todo o enorme quarto branco, eu não conseguia entender o que estava acontecendo, mas mesmo assim sentei na cama com dificuldade.

o travesseiro parecia me chamar de volta, estava tão confortável. 

Passei a mão na cabeça colocando os fios de cabelo que caiam sobre meus olhos atrás dá orelha​.

As coisas pareciam tão distantes.

Cocei os olhos em uma tentativa de me animar um pouco mais para que assim pudesse levantar, e mesmo contra minha vontade assim eu fiz, coloquei os pés na madeira fria e logo senti um calafrio cruzar meu corpo, fechei os olhos com força e me apoiei no colchão para a ficar de pé.

Frio, frio.

Foi a única coisa que consegui pensar involuntariamente já cruzando meus braços ao redor do corpo na tentativa falha de me aquecer, então peguei o lençol branco espalhado sobre a cama e o coloquri sobre os ombros como uma capa para assim amenizar o frio.

Então mais uma vez encarei o quarto parcialmente iluminado por uma porta, na verdade o que estava atrás dá porta que mais lembrava uma varanda. Então lentamente caminhei até lá, me deparando com a silhueta de um homem, por um momento fechei os olhos devido a claridade que vinha do lugar, nas aos poucos fui abrindo até finalmente me acostumar com a luz, e perceber que o homem ali era Harry.

Dei um passo para trás receosa, aquilo era tão estranho para mim.

Apertei o lençol contra meu corpo devido o vento gelado, então sai para fora, a varanda era enorme.

Harry parecia tão concentrado, em encarar os arranha-ceu espelhados. Era uma vista linda.

Me aproximei um pouco mais da grade e olhei para o chão, quase não era possível enxergar as pessoas que passavam pela rua, devido a imensidão do prédio do.

Todos pareciam minúsculas formigas - ri do meu próprio pensamento.

Então logo escutei a voz rouca atrás de mim, paralisei por alguns segundos até finalmente conseguir virar e encara-lo.

- Olha quem resolveu acordar - ele sorriu minimamente

- Oi - foi somente o que respondi

Ele me olhou de cima a baixo e soltou um  riso nasalado.

- Está com frio? - balancei a cabeça, então parei para observa-lo.

Harry vestia uma regata branca simples e um short jeans, estava descalço revelando as até então desconhecidas por mim tatuagens nos tornozelos.

Reconheci logo de cara que se tratava da frase de uma música de George Michael.

 "Never gonna dance again"

Então deduzi que ele não só tinha bom gosto para música mas também para suas tatuagens, que eram muitas.

- Vai entrar? - sua voz me chamou para realidade

-Hm o que?

- Perguntei se não vai entrar já que está com frio.

- A sim -falei balançando a cabeça e caminhei com certa dificuldade devido ao edredon  grosso de volta para o quarto.

Harry fechou a porta dá varanda e eu sentei na cama.

- Como eu vim parar na cama? Não lembro muito bem.

Harry cruzou os braços e fez cara de indignação.

- Claro, você dormiu no sofa, e eu tive que te trazer pra cá, e no final ainda tive que dormir no sofá, e puta que pariu me arrependo disso minhas costas estão me matando- Ri 

- Muito bem que cavalheiro, nem parece o outro Harry que eu estava acostumada - balancei a cabeça e ele revirou os olhos

- haha muito engraçada, olha seria conveniente se ao menos você me agradecesse - ele cruzou os braços

- Obrigada 

- De nada - ele saiu do quarto e eu dei de ombros pegando minha bolsa no criadumudo, então tirei meu celular de dentro dela.

2 chamadas perdidas dá minha mãe.

Ignoro -mas mesmo com a consciência pesada, eu deveria te-la avisado que dormiria fora, porém não estava disposta a escutar um milhão de Perguntas, pelo menos não agora. Então guardo novamente o aparelho, e calço meu coturno que estava do lado dá cama. 

Levanto e prendo o cabelo em um coque desastroso, e saio do quarto encontrando Harry mexendo no celular, ele agora usava um casaco marrom e calçava uma bota.

- Quer café? - ele perguntou 

- Preciso ir pra casa.

- Você não pode ir agora, é cedo, e ainda não tomamos café - balancei a cabeça

- Eu realmente preciso ir Harry - Ele revirou os olhos e foi até a estante pegando a chave do carro

- vamos - ele deu de ombros. Eu peguei minha bolsa

Saímos do quarto, os corredores estavam vazios e silenciosos, então descemos para o estacionamento, entrei no carro e Harry deu partida.

seguimos em silêncio o resto dá viagem, mas não foi nem um pouco desagradável, muito pelo contrário pareciamque ambos confortáveis e conformados apenas com a música que vinha do radio.

Depois de certo tempo o carro parou enfrente a minha casa, tirei o cinto e sorri para Harry em agradecimento.

