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História Lovemess (Yeongyu - Sookai - Taeseung) - Capítulo 9: Nós não deixamos os amigos para trás


Escrita por: ChellyWalker

Notas do Autor


Oiii, ótima semana para todos vocês 🥰
Obrigada por todo carinho e comentários 🫶🏻
Desculpa por qualquer erro, sem mais delongas, boa leitura!!! 💕✨

Capítulo 9 - Capítulo 9: Nós não deixamos os amigos para trás


Fanfic / Fanfiction Lovemess (Yeongyu - Sookai - Taeseung) - Capítulo 9: Nós não deixamos os amigos para trás

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Andando de um lado para o outro, com o indicador posicionado entre seus lábios, Huening Kai parecia adorável, perfeito assim como todos os dias. No fundo, a trilha sonora foi oferecida por sua irmã caçula, Bahiyyih, que lindamente tocou notas clássicas no piano, entretendo seus pais, estavam os dois sobre o sofá da sala, sorrindo. Enquanto o ômega olhava pela janela ansiosamente, em menos de dois minutos, voltava a olhar de novo. O porquê dessa insistência, é que o namorado, Kim Seokwoo tinha combinado de encontrar com ele, provavelmente levá-lo para jantar, ou ir ao cinema.

Kai estava vestindo um suéter nada revelador e uma calça jeans básica. O Huening não precisava de trajes extravagantes para dizer o quão bonito ele era, além disso, vaidade não era permitida em sua casa — irônico se pararmos para pensar que a palavra "perfeição" está sempre presente nos parágrafos em que esse personagem aparece, enfim: — Esfregando o lábio superior sobre o inferior, satisfeito com o resultado, estalou a boca, verificando o gloss pelo reflexo do espelho.

Entediado, tirou algumas fotos, sentado na poltrona de seu quarto, postando nas redes sociais, de vez em quando é bom ver o que pensam sobre você. O primeiro coraçãozinho veio dele — não do namorado — mas sim, Choi Soobin. Era um porre ter que admitir, mas o representante de turma havia lhe arrancado um sorrisinho.

De frente para o gigantesco espelho, o de fios pretos caminhou, parando de lado, seu corpo não parecia atraente... Talvez, ele tivesse exagerado na torta de mais cedo. Seria melhor não comer mais nada, ao menos pelo resto da noite. A buzina soou, indicando que o seu amado havia finalmente chegado. Ah, Kai estava tão contente. Quando Seokwoo vem lhe buscar, ele se sente como um personagem de contos de fadas sendo resgatado de uma torre — sim, parando para pensar, o diretor Huening, realmente, se parece com um dragão feroz. — Bom, não querendo perder um segundo sequer da sua liberdade condicional, Kamal correu escada abaixo, devorando os degraus com seus pés ansiosos. Quando alcançou a porta, ele apenas gritou, despedindo-se dos mais velhos, entendendo que tinha um horário..., "antes da meia-noite, ou ele viraria abóbora".

— Vai ser uma ótima noite com o seu namorado, Kai Kamal Huening — respirou fundo, fazendo contagem progressiva até dez em pensamento — Sem pensamentos negativos..., coloca isso na sua cabecinha. — Sorriu confiante, abrindo a porta do veículo.

Antes de entrar, seus olhos apertados, impedidos de enxergar com eficiência devido ao breu noturno, avistaram um tumulto suspeito, se espreitando em meio às lacunas do colégio. Havia conhecimento do que tratava-se aquela balbúrdia, Choi Yeonjun tinha planejado uma festa, e como viu no jornal da escola, na matéria publicada exclusivamente por Kang Taehyun, o time de basquete ganhou de forma brilhante. Kang era muito profissional, um jornalista nato, e ao invés de destacar apenas Lee Heeseung — como era esperado —, tratou de dar mérito ao novo escolta, ou ala armador, Hyunjin.

O armador é o organizador, o "cérebro" da equipe. É ele quem normalmente leva a bola da defesa para o ataque, observa o tipo de defesa da equipe adversária e escolhe a jogada ou movimento necessário para superá-la, através de códigos pré-estabelecidos pelo técnico. Jake fez um bom trabalho, sendo o menor da equipe, seus movimentos são ágeis e precisos, dessa forma, passar a bola para Hyunjin foi fácil, ele tinha estudado, "feito o dever de casa", vencer o time do colégio vizinho seria mamão com açúcar. E como o esperado, o responsável pelas infiltrações, usando a velocidade para penetrar na defesa, chegou à frente de todos os adversários, recebendo o passe longo e marcando a cesta da vitória. Não tirando a excelência do capitão, nem pensar! Yeonjun é muito mais do que charmoso, os suspiros nas arquibancadas sempre são para ele, o rei do baile, o sol que brilha por todo internato, o galã tem o seu próprio fanclub. Sem surpresas por aqui, por favor, vamos com calma, o cara já é um gato, vestindo o uniforme azul do time, então... Todos estão comentando, o bonitão provavelmente está apaixonado, ele não parava de sorrir olhando para a torcida, quem será o responsável por cativar o alfa mais cobiçado do colégio? — Essa fofoca foi publicada por Huening Bahiyyih, ela também é do jornal da escola.

Agora de dentro do carro, Huening Kai apenas negou, escondendo um sorriso com a destra. Dirigindo o carro para fora do terreno educacional, Seokwoo estreitou os olhos para o namorado, perguntando-se com o semblante confuso, o motivo do ômega repentinamente estar sorrindo. Claro que independente da real motivação por trás da sua felicidade, Kai declarou ser pela presença do mais velho, que no farol fechado tratou de selar os lábios, de forma inocente, infelizmente, o beijo nunca era profundo o suficiente... deixando que em segredo, somente eu seus pensamentos, Kai pudesse estar com os amigos, sendo apenas um adolescente.

