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História Lovemess (Yeongyu - Sookai - Taeseung) - Capítulo 2 : Tudo tem um preço


Escrita por: ChellyWalker

Notas do Autor


Oi, oi, estrelinhas ✨Tudo bem com vocês? Espero que sim! Vou ser sincera com vocês, estou um pouco insegura em começar uma história nova depois de CDAR'S, mas como tive um feedback positivo no primeiro capítulo, vou fazer o possível para manter o nível nos próximos capítulos. Continuo por vocês. >< Obrigada, mesmo, por todo o apoio! Cada voto e comentário são muito importantes 🥺💕✨

Capítulo 2 - Capítulo 2 : Tudo tem um preço


Fanfic / Fanfiction Lovemess (Yeongyu - Sookai - Taeseung) - Capítulo 2 : Tudo tem um preço

••••••••••꧁❦☽꧂••••••••••

Música alta e luzes frenéticas preenchiam o ambiente com muito mais do que emoção e adrenalina, entre outras substâncias, presentes no sangue daqueles adolescentes. Um novo ano letivo estava começando, e o sorteado da vez foi Lee Heeseung, aluno do terceiro ano "B" do colégio de riquinhos — cujo esse é desnecessário apresentações — Enfim, voltando ao foco... A festa em pauta estava acontecendo na casa de campo — melhor dizer mansão — do Lee moreno, atleta e muito bonito — destaque no sorriso de galã e na fala mansa. — Resumidamente, uma beldade, sabem o que falam sobre homens narigudos... Sim, ele tem muito orgulho disso também, digo, sobre ser um rapaz grande — sei muito bem o que você está pensando! — de volta para festa:

— Pedra, papel e tesoura... — Heeseung sorriu ladino, vitorioso, em meio à disputa com o Park, esse que ainda não irei lhes apresentar com muitos detalhes — 'Tá no papo, Sunghoon.

— Mas que caralho, Heeseung! — Ralhou com um sorriso sacana, negando com a cabeça. — Soobin vai arrancar seu pau quando descobrir.

— Errado, Park — insinuou, bebendo o restante de álcool presente no copo descartável de cor vermelha — Ele arrancaria o seu pau, caso você fizesse —  encolheu os ombros, sorrindo convencido — Mas estamos falando de mim, e o Choi não tem nada contra mim.

— Porque você não 'tá transando com um Huening.

— Claro, você pegou a gostosinha da Lea, queria que eu fodesse com o irmão dela, ou com a mãe deles? — mais uma vez, Sunghoon riu do amigo, negando com a cabeça — Se bem que a diretora Huening... que mulher! Entendo a pirralha da Bahiyyih ter tanto ciúmes dela, também teria se minha mãe não fosse uma velha.

— Desgraçado! — Heeseung conseguia ser ainda pior do que o Park, cujo esse, ria feito um idiota, atingindo um soco no estômago do amigo, claro que no "bom" tom da brincadeira — Ela ainda é a mãe da minha namorada. Que nojo...

— Que porra de namorado você é, hm? Porque mesmo transando com a gostosinha, 'tava louco pra foder o Kang.

— A Lea não é virgem...

— Tira o olho, garanhão! — Devolvendo o "cumprimento", Lee desferiu um soco no amigo, o vendo se contorcer ao levantar o dedo médio em sua direção, gesto esse que Heeseung aceitou de bom grado, encenando um oral com um sorriso descarado nos lábios. — Ele é meu. — Segredou, apontando discretamente para o rosado parado no meio da pista.

Taehyun estava se sentindo deslocado em meio a multidão, tinham duas garrafas de cerveja congelando as suas mãos, enquanto ele erguia a cabeça, na pontinha dos pés, avistando o melhor amigo ao longe, conversando com Yang Jungwon. Um suspiro sôfrego fugiu pelos seus lábios, assim que notou que o calouro tinha sido mais rápido, ao oferecer algo para o representante da turma beber.

— Que ótimo... — murmurou para si próprio, surpreendendo-se ao sentir uma respiração pesada contra o seu pescoço. Assustado, virou em direção ao corpo mais alto, suspirando aliviado por encontrar aquele sorriso conhecido. — Lee Heeseung, é você. — Desviou os olhos para o chão, rindo da própria reação exagerada — Pensei que fosse um louco tentando se aproveitar de mim.

— Nossa, Taeh... desse jeito você parte o meu coração — Fingiu mágoa exagerada pousando a mão sobre o peito esquerdo, logo mudando a expressão para um sorriso divertido.

Curioso, o alfa levantou o queixo do pequeno com os dedos da destra, enquanto a canhota permanecia guardada no bolso da calça. O coração do Kang estava acelerado, e ele tinha quase certeza que havia engolindo em seco, o que sem sombra de dúvidas era muito vergonhoso. Entretanto, não era sempre que um dos caras do time de basquete vinham falar com ele por livre espontânea vontade. Geralmente, o representante de turma, vulgo Choi Soobin, seu melhor amigo, o arrastava para festas como aquela onde estava. Porém, as conversas nunca partiam de Taehyun, principalmente com um cara tão bonito como Lee Heeseung.

— Por acaso, essa cerveja é para mim?

— Hm?! — Fora de foco, Taehyun continuou preso nos olhos escuros de Heeseung, até que o mesmo apontasse com o olhar para as garrafas ainda em suas mãos — Ah... — deveras desajeitado, estendeu o recipiente cilíndrico de vidro em direção ao maior, vendo aquele sorriso lindo se tornar ainda mais vivo.

— O quê 'tá acontecendo entre o Soobin e o Jungwon? — Bebendo da garrafa verde, estreitou os olhos até os citados, fazendo o Kang copiar o ato.

— Ah... eles — então era aquilo, o motivo pelo qual Heeseung foi até ele. Mas é claro! Como Taehyun podia ser tão bobo? Ainda assim, não pôde deixar de se sentir decepcionado. Pois até aquele momento, ainda havia um fio de esperança nele. — Não sei. Quero dizer, 'tá óbvio que o Yang gosta do Soobin e vai acabar chegando nele..., mas o Soobin tem namorado, então acho que não vai rolar... — deu de ombros, estreitando os olhos para o mais alto, esse que bebia, concordando com tudo o que ele estava falando — Não julgo que você esteja interessado, Jungwon é um ômega fofo...

Parando a garrafa no ar, antes de tocar seus lábios, Heeseung notou o olhar cabisbaixo do outro, finalmente se tocando que as coisas seriam bem mais fáceis do que tinha imaginado. Aquele garoto...? — riu soprado, afastando a garrafa da boca — Taehyun era afim dele? Não, não, não. — riu mais uma vez, balançando a cabeça. — O alfa não podia perder aquela chance, tinha que tomar atitude.

— Eu te acho ainda mais fofo... — Surpreso, Taehyun arregalou os olhos, sentindo os dedos alheios segurarem seu queixo com delicadeza — Posso te beijar?

