P R Ó L O G O
Loyal: leal; respeito aos princípios e regras que norteiam a honra e a probidade.
S E L E N A G O M E Z
Nossos rostos estão próximos, não deixo de analizar cada traço de seus olhos azuis esverdeados. Sua respiração ofegando se entrelaça a minha com facilidade, mas em momento algum as mãos de Ian se desvencilharam das minhas bochechas comigo sentada em como.
— Você sabe que ela nunca chegará aos seus pés, amor! — Diz se referindo a Nikki, sua noiva.
— Eu sei que não, Ian. — Me desvencilho de sua cintura, mas ele acaba protestando. — Mas fico feliz que admita.
— Sabe essa pose de mulher fria e dona do mundo? — diz de modo engraçado e com um sorriso no rosto, só que logo é desfeito pelo olhar mortal que o lancei. — Então, ela não rola comigo não.
— Pose? — me indigno, mas prefiro ignorar o comentário e aproveitar o momento. — Não gosta de mim assim? Achei que me amasse pelo que sou.
— Pera aí, é mesmo? — finge uma cara de indignação, deixando claro que estava brincando. — Selena Gomez, insegura? — suas mãos tomam minha cintura de um jeito delicado, evitando que eu me levante.
— Não é insegura, só quero garantia de que realmente tenho o seu amor para mim. — acabo revirando os olhos, mas seus olhos azuis me prendem a atenção.
Suas olhos azuis tiveram total a minha atenção, eles são tão azuis que chegam a ser penetrantes e causar espasmos por todo o meu corpo, em resposta escuto um pigarreio, acabo não me importando.
— Você sabe que eu te amo, você sabe que me tem. — suspira, parecendo de fato chateado. — Mas o que adianta você me ter, se eu não te tenho? — Coloca uma mecha rebelde de meu cabelo atrás de minha orelha, com carinho.
— Você sabe que não funciona assim, babe. — fito seus olhos de certa forma, tentando o reconfortar. — Não sabe dos meus sentimentos por você, e nem saberá.
— E por quê isso? — seus olhos parecem brilhar com a mínima possibilidade de que eu sinta algo por ele.
— Porque os sentimentos são meus, e pertencem apenas a mim. — selo nossos lábios de uma maneira singela, tentando desviar a atenção da conversa. — Ou seja, eu pertenço somente a mim mesma.
— Você tem algo que algo possa acontecer contigo? — confirmei com cabeça que sim, ainda querendo mudar de assunto. — Mas eu nunca deixarei, porque você é tudo que importa para mim.
Eu o beijo, por mais que eu queira, não consigo acreditar em seus palavras, sei que me ama, mas não é o suficiente. Prefiro me entregar ao beijo, este que me puxa cada vez mais para si.
É impressionante a maneira como seu corpo tem poder sobre mim, a maneira como respondo cada um de seus toques em minhas curvas. O beijo se torna mais intenso, deixando-me sedenta por mais, assim como ele.
Nos distraímos casa vez naquelas sensações, em que arranho sua nuca em resposta a mordida em meu lábio inferior. Porém, um ruído nos interrompe. Era o meu toque de celular.
— Não vai atender, querida? — interrompe o beijo, com os lábios levemente inchados.
Assinto, me levanto definitivamente de seu colo, caminhando até minha bolsa do outro lado da sala, em sua mesa.
— Fala, Logan. — tento normalizar meu fôlego, ao escorar meu corpo em sua mesa.
— Onde você está, Selena? — o desespero é notado em sua voz, mesmo que seja normal vindo dele.
— Você tem 3 segundos para adivinhar, querido. — sou irônica, escutando um suspiro do outro lado da ligação, ele estava realmente ficando bravo. — Começa com I e termina com AN, sacou?
— Vaza dai, agora. — é bravo e firme comigo. — A imprensa tá colando ai, nesse exato momento.
— Está bem, já estou indo para ai. — congelo com o que foi dito, mas tento não deixar transparecer. — Segura as pontas para mim, estou chegando.
— O que Logan disse, princesa? — Ian vem até mim, envolvendo minha cintura.
— Parece que surgiu um problema lá na empresa e eu preciso ir. — envolvo sua nuca, para um último beijo.