Como planejado, todos os envolvidos na "fuga do colégio" conseguiram pular o muro sem problema algum. O grupinho foi esperto, esquivando da lanterna do segurança preguiçoso, que cumpria seu expediente com má vontade, uma ronda meia boca, só para cumprir o horário. Bom, o bigodudo, como Yeonjun e os demais integrantes do olimpo costumavam chamar, era muito previsível, o que de fato ele queria fazer era voltar para a sala de monitoramento, e tirar aquele bom e velho cochilo. Todos os dias era a mesma coisa, ele bocejava, olhava para o relógio de pulso, voltava para dentro da guarita e sentava com os braços cruzados, apoiando os pés em cima da mesa.

Depois de ter visto a cena com os seus próprios olhos, Yeonjun riu baixinho, cutucando o melhor amigo com o cotovelo, que fez o mesmo, enquanto se escondiam atrás de uma das colunas do pátio noturno. Após o toque de recolher dos alunos, cujo esse era sempre às dez e meia da noite, nunca mais do que isso, nenhum aluno daquele internato tinha autorização para sair dos seus respectivos dormitórios. Mas é claro que adolescentes sempre dão um jeitinho para se meter em encrenca — digo, para se divertir —, quando os inspetores visitaram os seus quartos, um pouco mais cedo, eles estavam deitados debaixo das cobertas. Porém, tudo estava correndo como o planejado, por fora, visto ali da porta, realmente pareciam com anjinhos adormecidos, entretanto, seus corpos escondidos pelo tecido grosso da coberta escondiam as suas vestes de fuga, roupa para festejar até o dia amanhecer.

Quando o bigodudo forçou a calça azul marinho para cima, coçando o rato de sua cara com a mão esquerda, eles deram o sinal para que todos os outros os seguisse para fora das "masmorras" do colégio. Depois da colaboração dos alfas, usando sua força e habilidades físicas apuradas para tirar os de outra espécie dali, foi um sucesso, apenas comemoração, e um sorrisinho genuíno da parte de Beomgyu que ao tocar a mão de Yeonjun transmitiu uma faísca sem explicação lógica plausível, e claro que o alfa não perdeu tempo em retribuir o gesto, sorrindo de volta.

[...]

Luzes verde e rosa iluminavam a estátua gigantesca em frente à fachada da boate Ocean, a maior e mais luxuosa de todas, localizada no centro de Gangnam, onde nem todos conseguiriam entrar na fila para conhecer o palácio imerso do deus Poseidon.

— Estamos aqui — Jay andava ao lado do irmão mais velho, com Sim Jake do outro lado da linha.

Seoham nunca havia pisado em um lugar como aquele, a fachada do estabelecimento já parecia coisa de rico. Havia uma fila gigantesca e um segurança mal encarado na estrada com portas de vidro fumê. O Park mais velho trabalhava como segurança para pagar os estudos na universidade, ele tinha 23 anos e 1,93 de altura. Ainda que soubesse um ou outro golpe de artes marciais, como iria passar por toda aquela gente?

— Cara, tem certeza que é o lugar certo? — Não é como se ele desconfiasse do irmão caçula, só que, toda aquela história parecia estranha e o ruivinho nem estava ali com eles, o que o preocupava — Jay, por que o Beomgyu não veio com você?

— Hm? — Jongseong apontou para si próprio, vendo o irmão concordar com veemência.

— Vocês são o maior barato, — Hyunjin teve que apoiar os braços na barriga, havia acabado de chegar, e ele já estava rindo da cara dos irmãos Park. — Obviamente porque algum riquinho grudou no seu ruivinho, Seoham. — Tragou o baseado recém bolado, avistando duas presenças atraentes, andando de mãos dadas. Hyunjin jura que tentou se segurar, porém os ômegas eram muito bonitos para não olhar. — Ei, gatinhos? — chamou, indo ao encontro dos mais baixos — Vocês sabem como faz pra entrar em uma festa que a gente, tecnicamente, foi convidado?

— Só vocês falarem que estão na lista do Yeonjun, idiota — rolou os olhos, sem saco para tolerar os flertes do Hwang.

— Jeongin! — Jungwon repreendeu o irmão mais velho com um tapa no ombro do mesmo. O mais jovem não gostava nem um pouco dos companheiros de banda do outro, e por isso, os mediu de cima a baixo.

— Jungwon! — Devolveu no mesmo tom, desaprovando a atitude preconceituosa do outro.

Seja o que for, Jeongin nunca iria permitir alguém desmerecer seus amigos, ainda mais por causa da classe social. Suspirando frustrado, devido a um descuido, seus olhos caíram sobre Hyunjin, ele parecia uma estrela do rock, tragando um baseado, sorrindo indecente..., o ômega não deveria estar olhando, nem mesmo ter engolido em seco, mesmo assim, ele o fez.

— Você não pode sair falando da lista pra qualquer um. Principalmente para unzinho, dessa classe — sussurrou para o Yang mais velho, com o nítido preconceito em suas falas.

Jeongin não julgava o irmão caçula, foram criados pelos avós, família religiosa e militar. Sendo os dois ômegas, nem mesmo sabia como estavam vivos. De acordo com a igreja, eles eram monstros, homens que carregavam um órgão "feminino" no corpo. A evolução das espécies era vista com maus olhos, principalmente pelos mais velhos e conservadores. Jungwon, por outro lado, julgava as pessoas pela classe social, quanto mais "gorda" for a conta bancária, mais interessante o alfa se torna.

— Ele é meu amigo, Jungwon — Hyunjin fumava com um sorriso torto nos lábios, Jeongin não conseguia manter os olhos longe dele — E a gente não deixa os amigos pra trás! — em contra gosto, Jungwon bufou chateado, batendo o pé no chão... é, Seoham pôde julgar que aquele ali era só mais um garotinho mimado, fazendo birra por não querer andar com pobretões como eles... quer dizer, nem todos ele...