Sem acreditar, o ômega não tardou em concordar, perdido naquele rosto bonito. Curvando-se um pouco para baixo, Lee Hesseung levou os lábios até os do menor, friccionando sem intensidade. Inicialmente era aquilo, só um selinho, no entanto, foi o bastante para deixar o pequeno Kang desnorteado, com o coração agitado, tremendo feito um pinscher.

— Você gostou disso? — Calado e envergonhado, ele apenas assentiu — Quer ir pra um lugar mais calmo? — ainda sem palavras, voltou a concordar. Quase tendo um treco quando o atleta ergueu a mão para ele, definitivamente, seria impossível negar algo para aquele sorriso bonito.

Passando pela multidão, agarrado à mão de Lee Heeseung, Kang Taehyun se encolhia um pouco, envergonhado por estar com alguém tão popular. Heeseung era extrovertido, enquanto saiam ele cumprimentou cerca de vinte pessoas, enquanto Taehyun era o completo oposto, extremamente introvertido, ou melhor dizendo: ele era tímido.

— Vamos, não tem ninguém na casa de hóspedes. Está em reforma, minha mãe está mobiliando tudo de novo. Crise da meia-idade, eu acho... — Sorrindo de orelha a orelha, Lee terminava sua cerveja, contornando a casa pelos fundos.

Taehyun estava fissurado, enquanto subiam uma espécie de "morrinho" ele pôde visualizar a piscina lá embaixo, onde jovens — muito diferentes dele — pulavam na água aquecida vestindo apenas roupa íntima, nada tradicional como roupas de banho, eles estavam rindo e curtindo a festa lá embaixo e parecia incrível. Talvez, ele quisesse ser daquela forma... "normal", queria se enturmar mais..., mas infelizmente, aquilo só era um sonho distante.

— Yujin e Yeonjun... — iniciou, visando a porta de vidro em frente à eles — Desde quando? — Ainda que estivessem longe, na festa mesmo ele os viu aos amassos, e se fosse assunto para quebrar o gelo, então estava ótimo!

— Acho que — como imaginado, a porta estava aberta.  Quando pisou com o pé direito para dentro da casa,  Heeseung torceu para que nenhum espertinho tivesse sido mais rápido do que ele — um ano... não é nada de qualquer forma — deu de ombros, pouco interessada no lance...? Se é que podia chamar assim.

Heeseung não ligava porque realmente não tinha nada rolando entre a irmã e o capitão do time de basquete. Yeonjun nunca havia levado ninguém a sério, e... agora, tudo o que importava era aquele baixinho acanhado ao lado dele.

[...]

Em algum lugar da cidade, onde os casais costumavam estacionar o carro para "namorar", Kai estava curtindo a noite, não da forma que ele queria, mas era bom trocar carinhos e beijos com o namorado. Kim Seokwoo era cinco anos mais velho do que ele, já tinha terminado a faculdade e agora trabalhava como diretor na empresa do pai. Sendo bastante sincero, o ômega não se importava com aquela diferença de idade, eles estavam juntos há cerca de dois anos e, era um relacionamento leve e bastante saudável. Seokwoo e ele eram amigos desde que o havaiano se mudou para a Coreia, e o sentimento cresceu junto com eles e, Kai podia dizer que gostava do alfa, mas era só isso...

Curtindo uma musiquinha gostosa, daquelas que passam o sentimento de paz, Huening Kai acariciou o rosto do mais velho, sorrindo fraco.

— Vai me contar o motivo dessa carinha triste? — Kai deitou a cabeça sobre a mão alheia, tentando não revirar os olhos ao lembrar de Choi Soobin, e o quão insuportável ele era.

— Bom, tem um colega meu do colégio, e... — o namorado estava prestando atenção, em cada uma das palavras do mais novo — ele 'tá dando uma festa hoje, e, 'cê sabe que meus pais nunca me deixariam ir, é fora da cidade, no campo...

— Ainda temos tempo até o seu toque de recolher, se quiser dar uma passada lá...

— É sério? — Pendeu a cabeça, inserto sobre as intenções do mais velho. Não que o mais velho não fosse confiável, Seokwoo era ótimo! Mas..., poxa! Ele era extremamente superprotetor. Por isso a desconfiança. 

— Mas apenas se eu for junto.

— Ah, meu amor — sorrindo de orelha a orelha, Huening pulou em cima do mais alto, voltando a juntar os lábios, o enchendo de beijinhos — obrigado — mais beijinhos — obrigado — e mais beijinhos.

— Tá bom, vamos logo antes que o seu pai note a nossa ausência. — Concordando com a cabeça, Kai se endireitou sobre o banco, vendo Seokwoo dar partida no carro.

Lee Heeseung era um puta filhinho de papai! Kai não evitou admirar aquela casa enorme com a boca aberta, assim que o carro estacionou, ele saiu já encontrado com alguns rostos conhecidos. Lee Yujin e Choi Jisu estavam o medindo de cima a baixo, como se perguntasse o que ele estava fazendo ali. Elas não gostavam nem um pouco do Huening, por mais que fossem "amigas" de suas irmãs, sua presença era considerada insignificante. Muito diferente do seu namorado que logo atraiu olhares e cochichos que provavelmente diziam o quão bonito ele era. Pasmem, Kai que não era bobo nem nada, agarrou o braço de Seokwoo, mostrando para os invejosos de plantão que aquele alfa lindo estava com ele.

— Olha só, acho que esse tipo de festa não é do nosso perfil, amorzinho — na frente do carro mesmo ele pôde avistar, tinham adolescentes praticamente fazendo uma orgia na piscina — Kai, vamos embora, hm?

— Vamos sim. Só que, ah — ele tinha que pensar em algo, uma desculpa para o namorado — tem um amigo meu lá dentro, só vou cumprimentar ele e nós já vamos embora, beleza? — Como Seokwoo iria negar algo para aquele rostinho angelical? Deixando sua figura autoritária de lado, concordou com a cabeça, vendo o namorado soltar um gritinho animado. — Tudo bem, eu já volto. Me espera aqui.

Seokwoo apontou para o mais baixo e depois para os próprios olhos, aquele gesto era como se dissesse "estou de olho", e Kai mandou um beijo como resposta, indo em direção a festa. Alguma coisa estava martelando na mente dele, e não tinha nada a ver com um suposto rival dois centímetros mais alto do que ele. Claro que não! Ele só tinha que... verificar.

Entrando na sala vasta e lotada, com grandes portas de vidro que davam acesso à piscina, Kai imediatamente bateu os olhos em Soobin, o que foi o suficiente para estalar a língua no céu da boca e negar com a cabeça rindo em seguida. Choi Soobin era definitivamente um sem caráter! Huening até pensou que ele era diferente, pensou nessa possibilidade mesmo com o péssimo temperamento alheio sendo colocado à prova todos os dias. Ele achou que o amor que Soobin jurava pelo novo namorado fosse real, mas lá estava ele de papo furado com Yang Jungwon, o calouro do segundo ano — cujo esse todos sabiam que nutria sentimentos pelo alfa —, em uma festa de sexta-feira à noite, sem a presença do, até então, "namorado".

