História LoveXHate - Apenas talvez eu goste dele de alguma forma

Eu não vou entrar em detalhes sobre o que eu senti com o abraço dele, muito menos com o beijo que ele deixou em meus lábios. Vocês só precisam saber que gravidez deixa as pessoas carentes e sensíveis, por isso e somente por isso que correspondi o beijinho dele, em outra ocasião eu teria chutado aquele saco bonitinho dele só para o ver se contorcer de dor por de novo invadir meu espaço.

- Me dê um bom motivo para não chutar essa sua canela seca. – Falei sem mover um musculo, expondo minha cara mais endiabrada possível, fazendo de conta que não gostei nem um pouco do contato de segundos atrás e que minha cabeça estava gritando para repetir, mas eu não sou obrigado.

- Eu sou o pai do seu filho e estou fazendo sua comida, quer motivo melhor? – Eu já disse que odeio o sorriso dele? Principalmente esse debochado, que levanta as sobrancelhas e faz aquela covinha ridiculamente ridícula aparecer, além de ficar só com um dos lados dos lábios puxados. Se não fosse nele, provavelmente seria sexy, mas eu não posso admitir essas coisas e nem dar a certeza de que ele é o pai do meu filho.

- Você não é o pai dele e eu fico muito bem comendo pizza e pão de queijo no jantar todos os dias. – Falei calmamente, mas logo o empurrei da minha frente, estava perto demais e eu não gosto de ficar perto dele. Fui direto na geladeira pretendendo pegar meus pães de queijo congelados e assar pelo menos uns trinta para dar vazão ao meu stress, mas parei no meio do caminho com aquelas palavras que soaram como música aos meus ouvidos.

- O polvo frito está recheado com queijo, sabia? – Então, pensem em uma pessoa que gosta de queijo, que leva parmesão como almoço para o trabalho, que come queijo com tudo. Essa pessoa sou eu, e, imaginar polvo, que já é bom por natureza, recheado com queijo fez minha boca se encher de vontade.

- Qual queijo? – Indaguei apenas por birra, meu corpo paralisado com a mão na porta da geladeira apenas à espera da resposta que definiria se ele continuaria morando comigo ou seria chutado para fora de casa.

- Queijo brie corado por dez meses. – Ouvi seu sussurro e vos digo que aquilo poderia ter me excitado tanto quanto se tivesse um pênis roçando na minha bunda, já que acima de parmesão, só o abençoado brie. – Mas se quiser, também fiz com uma variante de gorgonzola...

Tudo bem, acho que ele pode ficar um pouquinho na minha casa desde que me faça comida recheada com meus queijos favoritos.

- Vou aceitar.... Mas não pense que isso fez meu ódio por você diminuir. – Avisei apenas por avisar e logo me sente na banqueta que dava de frente para o balcão, somente o observando manusear minhas amadas panelas com aqueles dedos grandes demais para minha pobre compreensão.

Sabe, é impossível não me lembrar de certas partes olhando para aquela mão grande. ChanYeol é todo grande, os ombros largos, costas bem desenhadas e músculos firmes o fazia admirável de costas, não nego que ele é extremamente gostoso de se olhar e de se provar, mas ainda o odiava com todas as forças, tenho meus motivos para isso e não são poucos considerando nosso passado.

Fiquei esperando com a cara de cu mais enfezada possível, eu queria disfarçar que estava ansioso para comer a comida dele, por ser meu vizinho, sempre senti o cheiro de suas comidas quando me sentava na varanda, então, a curiosidade gritava para saber se o gosto era tão bom quanto o cheiro.

Quando ele finalmente terminou, eu já estava babando no meu braço, tá, não demorou tanto assim, mas eu gosto de drama e valeu a pena esperar quase uma hora para experimentar seu polvo frito com peixe e se eu acreditasse em deus, iria comer rezando só de olhar para aquela maravilha posta na minha frente. Estava cheiroso e bonito, só faltava estar gostoso como quem fez. Última parte desnecessária, mas relevem porque eu estou com fome.