— Seu irmão é quase tão bonito quanto você, Innie — cheio de papo, passou o braço em volta do ombro do ômega, dando atenção à escolha de roupa do mesmo, o cabelo levemente bagunçado, o suficiente para se tornar atraente, camiseta preta com estampa de banda de rock, all star de cano baixo... ah, Hyunjin era louquinho por ele, tudo o que queria era uma chance... uma única chance e com certeza faria aquele marrentinho feliz.

— Jungwon, por que não falou comigo? — Jay sorriu aberto, indo em direção ao de fios vermelhos. — Além disso... — parou, dando uma volta inteira só observando o mais baixo — 'Cê pintou o cabelo?

— Porque eu não te conheço — abaixou o dedo que o Park apontava em sua direção, revirando os olhos — Nem sei o seu nome, ou sua turma. Não somos colegas, muito menos amigos... Por que tenho que te dizer qualquer coisa que seja sobre mim?

— É...

— E o cabelo, o Soobin gosta de ômegas com cabelo vermelho.

— Vish, baixinho, acho que você não vai conseguir competir com o nosso ruivinho — Hwang continuou, apagando o cigarro contra a sola do sapato, ainda com o braço em volta do ombro de Jeongin, acompanhado pelos dois irmãos, não foi difícil entrarem naquele mausoléu, ainda que o segurança houvesse olhado desconfiado, o jeito largado de Hyunjin sempre causava esse efeito nas pessoas — Agora entendi porque o nome Ocean — todos estavam de boca aberta, talvez não Jeongin, ele já frequentou o pub anteriormente. Entretanto, Jay, Seoham e Hyunjin foram os que mais ficaram impressionados.

As paredes eram feitas de vidro, e existia a sensação de "presos em um aquário", mas era muito mais do que isso. Batiam ondas contra o vidro, — ou paredes, — era tão exótico que ficava difícil dizer cada um dos detalhes. Antes de colocar os braceletes vip da boate, passaram através de uma passarela roxa, cintilante, ao lado de colunas gigantescas, verde esmeralda. Antes do álcool beber foi a coisa mais nítida que eles podiam lembrar.

[...]

Filme meia boca, romance clichê, bem água com açúcar, nenhuma cena imprópria, e Kai jurava que podia morrer de tédio. Apoiado sobre sua mão, estreitou os olhos para o namorado, durante o filme mesmo, nem o alfa parecia prestar atenção na sua escolha. Seokwoo deslizava o dedo sobre a tela do celular, disfarçadamente, com o brilho baixo, escondido do lado da perna oposta ao lado do namorado. Ainda assim, Huening Kai era esperto, um gênio, quase o melhor da turma, se não fosse por ele, — não, não! Ele jurou não dizer cujo nome, ao menos pelo resto da noite — Entediado, escorregou sobre a poltrona, relaxando a postura, puxando o restinho de refrigerante que tinha no copo pelo canudinho, forçando um barulho exagerado, para que o mais velho prestasse atenção nele.

— Kai, — guardando o celular no bolso da calça, sim, o ômega conseguiu visualizar isso também, seus olhos erguidos foram rápidos o suficiente — O que foi, querido?

— Eu quero ir embora! — Bravejou, formando um biquinho nos lábios, levantando antes mesmo que o outro pudesse responder.

Kai estava farto de ser tratado como criança, ele não era uma imagem santa, devota e puritana. Que tipo de relacionamento era aquele? — Se é que podia chamar disso, — Seokwoo não parecia ser normal, qual é...? Eles namoravam há anos, ANOS! — Foco no destaque, demonstra o quão frustrado ele estava —, e nem um toque mais íntimo foi trocado? Sim! Inacreditável, até para ele, um adolescente de dezessete anos, virgem, experiência zero quando o assunto é sexo.

Agora de braços cruzados, dentro do carro, no estacionamento aberto do cinema, parecia a melhor hora para tomar uma atitude. Estava chovendo, certamente nenhum curioso pararia em frente ao carro, ainda que de guarda-chuva, seria deveras esquisito — e de certa forma, macabro, convenhamos... — Enfim, Seokwoo era um alfa lindo, com o corpo malhado, um homem grande — se é que me entendem —, qualquer pessoa entenderia a situação do Huening, os hormônios a flor da pele, implorando por contato, ele não tem culpa de ter sido guiado pelo impulso. Quando se deu conta, havia saído do banco do acompanhante para o colo do namorado, que imediatamente arregalou os olhos, surpreso pelo comportamento que nunca imaginou ver no ômega.

Seokwoo se segurou para não tocar o corpo do rapaz sobre ele, suas mãos ameaçaram subir até a cintura robusta, ansiavam tocar com possessividade e apertar até que a pele branquinha tomasse uma coloração avermelhada, marcando seus dedos sobre ela, mas, Kai não era um ômega como os outros, ele era o seu noivo, um menino puro, prometido para a noite de núpcias. Uma figura angelical como ele não se encontrava facilmente, principalmente, em um mundo corrompido como o deles. Encantado com a beleza do namorado, tocou o rosto bonito com a ponta dos dedos, vendo o Huening fechar os olhos ao usufruir do contato.

— Eu sei o que você quer — um sorriso lindo surgiu nos lábios do ômega, que pensou finalmente estar sendo recompensado —, mas ainda não é a hora, meu lindo.

Não importa o quão carinhoso o mais velho estava sendo naquele momento, Kai estava furioso, então, rejeitou o toque alheio com um tapa na mão, voltando a sentar onde estava antes, no banco do acompanhante. Encontrava-se farto de tudo aquilo, da família, do relacionamento, de tudo o que ele era obrigado a aceitar para ser o ômega perfeito. Ele não queria ser aquela imagem imaculada, educada, recatada, livre do pecado... poxa, tudo o que queria era ser um adolescente normal.