— Nos vemos depois? — Grita, assim que saio de sua sala e entro em um dos corredores da empresa.
— Tchau! — apenas sorrio, evitando dizer algo que não tenho certeza.
Vou em direção às escadas de emergência, em que ninguém me veria e poderia evitar um possível escândalo mais tarde para o meu lado.
— Você não toma jeito não é, Selena? — Logan esbraveja.
Ele estava parado na porta dos fundos da empresa, me esperando e não demoro em abrir a porta do meu carro, que dirigia sem a minha autorização.
— Você sabe que não. — dei de ombros, colocando o cinto. — Agora, obrigada por me socorrer, de verdade. Só que você poderia ter parado mais perto, não é? — retiro os meus saltos, devido à dor em que sentia por ter corrido até ali.
O carro se encontrava em movimento pelas ruas de Los Angeles e um silêncio se instala entre nós. Encaro Logan, ele com certeza está tentando encontrar as palavras certas para conversar comigo, eu sou difícil de lidar, ele me afirmou isso.
— Sel, você... — finalmente toma coragem para falar, mas apenas o encaro sem ânimo. — Você devia tomar cuido com o que faz, okay? Eu não estar sempre por perto para te tirar das enrascadas.
— Eu sei, e eu aprecio o que faz por mim. — essas palavras saem sem eu querer, não gosto de demonstrar que me importo, meus sentimentos muito menos. — Só vai logo, tá bom.
— Você tá brava ou algo do tipo? — pergunta temendo a minha resposta, já que franze a testa.
— Eu tô bem. — sou sincera, não vejo motivo para não estar.
— Olha, se estiver porque atrapalhei seu momento com o Ian. Me desculpe, sabe que só faço isso quando é urgente e... — ele se descontrola a falar, sempre faz isso quando acha que me estou brava.
— Logan, relaxa. Eu estou bem sim, babe. — o corto, rindo de leve.
— Okay, amor. Confio em ti! — sorri em resposta, parecendo crer em mim.
Nossa relação era assim, por mais que eu tente não sentir nada em relação a ele. Logan acabou se tornando alguém em minha vida, alguém que eu não consigo mais viver sem. Nós protegemos um ao outro, e sempre foi assim, até que vem dando certo e eu isso me conforta.
— Então, eu também vim aqui te pegar, porque precisa falar contigo. — ele volta a falar, agora mais disperso e com tranquilidade. — Parece que Suzanna não vai abrir mão de ti, insiste em dizer que não vai conseguir alguém como você.
— A gente sabe que não vai mesmo. E não quero desperdiçar meu tempo mais uma vez com aquela mulher, ela me nos nervos. — fecho a cara só de lembrar da existência dela, que felizmente, não é mais minha chefe. — Mas o que vou ter que fazer?
— É simples, amor. — o carro vai diminuindo com a velocidade aos poucos, estávamos chegando. — Quando chegarmos na empresa, você só precisa falar com ela. Está bem?
— Claro, um esforço para nunca mais olhar na cara dela. — Sou irônica, virando a minha visão, percebendo onde estávamos.
Ele parou com carro no estacionamento da empresa em que trabalhou, ou trabalhava a alguns minutos atrás. Eu já não suportava mais fazer esse trajeto até a entrada todos os dias, olhar na cara das mesmas pessoas e tem que suportar as ordens da mesma pessoa, Suzanna deve estar uma pilha de nervos agora, por saber que pedi demissão e estava desfalcada.
— Exatamente. — me seguiu com a minha bolsa de trabalho em mãos, como sempre. — Um esforço, para um bem maior, certo?
— Isso, ainda mais que dentro de alguns dias nunca mais vou pisar nesse maldito lugar. — bufei, caminhando em direção à empresa e indo direto para a sala da presidência, em que Suzanna esperava por mim.
— Jujuba, acho melhor eu ficar aqui. — sinaliza para o canto com um sofá, em que ficaria sentado. — Você sabe, ela não gosta da minha presença e eu tenho medo dela.
— Para de frescura, Logan. — nego com a cabeça, sabendo que vinha atrás de mim. — Vamos logo, hum.
Passei pela secretária como normalmente, evitando que anuncie a minha chegada para sua chefe, gosto de chegar de surpresa.