— Olha só o que temos aqui — com os braços cruzados e um sorrisinho satisfeito no canto dos lábios, Kai se aproximou do representante de turma — Choi Soobin sabe como se divertir...

Aquela voz irritante, caso fosse possível, Soobin desejaria nunca mais ouvi-la. Entretanto, fez como sempre fez, forçou os dentes em um sorriso virando em direção ao ômega debochado, esse que também o devolvia o sorriso de muito bom grado.

— Kai, o que 'cê 'tá falando aqui? Que eu saiba sua família não permite, 'cê sabe, drogas, bebidas alcoólicas e sexo. Essas coisas não são para um ômega de "família" feito você.

— Meu amor, sem sexo não haveria família. Achei que não fosse tão inocente assim, mas no fim das contas você sempre me surpreende, Soobs. — Ousando acariciar o rosto do mais alto, enquanto o namorado estava no carro, Kai mordeu os lábios tendo o pulso segurado pelo seu rival.

— Não que você saiba como deve ser feito, não é?

Kai estava com raiva, Soobin sempre pegava pesado com ele, mas não iria demonstrar estar afetado. Pelo contrário, ainda que estivesse vestido com seu suéter azul bebê, extremamente fofinho, e os fios escuros estivessem devidamente alinhados, não iria sair daquela festa sem no mínimo se divertir. Então, nessa linha de raciocínio, tomou a garrafa de vidro da mão do Choi para ele, descendo o sabor amargo da cerveja garganta abaixo.

— Sério? Bom, então me diga como deve ser feito, amorzinho.

Pela primeira vez naquela noite Soobin tinha se animado, seu sorriso até relaxou por um instante, entortando sobre os lábios por livre espontânea pressão — não por achar aquela versão do Huening intrigante, claro que não! — Seja lá o quê Kai faça, ele pode fazer melhor. Então, que comecem os jogos.

[...]

Chegando na tal casa de hóspedes, Taehyun se sentiu estranho, inseguro, quando a mão grande soltou a dele e subiu para o segundo piso, seus braços automaticamente começaram a aquecê-lo, como se aquele gesto passasse confiança. Ali estava escuro, e realmente estava passando por uma reforma, já que os móveis foram forrados com lençóis brancos. Logo, Kang foi despertado pelo estrondo de um colchão sendo arremessado lá de cima até onde ele estava, dando espaço para um Heeseung com roupas de cama em mãos e o contínuo sorriso bonito estampado em seu rosto.

— Foi mal, gatinho — forçou ainda mais os dentes, erguendo as mãos para cima, assim que jogou o que carregava antes, sobre o colchão — Não queria te assustar.

— Não — confuso, Lee pendeu a cabeça para o lado, vendo o Kang negar com veemência — Você não me assustou. — Contente pela resposta positiva, o mais alto seguiu até o loiro, o envolvendo pela cintura — Hum... pra que tudo isso? — Indagou, receoso, indicando para o colchão e a roupa de cama limpa. Evitando ao máximo olhar para aquele em sua frente... Putz... Taehyun estava muito envergonhado.

— Nada demais... Só queria te deixar mais confortável.

Com lençóis limpos e um colchão? Poupe a si mesmo, bonitão! Taehyun não era tão inocente a ponto de ignorar aquele detalhe, os olhos grandes estavam bem focados naquela ligeireza, o que fez com que o atleta coçasse a garganta, buscando recuperar a atenção do pequeno.

— Então... festa não é muito o seu lance, né?

Com os olhos arregalados, Taehyun levou as mãos até os ombros robustos do mais alto, impedindo que ele se aproximasse, estava se sentindo estranho... alguma coisa ali, não parecia certa, de repente, um dos caras mais populares do colégio chegou nele e, estava sendo atencioso, cuidadoso até demais... o suficiente para deixar o ômega desconfiado e na defensiva.

— É... — deu de ombros — talvez. — Não estava muito a fim de prolongar o assunto, encontrava-se queimando de vergonha, então, voltou a desviar o olhar.

— Ei...? — chamou baixinho, guiando os dedos até o rosto bonito do pequeno — Não fique com vergonha de mim... — pediu docemente, beijando o queixo alheio com cuidado, enquanto as mãos desciam até o quadril largo, os aproximando ainda mais — você é tão lindo... — a ponta dos dígitos do Kang apertavam os ombros do mais alto com mais intensidade do que antes, deixando que arfares fugissem pelos seus lábios quando a pele do seu pescoço foi tocada por aquela boca tão habilidosa.

— Ah... Heeseung... — chamou com necessidade, buscando por aqueles lábios gostosos com os próprios. De olhos fechados, segurando o rosto do Lee com tanta urgência, Taehyun parecia ainda mais adorável, dessa forma, foi quase que impossível Heeseung não sorrir para ele, negando com a cabeça, antes de entreabrir a boca alheia com a própria.

Aquilo era tortura, sentir a língua macia tocar na dele, mas nunca de fato iniciar um beijo. O Lee estava brincando com o Kang, puxando os lábios com os dentes, até mesmo sugando-os, o que gerava estalos instigantes demais para o menor entre eles.

— Heeseung... — Proferiu manhoso com um biquinho nos lábios, deixando um soquinho inocente no tórax do atleta.

— O quê foi, hm? — indagou com falsa inocência, puxando os fios da nuca alheia, fazendo com que Taehyun reagisse com um gemido, que graças aos bons deuses, foi abafado por um beijo.

Agora sim, um ósculo de respeito, onde ambas as línguas estavam envoltas, enroscando-se em uma batalha árdua pela liderança de território, a boca de um ou a boca do outro, Taehyun pouco se importava, ele só queria sentir, sentir Heeseung...

— Taeh... — sussurrando entre o beijo, Lee soltou uma das mãos da nuca alheia, guiando a mãozinha tímida do Kang para dentro da sua camiseta.

— Ah... — intrigado, quebrou o contato entre os lábios, olhando para baixo, onde seus dedos estavam tocando o corpo por baixo do tecido — Você... — mordeu o lábio receoso, agora agarrado à barra da camiseta alheia.

Sabendo exatamente o que o ômega quis insinuar, Heeseung mesmo se deu o trabalho de tirar a camiseta do seu corpo, voltando para os lábios gostosos do mais baixo. Andando guiado por aquele que segurava sua cintura, com os braços jogados em volta do pescoço desse, Taehyun caiu de costas sobre o colchão, deixando que alfa se colocasse por cima dele, entre as suas pernas.

O beijo estava quente, mãos bobas compartilhadas entre um ósculo árduo, enquanto os corpos se esfregavam. Eram só uns amassos, então tudo bem! Logo voltariam para a festa e, puta merda... que cara gostoso! Taehyun não estava praguejando em vão, ele também tinha um corpo legal, por mais que sua baixa autoestima não o deixasse assumir. Talvez, por esse motivo, pela confiança, Heeseung fosse ainda mais atraente.