— Por que você não quer fazer isso comigo? — Indagou com os olhos vermelhos, marejados, segurando o máximo para não transbordar em lágrimas — Você é um alfa... Como faz pra controlar o seu rut? — Mordeu os lábios, apertando os olhos, é claro que ele sabia como... — As putas que você come são melhores do que eu?

— Kai! — Ele achava que ainda tinha o direito de repreender o mais novo...? Kai só pôde rir, lógico que foi um riso sarcástico, seu olhar era vazio, e as lágrimas desciam — Sabe que isso não é o tipo de coisa que um ômega de família deve dizer, não sabe?

— E um alfa de família deve fazer o que, Seokwoo? — pressionou o mais velho, sorrindo amarelo, arrumando-se sobre o assento, de forma que fosse mais favorável para aquela conversa. — Trair o namorado? Transar com outras pessoas, enquanto o idiota do ômega virgem fica em casa? Quer que eu me tranque com um cinto de castidade?!

— Não fala assim..., você sabe que é diferente.

— Diferente por quê? Ômegas passam pelo heat muito mais vezes do que alfas passam pelo rut. A gente também tem vontades, a febre nos consome assim como vocês. Então, me diga o porquê?!

— Porque vocês não sabem fazer! — Gritou, olhando para frente, a voz alterada, batendo ambas as mãos sobre o volante. Não queria ter aquela discussão com o mais novo, foi induzido aquilo. — Ômegas são inconsequentes, Huening Kai! Criaturas ardilosas movidas pelo pecado, um ômega joga com as fraquezas dos alfas, eles seduzem, brincam com o nosso psicológico, e depois vão embora...

Beomgyu dançava sensual demais, seus movimentos, caras e bocas, estavam enlouquecendo os alfas do pub, Yeonjun também estava incluído nessa lista, principalmente ele, já que estava babando pelo ruivo por mais tempo do que gostaria de lembrar. Parado em frente ao bar, com uma garrafa em mãos, ele não era capaz de parar de olhá-lo, — sim, ele estava sorrindo feito um bobo, — não posso culpá-lo, Beomgyu girava, rebolava, descia até o chão, sorrindo do jeito mais lindo possível, se divertindo o máximo que podia. Quando seus olhos grandes e redondos, encontraram os finos e intensos de Yeonjun, mordeu o lábio inferior com segundas intenções em mente, esticando o indicador em direção ao alfa, o chamando até ele. Impossível negar algo para o estressadinho, então, logo foi até o seu encontro, sendo puxado pela gola da camiseta, e por instinto suas mãos foram até a cintura do ômega, seguindo os movimentos da batida musical. Nem ligou para a bebida que deixou para trás, segurar Beomgyu, era definitivamente mais prazeroso do que uma garrafa de cerveja.

— 'Cê vem sempre aqui? — Yeonjun sussurrou no ouvido do mais baixo, voltando a encarar o mesmo com um sorrisinho convencido. Beomgyu por sua vez, negou, desacreditado com a cantada alheia.

— Não, na verdade é a minha primeira vez — sorriu malicioso, entrando no jogo do mais alto, enrolando o dedo na gola da camiseta, trazendo o alfa para mais perto.

— Hm... Não sabia que você era virgem de alguma coisa.

— Yeonjun! — Repreendeu, empurrando o corpo maior para trás, lógico que no bom tom da brincadeira, afinal, estavam os dois rindo quando o capitão do time de basquete voltou para o de fios vermelhos, grudando as testas.

A respiração de repente se tornou pesada, e o ômega não queria mais ter arrependimentos, então, dessa forma, segurou o alfa pela nuca, juntando os lábios com necessidade. Não era para ser um ósculo intenso, porém quase lhe faltou o ar, tocar na língua do outro foi o suficiente para se tornar afoito. Yeonjun parecia contrariar todo o conceito de desejo que Beomgyu tinha aprendido, era como se ele estivesse o ensinando um novo jeito de sentir. As costas do ômega estavam levemente arqueadas, e parecia que o alfa sustentava todo o peso do seu corpo, apenas o segurando pela cintura. Pela primeira vez, desde muito tempo, Beomgyu se sentiu seguro, era como se independente de qualquer coisa aquele alfa estaria ali para ele. Quando o ar se fez ausente, o beijo foi diminuindo a intensidade, cedendo o lugar para uma sequência de selares. Mútuos pelo momento, ambos sorriram, finalizando com mais um último selinho — lógico que, Yeonjun foi audacioso o suficiente para roubar mais um beijinho, mexendo as sobrancelhas, extremamente convencido.

— Você não vale nada...

— E é por isso que você gosta de mim.

— Eu gosto? — Ergueu a sobrancelha, dando um passo para frente — Eu não me lembro de ter falado isso... — riu, desviando os olhos do mais alto, sendo agarrado com uma puta pegada gostosa — Hum... — provocou, gemendo no ouvido do moreno — Não faz isso, ou dessa vez não vou prometer não te morder.

Beomgyu e Yeonjun estavam com seus corpos grudados, às mãos do mais baixo deslizando pela extensão dos braços à mostra do alfa — esse que tinha músculos, e que músculos! De tirar o fôlego, eu diria — aquela regata branca tinha caído muito bem, Beomgyu estava com água na boca, salivando por aquele homem. Algo muito mútuo os atraía um para o outro, mais do que desejo carnal, eles se viam pelo reflexo de seus olhos, e quando isso acontecia era como se suas almas estivessem conectadas, além do violeta e dourado. As palmas das mãos grudadas, dançando no alto, enquanto ambos assistiam os seus dedos se entrelaçarem.

— Eu sinto você... — a franja colada sobre a testa, deixava Beomgyu ainda mais atraente, e o capitão do time de basquete entendia aquele sentimento genuíno que crescia dentro dele — Me beija, Yeonjun? — Cedendo a sua vontade, o moreno grudou o corpo menor ao dele, juntando os lábios em um ósculo muito mais do que necessitado.