— Selena, era com você mesma que precisava tratar uns assuntos. — é notável o fingimento de felicidade em sua voz, como sempre.
— Está bem, já direto ao assunto. — sou grosso ao cruzar meus braços na altura de meu busto, mostrando impaciência.
— É em particular. — oferece a cadeira para que eu me sente, mas apenas nego. — Será que esse daí poderia nos deixar a sós?
— É, Jujuba. — ele diz com uma cara nada boa, estava acanhado, se sentindo rebaixado. — Acho melhor esperar lá fora.
— Não, você fica exatamente onde está. — aponto para que pare. — Esse daí? — ironizo, enrugando a minha testa em sinal de indignação. — Você deveria rever a maneira como trata os seus funcionários, ou até mesmo os ex's.
— Podemos nos concentrar no que realmente importa? — bufa, sentando de modo desconfortável em sua cadeira. — Vai deixar que um secretário como ele nos atrapalhe?
— Mas você é mesmo uma velha cínica, não é? — minha irritação é percebida pelo meu alto tão de voz. — Me recuso a trabalhar num lugar em que tratem os funcionários assim, você deveria se envergonhar. Aliás, você não é ninguém para falar assim com ele. Graças a Deus, nunca mais olho na sua cara. — faço uma pausa antes de sair da sala, virando para encarar o seu rosto surpreso. — Se não nos vermos no tribunal, por danos morais. Passar bem!
Não, eu não havia exagerado. Se pudesse falaria mais, só que não quero ficar perdendo o meu precioso tempo com ela, ela não merece nem isso. Humilhar o meu funcionário foi ridículo, se fosse outro qualquer não teria nem ligado, mas Logan é meu amigo e sempre cuida de mim, faria aquilo de novo, sem nem pensar duas vezes.
— Você não devia ter feito aquilo. — corre para poder ficar ao meu lado, seguindo para fora daquele lugar. — Sabe que se ela joga isso na boca da mídia, você está acabada.
— Fiz e faria de novo. — paro em frente à ele, tentando acalmar os meus ânimos. — E sabe que eu não tenho medo deles, é só oferecer uma boa grana que eles não vazam nada.
— Você se arriscou por mim, acho que seu coração está derretendo, jujuba. — fala bem humorado, mas prefiro ignorar. — Acho que falei cedo demais, como sempre.
— Ótimo, ainda bem que você sabe. — ando mais rápido em direção ao carro. — Agora vamos logo, minha chave... — ergo a mão para que me dê.
— Porque tanta pressa? — me entrega, ainda curioso.
— Preciso de um café urgente. —suspiro exausta. — Agora, nunca mais ouse tocar no meu bebê.
— Eu não arranhei nada, só não entendo esse amor todo com um objeto. É só um carro! — deu de ombros, andando também em direção ao carro.
— É O carro, Logan. Você não entende, essa Lamborghini é o meu amor. — corro em direção ao carro, o abraçando na brincadeira. — Me diz, amor. O Logan te arranhou?
— É claro que não. Está tudo bem com ele! — reclamou ao entrar no carro, só que agora do lado dos passageiros.
— Mas e você? — ligo o carro, indo em direção ao local mais perto em que nós dois pudéssemos conversar depois de hoje.
— Eu? Achei que sim, eu já acostumei com aquele tipo de cena. Você me defendeu!
— Não deveria estar acostumado, não perto de mim. E sim, porque você sempre me defende de tudo, nada justo, se não fazer igual. — dei de ombros, enquanto me mantinha focada nas ruas até o local em que procurava.
— Obrigado, mesmo assim. — insiste em me agradecer, recebendo de mim uma piscadela em resposta, não queria adiar aquele assunto.
{•••}
M I N U T O S M A I S T A R D E
E lá estava Logan mais uma vez tentando me distrair, conseguindo tirar diversas gargalhadas de mim, incrível como conseguia me fazer mudar de humor em minutos, admito que não é fácil. Depois de termos saído da empresa e vindo para cá, fiquei tão mau humorada e de cara fechada, não queria papo com ninguém. Eu sou assim, como todos dizem, rancorosa e não deixo nada passar algo fácil, difícil de perdoar como outros diriam.