Os gominhos no abdômen trabalhado, Kang ficou tão tentado, com a boca cheia d'água, que teve que trocá-lo. A pele levemente bronzeada fazia total diferença. E ao contrário do que o atleta podia imaginar, o garoto quieto da turma ao lado também era bonito. A vista que a camiseta levantada dava era privilegiada, mesmo em baixa luz, o bonitão também estava salivando.

— Caralho, 'cê é 'mó gostoso... — negou com a cabeça, notando que já estava perdendo o juízo, Taehyun tinha um corpo... e, que corpo. — Me afaste caso não se sinta confortável com alguma coisa. Não quero te assustar, ou...

Porra! Heeseung jura que estava tentando ser racional, gentil para não assustar o de fios rosa... Mas quando sentiu o ômega tocar a sua intimidade, ainda que por cima do tecido da calça, a sanidade foi para casa do caralho.

— Puta merda... — ele sentiu aquilo, o corpo contrair e desejar ainda mais do outro.

O alfa podia muito bem tratar aquilo como mais uma foda casual, podia mesmo. No entanto, o cheiro do ômega o seduziu de tal modo que o fez querer esquecer o motivo que o levou até ali. Taehyun tinha um olhar afiado..., mas que caralho... o rapaz popular realmente gostou dele.

Com a respiração afoita, Heeseung voltou para o corpo menor atacando o mamilo eriçado com a boca, circulando a língua com maestria, antes de chupar o bico com mais urgência do que bezerro faminto, olhando fixamente para o Kang, que se contorcia agarrando os lençóis claros do colchão grande. A intenção do alfa era de provocar o ômega, queria proporcionar prazer na mesma proporção que Taehyun lhe seduzia.

— Será que lá embaixo 'tá tão duro quanto aqui em cima? — Sugerindo com as sobrancelhas, junto a um sorriso sacana, engatinhou para baixo, forçando o menor a erguer o quadril para que ele pudesse descer muito mais do que o zíper, como também o tecido colado da calça, logo em seguida, a cueca, libertando de uma vez o pênis excitado — Como eu imaginei...

Agora, Taehyun se sentia um pimentão, daqueles bem vermelhos, pois sentia o seu rosto queimar de vergonha, cujo esse, ele escondeu entre as mãos com muita necessidade.

— Não se esconde... — Heeseung pedia, tentando afastar a mão que escondia o rosto do outro, com a sua — Por que você está se escondendo? — riu baixinho, finalmente conseguindo visualizar aquele par de olhos marejados.

— Desculpa... eu não sou tão bonito quanto as pessoas com quem você costuma dormir...

— Shhh... — Pediu silêncio, segurando ambas as bochechas coradas, iniciando um beijo lento e estalado — Você é lindo, Kang Taehyun. Até um míope pode enxergar isso.

— Eu sou míope... — assumiu, tentando esconder seu rosto com a coberta jogada ao lado deles.

— Ah... — por um instante, Kang tinha conseguido deixar Heeseung sem palavras. O quê o pivô achou impressionante, e novamente se pôs a rir da fofura do pequeno — Então, talvez devesse colocar seus óculos.

— Eu estou usando lentes de contato...

— Bom, de qualquer forma, você continua adorável.

Taehyun arrepiou-se por completo quando sentiu Heeseung prender a carne do seu lóbulo com os dentes, o tornando novamente vulnerável a ele.

— Droga, você é tão fofo que eu simplesmente quero te morder inteiro.

Apoiado sobre seus braços, assim que o ômega cedeu espaço, e afastou o edredom deles, Heeseung voltou para os lábios, os entreabrindo e puxando com os dentes, descendo com os beijos por todo o corpo, mesmo onde a camiseta ainda cobria, até alcançar o membro esquecido, lambendo da glande até a extensão rija, dando atenção para os testículos que foram mimados com beijinhos e uma boa chupada, antes do atleta começar de fato mamar o pau necessitado.

Taehyun tremia e gemia sob os cuidados do Lee, a sucção era perfeita, magnífica para um virgem que estava pela primeira vez na vida recebendo um oral. Enquanto o atleta chupava com vontade, ele não pôde deixar de notar, ali embaixo, onde estava prestes a preparar, era mais úmido do que na maioria dos homens. Curioso, ousou rodear com um dos seus dígitos, entendendo do que se tratava, mas antes teria que confirmar com o Kang.

— Hum... Hee... não toca aí... — negou, mesmo que afoito, vendo o maior voltar para ele, selando os lábios que agora continham o seu gosto — Eu sou virgem... — mordeu os lábios, ansioso, vendo o atleta concordar, como se aquela informação já fosse de conhecimento público.

— Tem mais alguma coisa que queira me contar, caso a gente...

— Eu meio que...

Como falar sobre aquilo? Ah, poxa! Taehyun estava se sentindo tão vulnerável. Heeseung se encontrava em meio às pernas dele, havia acabado de pagar um boquete para ele, e provavelmente suas intenções iam muito além de um oral. Mas a questão que martelava em sua mente, era outra, enquanto estava nu, exposto e frágil, o atleta ainda estava vestido do quadril à baixo. E se tudo aquilo fosse uma brincadeira? Taehyun um nerd, tendo relações sexuais com um cara gostoso feito Heeseung? Esse tipo de coisa só acontecia em filme clichê de comédia romântica. Então, por que em meio à tanta dúvida, Kang ainda agarrava o ombro alheio como se pedisse sem palavras para que ele não parasse? Talvez, pois ainda que fosse uma trolagem, uma brincadeira idiota, Taehyun, ainda assim, queria aquele homem.

— Sou um daqueles caras... — Lee levantou as sobrancelhas, esperando Taehyun prosseguir — Que podem engravidar, eu sou ômega... 

Bingo! Heeseung já havia escutado sobre isso, mas é claro que sim! É a evolução humana, ele tem aula de biologia na grade dele. Entretanto, transar com um homem fértil, um ômega que possui útero dentro de si... Isso sim era novidade, e ele estava deveras empolgado por ter essa oportunidade.

— Você deve sentir ainda mais prazer...

— É... eu acho que sim, mas... Espera?! — Piscou os olhos, incrédulo. Hesseung agora estava acariciando o seu rosto e contornando seus lábios — É com isso que você 'tá preocupado? Em questão ao prazer que eu vou sentir?

— Isso não é óbvio? — deu de ombros, sorrindo ladino — Você é virgem, e eu vou ser o seu primeiro. Caso só eu sinta prazer, não vai ser uma memória boa, e você pode até desconsiderar que em uma noite qualquer no final do verão, eu comi você.

— Então você não se importa, não acha que eu seja uma aberração?