Seoham se sentia desolado, com dois copos em mãos, e um coração vazio dentro do peito. Beomgyu estava beijando outro, o mesmo que havia deixado ele em casa, no sábado de manhã, e tinha ido ao show na sexta. Agora não era mais o nerd que ameaçava levar o seu ruivinho embora, mas sim o alfa de olhos dourados, que sorria nos lábios do seu amado, que assim como o outro também sorria com os olhos brilhantes.

[...]

Três batidas seguidas foi isso que tirou a atenção de Huening Kai da tela do computador. Já passavam das duas da manhã e o quarto dele ficava no segundo andar, por isso o receio em conferir a janela. Quem entre os alunos ousaria quebrar o toque de recolher para ir até a casa do diretor pregar uma peça em um dos filhos dele?

Encostando na parede, puxou a cortina sutilmente, espiando pela brecha da janela, assim que entendeu de quem se tratava, o cenho franzido deu espaço para uma expressão de surpresa. Kai não estava mais na defensiva, ainda assim, mordeu os lábios, um pouco nervoso, era a primeira vez que um alfa além do seu pai visitava o seu quarto. Soobin estava sorrindo quando ele lhe concedeu acesso e, o seu coração encontrava-se minimamente eufórico.

— O 'cê tá fazendo aqui? — Indagou, fingindo desânimo.

— Você me disse que tinha achado uma coisa — balançou o celular em frente ao de braços cruzados, refrescando a mente do mesmo.

— Ah — teve que bater na própria testa, se repreendendo por ter se esquecido.

— Você se esqueceu, não é? — Provocou com um sorriso no rosto.

— É...

Girando os tornozelos, o ômega virou de costas para o alfa, apontando com a cabeça para que esse o seguisse até o computador. Kai se sentou sobre a cadeira e Soobin continuou em pé, inclinando-se para poder enxergar a tela acesa.

— Acho que falta pouco pra mim conseguir... — umedeceu os lábios com a língua, mexendo no mouse com foco na tela que iluminava o cômodo escuro — Invadir a nuvem dele é algo difícil, mas não impossível. Acho que só preciso desvendar algumas fórmulas de programação...

— Você pode fazer isso? — Perto demais, Kai engoliu em seco, de repente, com a ausência de luz, Soobin estava parecendo boni... até que arrumadinho. Afastou tais pensamentos sórdidos, voltado a prestar atenção no computador.

— Posso, — deu de ombros, um tanto nervoso — talvez... — continuou teclando, quando o alfa colocou a mão sobre a sua, claro que, com o único propósito de mexer o mouse.

Suando frio, o ômega teve que se segurar bastante para não erguer o olhar para aquele alfa quente. Isso não era bom sinal, hum, hum..., Choi Soobin estava começando a afetá-lo, não como um rival, mas sim, como homem. 

— Hum... sim — concordou, sua voz rouca bem próxima do ouvido alheio... ah, ela era muito gostosinha de se ouvir — acho que falta pouco pra você conseguir — deixou a mão alheia, afastando-se consideravelmente demais, depois de que esteve tão perto. 

Não era certo, não mesmo, mas o ômega olhou para ele, e, nossa aquele olhar... Soobin nunca havia presenciado algo como aquilo, de repente seu coração errou as batidas e, dessa vez, foi ele quem desviou os olhos para qualquer outro canto. 

Kai engoliu em seco e se condenou por seu corpo estar desejando o namorado de outra pessoa. Com os olhos apertados ele clamou aos céus para que afastasse aqueles pensamentos da sua mente. Tudo o que queria era acreditar que aquela reação só foi possível por conta do desastroso acontecimento de mais cedo, sabe, sobre Seokwoo ter o rejeitado... Sim, era isso mesmo — "respira Kai, respira..." — em outras condições, seria impossível sentir qualquer coisa a mais do que empatia pelo representante de turma. Certo, agora mais calmo, o ômega se concentrou em sua missão e, por enquanto, pôde deixar aquele probleminha de lado. 

[...]

A sensação de euforia causada pelo álcool era espetacular, isso até chegar ao limite, depois de ver tudo girar e despejar em um banheiro escuro e duvidoso, só lhe resta o arrependimento. De joelhos em frente ao vaso sanitário, Taehyun choramingava por ter bebido tanto, os lábios estavam dormentes, a garganta ardendo e, o gosto sem sombra de dúvidas era o pior. Após apertar a descarga, o ômega caminhou até a pia, praticamente se arrastando, seu reflexo estava péssimo, e ele só queria chorar. Por ora, o melhor a se fazer era encontrar Heeseung, depois disso, tudo teria jeito. Concordando com o seu reflexo no espelho, Taehyun balançou a cabeça sorrindo, lavou a boca, e foi em busca do seu alfa.

Taehyun estava cambaleando, realmente tinha exagerado na bebida! No whisky, principalmente, deveria cogitar a hipótese de nunca mais colocar essa bebida em sua boca. Pensou que depois de ter colocado tudo para fora, debruçado no vaso sanitário, voltaria para a festa novinho em folha, sóbrio. Mas muito pelo contrário, escorado sobre a parede, ele se sentia mais zonzo do que nunca, escutava vozes e música, porém tudo abafado. Tentou esfregar o rosto com o antebraço, porém de nada adiantou. Onde estava Heeseung? Caminhando sem domínio de suas pernas, Taehyun passou por uma porta de vidro, encontrando o ficante conversando com uma garota...?

— Espera, Heeseung! — que voz mais nojenta, o ômega não pôde evitar fazer uma careta — A gente 'tá junto desde sempre, mas aqui você não tem coragem de dizer que eu sou a sua namorada — nunca mais whisky, isso vai além de bêbado, certeza que estava alucinando, teve até que coçar os olhos para ter certeza de que aquela garota bonita não tinha se referido como namorada do seu namorado — É Ethan, a sua namorada sou eu.

