História Lua e Sangue - Capitulo I

Naquela manha Alek saiu para caminhar, atormentado por um pesadelo. Por algum motivo Alek tinha certeza de que não havia sido apenas um sonho.

Ele sentia, sabia que tinha acontecido e sabia que estivera no beco. Mas como?

Como seria possível? Ele apenas voltou para casa deu um beijo de boa noite em sua mãe e foi dormir.

O tinir de uma carroça chamou sua atenção e o libertou de seus pensamentos.

Um pedaço de pano envolvia algo volumoso como um corpo de animal. Uma mulher chorava enquanto caminhava ao lado da carroça.

Seu coração gelou ao ver uma mão se revelar de baixo do pano, naquele momento Alek se lembrou do sonho e era como se  algo dissesse que não era apenas um sonho. Mas como Alek poderia ter estado no beco? Sem hesitar, Alek começou a caminhar junto a carroça.

- Alek. - Uma voz desconhecida o chamou.

Ele se virou e olhou para um beco próximo e avistou alguém que tinha a face coberta por um capuz e usava um manto marrom-escuro que cobria quase todo o seu corpo olhando em sua direção.

Bastou um piscar de olhos e a pessoa havia sumido.

Alek engoliu seco a pouca saliva que ainda restava. Com um pouco de tremor em suas pernas continuou a caminhar ao lado da carroça que parou em frente a casa do governante.

A porta da casa se abriu e dois homens saíram. Um homem de estatura baixa com o semblante sorridente acompanhado de um segundo de estatura mediana com cabelos claros e um tapa olho do lado esquerdo do rosto, seu semblante era de seriedade e carregava em suas costas uma aljave e do lado direito da cintura havia um arco que descansava de maneira curiosa.

O vigia que guiava a carroça olhou para o governante que acenou com a cabeça. De imediato o vigia retirou o pano que cobria o corpo, no mesmo instante o semblante sorridente do governante sumiu e sua face foi tomada por uma expressão de horror.

- Encontrei esse aqui na saída da vila, seu pescoço estava quebrado e seu corpo ensanguentado. Algum animal deve ter atacado ele enquanto caminhava bêbado. - Alek reconheceu o homem, era o mesmo que ele havia visto no sonho, seu corpo foi tomado por um calafrio e ele ficou atônito.

O homem ao lado do governante ficou um pouco mais sério. Alek não se conteve, apavorado ele se virou e correu, correu para longe dali, estava certo de que tudo era verdade, e quando parou de correr estava na entrada da floresta.

Ofegante Alek encarou a floresta.

- Alek. - Novamente aquela voz o chamou - A vila não é segura.

- Quem...? - Engoliu seco. - Está ai? - Alek perguntou mas sem resposta.

Ele se virou para voltar a vila, mas ao invés disto, ao se virar estava no coração da floresta em meio a uma clareira, ele sentiu um frio na espinha. Apavorado ele se virou vagarosamente e viu em pé a sua frente o homem de capuz.

- Fuja Alek, aqui não é seguro. - Disse o homem.

Alek tentou correr mas suas pernas não se moviam. Ele estava encharcado de medo. Ele tentou gritar mas sua voz não saia. Então reunindo um minimo de força, Alek conseguiu virar-se para correr, mas se viu novamente ao lado da carroça. Ele ficou estático.

- Conte a eles o que sabe Alek, conte o que viu! - Alek olhou na direção da voz e viu quem falava: o morto. Sua visão ficou turva, então tudo se apagou.