Mesmo sendo comum, a sociedade ainda era muito cruel com o que é diferente. Taehyun não era o único com aquela situação biológica, mas ômegas ainda eram a minoria entre os híbridos, nem todos os veem com bons olhos, por isso a insegurança.

— Aberração? — ele tinha ouvido aquilo? — Você?! — buscando qualquer sinal de anormalidade no corpo sob ele, Hesseung só conseguiu encontrar beleza — De maneira alguma.

— Vou te dar mais trabalho do que teria, caso transasse com um cara beta, ou uma mulher...

— Na verdade, estou achando muito mais excitante transar com você. — Nada podia ser mais sincero do que aquelas palavras, ele estava deveras empolgado, tudo graças ao Kang — 'Cê é um ômega, porra! Isso é tão raro e incrível...

— Mas eu posso engravidar... As chances são mais altas quando um ômega transa com um alfa.

Sim, a ideia de fazer sexo assusta Kang Taehyun, justamente por ter esse genética diferenciada. Seu corpo por fora era masculino, mas tudo dentro dele inspirava a "gestação'' — digo sobre o lance de gerar vida dentro dele e depois dar a luz, era um lance que ele nunca iria se acostumar —, um híbrido do gênero ômega era equivalente à porcentagem mínima dentro dessa espécie, e essa informação, para um adolescente de dezessete anos é muito desesperadora, porque se alguma coisa der errado, a responsabilidade irá cair toda sobre ele. "Heeseung é alfa, não se pode ir contra a natureza". Sem sombra de dúvidas é o que todos o diriam ao apontar o dedo com olhares incriminadores. Só de imaginar, Taehyun se tremia todo por imaginar. Não pôde deixar de fechar os olhos, maltratando seus lábios ainda mais.

— Taeh — chamou com receio, beijando um dos olhos fechados. Entendendo tudo quando sentiu a unha curta apertar seu braço. Aquilo era como um "pedido de socorro." E Lee riu, achando graça, Taehyun era realmente um fofo. — Não vou te foder sem proteção — levando a destra até o bolso da calça, uma embalagem azul refletiu em frente aos olhos aflitos do Kang, tranquilizando o coração do mesmo — Ainda que não fosse um homem fértil, existem ists. Camisinha é indispensável na hora do sexo.

— Não sei se estou pronto... — mordendo os lábios, receoso, virou o rosto para o lado oposto, buscando não olhar para o homem em cima dele — Acho que a gente deveria voltar para festa, Soobin deve estar me procurando, e... — paralisado, cessou suas falas, quando foi tomado pelos lábios ágeis.

Heeseung era tão bom em beijar, Taehyun não pôde deixar de se entregar. Cada vez que as línguas tocavam uma na outra, ele se sentia molinho, soltando suspiros apaixonados por esse cara bonito do colégio, pelo qual ele já nutria sentimentos platônicos há um bom tempo.

Ousando, pelo calor do momento, cobertos pelo edredom, iluminados apenas pela luz que atravessava a janela — provavelmente vinda da casa lá de baixo, onde a festa ainda acontecia — vestido com o preservativo, pressionou a entrada apertada com o membro duro, vendo o menor apertar os olhos.

— Dói... — sussurrou, arranhando as costas do moreno com possessividade — Hee... me beija?

Tomado pelos lábios macios, Taehyun agradecia por estarem em um lugar com pouca luz, porque naquela altura do campeonato seria humilhante se o atleta o visse chorando. Ele não sabia se estava arrependido, talvez fosse só emoção e hormônios à flor da pele. Porra, como iria olhar para os pais dele agora? Ainda seria o menino da mamãe, ou apenas um imundo?

Ao lado do ouvido do ômega, os gemidos do mais alto eram tão gostosinhos de serem escutados, enquanto o menor enchia o rosto suado com beijinhos, deixando que o corpo forte se movesse livremente entre suas pernas. Seus dedos apertavam a carne das costas largas, até mesmo arranhava, devido à intensidade dos movimentos. O jeito que os corpos estavam friccionando um sobre o outro, era bom, mas ele não sabia como reagir, estava com tantos pensamentos em mente, que nem mesmo os gemidos que soltava conseguia tirar a ansiedade do seu peito.

Agora agarrado a mão de Heeseung, deitado sobre o colchão, na casa de hóspedes dos Lee. Taehyun permitiu que uma linha de lágrimas fugisse pelos seus olhos, enquanto não só os lábios, como também os corpos estavam conectados.

Jovens são jovens, ser adolescente também significa ser bobo e imaturo. É nessa fase que nossos sentimentos são mais intensos e impulsivos, tudo é absolutamente TUDO, e nunca é NUNCA MAIS. Amor adolescente também é desse jeito, extremo e exagerado. Quando se está apaixonado e, às vezes, nem é para tanto... ainda assim, o sentimento é que aquele é o amor da sua vida e, que não haverá outros além daquele... mas isso, com a idade, descobrimos que não é verdade.

Choi Beomgyu, era só mais um desses adolescentes bobos e ingênuos, inexperientes sobre a vida e suas vertentes. Seus cabelos vermelhos sempre bagunçados e a camiseta preta sempre estampada com alguma logo de banda de rock famosa faziam dele quem ele era. Assim como tocar, aquele garoto rebelde fazia mágica com uma guitarra na mão, além disso, a voz dele era alucinante de tão boa. Toda sexta à noite ele costumava tocar em um barzinho qualquer do bairro dele, não só ele..., tinha uma banda de zé ruelas como ele. Enfim: foi na pausa para o banheiro, Jay e o irmão saíram para descolar um rango, e Beomgyu ficou para trás com Hyunjin e Jeongin, todo tristonho olhando para a tela do celular, esperando que ao menos uma vez, Soobin fosse o ver tocar.

Um droga fazer parte de uma classe social diferente, às vezes o ômega sentia que o namorado tinha vergonha dele... ou algo do tipo. — ergueu a perna esquerda, abraçando a mesma, enquanto mordiscava o dedão olhando para a tela iluminada do celular, sentado ali atrás do palco. O rosto tristonho foi o suficiente para chamar a atenção do tecladista, que largou o que estava fazendo, apertando o ombro do amigo como forma de consolo.

— Deixa eu adivinhar... Soobin? — Indagou com as sobrancelhas, fazendo o outro suspirar frustrado. — Esse cara é o maior furão, migo. Pra falar a real, não sei o que 'cê viu nele... tá que ele é gato e todo grandão... — deu de ombros — mas tem alfas muito melhores, loucos pra te dar um trato.

Chegando de fininho, o guitarrista agarrou o ômega de fios pretos por trás, dando um cheiro no cangote do mesmo.

— Hyunjin! — Gritou, advertindo o mais alto pelo susto.

— 'Cê devia ouvir, ruivinho. Às vezes um pobretão tem mais força na pegada do que os riquinhos que você fica.

