História Lovely Mistake (Snowbarry) - Secrets Are Hidden Lies.

A ninguém deve ser dito o que há de mais escondido e se oculta a vista. A definição de um segredo propriamente dito, mas para mim, é muito mais - algo que se deve ter medo e pode ser revelado à qualquer hora, por qualquer pessoa. Ninguém pode sobreviver de um segredo dessa maneira e minha garganta doía com a fome de dizê-lo em voz alta. Às vezes o medo de arriscar e tão grande que nubla nossa própria mente e nos faz esquecer do que é o certo a se fazer.

Foram-se quatro meses desde que descobrimos o sexo do bebê e essa foi a parte mais fácil de lidar com minha inesperada gravidez, digo, literalmente.

Sorrisos, risos e olhares sinceros era tudo o que eu observara de Barry por um longo tempo, então imagino-o se lembrando do dia em que nos vimos pela primeira vez - o real primeiro dia. Lágrimas, rancor e um olhar decepcionado eram instantâneas imaginações que percorriam essa previsão.

Allen chega com um copo de chocolate quente e eu esquento meu corpo com um gole da bebida. Ele me olha fixamente e sorri.

- Por que está me olhando assim? - Solto um riso sem graça. Ele se aproxima e toca na minha barriga, que agora tinha um enorme volume, ele pula da cadeira e me encara assustado.

- Caitlin, você sentiu isso? - Eu sorrio para ele e balanço a cabeça em confirmação. O canto de seus olhos pareciam estar marejados, tão quanto os meus e passamos alguns minutos nos entreolhando, se recuperando dessa emoção que não deveria ser perdida.

Pela primeira vez eu quis ser sincera. Completamente. Tento balançar a cabeça uma ou duas vezes com o imaginar de Barry sobre o que eu estava prestes a dizer. Monstro? Será que assim ele o pensaria?

- Tenho que falar algo. - Nos pronunciamos em uníssono, depois de alguns minutos em silêncio. Ele sorriu pela minha atitude, seu olhar indicava hesitação, assim como provavelmente o meu.

- Fala você primeiro. - Recuo. Fungo meu nariz com o nervosismo.

Ele respirou fundo e se preparava para pronunciar seus dizeres.

- Vamos morar juntos. - Ele tentou sorrir, mas claramente transparecia seu nervosismo.

- Como é?

- Eu sinto que eu realmente posso ser sincero com você, Caitlin. - Ele suspira. - Honestamente, eu não posso explicar o que é ou de onde veio tudo o que estou sentindo agora, mas posso assegurar que eu quero estar ao seu lado e morar junto com você seria um grande passo para mim... - Ele limpa a garganta. - Para nós. Eu quero estar com você.

Minhas pernas tremem, minhas mãos suam e eu engulo seco, tentando digerir todas as palavras dele. Minha estrutura acabava de cair, não tinha chão que me segurasse no abismo que eu me encontrava. Monstro. Era assim que eu pensaria. Mordo meu lábio inferior e isto não passa despercebido pelo moreno.

- Foi algo que eu disse que te incomodou? - Sua expressão caiu.

- Não, não! - Rapidamente o digo. - Nunca! - Suspiro e ele esperava por uma resposta. - Eu quero morar contigo, Barry e eu quero estar contigo. Eu gosto de você, muito. Eu tô com medo de tudo, mas o que eu sinto por você é maior. Não. É bem maior que isso. - Ele se aproximou e nos fechou em um beijo.

(...)

Nesses sete meses de gravidez, eu já conseguia controlar minhas decaídas em relação a glicose e quase não tive desmaios nesses últimos meses.

Passamos a trabalhar no STAR Labs há quatro meses atrás e tivemos poucos incidentes graves e isso ajudava a manter minha gravidez saudável.

Entretanto, hoje não​ parecia ser um dia tranquilo, digo isso pelo sinal de meta humano que soava e ecoava pelo córtex.

- Isso é estranho. - Fungou Cisco na frente do computador. - O sinal de meta humano está aqui no STAR Labs.

- O laboratório está sendo invadido. - anunciou Dr. Wells.

- Oww... Isso é um problema. - Cisco anunciou nos levando para trás.

A porta fazia um barulho constante. Alguém tentava arrombá-la. Barry me retirou de perto dos computadores e observamos atentamente, nos preparando para a ameaça.

- Há quanto tempo, amigos. - Ele conseguiu abrir a porta.

- Ronnie? - Tento confirmar, ainda confusa. Não. Era Nuclear, agora eu me lembrava o que me fizera ter um conflito passado com o Ronnie.

Éramos opostos em personalidade e em elemento, mas ele não parecia estar em si. Estava descontrolado.

Barry o puxa até o lado de fora do STAR Labs e sigo-os na espreita. Eu tinha que descobrir o que diabos havia acontecido.

