História Loving Can Hurt- jolari - " Quis me derrubar, mais quem caiu foi ela."

P.O.V Lari:

   Hoje, vou sair da escola para comprar as roupas de casamento do meu pai com a bruxa. Por um lado vai ser bom, porque vou ir as compras, e pelo outro vai ser péssimo porque vou ter que aturar a Celeste no meu pé.

- Já chegamos? -Celeste perguntava, aquilo já estava dando raiva nos nervos.

   Não tinha nem dez minutos que estávamos no carro.

- Não tem outra coisa pra falar não? Troca o disco, ou melhor desaparece da minha vista. -respondi.

- Os incomodados que se mudem.

- Olha aqui... -a bruxa me interrompeu.

- Sem brigas meninas, é melhor se acostumarem com a ideia de conviver juntas. -falou.

   Nem me fala, eu não vou suportar ficar debaixo do mesmo teto que elas. Tanta gente no mundo e tinha que acabar onde estou.

   Chegamos no lugar que aluga roupa, era um vestido mais lindo que o outro. Me senti no paraíso, se pudesse carregava todos para casa. Vi um vestido lindo, a minha cara. Ele era longo, rosa, cheio de pedrinhas e com um tecido maravilhoso.

- Eu quero esse aqui! -falei ao mesmo tempo que a Celeste.

- Tem um monte de vestidos por ai, porque não escolhe outro. -falou.

- Porque eu vi e peguei primeiro. -comecei a falar, pegando o vestido.

- Lamento, agora é meu. -puxou o vestido.

- Temos um vestido igual a esse, não precisam brigar por ele. -o atendente falou.

- Tudo bem, pode ficar com ele. Não pego vestidos de segunda mão. -disse largando o vestido.

- A segunda mão que queria pra você, né?

  Respirei fundo, não falei nada e fui andar procurar outro. Passei por um corredor e vii a bruxa escolhendo um vestido, é bem cafona. Agora eu tenho a certeza de onde a Celeste tem esse mal gosto.

  Liguei para o meu personal stylist (eu tenho um a pesar de não usar muito). Pedi o vestido do meu jeito, dessa vez eu sei que não vai me copiar. Voltei para o salão principal e fiquei sentada esperando todos terminarem de comprar.

- Já compraram tudo que precisam? -meu pai perguntou.

- Sim. -as duas responderam.

- E você filha?

- Ela não escolheu porque não tem nenhum ao nível dela. -a oxigenada, vaca, filha da puta, disse rindo.

- Não é por isso. Eu acho que esses vestidos de segunda mão e mandei meu personal stylist fazer um especial para mim. -respondi.

   Se tinha que ver a cara dela, quase rasgou o vestido que estava em sua mão. Quis me derrubar, mais quem caiu foi ela.

CINCO DIAS DEPOIS, DIA DO CASAMENTO...

Tava no quarto me arrumando com minhas amigas.

- Pra que esse nervosismo todo, até parece que é você que vai casar. -Mha falou rindo.

- Que engraçado to morrendo de rir, não é por isso. O único problema é que eu vou ganhar um madrasta e uma irmã postiça de brinde e vou morar junto com elas. Tem coisa melhor? -perguntei.

- Eu não queria estar na sua pele. -Gio respondeu.

- Nem eu queria estar na minha pele.

P.O.V João:

  A Lari me obrigou a vir para esse casamento (também não ia deixa-la sozinha nessa situação). O pior de tudo, é usar terno. Preferia mil vezes usar uma calça e uma blusa, mais fazer o que...

  Estava pelo lado de fora igreja a esperando, vi seu carro parando. Desceu do carro, está maravilhosa. Aquele vestido caiu muito bem nela, meus olhos brilharam e a boca abriu.

- Cuidado pra não babar. -falou me dando um selinho.

- Você está linda. -falei.

- Eu sei.

- Preparada para a nova vida?

- Nem um pouco, queria fugir daqui. -fez aquela cara tipo "vamos"

- Não pense nisso, por mais que odeie isso, é importante pro seu pai.

   Entramos e sentamos nas primeiras fileiras, logo ela tinha que ficar ao lado do altar esperando aquelas enrolações dos noivos dizerem aceito. Começou aquela falação do padre, por isso que não gosto de casamentos. Pra que ficar enrolando? Casa logo os dois de uma vez.

P.O.V Lari:

   Presenciar a cena do meu pai se casando com outra sem ser a minha mãe, estava acabando comigo, era sufocante. Acho que ele é o único que não percebe que eu é que estou infeliz com tudo isso... se soubesse quem ela é de verdade, nunca faria isso.

   Recebi uma mensagem dizendo que queriam me encontrar num rio que tinha perto da igreja. Qualquer lugar é melhor do que aqui dentro, não pensei duas vezes antes de sair dali.

   Parece que ninguém percebeu que sai, ufa. Subi a ponte que ficava de travessia do rio, e parei para esperar quem tinha me chamado. Aquela ponte era baixa até demais, coitado de quem cair ali. O que não falta é pedra.

- Que bom que veio, preciso falar com você. -porque tinha que ser ela de novo, me persegue só pode.

- Não acredito que foi você que chamou aqui Celeste, eu to indo embora. -falei me dando as costas.

- Espera por favor, eu juro que não te encho mais a paciência.

- Fala logo. -me escorei no corrimão da ponte.

- Eu queria me desculpar...

- Pelo que?

- Por isso. - conseguiu me empurrar.

   Cai com tudo no rio, bati a cabeça nas pedras. A última cena que vi antes de apagar, foi a cara de vitoriosa da oxigenada, e saiu como se nada tivesse acontecido.