Taehyun não estava entendendo nada, sentia um par de olhos curiosos o rodeando, e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Quem é essa menina? Por que ela está dizendo que é namorada do namorado dele?

— Karina, volta pra casa — sem paciência, acariciou o cenho com uma das mãos, enquanto a outra ele usava para indicar a saída para a garota — Pede pra Yujin te encontrar, ou sei lá. A única coisa que eu sei é que o meu namorado tá aqui, e graças a você eu perdi ele de vista. Então 'tô indo atrás dele agora.

Escondido, no corredor de onde havia saído, Taehyun continuou se apoiando sobre a parede, caso soltasse, certeza que ia parar no chão. Foi quando um corpo forte e alto parou em sua frente, só podia ser ele, o seu namorado, dizendo que tudo o que tinha visto era mentira, uma brincadeirinha besta. Feliz por ter Heeseung de novo para ele, não evitou erguer os pés para beijar os lábios que tanto amava, de primeiro contato, ainda que embriagado, ele pode distinguir, aquele não era o beijo do seu alfa, nem o cheiro era parecido. Forçando a abrir seus olhos, Taehyun tentou entender quem era aquele em sua frente, mas a visão estava mais turva ainda.

Beomgyu e Yeonjun estavam indo em direção ao banheiro, quando presenciaram a cena desprezível, Taehyun parecia estar embriagado, não aguentava sustentar o próprio corpo em pé, e o pior que de brinde tinha um alfa tentando se aproveitar dele, — alfa esse que reconheceram de primeira.

— Porra, Sunghoon! — Yeonjun não deixaria barato, empurrou o outro alfa com agressividade, seu cenho franzido de tanta raiva. — 'Tá ficando maluco, mano? Ele é namorado do Heeseung.

— E quem é você pra falar sobre o que é certo ou errado? — Claramente bêbado, erguendo a cabeça, como se aquela ação fosse o suficiente para medir forças com o outro. — Pelo o que eu sei, — Apontou com o olhar para o de fios vermelhos — Esse daí, também tem namorado. E eu vi vocês dois se pegando na pista de dança, o negócio 'tava quente... — riu feito um babaca, divertindo-se muito com o desconforto do ômega que, abraçou o próprio corpo olhando para baixo.

— Seu...— Yeonjun avançou, não podia aceitar o jeito que Sunghoon usou para se referir à Beomgyu, pois ele entendia o quão ruim foi aquele comentário. Porém, foi interrompido pelo melhor amigo, esse que se colocou de frente a ele, segurando seu corpo, com a mão apoiada no peitoral.

— Opa, opa, opa — Heeseung estava entre os dois outros alfas, revezando os olhos entre ambos, não entendendo nada do que estava acontecendo — O que 'tá acontecendo? — Poderia ficar ali a noite inteira, esperando os amigos deixarem o orgulho de lado, e abrirem o jogo. Entretanto, foi Taehyun quem roubou sua atenção, o ômega apagou, deslizando sobre a parede até o chão — Taeh?! — Preocupado, Ethan Lee segurou a cabeça do ficante, impedindo que acontecesse qualquer lesão. Ao certificar-se de que o seu pequeno estava realmente seguro, apenas desacordado, fulminou com os olhos aquele que parecia o mais culpado entre eles. — Park, o que 'cê fez com ele?! — Alterado, não tratou em acertar o desgraçado, defendendo o seu ômega.

— Ué, ele te viu com a sua namorada — Yeonjun tocou o cenho, pressentindo a merda que estava por vir. Sunghoon estava muito além do que fora de si, não foi a verdinha que ele usou, foi algo bem mais forte — e, eu beijei ele..., porque ele me disse pra ir embora — tinha um sorriso nos seus lábios, mas de seus olhos saiam lágrimas — A gente se amava, não? Então, por que ele me disse pra esquecer? Como se esquece a porra desse sentimento?!

Sunghoon dizia coisas desconexas, e chorava de um jeito que realmente dava dó, ele parecia desesperado, escondendo os olhos sob a palma de sua mão. Os outros três despertos estavam com um ponto de interrogação gigantesco no meio do rosto. De quem aquele louco estava falando? Obviamente que não era sobre o Kang, levando em conta que eles nunca haviam se envolvido.

— Cara, — Yeonjun o segurou pelo braço, não sendo afastado, Park Sunghoon apenas chorava, realmente afetado por alguma coisa desconhecida por eles. — Você 'tá muito chapado, Sunghoon. Acho que o melhor agora é você ir pra casa.

— Jun? — surpreso, o capitão do time de basquete olhou para aquele que havia o apelidado de forma tão carinhosa, não o beijando naquele momento, somente pela situação em que se encontravam — Acho melhor a gente ir atrás do Jake — Beomgyu sugeriu, mordendo os lábios de forma ansiosa.

— Você 'tá certo, ruivinho. — Entortou os lábios em um sorriso. Ah, mas ele estava muito apaixonado. — Ethan leva o Taeh pra casa, ele precisa descansar, se chegar assim no colégio vai dar ruim. Vou encontrar com o Jake, e depois vou embora com o Beomgyu.

— Vou levar ele pro meu apartamento, lá é mais suave — Yeonjun apenas concordou, assistindo o melhor amigo, colocar o namorado nas costas, Taehyun dormia profundamente, mesmo assim jogou os braços em volta do pescoço alheio.

— Só uma coisa, bro... — olhando para o Choi alfa, Heeseung parou seus passos — quando o baixinho acordar, abre o jogo com ele. Você sabe..., sobre a Karina. Se você não falar agora, pode ser muito pior depois.