- Você disse a ela, Barry? - Ele desafiou Allen, que parecia ter sua faceta furiosa, como em todas as vezes que nos esbarramos.

- Eu nunca diria. Ela não merece isso e nunca vai merecer.

- Ow! - Ronnie gargalhou. - Vocês estão namorando e não sabem nada sobre a vida um do outro. Um covarde é sempre um covarde, Allen.

- Eu juro que se você chegar um milímetro sequer perto dela e da minha filha, eu mesmo acabo com você. - Ele deu seu ultimato.

- Fico feliz que você se lembre daquela vez, mas ela não sabe que era você, certo? Sabe que eu não me arrependo de tê-la usado? Você devia fazer o mesmo. - Seu sorriso era vitorioso.

- Babaca de merda. - Ele chegou perto, mas Ronnie o agarrou e começou a levá-lo de lado em lado, guiado por suas chamas.

Em seguida, Barry é arremessado no chão e atingido em um carro próximo dali. Raymond prepara-se para atirar e eu o pego despreparado com uma onda de gelo.

- Cai fora daqui. - Alerto a Ronnie e corro até Barry que estava machucado.

- Você... - Ele mal conseguia pronunciar suas palavras.

- Depois, está bem? - Sinto meus cantos dos olhos marejados. - Vamos cuidar das suas feridas primeiro. - Minhas lágrimas começavam a se formar, enquanto pedia ajuda.

Passo algumas pomadas de queimadura e atado algumas feridas, mesmo sabendo que em alguns minutos a mais ele estaria completamente curado.

- Por quanto tempo eu estive assim? - Ele abriu seus olhos e me encarou... Friamente.

- Não por tanto tempo. - Suspiro.

- Era você não é? Que me salvou quando eu estava sendo atacado há alguns meses atrás, antes de aprender mais sobre meus poderes.

- Quanto você sabe daquilo?

- Isso não vem ao caso. Eu achei que fossemos parceiros desde o começo, eu achei que você confiava em mim. - Seus olhos marejavam.

- Eu confio. - Grito. - Barry, você me viu como Killer Frost, naquele dia eu perdi o controle... Na frente de seus próprios olhos eu quase matei o Julian! - Minha voz estava rouca e minhas lágrimas caíam, junto com meu coração apertado.

- Mas você não o fez. Você me salvou naquele dia!

- Eu estava com medo, me desculpa. - Eu já não conseguia controlar a frequência de lágrimas e eu tentava limpá-las conforme caíam, para que pudesse vê-lo melhor. Ver sua expressão diante do monstro presente que ali estava.

- Medo do quê?

- Você sabe como as pessoas me olhavam depois daquele dia? Elas tinham medo de mim! - Coloco a mão no peito. - E eu? Só queria ajudar elas daquele meta humano. Eu era um monstro para elas naquele momento, assim como eu fui para você. Eu vi sua expressão também, Barry! - Minha voz falhou e minhas pernas estavam trêmulas.

- Caitlin, você não se lembra completamente daquele dia. - Ele suspira. - Você perdeu o controle por um momento quando Ronnie te tocou. Você se alimenta do calor, não é? Foi isso o que ela - Killer Frost, tentou fazer e o que me assustou foi quando você reassumiu o controle, porque pensei por um momento, que você fosse se perder ali mesmo por ter me salvo. Eu estava com medo que você perdesse a si mesma por minha culpa!

- Então você sabia esse tempo todo? - Eu dei alguns meros passos para trás. - Você sabe o quanto eu quis te aliviar dessa lembrança? Daquela imagem?

- Caitlin, me escuta. - Ele segurou meu pulso. - Eu não sabia, eu acabei de descobrir. Só fiz a relação com a ameaça do Nuclear e sua confissão.

- Então por que implicava tanto com o Ronnie? - Minha expressão é minha cabeça estavam claramente confusas.

- Além de ciúmes e raiva por você gostar de um babaca daqueles, eu ouvi ele falando para Eddie que tinha se aproveitado de você algumas vezes sem seu saber. Eu pensei que... - Ele suspirou forte. - Enfim, eu só o odiei até agora.

- Todas as vezes que eu perdia o controle, eu acabava me alimentando do calor dele? - Barry assente.

- O que me faz ter controle de calor no meu corpo agora, então é...

- A bebê. - Barry sorriu e eu o fiz de volta.

De repente, tudo a minha volta escureceu e o pequeno alcance de campo de visão que ainda tinha estava completamente turvo. Ouço o grito de Barry ao me ver rotacionar e em seguida cair no chão. Eu queria dizer à ele que estava tudo bem, que não devia se preocupar. Uma imensa dor aperta na minha barriga, meus olhos pesados pela dor que sentia acabaram por se fechar e,  por fim, tudo estava completamente no escuro.