Beomgyu sabia bem sobre quem o de fios compridos estava falando, e era sobre o baixista que arrastava um caminhão por ele, e, só o olhava discretamente, sem tomar nenhuma atitude. O cara era realmente muito firmeza e pah... mas, ainda que o Choi o admirasse para caralho, 'mó embaçado trocar ideia com um colega de banda... Pensando bem, Hyunjin e Jeongin não pareciam se importar muito, pelo jeito que estavam se olhando... Beomgyu teve que coçar a garganta para que lembrassem da sua mera presença.

— Então..., — iniciou sem graça, tirando os braços do Hwang de volta da sua cintura. — Eu vou mandar mensagem pro meu irmão, ele é próximo do seu boy... vou pedir pra ele avisar se o Soobin colar lá na festa... ai, qualquer coisa, a gente tromba lá mais tarde, hm? 

— Tem certeza? Não vou parecer um neurótico grudento?

— É... — Hyunjin tentou insinuar, contudo, foi advertido com tapas vindos de Jeongin. — Ai, ai... tá bom, parei! — Ergueu as mãos, rendendo-se ao ômega.

— Não liga pra ele, Beom — Sorriu gentil, tocando o ombro do companheiro de banda — Certeza que seu boy 'tá em casa quietinho, só pensando em você...

Beomgyu queria acreditar, queria mesmo. Por isso concordou. Mas até onde aquela vontade iria...?

[...]

— E aí gente, tudo firmeza? Aqui é o Jake, do canal "Sim Jake, Não!" 'Tô cobrindo pra vocês a festa do meu irmão, Ethan Lee. Saca só essa casa de campo — com celular nas mãos, Jaeyun gravava cada canto da festa, com um sorriso estampado no rosto. — Vocês são do tipo que curtem cerveja pong, ou algo mais roxo...

A câmera cortou para uma pílula na língua de Choi Daniel, que com um sorriso torto nos lábios, compartilhou o alucinógeno com  a irmã do anfitrião, Lee Yujin, ambos encharcados, pois tinham acabado de sair da piscina vestidos apenas com suas roupas íntimas.

— Jake, cola aqui — Yeonjun o chamou de canto, enquanto a garota tirava uma sequência de fotos, com a irmã do capitão do time de basquete, Choi Jisu, ou Julia para os próximos. — 'Cê sabe se o Beomgyu veio? Tenho certeza que vi o nosso representante de turma, mas nada do meu ruivinho nervoso.

Notícias em primeira mão, Sim não era só o aviãozinho do colégio, além de descolar uma demanda do doce que eles gostavam... também era o fofoqueiro de plantão, qualquer informação que vá chegar até o ouvido do povo passa por ele primeiro, se Sim Jake não sabe, acredite, ninguém sabe!

— Eu não vi ele, capitão. Na verdade, fiquei sabendo que o presidente do grêmio quer dar um perdido no namorado. A lua de mel acabou, e o caçador voltou para a temporada de caça — Yeonjun estalou a língua no céu da boca, nem um pouco contente com aquela informação. — Ele fez a maior cena no corredor, jurou de pé junto que não viria pra festa, e lá está ele, com o Huening. 

— Espera — piscou os olhos, rindo desacreditado — Você disse que o santinho do Huening 'tá aqui? Essa eu pago pra ver!

— Veja com os seus próprios olhos, capitão. — Dando espaço para o mais alto, Jake aproveitou para registrar o momento em questão com a sua câmera.

— 'Cê 'tá gravando isso, né?

— Pode apostar que sim! 

Dois barris de chope posicionados um do lado do outro, Huening Kai e Choi Soobin sustentando o peso do corpo de cabeça para baixo, bebendo o máximo que a mangueira pudesse mandar para dentro. E o vice-presidente não sairia tão cedo, estava com os olhos estreitos em direção ao presidente, se continuasse assim, logo, logo, Soobin iria cair... 

Kai estava quase lá, via o caminho da vitória em sua frente. Porém, em um momento tudo mudou, Seokwoo tirou o namorado de cima daquele barril idiota, o repreendendo com o olhar assim que o ômega se debruçou vomitando todo álcool para fora. Quem quer que fosse aquele com o suéter cheirando a álcool e vômito, não era o Kai que ele costumava conhecer, e isso não era nada bom...

— Kai, acho que você passou da conta. A gente tem que ir! — Kim Seokwoo era um bom alfa, mesmo que o namorado estivesse pagando vexame, ele não deixou de ser fofo e limpou a boca alheia com um lenço e garrafa d'água.

Soobin tinha ganhado e em volta dele alguns comemoravam, também não estava sóbrio o suficiente para identificar, porém, sentir a vitória já fazia total diferença, isso foi o que ele pensou até ver o Huening trocando beijinhos com um poste mais poste do que ele. Tsc... Será que o Huening arrumou um arranha-céu porque queria superar o Choi Poste Soobin? Ah, se esse fosse o caso, ele nunca iria aceitar. Estava com um gosto amargo na boca, e não, a cerveja não tinha nada a ver com isso! Foi a primeira vez que ele viu o Huening fazer aquilo, sabe, ser um adolescente, beijar o namorado em público, beber até não aguentar mais, e rir alto, gargalhar quando chegou ao ponto de não aguentar nem mesmo sustentar o peso do próprio corpo em pé, — bêbado gravidade zero e afins.

Huening Kai estava radiante naquele momento, ele literalmente brilhava e, estava até mais bonito perante os olhos do representante de turma. Ah... maldita cachaça... agora estava tudo girando e havia um zumbido horrível no ouvido de Soobin. Mais adiante, depois daquele desfoque auditivo, ele pôde prestar atenção no que realmente importava, Kai com apenas uma regatinha branca, livre daqueles sueters que sempre escondiam o seu corpo... ele era tão bonito... e-

— Vamos, Kai. Você já se divertiu bastante.

Completamente fora de si, com o cenho franzido, Soobin desdenhou o casal trocando flertes em sua frente.

— Diga isso por você, velhote — Seokwoo puxou a cintura do Huening para ele, surpreendendo Kai que estava soluçando sem intervalos.

— Adivinha só quem foi a putinha da vez — Sunghoon, erguia a tela do celular para que todos na festa pudessem ver.

As risadas e cochichos, logo chamaram a atenção do representante de turma, que formou uma careta assim que avistou o Park. Soobin odiava Sunghoon com todo o seu ser, principalmente pelo fato do encrenqueiro praticamente implorar pela atenção do público..., implorar pela atenção do havaiano. Soobin odiava Sunghoon por ele ter o que ele não tinha, a amizade de Huening Kai — mas é claro que isso ele nunca iria admitir.

— Lá vem ele de novo... Por que não nos poupa da vergonha alheia? — negando veementemente, Choi virou o restante de álcool presente no seu copo, buscando o melhor amigo com os olhos — Jungwon, você viu o Taehyun? — Preocupado e com o coração na mão, Soobin voltou os olhos por todo o cômodo, tentando encontrar aquela cabeça rosa.