— De verdade, jujuba. — rio, assim como eu. — Ela te olhava com uma cara nada boa, um olhar que dizia assim: "Quem você pensa que é, texana filha da puta?". — imita a suposta maneira em que Suzanna estava.
— Isso porque ela não viu nem metade da minha raiva. — eu gargalho, mas minha barriga começa a doer, estava ficando sem ar até. — Logan, só você mesmo para me fazer rir assim. Você é maravilhoso!
— Eu sei, amorzinho. — se gaba, jogando um beijo no ar para mim. — Mas nós dois sabemos que eu não curto o seu tipo.
E ele realmente era maravilhoso, moreno com os olhos azuis, me deixaria louca, se não tivesse me dado um fora. Bom, não como parecesse.
— Nossa, assim você até me magoa. Eu sou tipo de qualquer, não é? Ou vai esquecer que mesmo sendo gay, me deu uns pegas? — lancei um olhar malicioso em sua direção, ele tinha uma pegada maravilhosa, quem dera repetir a dose.
— Já disse que não estava sóbrio naquele dia, deveria aceitar isso. — ele fecha a cara agora, pega o celular para disfarçar o seu nervosismo de fechada.
— Infelizmente, nós daríamos um belo casal. — pego o celular de sua mão, vendo a conversa que estava tendo. — Não tinha terminado com ele?
— Ah, claro. Perfeitos, a Elza e o gay, eu indo atrás de pau e você, mais fria que um cubo de gelo. — bufa, ignorando tal hipótese, pena porque levaria aquilo para frente. Pega o celular de volta para si. — E ele me pediu mais uma chance, acho que vou ouvir o que tem para me dizer. Nossa, como queria ser hétero, homem dá uma dor de cabeça.
— Eles são assim com você, porque não os tem na palma da mão. — dei de ombros, ouvindo agora o toque de meu celular interromper a nossa conversa.
— Não vai atender? — neguei, tentando disfarçar, já que sabíamos quem estava me ligando. — Vai deixar mesmo ele esperando?
— Eu só não tenho mais saco agora para falar com o Ian. — suspiro, encostando a cabeça no estafado da cadeira. — Ele é muito grudento, não vejo a hora de ir para Nova York, ele me encontrará lá.
— Espera. — engasga com o café que tomava em mãos. — Você não gosta dele? Achei que depois de todo esse tempo, você tinha aprendido a gostar de alguém.
— Eu nunca disse isso, moranguinho. Você deduziu isso, simples assim. — rio da cara em que ele faz com esse revelação. — Mas eu amava as coisas que ele me dava, acho que vou ter que encontrar outro para me paparicar lá.
— Eu devia te dizer para parar com isso, mas sei que isso não vai adiantar mesmo. — parece decepcionado comigo e isso realmente me importou.
— Ainda bem que sabe que não, só que isso não interfere no que sinto por você. — aperto sua mão em cima da mesa, para que sabia que é realmente verdade.
— Você é bipolar, devia procurar um especialista. — cruza os braços, analisando tudo em volta, como se procurasse alguma coisa. — Falando nisso, falei com aquele especialista, o tal detetive. Ele me entregou esta pasta aqui. — sussurrou, para que ninguém pudesse ouvir, ótimo sigilo.
— Ótimo, obrigada. — falo também em tom baixo, percebendo que a pasta já havia sido aberta. — Você mexeu, né? Pergunte logo o que quer saber.
— Porque andou pesquisando o filho do seu futuro chefe, Selena? — olha nos meus olhos buscando a resposta verdadeira, mas apenas dou de ombros e ele parece notar algo. — Você não pretende fazer com ele, o que fez com Ian, certo?
Não digo nada, apenas passo passo página por página, com um sorriso malicioso e talvez indecifrável no rosto, enquanto ele me olhava espantado.
— Até que você não é só um rostinho bonito, por isso você é meu secretário e ainda mais, meu amigo. — dou uma piscadela, confirmando o que ele mais suspeitava.
— Você não pode fazer isso, Selena. — seus olhos tem um tom de preocupação e tristeza no olhar.
— Será que não ou será que eu já fiz? — deixo a pergunta no ar para que ele tire suas próprias conclusões.
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