— Pode deixar, irmão. — Usou a mão que não o faria perder o equilíbrio ao segurar o corpo do namorado, para deixar uma batidinha significativa no ombro do melhor amigo. — Eu vou fazer o que é certo. — Yeonjun concordou, sorrindo orgulhoso, devolvendo o mesmo gesto antes de vê-lo partir.

— Vamos — apoiou o Park, colocando um dos braços dele em seu ombro, enquanto o guiava segurando-lhe pela cintura — Melhor a gente encontrar o Jake.

— Fácil, é só encontrar o Niki.

Concordaram entre sorrisos, carregando um cara que não valia a pena, mas por algum motivo desconhecido, estava sofrendo.

[...]

Sorrindo de orelha a orelha, Beomgyu balançava seu corpo de jeito animado. Yeonjun tinha conseguido deixar aquele ômega bobo, sem palavras a serem ditas... é exatamente isso! Daniel Choi tinha esse poder, sabe..., deixar as coisas fluírem de forma tão natural a ponto de se tornarem leves. Por uma fração de segundos, cogitou até a possibilidade de sempre ser assim, curtir a companhia de alguém que não esperava nada além de compartilhar o momento.

Imerso em seus pensamentos, libertou um suspiro sonhador, direcionando seu belo par de olhos para o céu, tinha estrelas naquela noite, um milagre, tratando-se de Seul e sua notável taxa de poluição, enfim, tudo condizia com a sua ótima experiência. Logo Yeonjun viria com o carro, e Beomgyu poderia usufruir de sua genuína companhia. Lógico que, isso foi o que o ômega pensou, e de certa forma, almejou quando deixou o Ocean Club. Entretanto, assim como tinha constatado pelas circunstâncias de sua vida, o destino não estava a seu favor.

— Oh — alto, fios pretos, e muito bonito. O alfa segurava o celular em uma das mãos, enquanto caminhava em direção ao ômega, parecendo o reconhecer de algum lugar. Beomgyu estava desconfortável, chegou até virar de costas para o desconhecido, que por algum motivo, não deixava de lhe encarar — Eu me lembro de você, não é como se fosse possível esquecer — Exagerou nas expressões, e no "chiado" que os coreanos costumam fazer, para reagir a algo positivo. Ainda na defensiva, o ruivinho estreitou os olhos para trás, tentando entender do que aquele louco estava falando — A gente ficou junto, há um pouco mais de um mês.

Ah. Então era aquele o cara que o levou até o quarto de motel, o mesmo que apareceu na noite da festa de Heeseung, quando descobriu que tinha sido traído pelo namorado. Ah, é mesmo! Olhando assim de perto... sim, era ele mesmo. Beomgyu não podia dizer que foi a transa mais memorável da vida dele, contudo, pelo menos, aquele alfa era bonito. Mas não é como se fosse dar mole para ele..., nem pensar! Virou o rosto, o tratando com indiferença. Ele estava ali esperando Yeonjun e, somente Choi Yeonjun. O cara mais alto do que Soobin poderia continuar o encarando, e, não faria diferença alguma.

— Então, não 'tá causando problemas hoje?

Assim como o próprio, seu sorriso também era bonito, além disso, não parecia ser do tipo mais babaca da espécie, daqueles que forçam a barra. Entretanto, foi inevitável Beomgyu recuar um passo, até mesmo três, ele estava se sentindo ameaçado pelo mais forte de sua espécie, e se tratando de alfas, um pé atrás nunca é suficiente, convenhamos.

— Não..., — forçou um sorriso — hoje eu 'tô de folga. — confuso o homem mais alto, pendeu a cabeça para o lado, esperando o de fios avermelhados se explicar — Não é que eu faça de graça... quer dizer, é extremamente isso! — Cada vez mais confuso, Beomgyu estava se enrolando na própria tentativa de se livrar daquela maldita noite, e também da sua lembrança — Olha, — ergueu uma de suas mãos para frente, sinalizando para que o alfa mantivesse distância, enquanto ele mesmo tentava clarear seus pensamentos, já que estava alcoolizado e atrapalhado com suas palavras — O que eu quero dizer, é que eu não faço aquilo..., sexo com qualquer um... aquela noite foi um erro, eu 'tava chateado, e... — torceu o rosto — eu não tenho que me explicar pra você.

Ainda sorrindo, o homem concordou, "ele até que é fofo..." Aquele alfa...? Ah, Beomgyu só podia estar começando a delirar, então, um pouco zonzo devido a bebida consumida, pousou a destra em seu rosto, sendo ajudado pelo alfa misterioso que, auxiliou o ômega a sentar.

— Tá tudo bem, se não quiser falar sobre, não precisa se forçar a isso — Tá, Choi tinha que assumir que ele realmente parecia um cara super gente boa, sentado ao lado dele, do lado de fora de uma boate, provavelmente, beirando às quatro horas da manhã.

— Você não me parece bem, quer conversar sobre? — Indagou, repousando a cabeça sobre uma viga de madeira que sustentava uma espécie de teto em cima do banco onde estavam sentados.

— Eu e o meu..., — pausou, rindo soprado — meu namorado discutimos. — Ah, namorado, certo. Então ele não era o único corno no meio de toda essa merda. Beomgyu concordou, deixando que o outro prosseguisse — Nós somos meio que prometidos um ao outro, a gente tem que casar logo depois dele terminar o colégio. Mas sabe o que ferra? Ele é um ômega de uma família super puritana, conservadores que só aceitam sexo depois da união pelo matrimônio.

— Casamento.

— Exatamente! Eu não posso dizer que eu não gosto dele, mas hoje ele forçou a barra, do nada ele subiu em mim e pediu pra transar comigo. Depois disso eu o levei pra casa, e falei pra esperar até o casamento. — Beomgyu estava bêbado demais, porém ouvir aquelas palavras, fez uma raiva absurda subir pelo seu corpo.