— Não, a última vez que bati os olhos nele, ele estava conversando com o Heeseung.

— Ele 'tava o quê?! — Ralhou alterado, assustando o ômega que estremeceu devido à presença massiva do alfa.

— Com Lee Heeseung, aquele do time de basquete. — Hesitante, fechou os olhos assim que viu Soobin apertar as presas e os punhos, amassando o copo em mãos, ação essa que para um ômega pequeno e indefeso como Jungwon era muito assustadora.

— Puta que pariu, Jungwon! Você é burro, ou o quê?! Por que não me avisou, caralho? Heeseung é amigo do Park.

— Foi mal, mas a gente 'tava num papo tão bom... — as lágrimas começaram a descer sem controle, Jungwon tremia, arrependido, não, com medo! Não queria decepcionar o mais alto, talvez ele fosse burro mesmo, por não ter contado que Heeseung chegou em Taehyun pouco tempo depois de terem chegado na festa. Seu rosto estava vermelho, e tinha começado a soluçar o quê o impedia de continuar a se explicar — D-depois... — limpou a bochecha com as costas da destra, segurando o Choi com a canhota — O Kai chegou e você ficou fora de controle. A única coisa que pude fazer foi segurar o seu copo, enquanto competia com ele.

— Taehyun é o meu melhor amigo, Jungwon. — Suspirou, tentando se controlar. Precisava de paciência, então, fechou os olhos acalmando a respiração, para enfim poder limpar as lágrimas no rosto do outro com o polegar — Se alguma coisa acontecer com ele, vai ser minha culpa.

— Como assim? Soobin?! — Sem entender o rumo daquela conversa, Jungwon tentou impedir o Choi de sair, mas esse se soltou das suas mãos, visivelmente com raiva.

Estavam todos assistindo, rindo e fazendo escárnio do vídeo reproduzido pelo projetor. Soobin não aguentou ver o amigo sendo exposto daquela maneira, principalmente em um momento tão íntimo. O sangue ferveu, e quando se deu conta já estava de frente para o culpado, que ria feito um babaca.

— Ei, Sunghoon?!

Chamando a atenção do citado, atingiu um soco certeiro nos lábios, o assistindo colidir com chão, enquanto subia em cima do mesmo para atingir mais alguns golpes, sendo retribuído na briga, até que fossem apartados pelos demais caras da festa.

— Qual é o caralho do seu problema?! — Ralhou, cuspindo o sangue da sua boca, sendo segurado por Niki e Jake.

— Você é um fodido, Park Sunghoon! Eu vou te matar, seu desgraçado. — Kai e Yeonjun estavam se esforçando, mas Soobin era maior do que eles.

— Soobin, se acalma — Kai estava bêbado, então, mesmo com os olhos apertados, não conseguia entender o que de fato estava acontecendo ali, digo, o motivo da confusão — Daniel? — Yeonjun era a outra parte não tão sóbria do vice-presidente do conselho estudantil, então, respirou fundo tentando explicar o motivo da briga.

— Sunghoon gravou um vídeo de sexo... — gesticulou com os dedos como se o gesto fosse ajudar a simplificar para o amigo embriagado como ele — Todo o colégio acabou de ver Taehyun e Heeseung trepando em 4K e, minha nossa. Alguém tira essa porra de vídeo?! Isso é nojento. — Kai torceu o rosto, esperando o maior entre eles continuar — Taehyun era da lista dos virgens.

— Lista dos virgens? — Kai franziu o cenho, confuso sobre o que aquilo se tratava — Como assim?

— Nada, nada... — Yeonjun tentou desconversar, mas já era tarde demais, Soobin tinha ouvido tudo.

Seokwoo que não estava nada contente e preocupado com o tipo de gente que o namorado andava, torceu o rosto, segurando Kai pelo braço. Huening tentou insistir para que ficassem mais um pouco, ele queria tirar aquilo da "lista dos virgens" a limpo, já que ele também era virgem, e não estava nem um pouco a fim de ver sua intimidade cair na boca do povo. Entretanto, Seokwoo não quis ouvi-lo, tinham presenciado o bastante para ter se arrependido de levar o mais novo até aquele lugar. Ainda que Kai relutasse com um biquinho nos lábios, ele o levou até o carro, saindo às pressas da festa de Lee Heeseung. Por outro lado, o presidente do Grêmio era tão curioso quanto o vice e não iria deixar o assunto passar batido, ainda que Choi Yeonjun se fizesse de besta, Soobin não era nada burro.

— Lista dos virgens? O quê o Taehyun tem a ver com isso? — Estalando a língua no céu da boca, Yeonjun soltou os braços do representante de turma, guardando as mãos nos bolsos. — Yeonjun?!

— Ei?! — Choi Jisu, irmã de Yeonjun, se colocou de frente para o capitão do time de basquete, enquanto o próprio acendia um cigarro entre os lábios — Olha a agressividade, Choi Soobin. Achei que tinha aprendido a se controlar.

O que aquela garota estava insinuando com o dedo na cara dele...? Soobin era sim pavio curto, mas nunca levantaria a mão para bater em uma mulher ou em um ômega.

— Inveja é um caso sério... deveria procurar fazer terapia, presidente.

Não tinha tempo para ouvir a pirralha defendendo o irmão mais velho, então, voltou a atenção para a chaminé ambulante.

— Só me responde que caralho de lista é essa, Yeonjun?! — Irado, Soobin virou na direção oposta agarrando Sim Jake pelo colarinho, forçando que o mesmo abrisse o bico — é melhor você me dizer, já que o seu amigo prefere se esconder atrás de uma garota.

— É uma parada secreta... — preocupado com a proporção daquele vídeo, Yeonjun apartou o outro Choi, ajudando o Jake, que pelo visto, estava se saindo pior do que ele — se você souber, vai ter que fazer parte do esquema. — O capitão não fazia ideia sobre o que o baixinho estava falando, que brisa era aquela? Esquema? — Uma vez dentro, impossível cair fora.

— Eu faço o que for necessário para limpar a barra do meu amigo.

Assim como aquele projeto de gênio, Yeonjun não estava entendendo a seriedade do assunto, então, ele riu de desespero, esperando que alguém oferecesse uma dose de consciência para Jake... eles estavam se metendo em uma grande enrascada.

— 'Cê tá disposto a sujar a sua honra pelo Taehyun?

Curioso, finalmente entendendo qual era a intenção do seu amigo baixinho, Yeonjun ergueu o olhar, com as mãos guardadas nos bolsos do casaco do time de basquete, supondo com um sorriso torto nos lábios qual seria o seu grande preço.

— Faço o que for possível, contanto que esse vídeo desapareça e ninguém fale a respeito.

Jake podia dar um jeito naquilo, em apenas dois clicks e ninguém mais teria o vídeo em seus armazenamentos, nuvem ou rede social.

— Tudo tem um preço, representante de turma — o outro Choi estava curtindo observar de camarote a burrada que Soobin estava prestes a fazer — pensa bem...

