- Então você me odeia? – Perguntou, pressionando a mão contra o ombro do irmão, impossibilitando a escapatória.
Ichimatsu só desviou o olhar, buscando uma desculpa ou ofensa.
- Não irá responder?
Um fio de coragem, fitando os olhos, erguia a sobrancelha esquerda em certeza:
- Odeio. Odeio demais. – Vociferou colérico. Segurando o casaco de couro, trazia o mais velho para perto de si, abdicando a certeza e começando outro beijo intenso e sedento.
Proferindo um beijo contra a mandíbula, o mais velho descia, sugando-lhe o pescoço como se desejasse arrancar o sal daquela pálida pele, enquanto arranhava o abdômen sem curvas por cima do grosso moletom.
Ainda assim, em ao indescritível ódio... Aqueles malditos reflexos.
Ichi levava as mãos à boca para abafar os gemidos. Olhos cerrados, mordia o lábio inferior, almejando afastar o caliente irmão que prosseguia com leves mordidas contra o roxo tecido, tocando indiretamente a eriçada pele. Não admitia, mas ansiava por aquelas carícias como uma escasseada criança.
Chegando a altura da barra da calça, Karamatsu deslizou o dedo anular entre o elástico e a epiderme, tomando cuidadosa profundidade. Através de um olhar furtivo, pedia permissão ao ansioso rapaz que maleou a cabeça brutalmente enrubescida para si e para baixo, hesitante.
- Eu não irei parar mesmo que me bata. – Avisou em brincadeira, tendo vestígios de um irreverente sorriso em perfeita sintonia aos semicerrados olhos maliciosos.
Após analisar o irmão por alguns segundos, desejava aqueles pecaminosos lábios naturalmente rosados, assim como seu carinho. Mas isto era errado. Tão excitantemente errado que um estranho calor lhe percorria a coluna causando peculiar calafrio.
Sentindo o irmão afastar o elástico da folgada calça, Ichi voltou a cerrar os olhos, lançando a cabeça para trás, ludibriado em luxúria.
Como odiava aquela radiante pessoa tão importuna.
O ruído da porta entreabrindo, revelava o irmão mais velho dos sêxtuplos. Desesperado, Ichi escorregou a coluna. Sentando-se de maneira atrapalhada, recolhia os joelhos contra o peito, objetivando ocultar a quase ereção. Desesperado, Kara tateava o solo como se buscasse algo que nem mesmo ele sabia.
- Vocês tem certeza que... – O clima curioso pairava no abafado quarto. Osomatsu, involuntariamente, delineou um zombeteiro riso para o casal ofegante e desnorteadamente enrubescido. – Acho que entendi.
- Não, Osomatsu. – O segundo filho levantou, atordoado, buscando uma explicação. - Eu estava procurando... Procurando minha lente. – O sorriso nervoso, fitava o silencioso irmão, esperando alguma confirmação e nada.
- Não se preocupe. – Comentou, tentando fechar a porta, mas o insistente Karamatsu impedia tentando desfazer aquele doloroso “mal entendido” que só ele não compreendia.
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