— Olha, — pois não conseguia se lembrar do nome daquele cara alto e bonito, ele tombou a cabeça para o lado, girou o dedo indicador, fechou os olhos, e nada, memória bloqueada — Não sei qual é o seu nome mas, cara...? Acorda pra vida! Ômegas também tem as suas necessidades. Caso você o reprima, assim como à família dele, logo ele vai achar quem faça com ele o que você se recusou a fazer. Digo isso por experiência própria... Droga! Como é o seu nome? — Indagou com os olhos estreitos, continuando acordado apenas por aquela conversa nada convencional, típica da vida que amava o colocar em ciladas.

— Seokwoo.

— Uhum, certo. Agora pensa comigo, você passa pelo seu rut com alguém, acompanhante de luxo, ou uma puta mesmo. E não venha me dizer que você 'tá esperando pelo casamento... bla, bla, bla. A verdade é que você transou comigo, e Seokwoo. E, sem ofensas, mas aquele foi um dos piores dias da minha vida! O meu namorado mentiu pra mim dizendo que ficaria em casa, mas foi pra uma festa idiota e ainda ficou o irmão do meu amigo... foi mal, 'tô muito bêbado — soluço — enfim, e o seu namorado não pode querer te dar? Pelo meu ponto de vista, você foi o maior cuzão e, é isso... — bateu sobre os joelhos, como se estivesse limpando, por fim, levantando. — Só mais uma coisa, para de ser babaca com o seu namorado, porque senão, vai aparecer um alfa muito melhor que você, e vai fazer com que ele se sinta nas nuvens. — enquanto diziam, viajou um pouco, até pouco tempo atrás, quando curtia na pista de dança, sorrindo e ficando com o Yeonjun — Fica esperto, e chega de vacilo!

Estava pronto para sair dali, sorrindo de orelha a orelha... Sim! Ele pensava em Choi Yeonjun; em todas as novas emoções que o alfa estava lhe proporcionando. Talvez, até cogitou a possibilidade de que seus pensamentos dariam o caminho traçado até o alfa, assim como um gps, guiado pelo fio vermelho imaginário que ligava almas destinadas a se encontrarem. Beomgyu praticamente sonhava acordado, na cabeça embreada dele fazia muito sentido. Enquanto subia a rua, balançava o corpo de forma alegre, sendo agarrado pela mão. Assustado, voltou a olhar para trás, vendo o Seokwoo, Beomgyu suspirou frustrado.

— O quê você quer agora, Seokwoo?

— Quero que você fique, Beomgyu.

— Ruivinho? Algum problema aqui? — Hyunjin apareceu no momento certo, de mãos dadas com o Yang. Aquilo sim foi surpreendente, os olhos do ômega de fios avermelhados faltou pular fora e, só não comemorou por finalmente o Hwang ter conseguido algo, porque ainda estava brigado com Jeongin, que manteve o rosto virado para ele.

— Sem problemas, o Yeonjun foi buscar o carro pra gente voltar pro colégio...

— Beleza. — Assentiu com os olhos estreitos para aquele alfa estranho, — se quiser, eu já vou dar carona pra geral mesmo, então, se apertar cabe mais um...

Espera..., o Jeongin estava ali e, ele era irmão do Jungwon..., então. Beomgyu engoliu em seco, condenando-se por não ter pensado naquilo. O Yang mais novo era louco por Choi Soobin e, se ele viu Beomgyu e Yeonjun juntos, seria o fim para o de fios avermelhados. De verdade, ele nem sabia o porquê de estar tão preocupado, e, mesmo assim, o medo somado ao álcool o levou àquela pergunta.

— O Jungwon 'tá aqui?

— É exatamente essa a nossa preocupação — apontou com os olhos para Jeongin — O fodido do Jay levou o irmãozinho do Innie pro meu carro, e se não for para dar aulas de direção, pode ter certeza que eu sei o que ele foi fazer. Alguém tem que segurar esse menino, falar com o Seoham, sei lá. Se cuida, e...

— E...? — Yeonjun chegou, abrindo a janela do carro. Dos amigos de Beomgyu, fora Jay que já era amigo dele também, Hyunjin foi o que ele mais gostou. Seoham com certeza não entraria na sua lista de amigos mais amados.

— Não faça bebês. Sexo seguro, crianças. — Hwang sorriu malicioso, jogando o braço em volta do ombro de Jeongin, que apenas mandou um tchau, visivelmente chateado com o de fios ruivos.

Yeonjun riu pela brincadeira, e falta de vergonha do Hwang, conseguia se enxergar nele — tanto que até compartilharam um baseado no banheiro da boate, bom, isso não vem ao caso — agora, o que estava de fato o incomodando era aquele alfa, que parecia familiar, mas também tão desconhecido por ele. Com a sobrancelha direita arqueada, deixou o carro, mesmo que ligado, para entender melhor o que acontecia ali.

— Ruivinho, você conhece esse cara? — Indagou, ao lado do mais baixo, não deixando seu olhar intimidador por qualquer momento.

— É... — Beomgyu por outro lado estava com medo. Do que? Bom... medo de perder Yeonjun, caso o alfa soubesse do que havia acontecido entre ele e Seokwoo.

O ômega estava envergonhado, ser chifrado, e depois ir para a cama com um desconhecido... Se contar para ele assim, "Ah, esse é o cara com quem eu transei por carência." Não! Nem pensar. Yeonjun podia até achar que Beomgyu não tinha valor, ou até mesmo, deduzir que ele era fácil. Tremendo um pouco, devido ao nervosismo, grudou no braço do capitão do time de basquete, fazendo com que Seokwoo desviasse os olhos nessa direção.

— Ele brigou com o namorado, por motivos bestas. Então, eu o aconselhei a voltar atrás e pedir desculpas pro ômega dele.

— Hm. — Concordou com a cabeça, olhando para o ruivo. — Podemos ir?

— Uhum!

 


Notas Finais


Beijinhos e até a próxima 💕✨


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