Olhei seu rosto com um misto de desdém e deboche apenas para o ver ainda mais inquieto, mesmo que tivesse com um sorriso todo fofo e nervoso com expectativas e não fiz mais drama algum para comer.

Sinceramente? Do fundo do meu coração? Se ele quisesse me conquistar de novo, com certeza seria pelo estomago. A comida estava divina e a mistura dos queijos na minha boca me fez querer fazer uma declaração de amor para aquelas mãos grande que sabiam preparar uma boa comida e um cu antes da foda.

- Olha, está bom, mas é só por causa do queijo de qualidade. Te deixo dormir no sofá. – Falei rindo e indo em direção a panela para repetir, não poderia deixar ele dormir em outro lugar além do sofá já que o outro quarto do meu apartamento é meu pequeno lixão de placas inutilizadas e cabos que tenho certeza que um dia irei usar.

- Compro um estoque inteiro de queijo brie que provavelmente vai durar para um mês e vou ter que dormir no sofá? – Ele sabia ser chantagista, admito e ele comprou o que eu mais gosto.

- Pode dormir no tapete do meu quarto de lavar a louça. – Ri do meu próprio comentário e logo após terminar de comer me levantei, indo direto para o meu quarto, o deixando para trás com a cara mais abismada do mundo. É claro que ele não vai dormir na minha cama correndo o risco de acordar de conchinha com o pau dele esfregando na minha bunda. Como eu disse anteriormente, gravidez me deixou sensível e carente.

Enquanto ajeitava minha preciosa cama com mais alguns cobertores por causa do frio, ouvi o som da máquina de lavar louça sendo ligada, então, ele queria dormir no tapete, por isso apenas joguei alguns edredons e travesseiros no chão, e não tardei a ir dormir. Não necessariamente dormir já que passei o dia todo apagado, era mais preguiça, ficar de olhos fechados e morgar a noite toda para quando chegar no trabalho jogar todo projetos do dia nas costas de ChanYeol, alegando que estava mal demais para fazer qualquer coisa.

Talvez eu não devesse o odiar tanto, ele sempre me ajuda quando estou passando mal de verdade ou quando estou fingindo. Teve uma vez que até mesmo deixou de almoçar para ficar comigo no desenvolvimento de um projeto complicadíssimo que eu não estava conseguindo fazer sozinho, mas além de perder o almoço, chegamos em casa era mais de duas da manhã.

Eu sei que é completamente desnecessária essa rixa idiota que temos quando se trata de implicar um com o outro e admito que se não fosse ele, sendo ele, provavelmente seria uma pessoa que eu me apaixonaria perdidamente. Além de ser muito prestativo ele tem um bom coração e nota-se isso pelo fato de que não me deixou de lado quando soube do meu bebê, sendo que poderia fugir na primeira oportunidade quando neguei que ele era o pai.

Mas é obvio que ele sabe, ficamos trocando farpas quase todos os dias na janela até tarde da noite, as vezes xingando o outro vizinho por ter um cachorro barulhento demais ou quando passamos até tarde dividindo um churrasquinho de gato que uma senhora vende na esquina do nosso prédio.

Nossas sacadas são coladas uma na outra, apenas com uma grade dividindo os espaços, então de certa forma convivemos bastante por aquele ser nosso lugar preferido onde moramos.

Era por volta das dez horas quando a porta do meu quarto se abriu, vi a silhueta magricela entrar no quarto escuro tentando não fazer barulho por achar que eu estava dormindo, até riria baixinho se logo em seguida não tivesse sentido um peso extra na minha cama, seguido de um abraço e um carinho em minha barriga.

- Espero que saiba que esse filho é tão importante para mim quanto você. – Gelei legal.... – E que também esteja dormindo porque eu não quero receber implicâncias por gostar de você.

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