— E eu estou disposto a pagar.

[...]

Sentado sobre a caixa de som, atrás do palco, Beomgyu mordiscava sua unha, ansioso por um retorno do seu atual namorado... porém, nada, nada além do seus amigos brindando mais adiante de si.

— Jeongin me dá um beijinho, hm...?

Chapado e completamente embriagado, Hyunjin estendia os braços em direção ao ômega, fazendo manha, graças à carência decorrente do álcool, ou apenas o puro tesão de adolescente foguento.

— Nem vem, Hwang. Eu não fico com alfas.

Estressado com o grude alheio, Jeongin empurrou o alfa para longe, indo até o de fios avermelhados.

— 'Cê tem cigarro? — Beomgyu ergueu a cabeça, jogando a caixinha para o amigo — Recapitulando a minha pergunta..., bora fumar lá fora?

Como não havia nada melhor para fazer e, já passava das duas da manhã, Beomgyu concordou, seguindo o amigo até os fundos do estabelecimento. Ambos sentaram na calçada, sem se importar com sujeira e, Jeongin passou o celular para que o amigo visse com os próprios olhos, antes de dizer qualquer coisa.

— Ele foi, — acendeu o cigarro sob a mão — e, eu acho que ele 'tá pegando o meu irmão...

Surpreso, Beomgyu arregalou os olhos pela informação recebida, sentindo-se mal para um caralho. Poxa, ele tinha dezessete anos e a sua cabeça estava pesando mais uma vez... — longa história, papo para depois, segura aí. — Soobin não era muito além de um peguete de férias de verão, eles tinham mudado o status praticamente no começo das aulas, ainda assim... não era algo fácil de se digerir.

— Alfas são a pior raça que existe, migo. Por isso que eu não dou trela pro papinho deles. No final tudo o que eles querem é te comer e depois largar. Eu falei isso pro meu irmão, mas ele é um bobo que acredita ser possível encontrar o amor — rolou os olhos — vai acabar buchudo e sendo expulso de casa pelos nossos avós.

— Eu não entendo... — começou, cabisbaixo, ainda olhando para foto que lá no fundo dava para ver Soobin beijando Jungwon — se ele quer ficar com o seu irmão, porque ele correu atrás de mim o verão todo?

Com os ombros encolhidos e as pernas cruzadas, Jeongin apagou o cigarro contra o asfalto, sentindo a brisa da madrugada bagunçar seu cabelo.

— Alfas são assim, quanto mais a gente pisa mais eles dão valor... Ele queria você porque 'cê se fez de difícil, quando ele te conseguiu, perdeu a graça. — Riu amarelo, odiando a realidade ser tão crua — Pelo menos, é isso que parece. Sabe...? Que eles não gostam da gente, mas sim da conquista. 

Como ele conseguia ser tão frio? Jeongin tinha a mesma idade de Beomgyu, mas ele parecia muito mais experiente no assunto. Fazia um tempinho que eles se conheciam, o ruivinho não sabia muito sobre o outro, só que ele era de uma família influente e muito rigorosa. Também tinha o detalhe que ele e o irmão foram criados pelos avós, e eles nem sonhavam o que os netos aprontaram na espreita... Mas ainda assim, o Yang tinha sorte de ser de uma boa família e ter aquela aparência. 

Beomgyu se sentia tão impotente, ele nunca soube como era ser desejado por um alfa da mesma forma que Jeongin era desejado por Hyunjin. De repente, ele se sentia sujo, uma vadia fácil... e, tudo o que ele queria era fazer Soobin se sentir tão mal quanto ele estava se sentindo. Mas tudo o que fez, foi voltar para dentro e afogar a mágoa na bebida... um copo, dois copos, três copos... e, ainda sentia o sentimento de vazio em seu peito. Acenou para o barman pedindo mais uma dose da mais forte e, aos poucos, a tristeza foi o deixando. 

O ômega de fios vermelhos dançou, bagunçou os cabelos, deu risada, sentiu toda a adrenalina dos primeiros minutos embriagado e, por fim, terminou debruçado sobre o balcão do bar, choramingando baixinho. Não haviam muitas pessoas no estabelecimento, passava das quatro da manhã e todos estavam voltando para as suas respectivas casas, mas, Beomgyu não, ele não queria voltar. 

Os barmans cochichavam entre eles, com o olhar direcionado ao garoto, e essa atitude levou a atenção de um alfa que bebia ali do lado até o ômega de fios vermelhos.

— Ei? — Chamou, sem resposta. Então, pulou dois bancos, tocando o ômega pelo ombro.

Ousando abrir os olhos para o desconhecido, Beomgyu ergueu a cabeça, visivelmente emburrado.

— O que é? — Murmurou, tentando se acomodar em seu braço.

— 'Cê tá legal? Quer que eu peça um Uber, ou ligue pra alguém vir te pegar?

Rindo como um bêbado riria, o ruivinho deixou o alfa incomodado.

— Qual é a graça??

— Bom, — deitou a cabeça sobre a mão, o olhando intensamente — não precisa ligar pra ninguém, acho que 'cê serve.

Arregalando os olhos, o alfa bonito recuou um pouco sem graça, notando o sorriso travesso e o tom de flerte. Não fazia ideia do motivo que levou aquele garoto a ficar largado no bar, sozinho, em plena madrugada. Entretanto, de uma coisa ele sabia: e era sobra princípios. Sua intenção era boa, então, bebeu sua bebida e, voltou a atenção para o de fios vermelhos, tentando se explicar.  

— Acho que você me interpretou errado, eu-

— Qual é...?! — Choramingou interrompendo a fala do outro — Eu sou tão sem graça assim?

— O quê? — Torceu o rosto, ainda mais confuso. Por que o outro falava de forma tão casual? O ômega gritava com ele como se estivesse o repreendendo. 

— Não quer foder comigo? — Riu soprado — Droga! — Ralhou, virando o que restava em seu copo de só uma vez. — Qual é o problema comigo?

— Não tem nenhum problema com você.

Virando-se para o alfa, Beomgyu piscou os olhos, surpreso.

— Você é lindo. E eu... eu, ficaria com você. Mas...

Não teve tempo de dizer, seus lábios foram invadidos pelos do outro e, o beijo era tão bom, que não pôde evitar retribuí-lo na mesma intensidade.

— Então, fica comigo — pediu baixinho entre os lábios, segurado o alfa pela nuca, esse que estava preso em seus olhos pretos e intensos, bobo e hipnotizado —, só por essa noite, fica comigo.

E foi assim que tudo começou: por causa de um erro bobo. Talvez, tenha sido devido a um deslize de moleque. Aconteceu no momento que um dos lados estava insistindo mais do que deveria. Foi naquele momento, quando o amor escapou pelos seus dedos.

 


Notas Finais


Os capítulos sumiram e agora estão voltando com conteúdo extra :p
Fiquem ligados


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