- Obrigada...

- Pelo que? - revirei os olhos

- É sério, por tudo - abri a porta

- de nada... Eu sabia que você não era tão ruim Reale - ele passou a mão na minha bochecha e eu senti um calafrio devido ao toque.

Então balancei a cabeça ainda relutante sai do carro.

Dei um breve aceno e encarei o veículo  indo embora.

Então Respirei fundo me preparando mentalmente para o que viria.

Cruzei lentamente o pequeno jardim e Abri a porta, encontrando a casa silenciosa como de costume.

E quando achei que estaria livre, escutei minha mãe chamar dá cozinha, bufei e fui até lá.

Ela estava encostada na mesa com uma cara nada boa.

- Francesca onde você estava?

- mãe eu dormi na casa de uma amiga, não tem com o que se preocupar, okay? Estou em casa agora

- Você deveria ter me avisado, eu fiquei preocupada!

- Ta, tá foi mal, eu só dormi fora, sei me cuidar...

Ela abriu a boca para falar mais alguma coisa, porém respirou fundo e voltou a atenção para os legumes que estava cortando.

Então dei de ombros e fui até a porta dá cozinha que dava acesso a o pequeno quintal

- Alexia esteve aqui ontem, ela parecia ansiosa - franzi o cenho e balancei a cabeça saindo dá cozinha em seguida  

Logo vejo o garotinho de madeixas loiras quicando uma bola de basquete no chão e em seguida arremessando em direção a cesta.

Ponto!

Bato palmas e ele vira tirando os fios de cabelo dá testa, então sorri e acena para mim retornando a atenção para bola em seguida.

Sento no pequeno banco de madeira e me concentro em observa-lo mas logo sou interrompida pelo o barulho de mensagem do meu celular.

Encaro visor, era Alexia.

Ally: eu sei que está me ignorando, mas nós precisamos conversar é urgente

Hoje, às 10:33 A.m

Suspirei, eu realmente estava tentando ignora-la, mas parecia sério...

Não sei...

Depois ligo para ela.

...

Prendi meu cabelo, coloquei o casaco e meu cachecol vermelho.

Esse clima já está ficando insuportável. Quase não consegui dormi direito, crise de asma resolveu atacar.

E eu definitivamente pareço um zumbi me arrastando pela casa em plena segunda feira.

Minha vontade era voltar para as cobertas, e dormir o resto do dia.

Droga de responsabilidades.

Passo pela cozinha e pego uma maçã para comer no caminho, coloco os fones e me despeço dá minha mãe, então abro a porta lentamente e encaro o céu escuro e a rua pouco movimentada.

Estava úmido, e meus problemas de respiração logo começaram a dar sinal de vida, coloco a mão dentro do bolso do casaco para conferir se tinha pegado a bombinha, ela estava lá pronta para me salvar a qualquer momento.

Caminho até o ponto de ônibus. E agradeço mentalmente por ter pouca gente no veículo. Sento no fundo ao lado dá janela.

Desci na parada  que ficava em frente a faculdade, então arrumei o casaco e atravessei a rua indo em direção a C.A.C.

Como de costume havia vários alunos no gramado porém o lugar parecia mais movimentado que o normal, ignorei isso e entrei na instituição.

Logo notei alguns olhares em cima de mim, as pessoas pareciam cochichar quando eu passava, o pânico já estava tomando conta de mim.

E tudo só piorou quando avistei Margot Clark e suas "amigas"  Clary e Laila.

Dei um passo para trás mas não adiantou de nada pois logo elas já estavam em minha frente.

Senti minha respiração mudar e algo no meu estômago.

A ruiva líder cruzou os braços e me olhou de cima a baixo.

- Ela? - ela apontou para mim e as outras duas meninas balançaram a cabeça, Margot franziu o cenho - não pode ser - ela riu - essa idiota nem sabe falar e ... Eca - Antes que ela pudesse 

terminar senti alguém me 

puxando, virei frustrada encontrando Shawn, ele revirou os olhos e apertou meu braço e me me levou para longe das garotas.

pergunt então me soltou e cruzou os braços.

- Por que não me disse? - ele perguntou com raiva 

Estreitei os olhos confusa.

- Do que está falando exatamente? não estou entendendo nada.

- você está saindo com aquele​ cantor - arregalo os olhos espantada

Como ele sabia?

- O-o que? Não Shawn pelo amor de Deus,  eu não... - ele me corta

- Francesca para com isso, chega de mentir - fechei os olhos com força

Eu estava desesperada..

Coloquei a mão em seu ombro.

- ninguém pode saber disso!

Ele demorou alguns segundos me encarando até finalmente puxar o celular do bolso e voltar a falar:

- Todo mundo já sabe!